San Peter: A Escola dos Mimimis Amorosos (Vol.2) escrita por Biax


Capítulo 79
155. Fotos + Jogos


Notas iniciais do capítulo

Olá, pessoinhas!

Continuando a primeira vez da Bru na casa do Yan!

Boa leitura!



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Parei para reparar na sala, notando como era colorida. O estofado do sofá era azul claro, tinham dois pufes, um da mesma cor e outro verde-água. A televisão estava apoiada em uma espécie de baú pintado à mão de turquesa, e dos dois lados haviam estantes quase em formato de escada, cheia de decorações, fotos e coisinhas fofas. Na parede acima da tevê, tinha dois corações grandes de madeira, de tamanhos diferentes. O tapete era de um tom coral com risquinhos coloridos que iam do marrom, ao roxo, azul, rosa e marrom de novo, sem falar das cortinas floridas bem coloridas. Era muito fofo.

Era uma coisa engraçada, estar ali com o Yan, jogando videogame, rindo, como se fizéssemos isso há anos. Eu poderia imaginar diversas situações, menos essa, sendo que seria a coisa mais normal para mim.

— O almoço tá pronto! — Cláudia berrou por cima da música, da cozinha.

Yan me olhou. — Vamos?

— Sim, deixa pausado aí.

Pausamos o jogo e levantamos e antes de sair, bati o olho em uma das fotos da estante próxima do portal e cheguei perto para ver. Era uma foto do Yan pequeno, brincando com legos com um sorrisão na cara, com os cachinhos quase caindo nos olhos.

— Que fofinho.

— Puts, isso me lembrou uma coisa... Se a minha mãe perguntar se você quer ver as minhas fotos de criança, você diz que não. — Yan ficou ao meu lado.

— Por quê?

— Porque sim.

— Até parece, viu! — Saí correndo antes que ele me fizesse prometer que não veria as fotos e saí na cozinha, vendo a mesa posta.

— Não precisa ficar com vergonha, Bruna, pode se servir — disse Cláudia, já me estendendo um prato que eu aceitei. — Você come de tudo? Legumes, verduras?

— Sim, sim.

— Você deve saber que o Yan não come carne, né? Eu parei também de comer. Uma coisa que eu nunca achei que fosse fazer, olha como o mundo é louco!

— Mas por quê? — perguntei enquanto me servia das comidas. Yan também estava, logo atrás.

— Porque o Vagner, meu ex-marido não comia. Ele já era vegetariano desde adolescente, e depois de um tempo que começamos a namorar, ele sempre me falava como era bom não comer carne, não matar bichinhos inocentes e tal, e eu ficava com raiva porque eu adorava carne, frango, e dizia que nunca ia deixar de comer... — Ela ia falando enquanto enchia seu prato.

Terminei de pegar um pouco de cada coisa e me sentei ao lado de Yan, e ela se sentou na cadeira a minha frente.

— E aí, depois que eu descobri o câncer e comecei a fazer o tratamento, eu me sentia muito mal quando comia carne. Eu passava mal, ficava enjoada, às vezes chegava a vomitar, então eu fui perdendo a vontade de comer. Hoje em dia eu não gosto nem do cheiro, me lembra daquela época. Quem gostou foi o Yan, né? — Olhou para ele, divertida.

— Claro. Achei ótimo. — Ele riu, dando uma garfada em uma batata frita.

— E você não come carne desde quando? — questionei a ele.

— Desde sempre, né, mãe?

— Não exatamente. Ele não gostava de nada com carne, mas eu dava um jeitinho de colocar misturado na comida, principalmente em sopa. Ele nem percebia. — Mostrou a língua para o filho. — Depois dos seis, sete anos, por aí, ele começou a perceber e se recusava a comer, então eu parei e fui incrementando o cardápio.

— Entendi.

— Não seja chato como o seu pai era, quando vocês casarem.

— Você não acha que tá cedo demais pra falar nisso? — resmungou ele.

— Nunca se sabe, ué.

— Eu não sou chato, eu sei respeitar a opção de cada um.

— Aprendeu comigo. — Deu uma piscadinha, me fazendo rir.

Continuamos comendo e conversando sobre assuntos diversos e depois ainda consegui convencer Cláudia de secar a louça enquanto Yan lavava e, para azar dele, ela realmente perguntou se eu queria ver as fotos da infância dele. Claro que eu não recusei, e ele fingiu chorar, pingando gotas d’água no rosto.

Depois que terminamos, voltamos para a mesa e ela trouxe uma caixa cheia de álbuns e fotos soltas, e ficamos até umas três horas vendo tudo. Depois ela ainda foi preparar um café da tarde e só depois de comer é que voltamos para o videogame. Eu já estava me sentindo mais à vontade ali. Era uma sensação muito boa.

Eu ganhei a corrida e larguei o controle no colo, esticando os braços.

— Ganhei de novo, uhu!

— Esse meu controle tá ruim, só por isso você ganhou. — Yan deu de ombros.

Eu ri. — É, vai achando isso.

Pela primeira vez, olhei pela janela, notando que estava começando a escurecer. A sala também estava pouco iluminada, e a luz da tevê era a única luz do ambiente. Percebendo isso, me senti nervosa. Eu era tão idiota a ponto de ficar em um lugar escuro com o Yan e ficar ansiosa, isso porque já aconteceu antes, só que... agora somos namorados. É uma situação completamente diferente...

— Tudo bem, o que você quer de prêmio? — Ele perguntou, divertido.

— Hm... Não sei, quais as opções?

— Pode escolher um lugar para ganhar um beijo. — Deixou o braço esquerdo no encosto do sofá, atrás de mim.

Dei batidinhas no queixo com o dedo indicador, pensando. Então, coloquei o dedo na bochecha, indicando o lugar. Yan riu e se aproximou, depositando um beijo ali.

— Só um? — indagou ainda perto, fazendo meu coração bater mais rápido.

— Você pode escolher também — sussurrei, sem querer, sentindo aquele magnetismo abalar minha voz.

Yan tocou meu cabelo, deixando sua mão, agora quente, em minha nuca, enquanto se aproximava devagar. Me beijou de forma delicada, sem abrir muito os lábios e eu me arrepiei, tanto pelo beijo quanto por seus dedos brincando com a raiz do meu cabelo. Minhas bochechas esquentaram, e eu fiquei sem saber o que fazer com as mãos, envergonhada demais para tocá-lo.

Beijá-lo era uma sensação mágica. Eram tantas sensações que eu não conseguia descrever nem metade. Como era possível querer estar junto dele quando eu já estava ali?

Eu não entendia como eu podia gostar tanto dele, de ter aquele sentimento tão intenso. Era tão... bom, ao mesmo tempo que me dava um pouco de medo, mesmo sabendo que não nos separaríamos mais e que ficaríamos juntos, tanto aqui quanto em Mogi, mas... ainda havia aquele pequeno medo de me decepcionar com algo.

Ignorei aquilo e suspirei sem perceber, sentindo a mão de Yan ir para o meu rosto, ao mesmo tempo que se afastava um pouco. Ele sorriu.

— Eu nunca vou esquecer disso. De hoje.

— Nem eu. — Também sorri, completamente apaixonada.

Íamos nos beijar de novo, mas passos altos no corredor fizeram com que nos afastássemos rapidamente. Cláudia entrou na sala.

— Bruninha, você é frienta? Porque aí eu pego mais cobertas no guarda-roupa.

— Como assim...? — perguntei, completamente confusa.

— Você não vai dormir aqui?

A cara ferveu na hora. — N-não, não vou não.

— Por que não? Eu não ligo, viu?

Olhei para Yan, pedindo uma ajuda silenciosa e ele sorriu.

— Mãe — censurou. — Se ela fosse ficar aqui, eu teria avisado.

— Ah... Tudo bem. — Deu uma risadinha e saiu.

Encarei a televisão, envergonhada demais para olhar para Yan. Agora, a sala estava ainda mais escura, e só a luz do jogo nos iluminava. Pensei que já deveria ser tarde.

— Que horas são?

Yan levantou, indo até a estante perto da janela, olhando um pequeno relógio eletrônico. — Sete e meia.

— É melhor eu ir embora. Já tá tarde. — Levantei e deixei o controle no baú que apoiava a tevê.

— Certeza?

— Sim. O Bebê deve estar me xingando a essa hora.

Yan riu. — Provavelmente. Tudo bem, eu te levo até a escola.

— Você vai voltar pra cá?

— Sim. Por quê? Quer que eu fique na escola...?

— Não — respondi rapidamente. — Só perguntei por curiosidade.

— Ah... Eu sei que você vai sentir minha falta, mas tenho certeza que consegue aguentar até amanhã a noite. — Ele veio me abraçar.

— Talvez. — Sorri, colando o rosto em seu peito, abraçando sua cintura.

— Passa rápido. — Deixou as mãos em meus ombros e as desceu, segurando minhas mãos. — Vamos?

— Sim.

Yan desligou o videogame e a televisão, e fomos à cozinha. Cláudia estava lendo um livro quando aparecemos, e nos olhou.

— Vou levar ela na escola — anunciou seu filho.

— Já vai embora? — perguntou, surpresa e um pouco triste.

— Sim, está ficando tarde — falei, sem graça.

— Ah, que pena. Mas é pra voltar, hein? Da próxima podemos fazer uma sessão de filmes. — Levantou e me abraçou apertado.

Dei risada. — Tudo bem.

Saímos da casa e andamos pelas ruas congelantes de volta para a escola, conversando. Quando chegamos no portão, Yan me deu um abraço e um beijo demorado, e logo eu entrei, assinando meu nome na lista. O refeitório estava quente e cheirando comida, e felizmente vi Bebê sentado em uma das mesas vazias, perdido em pensamentos.

Ainda demoraria uns minutos para o jantar sair, então fui direto para a mesa onde ele estava, parando atrás da cadeira na frente dele, e só aí ele olhou para cima e me viu.

— Tá tudo bem? — perguntei, estranhando suas feições.

— Sim, e você? Aproveitou para dar uns amassos? — Abriu um sorrisão.

Revirei os olhos e puxei a cadeira para me sentar. — Você só pensa nisso? Que chato.

— Estou brincando, sua chata.

— Sei. E aí, o que fez hoje?

Ele se ajeitou na cadeira, se curvando para frente, apoiando os braços na mesa. — Eu fui na casa do Carlos. A mãe dele estava de folga e ele quis me apresentar.

— Uau, que coincidência! E como foi?

— Foi legal. Ela é muito simpática — disse de forma automática, me fazendo estranhar.

— Tem certeza que foi legal? Por que você parece... desanimado?

Bebê suspirou. — Eu estava pensando em várias coisas...

— Ih... — cochichei. Isso não era bom.


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Notas finais do capítulo

Vish, lá vem coisa. O que será que o Bebê anda pensando?

Espero que tenham gostado.

Até mais o/



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