San Peter: A Escola dos Mimimis Amorosos (Vol.2) escrita por Biax


Capítulo 78
154. Apresentação Oficial


Notas iniciais do capítulo

Oi, pessoinhas!

Desculpe por não ter postado semana passada, eu tive um bloqueio e não sabia o que escrever, mas consegui ~desbloquear.

Boa leitura!



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Já era o décimo beijo que eu dava em Yan, e ainda não estava acreditando no que estava acontecendo. Tudo aquilo parecia coisa da minha cabeça, por mais que eu o tocasse, o sentisse ali perto de mim. Era loucura.

— Bom ver que vocês estão matando a saudade. — Olhamos para o lado e vimos Gabriel, sorrindo. — Eu já matei a minha, Bru, aproveita aí.

Dei risada. — Já? Que rápido.

— É que ele me ajudou com a mudança — comentou Yan. — Matamos a saudade desde que eu cheguei. Até o Mateus veio pra cá comigo, mas ele teve que voltar por causa das aulas.

— Ah, então vocês aproveitaram um tempinho juntos.

— Aham. Foram as melhores férias que eu tive. — Gabriel passou o dedo debaixo do olho, fingindo estar chorando. Mesmo que estivesse brincando, eu sabia que era verdade. Era bom vê-lo feliz de novo. — Então... vocês estão...

— Namorando? Sim — respondeu Yan rapidamente. Minhas bochechas esquentaram com a espontaneidade dele.

— Ah! Que incrível! Parabéns! Ai, vou chorar de novo. — Fez drama, colocando as mãos no rosto. — Finalmente vocês podem ficar juntos.

Yan sorriu e me olhou. — É, finalmente. Isso me lembra que ainda não avisamos todo mundo.

— Nada de microfone, hein? — falei, lhe dando uma cutucada.

— Eu sei, eu sei. — Levantou e me puxou pela mão. — Vamos procurar eles.

— Eles estavam quase saindo do teatro quando eu saí — disse Gabriel. — Devem estar lá ainda.

Concordamos e começamos a andar, enquanto ele ia para o dormitório. Yan cruzou seus dedos com os meus e me deu uma olhadinha.

— Será que vai ficar muito chato se... falarmos disso na frente do James?

— Não. Por quê?

— Ué... Vocês ficaram juntos. Ele é o seu ex... Vai que, sei lá, acha chato te ver com outra pessoa.

— Claro que não. Se fosse assim não seríamos mais tão amigos. Foi tudo muito natural entre a gente, inclusive o término.

— Hm... Ainda bem que deu tudo certo. Não fica aquele clima chato, né?

— Não, nunca ficou.

Bem na hora que estávamos indo em direção ao teatro, um grupo saiu de lá. Lili nos viu assim que pisou para fora e abriu um sorriso gigantesco. Correu e nos abraçou desengonçadamente.

— Ai, eu não acredito! Agora é pra valer?! — Nos soltou para nos olhar.

— Sim, pra valer — respondeu Yan, também com um sorrisão na cara, colocando um braço em meus ombros, em um meio abraço.

James também veio em nossa direção, tão feliz quanto Lili.

— É muito legal ver vocês juntos. Esperamos tanto tempo por isso, né? — perguntou a Lili, que afirmou com a cabeça, dando pulinhos no lugar. — Quero ser padrinho, viu?

— Eu também! Quer dizer, madrinha! — Lili arregalou os olhos.

— Calma lá, vocês estão apressados demais. — Eu dei risada. — Respira fundo.

— O Bebê já sabe? Cadê ele?

— Não, não sabe...

— Precisa saber! O Júlio também!

— Por favor, não tenha um treco. — James segurou o ombro dela. — Se acalma.

— Eu tô calma. O mundo precisa saber disso.

Se o Yan não pegasse o microfone para anunciar, com certeza a Lili pegaria.

Lili e James olharam para o lado, e eu notei que alguém se juntou ao grupo, até que vi que era Bernardo, intercalando o olhar entre Yan e eu, como se estivesse fazendo força para entender o que estava acontecendo ali. Então, pegou o braço do Yan e apalpou, querendo ver se era real.

— Você tá bem? — perguntei rindo.

— O que diabos eu perdi? — Ele questionou, surpreso. — Não faz nem algumas horas que eu te larguei.

— Quer um resumo? Yan voltou e agora estamos namorando. — Nem ouvindo aquelas palavras da minha própria boca me fazia acreditar completamente.

— Eu não me contento com resumos. Mas tudo bem, eu estou bonzinho hoje e vou deixar vocês aproveitarem.

— Uau, obrigada. — E todos riram, já esperando aquele tipo de gracinha.

— Isso aí, o Bebê tem razão. Vamos deixar os pombinhos aproveitarem — disse Lili, puxando tanto Bernardo quanto James pelos braços. — Na janta conversamos melhor. — E eles se afastaram.

— E aí, o que você acha de aproveitar? — Yan ficou de frente para mim e me abraçou completamente.

Meu rosto esquentou e eu sorri, toda abobada. — Acho bom.

Ele depositou um beijo na minha testa. — Eu ainda nem estou acreditando em como tudo está acontecendo... Tem noção de que eu vou morar aqui nesse um ano e meio, ficar com você no meio do ano e também nas férias, porque eu vou para a casa do meu pai... Será que você vai enjoar de mim?

— Hm... Podemos tirar a prova depois, mas eu acho que não.

— Boa resposta.

Ficamos o resto da tarde juntos, e na hora da janta, Yan explicou melhor os acontecimentos para todo mundo, deixando todos por dentro de tudo. Na hora de subir, nos despedimos e no caminho para o quarto, Lili e eu ficamos tagarelando sobre as coisas. Ela estava tão feliz quanto eu.

Quando deitei a cabeça no travesseiro, só conseguia pensar nele. Em como nos beijamos e em como ele me abraçava, segurava minhas mãos, mexia no meu cabelo... Meu Deus, eu estou muito apaixonada. E ainda cheguei a achar que o que eu sentia por ele não era mais tão... intenso. Parecia que meu amor aumentou assim que bati os olhos nele no teatro.

Aquela primeira semana foi... inacreditável.

Yan conseguiu entrar nas aulas extras e começou a frequentar as aulas de fotografia e desenho comigo, sem falar nas de línguas e no teatro, ficando sentado no mesmo lugar de sempre. As coisas pareciam completas com ele ali, o que me deixava tão feliz como eu nunca pude imaginar que ficaria.

Na sexta-feira, Yan me disse que sua mãe já me esperava para ir almoçar em sua casa, e queria que fossemos lá no sábado. Se eu fiquei tensa? Imagina. Agora eu "conheceria" ela como sogra.

Acordei antes do que o necessário no grande dia. Duas horas antes, para ser exata. Tentei me segurar e só me arrumei uma hora antes, vestindo calça jeans, duas blusas de frio, mais um casaco e tênis. Seria bom se o tempo desse uma trégua e esquentasse um pouquinho.

No horário combinado, desci e esperei Yan, que não demorou. Ele se aproximou e deu um beijo na minha bochecha.

— Preparada para enfrentar a fera energética?

— Por que fera energética?

— Porque minha mãe evoluiu de inquieta para superelétrica. — Segurou minha mão e começamos a andar para o refeitório. — Não se assuste se ela não parar um segundo.

— Uau, acho que nunca vi alguém assim.

— Vai ver hoje.

Atravessamos o primeiro prédio, deixamos nossos nomes na secretaria e saímos para a rua. Andamos quase dez minutos, não era muito longe da escola, mas também não era tão perto da praia. Assim que paramos no portão e Yan caçou seu chaveiro no bolso da calça, meu estômago apertou de nervoso.

Entramos e passamos por um corredor extenso, até chegar em outro portão, que ele abriu com outra chave. Haviam dois corredores. Um à esquerda e outro para frente, entre eles, a casa. Ali perto estava a entrada, que já dava para ver que era a cozinha. Esperei Yan ir na frente, e ele me deu um sorriso antes de me puxar para dentro.

— Mãe? — chamou ele. — Chegamos!

A cozinha não era muito espaçosa. Em frente a porta, seguindo a parede da direita, ficava a pia, abaixo da janela, e o fogão, junto da porta dos fundos. Na paredinha da frente, ficava a geladeira e uma estante. Tinha uma pequena esquina, armários e uma mesa de jantar em frente, azul turquesa com cadeiras azul escuro. A esquerda, tinha um corredor, para onde Yan seguiu.

Paramos em frente a um arco, onde ficava a sala de estar e uma porta no canto do cômodo, que devia ser o banheiro.

— Mãe? — Yan chamou de novo, estranhando o silêncio.

— Já tô indo! — Ela gritou de algum lugar.

No final do corredor, além de seguir para a direita, havia uma porta aberta, onde dava para ver uma escrivaninha e uma estante de livros no fundo. Devia ser o quarto dele...

Cláudia apareceu ali, saindo da direita e sorriu ao nos ver, vindo em nossa direção. Seus cabelos estavam quase no ombro, pretos e enrolados.

— Ai, finalmente posso te chamar de nora! — Ela disse assim que me abraçou, e eu corei, para variar. Ouvi Yan rindo atrás de mim.

— Já vai começar a me envergonhar? — Ele perguntou, brincando.

— Estou atrasada, na verdade. — Nos afastamos e ela foi abraçá-lo. — Vocês vão ter que esperar um pouco, o almoço ainda não tá pronto.

— Tudo bem, ainda não estamos morrendo de fome.

— Você quer ajuda? — indaguei, querendo ser prestativa.

— Imagina, não precisa. Podem caçar alguma coisa pra fazer. Quando estiver pronto, eu chamo. — E Cláudia foi para a cozinha, toda animada.

— É, bom... — Yan passou na minha frente. — Quer conhecer meu quarto?

Ainda bem que ele não esperou para ver a minha reação e seguiu pra lá. Senti o rosto todo ferver. Era só um quarto e eu já estava morrendo de vergonha. Sério, Bruna, por quê?

O segui. Além da escrivaninha que eu já tinha visto, na parede da janela, atrás estava uma cama de casal, encostada parede oposta, e na parede da porta, à direita, ficava um guarda roupa e uma cômoda cinza. Aliás, todos os móveis eram cinzas. As únicas coisas mais coloridas eram as cortinas, com tons de azul, algumas capas de livros coloridos na estante e a roupa de cama, em tons de bege, azul e preto. Era bem a cara dele.

— Bom, esse é o meu novo cafofo. — Ele sorriu, olhando ao redor e se sentou na ponta da cama.

Tentando distrair a cabeça da vergonha, me aproximei da estante para ver os livros que tinham ali. Vi que também tinham alguns bonequinhos, porta-retratos dele com seus pais e provavelmente avós, cadernos que deviam ser de desenho e copos como porta lápis.

Me virei, vendo o computador e me lembrei de uma coisa.

— Já tem internet?

— Ainda não, acho que eles vêm essa semana instalar — respondeu Yan, cruzando as pernas no colchão e segurando as próprias mãos. — Esse povo que trabalha com internet é lento demais.

Era impressão minha ou ele estava... nervoso também?

Encostei em sua mesa e olhei para o lado. Dali dava para ver o corredor e Cláudia se mexendo pra lá e pra cá na cozinha. Eu achei melhor ficar visível, assim ela não pensaria que... bem...

Ali dentro não estava frio, mas minhas mãos continuavam geladas.

De repente, música encheu a casa, vinda da cozinha, e Cláudia começou a cantarolar alto. Yan fez uma cara engraçada.

— Ela sempre faz isso.

Acabei rindo. — É bom cantar em voz alta. Extravasa as energias.

— Realmente.

Parecia que nós dois estávamos com vergonha. Nunca achei que ele também ficaria assim... Eu não tinha a menor ideia do que fazer.

Yan levantou, parecendo um pouco inquieto. — Desculpa, eu estou sendo um péssimo anfitrião. Você me deixa nervoso.

Ai, Deus. — Eu...?

— Sim. Eu fico sem saber o que fazer, minha cabeça fica em branco e... — Ele riu, sem graça, e segurou minhas mãos. — Eu ficava imaginando esse dia e o que faríamos e nunca conseguia pensar em nada concreto. Eu me sinto um idiota, devia ter preparado alguma coisa pra fazer.

Dei um sorriso sem jeito. — Tudo bem. Eu também estou nervosa e também não conseguiria pensar em nada pra fazer.

— Hm... Você quer jogar videogame? — sugeriu.

— Quero.

— Então vamos pra sala. — Ele sorriu e se aproximou, dando um beijinho em mim. Só o fato de estarmos sozinhos ali era o bastante para eu ficar com vergonha, e a aproximação dele deixava as coisas piores.

Apesar disso, sentir seu calor era bom, e eu fechei os olhos, querendo aproveitar só mais um pouquinho, ficando na ponta dos pés. Yan continuou com o beijo e eu esqueci completamente de que estava com frio. Até os dedinhos do pé se aqueceram e eu senti vergonha por aquela reação, então terminei o beijo com um selinho e o puxei para sala sem olhá-lo.

Meu coração ainda estava batendo rápido quando ele ligou o videogame e eu tentei me concentrar em escolher um dos diversos jogos disponíveis.

Com certeza aquele seria um dia memorável.


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Notas finais do capítulo

Quem aí lembra da primeira vez que foi na casa do namorado(a)? É sempre tenso, né? shaushash

Espero que tenham gostado.

Até mais o/



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