San Peter: A Escola dos Mimimis Amorosos (Vol.2) escrita por Biax


Capítulo 76
152. Trajes + Surpresa


Notas iniciais do capítulo

Oi, pessoinhas! Demorei, mas cheguei.

Esse capítulo, apesar de eu estar muito animada, estava difícil de sair.

Espero muito que vocês gostem (tenho quase certeza que vão)

Boa leitura!



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As férias estavam passando como eu previ. Muitos filmes, muitos lanches, muitas dormidas até tarde, caminhadas, sorvetes, churros, quermesses de festa junina e tudo o que a época tem de bom para oferecer. Apesar de tudo estar ótimo, eu estava sentindo muita falta da escola e do pessoal. Não via a hora de voltar para o litoral. Era nesses momentos que eu pensava como lidaria com o final do ensino médio. Eu teria que colocar todo mundo na mala e trazer pra cá.

Felizmente os últimos dias passaram rápido e quando percebi, era segunda-feira e eu estava arrumando minha mala. Pegaríamos o ônibus na terça de manhã, então eu queria deixar tudo pronto o mais rápido possível.

Eu estava animada com o novo semestre. Sentia que coisas boas viriam e nós começaríamos com tudo.

Não consegui dormir muito bem de noite. Consegui pegar no sono pra lá das três horas e acordei as sete. Me arrastei para fora da cama, ainda sentindo o ar gelado do meio do inverno e já me troquei, colocando três blusas, duas calças e meias, uma touca e botinas. Se aqui estava frio, nem queria imaginar como estaria lá na escola.

Fui tomar café na companhia da Caju e do Batata, mesmo que eu tivesse dito para eles continuarem em suas camas quentinhas. Pelo menos eles estavam de roupinhas, coisa mais fofa. Minha mãe acordou e veio comer comigo, reclamando do frio e agradecendo que não morava perto da praia. Depois, veio meu pai, Ana e Camila, que pegou alguns dias de folga para ficar com a gente. No final, todo mundo acordou cedo e passou frio para ficar mais alguns momentos comigo.

Uma hora depois, minhas coisas estavam no carro, eu estava me despedindo das minhas irmãs e dos pais do Bebê, e meus pais nos levaram até o terminal. Nos despedimos, guardamos as malas e subimos no ônibus de viagem, apenas querendo nos enfiar em algum lugar quentinho.

Consegui cochilar durante a viagem, mas mesmo assim cheguei cansada em Bertioga. Pegamos um táxi e, finalmente, chegamos na escola. Eu quase beijei as paredes da secretaria enquanto esperava Bebê assinar a lista depois de mim, mas me segurei porque seria vergonhoso e estranho. Assim que seguimos para o próximo prédio, o cheirinho típico de café e pães no forno invadiu minhas narinas e eu senti a nostalgia que provavelmente sempre sentiria depois de voltar das férias.

— Se eu não tivesse comido, ia comer agora — disse Bebê olhando para a cantina, andando. — Seria muita gulodice.

— Talvez, mas uma vez só não tem problema... O Carlos já chegou?

— Acho que não. Até vou avisar que estamos aqui... — E pegou o celular, começando a digitar uma mensagem.

— Deve estar morrendo de saudade. — Enchi seu saco e ele me ignorou.

— É uma pena que eu não possa te zoar também, mas daqui a pouco você arranja outro carinha, e aí você vai ver.

— Ah, tá bom. — Dei risada, soando sarcástica.

— Vou falar pro Carlos te apresentar alguns amigos.

— Sai fora, não inventa. Eu não quero conhecer ninguém e nem arranjar ninguém. Tô ótima assim.

— Me engana que eu gosto. — Ele riu, guardando o celular.

Cada um seguiu para seu dormitório. Achei minha chave pendurada na fechadura da porta do meu quarto e a virei, destrancando, e entrei, vendo tudo em seu devido lugar. Sorri, sentindo a saudade me invadir.

Puxei a mala para perto da cama e já comecei a arrumar minhas coisas, pensando quando Lili chegaria. Estava com muita saudade daquela menina, assim como dos meninos também. Não via a hora de agarrar eles e demorar para soltar, igual carrapato.

— Bru! — Dei um pulinho no lugar e me virei, notando Bia na porta do quarto. Eu sorri, feliz por vê-la.

Ela entrou e veio me abraçar. — Que bom que você chegou! Eu quero muito te mostrar uma coisa!

— O quê?! — Fiquei totalmente curiosa com seu tom.

— A professora me avisou que os trajes para a peça chegaram! Eu quero muito ver e você tem que ir comigo!

— Ai meu Deus, eu vou sim! — Larguei as coisas lá e eu tranquei a porta do quarto.

— O James já chegou? Eu quero muito que ele experimente as roupas do Aloys!

— Ainda não. Nem sei que horas ele vai chegar.

— Tudo bem, depois vamos procurar por ele.

Descemos praticamente correndo e assim que saímos do prédio, quase esbarramos na Lili. Nos abraçamos apertado e Bia também a cumprimentou, muito animada.

— Lili, a gente vai ver as roupas da peça que chegaram, vem também!

— Opa, claro. Onde? No teatro?

— Sim.

— Tá, eu vou só guardar as minhas coisas e eu vou lá.

— Sabe se o James chegou?

— Sim, nós entramos juntos até. Quer que eu mande mensagem para ele ir também?

— Sim, por favor.

— Ok, daqui a pouco aparecemos lá.

Andamos rapidamente para o anfiteatro e entramos, já que a porta estava destrancada. As luzes estavam acesas e ouvimos conversas vindas de trás das cortinas. Descemos e fomos até lá, encontrando as professoras Eduarda e Aline, tirando peças de roupas de caixas grandes e pendurando em cabides no suporte de ferro.

— Nossa, você foi rápida. — Eduarda riu, falando para Bia.

— Professora, você tem noção de como eu estou animada?! — Ela se aproximou dos cabides e foi pegando peça por peça para olhar. — Isso é um sonho. O próximo passo será o filme. — Nós rimos.

— Primeiro você precisa publicar o livro, aí vem o filme — comentou Aline.

— É, verdade. Bem lembrado... Aqui, Bru, a roupa da Amice! — Eu me aproximei, pegando o vestido pendurado no cabide. Era azul claro, com a gola quase até o pescoço, mangas compridas e longo.

— É bonito. Posso provar?

— Óbvio!

Tomada pela animação de Bia, corri para o vestiário e me troquei, notando que a barra do vestido arrastava no chão. Teríamos que fazer alguns ajustes. Me olhei no espelho e já me imaginei atuando no palco. Já estava ansiosa para ver James com as roupas de Aloys. Saí do vestiário, animada para mostrar como tinha ficado, e vi James falando com Bia próximos às roupas.

Corri até ele praticamente me joguei, lhe dando um abraço desajeitado. — Vai se trocar logo! Temos que fazer parzinho!

— Calma, menina. — Ele riu na minha orelha. — Eu vou experimentar as roupas, respira fundo.

— Eu sei, eu sei, mas olha só! — Me afastei para que ele e Bia vissem a roupa. — Ficou ótimo, mas acho que vai ter que arrumar a barra.

— Não precisa, é assim mesmo. Você acha que naquela época, eles tinham dinheiro pra comprar roupas sempre? Elas tinham que durar pelo menos vinte anos — comentou ela rindo.

James sorriu e me observou. — Não vai cumprimentar os outros, não, sua mal-educada?

Fiquei sem entender e desviei o olhar para o grupinho mais à nossa direita, vendo as professoras, Lili e...

Pisquei duas vezes para ter certeza de que eu não estava vendo miragens. Comecei a sentir a minha pulsação acelerar e minha boca abrir em total surpresa, sem que eu pudesse impedir. Meus pés congelaram no chão. Tudo o que eu achei que sentiria, estava sentindo, só que com uma força trezentas vezes maior.

Yan sorriu, dando um passo à frente em minha direção e eu me forcei a andar para frente. Nos abraçamos no meio do caminho e aí eu sorri, totalmente chocada e sem acreditar que aquilo realmente estava acontecendo. Enfiei o rosto entre seu pescoço e meu braço e senti os olhos marejando. Suspirei, inalando seu perfume que eu já havia esquecido sem me dar conta.

Seus braços me apertaram, como se quisesse matar a saudade toda de uma vez. Eu nunca imaginei que voltaria a abraçá-lo, não tão logo, pelo menos. Mesmo sentindo seu corpo, seu perfume, ainda não estava acreditando. Eu nem sabia o que dizer, mesmo que tivesse milhões de perguntas em algum canto da minha mente. Eu não queria soltá-lo.

Será que ele estava apenas de passagem? Veio fazer uma visita para Gabriel? E resolveu vir ver a escola para matar a saudade?

De repente, percebi o silêncio que estava naquele ambiente e me lembrei de que todos deviam estar nos observando. Funguei, tentando secar as lágrimas que escaparam com a manga do vestido e o soltei, querendo ver seu rosto.

Ele continuava com a carinha de bebê, porém, parecia mais maduro. Mas era o Yan que eu conhecia, inclusive com os cachinhos escuros começando a formar em volta do rosto. Provavelmente ele tinha crescido, seus ombros estavam mais largos, o maxilar um pouco mais marcado, e as covinhas continuavam ali, encantando qualquer um que as visse.

— Oi — disse ele rindo, como se tivéssemos acabado de nos esbarrar.

— Oi... — respondi, meio abobada, e resolvi olhar ao redor, confirmando que todos estavam mesmo nos encarando. Até que vi Gabriel, que acenou e eu retribuí. Voltei a observar Yan. — Resolveu vir nos visitar no final das férias?

— Hm... Quase isso. São férias prolongas pelo menos até ano que vem.

Como é?! — Espera, então... você vai ficar...?

Seu sorriso se alargou. — Vou. Fiquei sabendo do curso de vestibular que começou a ter aqui e eu pensei... Por que não?

— E sua mãe? Ela melhorou?

— Sim, melhorou.

— Que ótimo! Nossa, eu estou tão feliz em saber disso! — Mal parecia, meses atrás, que eu o vi triste na varanda da biblioteca, quando me disse sobre sua mãe... Era tão bom saber que ela tinha melhorado.

— É, eu também estou muito feliz. Depois desse rolo todo, quando recebemos a notícia de que o câncer tinha sumido por completo, minha mãe quis se mudar para cá.

— Vocês estão morando aqui?

— Sim. Nos mudamos faz menos de um mês. Assim que acabaram as minhas aulas, nós viemos.

— Caramba... Que incrível.

— Muito... — E, pela primeira, Yan olhou ao redor, como se sentisse que atrapalhava algo. — Acho que atrapalhei o desfile de vocês.

— Imagina, é bom ver vocês juntos de novo — comentou Eduarda, sorrindo para nós ao chegar perto. — E eu fico mais feliz ainda por você ter voltado.

— Obrigado, professora. — Ele sorriu, contente. — É muito bom voltar.

— Como eu estou? — Nos viramos, vendo James com as roupas de Aloys: blusão branco, calças marrons acima das canelas e descalço.

— Ficou ótimo! — Bia deu pulinhos no lugar. — Só falta bagunçar esse seu cabelo.

— Mais ainda? — Lili deu risada, também nos fazendo rir.

— Ei, meu cabelo não é bagunçado — protestou James fazendo um bico para ela. — Isso é charme.

— Vem, deixa eu tirar uma foto de vocês! — Bia tirou seu celular do bolso de trás da calça, fazendo sinal para que eu fosse até lá. Fiquei ao lado de James e ela tirou algumas fotos, totalmente extasiada. — Ai, meus nenéns estão aqui, em pessoa.

— Tá faltando o livro — comentou James — pra foto ficar completa.

— Verdade, mas ainda não temos um livro perfeito. Mas acho que logo, logo arranjamos um. Tudo bem, vocês estão liberados, por enquanto.

— Vamos nos trocar, aí você pode conversar direito com o Yan. — James me deu uma cotovelada no braço, de leve, enquanto íamos para o vestiário.

— Eu não estou acreditando ainda...

— Imagino. A sua cara foi engraçada quando viu ele.

— Besta. — Devolvi a cutucada e entrei na sala.

Me troquei rapidamente e voltei, deixando o vestido com Bia e indo para perto do grupo. Abracei Gabriel, feliz por vê-lo. Eu estava muito ansiosa para conversar com Yan, quase pulando no lugar.

Sem esperar alguma reação, ele me olhou e indicou com a cabeça, querendo que saíssemos. Concordei e nós dois seguimos sozinhos para o jardim, sem sermos seguidos.

Como fazia tempo que não sentia meu coração martelar daquele jeito. Não tinha noção de como sentia falta dessa sensação, e com ele ao meu lado, eu me lembrava de cada mínima reação que meu corpo tinha. Era muita saudade para uma pessoa só.


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Notas finais do capítulo

Aaaaaaaaaaaaaaaaaaa

Nem sei o que dizer. Vocês esperavam por essa? xD

Yan is back, babys ♥

Espero que vocês estejam felizes com isso!

Até mais o/



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