San Peter: A Escola dos Mimimis Amorosos (Vol.2) escrita por Biax


Capítulo 75
151. Mistura + Coincidência


Notas iniciais do capítulo

Olá, pessoinhas!

Continuação da noite super animada do pessoal na balada.

Boa leitura!



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Tudo aconteceu muito rápido. Ana saiu correndo de repente, e eu vi as meninas correndo para algum lugar ao fundo do salão. Sem pensar muito, com o coração acelerado de medo por ter acontecido algo, andei rápido, passando entre as pessoas e ficando na ponta dos pés para tentar ver onde elas estavam. As pessoas mais altas me impediam de ver alguma coisa, o que me deixava enfurecida enquanto tentava chegar do outro lado.

Me enfiei entre os espaços até que cheguei, notando que haviam algumas portas. Eram os banheiros. Apesar do barulho de conversas altas e da música de quase estourar os ouvidos, consegui ouvir a voz de uma das meninas e entrei. Elas estavam juntas na última cabine e eu fui até lá.

— O que aconteceu?

Elizabete se virou para mim. — A Catarina passou mal.

— Por quê? — E eu fiz uma careta ao ouvir um som de vômito.

— Acho que ela misturou muitas bebidas.

— Nossa senhora... — Dei um tapa na minha própria testa sem nem perceber. — Essa menina nunca bebeu, não?

— Já, mas acho que ela se empolgou um pouquinho.

Um pouquinho? Ah, claro... Bruna, lembra do que o Bebê falou. Essas meninas não são responsabilidade sua. A Ana está bem, não bebeu e é isso. O meu papel aqui é ficar de olho nela.

Por falar na Ana, ela saiu de dentro da cabine e me viu. — Ainda bem que eu não ligo pra vômito. Saiu um negócio verde bizarro...

— Tá bom, eu não quero saber — interrompi, balançando as mãos. — Você não acha que já tá na nossa hora?

— Podemos só ficar mais um pouco pra ver se ela vai melhorar?

Suspirei. — Tá. Faz essa menina comer alguma coisa. — Ana afirmou, contente, e eu saí do banheiro, voltando para a mesa.

— E aí? — perguntou Bernardo, não tão interessado.

— A Catarina tá vomitando as tripas de tanto misturar bebida. — Revirei os olhos, impaciente com aqueles adolescentes. — Eu quero muito ir embora.

— E por que não vamos?

— A Ana quer ver se a menina vai ficar melhor. Acho que ela também tá de saco cheio.

— Ela não pode ficar sabendo por mensagem?

— Poderia.

Segundos depois, o grupo de meninas voltaram. Catarina estava com uma cara de acabada e parecia totalmente alheia a tudo e a todos. Ela debruçou sobre a mesa e a Mônica disse algo sobre comprar alguma coisa salgada, indo para longe.

— Eu falei pra você não misturar as coisas — brigou Laís. — Por que acha que eu falei pra cada uma pedir uma só bebida a noite toda? Nem parece que já bebeu na vida, ficou igual uma desesperada...

— Tá bom, eu já entendi — resmungou Catarina, irritada. — Eu nunca mais vou misturar nada.

— É, só assim pra vocês aprenderem alguma coisa, passando mal depois de eu dizer o contrário do que fizeram.

— Então era só não ter comprado bebida pra elas — ironizou Bebê, sussurrando pra mim. Eu concordei.

— Se resolve com ele, não comigo! — Mônica voltou com uma coxinha e deu na mão da Catarina, e aí eu percebi que havia uma outra garota falando com ela. Ou melhor, brigando.

— Você é uma vaca! Quem você pensa que é?! — Ela apontava o dedo no rosto da Mônica, agressivamente, enquanto ela tentava se afastar.

Mais essa agora.

Bernardo suspirou ficou entre as duas. — O que aconteceu?

Apesar da diferença de altura, a menina não pareceu intimidada. — Essa vagabunda ficou com o meu namorado!

— Ele não disse que namorava! — gritou Mônica, atrás do Bebê e segurando seu braço.

— E você não viu a aliança enorme no dedo dele?! Toma vergonha na sua cara!

— Ele não estava de aliança, sua monga. Se eu tivesse visto alguma aliança não tinha nem chegado perto!

— Você acha mesmo que eu vou cair nesse papinho...? — E ela tentou avançar, mas Bebê se moveu junto com ela, a impedindo de chegar perto de Mônica.

— Olha só, ela tá dizendo que ele não estava de aliança. A única trouxa aqui é você que acredita no que o seu namorado diz. É óbvio que ele tirou a aliança pra ficar com as garotas daqui. Ou você realmente acha isso impossível?

A menina travou o maxilar, furiosa, porém, não respondeu nada. Logo se afastou e saiu em direção a saída. Bernardo se virou para Mônica com uma cara “agora fala se isso é verdade”.

— É sério! Ele não estava de anel nenhum! — Mônica protestou.

Bebê voltou para perto de mim e da Ana. — Podemos ir agora?

— Sim, podemos — respondeu Ana, cansada.

— Tchau pra vocês. — Bernardo acenou brevemente e se afastou, e eu fiz o mesmo enquanto Ana se despedia de cada uma.

Saímos para a rua e meus ouvidos agradeceram. Era incrível como a música mal era ouvida dali de fora. Bernardo chamou um táxi pelo celular e eu observei a rua, que não estava vazia, mas também não estava lotada de gente. Tinham diversas casas de festa e baladas por ali, então provavelmente nunca ficasse totalmente vazio.

— Em dez minutos o cara chega — disse Bebê, guardando o celular no bolso. — Silêncio, que maravilha.

— É o que eu estava pensando. Que horas são?

— Uma e vinte e cinco.

— Achei que era mais tarde.

— Eu também. Esses caras devem fazer alguma magia pra que a gente perca a noção do tempo dentro desses negócios.

— Não duvido. — Dei risada.

Vimos Ana saindo e vindo em nossa direção. — Acho que eu nunca mais quero vir num lugar desse.

— Aprendeu rápido, que bom. — Bebê deu alguns tapinhas no topo da cabeça dela. — E mesmo que quisesse voltar, nós dois estaríamos fora disso.

Ana riu. — Eu sei. Desculpa por ter feito vocês virem comigo, eu poderia ter passado por isso sozinha.

— Até parece que o pai ia deixar você vir sozinha. Nem que tivesse trinta anos — brinquei e ela riu mais.

Um táxi parou na calçada e achamos que era o nosso, mas algumas pessoas saíram dele e fizemos uma cara de decepção. Observei o pequeno grupo, enquanto pagavam a corrida e eu achei um dos meninos parecido com alguém que eu conhecia e, quase ao mesmo tempo, ele olhou para trás, em minha direção. Abrimos um sorriso ao mesmo e corremos para nos abraçar.

— Bru, eu não acredito! — Mateus me levantou do chão no abraço. — Caramba, que coincidência!

— Nem fala! O que você tá fazendo aqui?! — E nos soltamos, olhando um para o outro como se não acreditássemos naquilo.

— Eu vim no aniversário de um amigo que vai rolar aqui. — Apontou para a balada que saímos. — E você?

— Eu vim acompanhar minha irmã no aniversário da amiga dela e...

— Que azar o seu, hein? — Bebê se aproximou, brincando, e eles riram, dando as mãos em um cumprimento.

— E aí, Bernardo. — Mateus sorriu e voltou a me olhar. — Mas agora que eu percebi, você tirou seus cabelos pra lavar.

Demorei uns segundos para entender do que ele estava falando, e aí eu ri. — Ah, besta! É, eu cortei. Agora está até grande, na verdade, eu tinha cortado mais curto do que isso.

— Nossa, corajosa, gostei. Caramba... Isso é tão irônico.

— Por quê?

— Era para o Yan estar aqui também. — Meu coração deu uma vacilada ao ouvir aquele nome. — Ele não quis vir porque estava morto de cansaço. Mas também era capaz de, se ele tivesse vindo, não encontrarmos você.

Gente... por pouco eu não encontrava o Yan aqui... Ai, Deus, por quê? Eu não sei se isso seria maravilhoso ou não...

— Ele tá trabalhando muito, né? O Gabriel me contou.

— É. Nós estudamos de manhã, ele vai pra casa, almoça e vai trabalhar. Só volta umas oito ou nove horas da noite.

— Nossa, deve ser cansativo...

— Ele já acostumou, até gosta de trabalhar lá. Você tem conversado com o Gabs?

— Eu o encontrei uma vez antes das férias, na biblioteca.

— Entendi... Ele está bem? Nós conversamos bastante por mensagem, mas não é a mesma coisa que pessoalmente.

— Sim, apesar que eu acho que ele ainda sente muito a falta de vocês. Eu tinha pensado que se pudesse, faria qualquer coisa pra que vocês ficassem juntos de novo, só pra ele ficar mais feliz.

Mateus deu um sorriso compreensivo. — É. Também sentíamos a falta dele.

Outro táxi parou atrás daquele que já estava estacionado e o motorista olhou em nossa direção, perguntando sobre o Bernardo, que ergueu a mão.

— Bom, nossa carona chegou. Foi bom te ver, Mateus. — Bebê tocou seu ombro e foi em direção ao carro, sendo seguido por Ana.

— Foi bom ver vocês também... Queria ficar aqui um tempão conversando com você.

— Eu também queria. Por que você chegou tão tarde?

Ele riu. — É, culpa minha. Acho que vamos nos ver outro dia.

— Vamos?

— Vai, Bruna! — Ana berrou. — Eu quero dormir!

Mateus deu risada. — É, vamos nos ver por aí. Tchau, Bru.

— Tchau. — Demos um abraço apertado e rápido, e eu entrei no carro.

— Quem era esse menino? — indagou Ana, curiosamente.

— Ele era da nossa escola — respondi, com um sentimento de nostalgia grande. — Ele saiu ano passado.

— Ele era o melhor amigo do menino que a Bru gostava — falou Bebê, sem se virar no banco da frente, evitando meu olhar de quem poderia socá-lo.

Ana parecia com sono demais pra fazer alguma piadinha. — Ele era bonitinho.

Essa fez ele rir. — E ele namorou com a melhor amiga da sua irmã.

— Ah...

Não demorou muito para que chegássemos, e eu dei o dinheiro da corrida. Bernardo entrou com a gente e encontramos nossos pais na sala. Meu pai ficou aliviado em nos ver inteiras, e depois nos liberou para ir dormir. O Bebê já era tão de casa que já tinha um espaço no nosso guarda-roupa com algumas peças e pijama, então todos nós nos trocamos e fomos deitar. Ele ficou com a cama reserva, mas como sempre, preferiu se espremer comigo na minha.

— Agora você tá aí imaginando como teria sido se o Yan tivesse ido, né?

— Não. Ainda não... Foi legal encontrar o Mateus lá. Bem inesperado.

— Realmente.

Fechei os olhos e tentei imaginar a minha reação, se Yan tivesse ido também. Será que seria igual com Mateus? Um abraço apertado e conversas? Ou será que nos beijaríamos? Duvido muito... Também não seria bom, porque eu ficaria com aquilo na cabeça...

Me deixei dormir esperando sonhar com ele.


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Notas finais do capítulo

Belo desfecho para uma baladjênha xD

Até mais o/



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