San Peter: A Escola dos Mimimis Amorosos (Vol.2) escrita por Biax


Capítulo 74
150. Balada!


Notas iniciais do capítulo

Olá, pessoinhas!

Hoje a Bruna vai ficar de cabelos em pé shauhus

Boa leitura!



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Lá estava eu, me arrumando para um lugar que eu não achei que iria tão cedo. Uma balada. Resolvi colocar um vestido de mangas médias, saia rodada e tênis. Ana também optou por tênis depois que eu fiquei vinte minutos dizendo que ela ficaria com vontade de jogar os sapatos de salto no meio da rua de tanta dor nos pés, caso usasse eles, então ela me ouviu.

Eu apenas passei rímel, não estava afim de ficar com a sensação de cara maquiada a noite toda, já Ana quis fazer tudo, base, pó, delineador, blush e batom.

— Nossa, pra quê isso? — Bebê perguntou ao entrar no nosso quarto, achando um exagero a maquiagem da menina.

— É uma festa, pô, preciso ficar arrumada.

— Ainda acho que é exagero.

— Isso porque você não viu o salto que ela queria usar — comentei, sentada no sofá esperando a bonita acabar de se ajeitar. Eu já estava pronta. Bernardo negou com a cabeça e veio se sentar ao meu lado. Ele estava todo de preto, como sempre. Calça preta, camiseta preta, jaqueta preta e tênis pretos. — Vai num enterro?

— Sim. E você? — Ignorei, voltando a encarar a parede. — E aí, pretende ficar com alguém lá? — cochichou na minha orelha.

— Vai nessa.

— Ué, nunca se sabe, vai que você acha alguém interessante.

— Eu não quero pegar germes bucais, estou muito bem.

— E se você encontrasse o Yan lá? Ia querer pegar uns germes dele, não ia?

— Uma coisa não tem comparação com a outra. E as chances dele estar lá são zero. Não trocarei saliva com ninguém.

Ele deu risada. — Ok, tá certo.

— E você? Vai pegar alguém?

— Claro que não. Sou um homem fiel.

— Você comentou com o Carlos onde vai hoje?

— Sim, e ele se lamentou por mim.

Acabei rindo. — Ele não tem cara de quem gosta desse tipo de lugar.

— E não gosta. Ele é do tipo que prefere um show de rock.

— É, parece mesmo... Preparado para receber vários olhares das menininhas?

— Eu sempre estou. É só ignorar. Ou melhor. A forma mais efetiva é ficar agarrado com você.

— Disso não posso discordar. — Dei risada.

— É o nosso plano. Se alguém começar a nos olhar muito, grudamos um no outro, combinado?

— Tá bom, combinado.

— Vocês dois já parecem um casal, não vai fazer muita diferença. — Ana riu, ajeitando o cabelo. — Tô pronta! Daqui a pouco a Catarina chega... — falou, olhando o celular. — Ela tá vindo! — Pegou sua bolsa, enfiou o celular e a carteira e saiu do quarto.

Suspirei. — Vamos. — Também peguei uma bolsa pequena e coloquei o celular e meu documento, e descemos.

Meu pai estava perto da porta, falando alguma coisa com a Ana, e assim que chegamos perto, ele estendeu algo pra mim, que eu vi ser dinheiro.

— É para emergências. Tem cem reais aí. Quando vocês chegarem aqui, toquem a campainha que eu desço pra pagar o táxi.

— Okay. — Guardei o dinheiro na bolsa, e segundos depois, a campainha tocou. Ana deu um beijo na nossa mãe e depois em nosso pai, e saiu correndo para fora.

— Fica de olho nela. — Meu pai beijou meu rosto, em seguida da mamãe. — Tomem cuidado.

— Pode deixar, pai. — Fomos para fora e eu tranquei o portão, vendo a van parada na frente de casa.

Paramos na porta, vendo as adolescentes falando alto, se ajeitando nos lugares para caber todo mundo. Então, de repente, elas pararam de falar e nos encararam, ou melhor, encararam Bernardo.

— Essa é a minha irmã Bruna, e esse é o Bernardo, nosso vizinho — apresentou Ana. — Essa é a Catarina, a Elizabete, a Mônica, a Geovana e a Laís. — Foi apontando para cada uma delas. — Vem, entra logo.

Entrei primeiro, ficando no banco da frente, atrás do banco do motorista, onde estava o pai da Catarina que cumprimentamos rapidamente, e Bebê ficou ao meu lado. Uma das meninas do banco de trás fechou a porta e o carro começou a andar, sem o falatório de antes.

— Nossa, o que vocês fizeram? Eu queria aprender esse segredo — comentou o pai da aniversariante para nós.

— O quê? — perguntei, confusa.

— Fazer essas meninas ficarem em silêncio.

— Elas ficaram com vergonha por causa do Bebê! — Ana deu risada, atrás de nós. — Não precisam parar de falar, ele fala tanta besteira quanto nós.

— Eu não mordo — disse Bebê, segurando pra não rir.

— Olha o cabelo dele — cochichou uma das meninas, encantada. Mesmo com a música tocando no rádio, deu pra ouvi-la falando.

— Quer saber meu segredo? — Ele virou para trás, apoiando o braço no encosto do banco, e as meninas afirmaram. — Eu lavo com sabonete.

— Só pode ser brincadeira — disse Catarina, desacreditada.

— Não é, hoje eu lavei com sabonete. O shampoo tinha acabado.

Aquilo foi o suficiente para retomar as conversas, e o mais engraçado é que Bebê voltou para frente e não falou mais nada. Uns vinte minutos depois, chegamos no tal lugar, que estava cheio de gente na calçada. O pai da Catarina nos deixou lá, dizendo que era só ligar quando quiséssemos ir embora.

A aniversariante foi a primeira a seguir para a balada, e nós seguimos atrás. Pelo menos não tinha fila e não precisava pagar, pelo menos não até as nove da noite. A música eletrônica lá dentro vibrava as paredes, o ambiente estava escuro e gelado, e as pessoas dançavam em grupos ou em volta de mesinhas altas e redondas, segurando seus copos de bebida.

Catarina seguiu na frente, mas parou, olhando ao redor, procurando algo.

— O que foi? — Ana questionou.

— Eu reservei uma mesa, mas não sei qual. Todas estão ocupadas.

— Tem que perguntar pra alguém, ué.

— Tá, fiquem aqui que eu vou ver se acho alguém. — E ela sumiu entre dois grupos.

— Que legal... — resmungou Bernardo, colocando a mão na minha cintura.

— Que foi? Já começou os olhares?

— Já. Eu até gosto de ser olhado, mas tem umas pessoas que te olham parecendo que querem te comer... Bom, não que não seja o caso, mas você entendeu — acrescentou, com um sorrisinho malicioso, me fazendo revirar os olhos rindo.

— Infelizmente entendi.

— É, Bubu, acabou que sou eu que estou acabando com a sua inocência, aos poucos.

— Cala boca. — Ele riu alto.

Um pouco depois, Catarina voltou com um cara que devia ter uns dois metros de altura e eles passaram por nós, se aproximando de uma das mesas à nossa esquerda. As meninas os seguiram e nós dois fomos atrás. O cara começou a falar com o grupo que ocupava a mesa, e de repente abaixou, pegando algo do chão, debaixo da mesa.

— Sério mesmo? Jogaram o aviso debaixo da mesa pra ninguém ver? — Ele perguntou, irritado.

— Não tinha nenhum aviso quando chegamos — defendeu-se um dos caras.

— É, vou fingir que acredito. Desocupem a mesa, por favor.

Alguns do grupo bufaram, outros fizeram cara de bunda e outros apenas saíram.

— Obrigada, moço — disse Catarina, assim que pegamos a mesa.

— Por nada. Se algum deles vier encher o saco, pode me avisar.

— Pode deixar. — O homem foi embora e ela deu um tapa na mesa. — Eu reservei essa porcaria, eu tenho o direito de ficar aqui.

— Que povo folgado, ainda jogaram o aviso no chão — exclamou Elizabete ou Geovana, eu não lembrava quem era quem.

— Pois é. Mas tá, agora podemos comemorar! Vamos pegar algumas bebidas, vocês querem alguma coisa?

— Eu vou junto — falou Ana e eu a segurei pelo braço.

— Nada de álcool, hein?

— Eu sei.

Acabou que todas as meninas foram junto com Catarina.

— É nessas horas que eu admiro os professores que aguentam adolescentes agitados. — Bebê apoiou os braços na mesa. — Eu não tenho essa capacidade.

Dei risada. — Então você já sabe que não vai ser professor.

— É. Depois que elas voltarem, podemos ir pedir umas batatas fritas e comer escondidos.

— Que maldade.

— Eu não tenho dinheiro pra pagar dez quilos de batata, e aqui deve ser tipo cinquenta reais cinco batatinhas.

— Eu não vou deixar essas meninas sozinhas, vai que acontece alguma coisa.

— Você não é responsável por elas, só pela Ana.

— Mas e se elas resolverem beber?

— Eu já falei, você não é responsável por elas. Se elas beberem, é problema delas e dos pais que deixaram elas virem num lugar que o que mais tem é gente bêbada. E mesmo assim você acha mesmo que elas vão ligar para o que você falar? Elas estão num lugar com música alta, é óbvio que vão querer beber alguma coisa. Adolescente é assim, precisa fazer algo idiota que todos os outros fazem pra se sentir dentro do grupo.

É, ele não estava errado. Duvido muito que essas meninas iam me ouvir dizer que não era pra elas beberem. Seria o mesmo que falar com a parede.

As meninas voltaram, algumas com uma latinha de refrigerante e outras com copos diferentes. Ana estava bebendo um refrigerante e me ofereceu um gole, que eu aceitei.

— O que elas pegaram? — perguntei em seu ouvido.

— Não sei, não ouvi, só sei que demorou um pouco pra fazer. Deve ser algum drink.

— Com álcool?

— Provavelmente.

— E como que deram um drink com álcool pra uma menina? Não pediram o documento?

— Foi a Laís que pediu, ela tem dezoito.

— Meu Deus...

— Bruna, desencana disso. — Bebê pegou a latinha da minha mão e deu um gole, e a devolveu a Ana. — Já falei pra você que não adianta falar nada.

— Tá, eu já entendi.

Observei as meninas começando a dançar ao lado da mesa, todas animadas com a música. Eu só esperava que elas não ficassem bêbadas, porque eu me sentiria mal, mesmo não sendo responsável por elas.

Tentei esquecer aquilo e, apesar de não gostar tanto assim de eletrônica, aproveitei para dançar. Incrivelmente Ana não ficou tanto com suas amigas, preferiu dançar comigo e Bebê por perto, sabe-se lá por quê. Era engraçado como não percebíamos o tempo passar dentro daquele lugar.

As meninas iam e vinham, dançavam, bebiam, sumiam de novo...

Eu já estava ficando com sono e mesmo não estando de sapato, os pés começaram a doer. Algumas pessoas esbarram no meu ombro, o que me deixava nervosa, e a cada coisinha que acontecia só me fazia querer ir embora logo. Apesar disso, Ana parecia se divertir dançando com o Bebê, então eu precisava fazer um esforço por ela.

Ao olhar para o grupo das meninas, do outro lado da mesa, notei que uma não estava ali e, procurando pelas proximidades, a vi... beijando um cara.

— Ah, não...

— Que foi? — Bernardo perguntou, sem parar de dançar.

— A menina tá ali beijando um cara que nem conhece.

— Não sei por que você tá aflita, é bem normal em lugares assim.

— Eu sei que é, mas não consigo achar normal.

— Ela não liga muito se conhece o menino ou não — comentou Ana. — E se for mais velho, melhor pra ela.

— Deus do céu...

— Vai, para de olhar ou vão achar que você tá com inveja. — Bebê riu e me virou. — Esquece elas e se concentra aqui.

— Tá, tá.

Parei de olhar para aqueles lados e ficamos ali, tentando imitar os passos um do outro. Até que não estava tão ruim assim.


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Notas finais do capítulo

Mais alguém aí é como a Bru? Fica aflita com essas coisas? kkk

Vocês têm alguma sugestão do que gostariam de ver por aqui?

Nos vemos semana que vem o/



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