San Peter: A Escola dos Mimimis Amorosos (Vol.2) escrita por Biax


Capítulo 69
145. Enfrentando + Aflições


Notas iniciais do capítulo

Oi, pessoas!

Desculpe o atraso, hoje eu tive muitas histórias pra escrever kkkk

Chegou o momento de saber o porquê a dona Lili está estranha e outras cositas más.

Boa leitura!



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Acordei no domingo sentindo um nervoso no estômago. Eu sabia que teria que “enfrentar” a Lili cedo ou tarde. De preferência cedo, para acabar logo com isso, por mais que eu estivesse morrendo de medo. É, todo mundo sabia que eu tinha medo de encarar os problemas de frente. Apesar de eu ter sentido que amadureci em certas coisas, em outras, como essa, ainda precisam de… coragem.

Para meu desespero, o dia começou a passar muito rápido. Quando menos percebi, já era sete horas da noite e eu estava sentada na cama, olhando para a porta aberta a cada cinco segundos, com as mãos geladas, apenas esperando a bonita chegar.

Eu quase ficava em choque toda vez que alguém passava no corredor. Até que, finalmente, ela passou, digitando algo no celular. Nem sequer parou para olhar para o meu quarto.

Esperei alguns segundos, para dar tempo dela entrar e largar as coisas no chão e levantei, respirando fundo. Fui para o corredor e entrei no quarto dela, parada perto da cama ainda com a mochila nas costas.

— Lili. — E ela deu um pulo de susto, se virando para mim. Achei melhor não esperar por algo, seria melhor se eu falasse tudo de uma vez o que eu estava pensando. — Até quando você vai continuar me ignorando? Eu nem sei o que diabos eu fiz de errado! Você simplesmente começa a falar menos comigo sem nem deixar claro o porquê.

Lili desligou a tela do celular e o jogou na cama. — Eu também não sei por que você ainda conversa comigo, eu não sou mais a sua melhor amiga.

— Como assim? Do que você tá falando?

— Ah, pelo amor, Bruna, você não me conta as coisas que acontecem, mas com certeza conta pro Bebê. Eu tento conversar com você sobre seu namoro com o James, mas você evita como se tivesse medo de que eu espalhasse pra escola.

— Mas eu sempre te contei tudo! De onde você tá tirando isso? Isso foi só porque eu disse que não tinha rolado nada na casa da vó do James?

— Não só isso, mas é sempre a mesma coisa. — Ela largou a mochila no chão. — Eu sempre te conto exatamente tudo o que acontece comigo e os rolos que eu tenho, eu sempre confiei em você pra isso, mas parece que você tem medo de me contar sobre o James.

— Eu não tenho medo e eu te conto tudo sim. Tudo o que o Bebê sabe, você sabe também, não tem essa de um sabe e o outro não. Eu conto tudo pra vocês dois.

— Então por que você fica brava toda vez que eu pergunto o que aconteceu? Parece que só conta algumas coisas por obrigação, e se for pra contar de má vontade eu nem quero saber.

— Mas não é de má vontade, eu conto porque quero contar. Eu só fico brava porque você insiste em saber de coisas que não aconteceram. Você sempre insinua que aconteceu alguma coisa entre nós, sendo que você conhece a gente tão bem quanto… sei lá, nós mesmos.

Ela encarou o chão, hesitante e se sentou na ponta da cama, mexendo com os dedos das mãos de forma pensativa.

— Eu… achei que você não queria mais me contar as coisas e eu fiquei com raiva, porque sempre te contei absolutamente tudo do que acontecia comigo. E várias vezes você e o Bebê saíam pra conversar... Não que eu estivesse com ciúmes dele, eu sei que vocês são ótimos amigos, tanto quanto... Enfim… Eu acho que exagerei… — disse, mais baixo.

Suspirei rapidamente e fui me sentar ao lado dela. — É, exagerou mesmo. Eu também sempre te contei tudo, e se eu não conto, é porque não aconteceu. E além do mais, nem tudo eu estou preparada pra contar. Eu não sou tão… aberta, eu não consigo falar tão bem sobre… certas intimidades quanto você. Eu preciso de um tempo pra pensar sobre o assunto.

Ela afirmou levemente com a cabeça. — Eu sei, eu sou uma idiota. Eu sei que você é reservada e tímida pra falar sobre essas coisas… Ao mesmo tempo que eu sei, eu também fico um pouco frustrada, sabe? Porque eu espero que você me conte esse tipo de coisa… Eu sei que preciso respeitar seu espaço, mas... não consigo deixar de me sentir assim.

Eu não sabia o que dizer. Em partes eu não estava errada.

— Olha... você sabe que eu te conto as coisas que acontecem e nunca deixaria de te contar, até porque eu gosto de ter uma opinião e... saber se eu sou doida ou não sobre certas coisas.

Lili suspirou. — Me desculpa, eu fui muito idiota.

— Tudo bem, dessa vez eu te desculpo. — Ela sorriu e nos abraçamos.

— Então... posso aproveitar e contar uma coisa?

— Lógico. — Nos afastamos. — O quê?

— Eu... Quer dizer... Eu e o Viktor conversamos e... achamos que seria legal se a gente voltasse a ficar... Sem namoro, pelo menos por enquanto.

— Ah, que legal! Fico feliz por vocês. Finalmente!

Ela riu. — E dessa vez meus pais sabem. Eles nos viram sentados abraçados no sofá e depois vieram me perguntar. Foi engraçado, mas eles ficaram felizes também. Falaram que sempre imaginaram o dia em que a gente “assumisse” o que sentíamos um pelo outro.

Sorri. — E o Alex?

— Ah, ele não entende essas coisas. Acho que pra ele, a gente sempre foi... sei lá, amigos. Ele fica feliz de qualquer jeito nos vendo juntos.

— É, com certeza.

***

Felizmente tudo se resolveu. Os meninos ficaram felizes quando nos viram conversando normalmente, mas não tocaram no assunto. Claro que Bebê quis saber dos detalhes quando ficamos sozinhos, mas até aí nada de anormal.

Abril começou com boas notas das provas. Tivemos um feriadinho na sexta-feira santa e a Páscoa no dia oito, no domingo. Até trocamos algumas barrinhas de chocolate para entrar na brincadeira. O mês passou tão rápido que logo veio o feriado de Tiradentes e Paixão de Cristo, que caíram no fim de semana. Junto de maio, começou o frio do meio de outono. Os uniformes de frio foram tirados do fundo do guarda-roupa por quase todos os alunos.

A escola não emendou com o feriado de primeiro de maio, então não conseguimos fazer nada a não ser pesquisas na biblioteca.

Lili e Viktor continuaram ficando e, apesar de ficarem até bastante tempo juntos, não falaram nada sobre namorar, igualmente Bebê e Carlos. Vendo os dois, eu diria que Carlos estava mais apaixonado do que Bebê, mas como eu conhecia bem meu amigo, sabia que era só o jeito dele e que ele também gostava do Carlos, só não sabia se o mesmo tanto.

Sempre que via eles ou a Lili e Viktor interagindo, me perguntava o porquê não era do mesmo jeito entre James e eu. Não tínhamos tido outros contatos iguais àqueles da casa de sua avó, não que eu estivesse reclamando, mas também não sentia necessidade. E era isso o que me deixava levemente pensativa.

Não tínhamos mudado. Em nenhum sentido. Era ótimo como sempre ficar ao lado dele, afinal, éramos melhores amigos, só que ao mesmo tempo era... estranho. Sabe quando você sente que alguma coisa não vai pra frente?

Em um fim de semana na casa da Lili, resolvi contar tudo aquilo que me intrigava, enquanto estávamos sentadas em sua cama, comendo pipoca.

— Sabe que... eu sinto a mesma coisa? — Ela comentou, deitando a cabeça no travesseiro. — Vocês são muito amigos, e eu acho que é isso que... não exatamente atrapalha, mas... deixa as coisas diferentes. Você sente que seus sentimentos por ele mudaram depois que começaram a namorar?

— Hm... não.

— Não diminuíram e nem aumentaram?

— Não.

— É... Eu tenho a impressão de que o James também se sente assim... Tipo, vocês nunca foram aquele casal que todo mundo vê que está apaixonado, sabe? Vocês sempre foram de boa, tranquilos. Na realidade, sempre foram assim antes mesmo de namorar. Sempre tiveram a mesma... energia, digamos assim.

Encarei o pote de pipoca quase vazio, pensativa. — O que... você acha disso? O que faria se fosse com você?

— Não sei, depende de como eu estivesse me sentindo... Se tivesse acontecendo comigo, provavelmente eu já estaria de saco cheio e daria logo um fim. Como você se sente com tudo isso? Tá de saco cheio do James?

— Não, de jeito nenhum. Eu gosto de ficar com ele, como sempre gostei. Parece que... nunca vai mudar, sabe? Que vai ser sempre assim, independente do que... formos.

— Então, ele sendo seu amigo ou seu namorado dá na mesma? É isso? Não que isso seja algo ruim.

— Eu... acho que sim.

— Olha... — Lili voltou a se sentar. — Eu acho que se você sente que isso não vai levar a lugar nenhum, então tá na hora de acabar.

Mordi o lábio, preocupada. — Mas e se tudo ficar estranho entre nós? Eu não quero perder nossa amizade.

— Vocês são amigos, Bru, e eu acho que é por isso que esse namoro não “sai do lugar”. E se continuar assim, com medo de que tudo dê errado, vocês só vão ficar cada vez mais frustrados, com medo de perder a amizade e no fim, podem acabar terminando por causa de alguma discussãozinha.

Esfreguei o rosto com as mãos, inquieta.

Eu realmente não queria que chegasse a esse ponto, mas também não queria arriscar perder James.

— E se eu falar com o Júlio? Tentar descobrir se o James também se sente assim?

— Bom, acho que não tenho nada a perder...

— Fica tranquila. Vou pedir pra ele chegar mais cedo amanhã pra gente conversar.

Não consegui dormir direito aquela noite. Me sentia aflita e temerosa. Não queria deixar o James triste, não queria que ficássemos distantes... Ai Deus...

De manhã, Lili mandou uma mensagem para Júlio perguntando se ele poderia chegar um pouco mais cedo na escola, pois precisava conversar. Ele disse que sim, poderia.

Voltamos para a escola de tarde e assim que Júlio chegou, Lili desceu sozinha para falar com ele. Eu fiquei me remoendo no quarto, com borboletas no estômago, querendo ficar ali para sempre e não saber de nada, não fazer nada. Era idiotice? Sim, com certeza.

Algum tempo depois, Lili entrou no quarto, com a mão no coração e respirando rápido.

— Meu Deus, eu preciso me exercitar mais — falou antes que eu tivesse um treco. — Subir as escadas correndo não é uma boa ideia.

— Quer me matar do coração, menina?!

— Desculpa. — Deu uma risadinha e veio se sentar na minha frente. — Bom, então... Parece que temos dois perdidos na situação.

— Como assim?

— Júlio me falou que o James comentou com ele que também pensa que esse rolo de vocês parece parado, e ele também tem medo de falar alguma coisa e acabar te magoando, porque também não quer perder sua amizade.

— Eita... E agora...?

— Agora, minha filha, você vai ter que juntar sua coragem e ir falar com ele de uma vez. O James é devagar, ainda mais do que você, e se for esperar ele tomar alguma atitude, vocês vão terminar lá em dois mil e vinte e ainda assim não vai ser ele que vai falar.

— Ai, Lili... — resmunguei baixo, morrendo de medo.

— É, eu sei. Infelizmente não posso fazer isso por vocês e também fazer por bilhetinho ou mensagem seria pior ainda.

— Até parece que eu terminaria por bilhete ou mensagem.

— Há quem faça isso. Olha, acho que você não precisa ter pressa. Sinceramente acho que nada vai mudar entre vocês. Pode até ser que fique um clima estranho, mas aí só depende de vocês agirem como sempre, que logo esse clima vai embora e tudo volta ao normal.

Afirmei.

Tudo bem, mas eu não falaria nada ainda. Acho que preciso de um tempo para formular o que preciso dizer...

Que situação...


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Notas finais do capítulo

E aí, o que vocês acham dessa situação?

Espero que tenham gostado! Até mais o/



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