San Peter: A Escola dos Mimimis Amorosos (Vol.2) escrita por Biax


Capítulo 68
144. Comportamento Estranho


Notas iniciais do capítulo

Oi, pessoas!

É, como estão vendo, as postagens ficarão de sábado mesmo. Espero que esteja bom para vocês :)

Boa leitura!



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Era semana de recuperação. Ficamos de boa em todas aulas, mas ao mesmo tempo era tedioso ficar dentro da sala de aula sem fazer nada.

Eu não sabia se era coisa da minha cabeça, mas tive a impressão de que a Lili estava conversando mais com o James do que comigo. Conversando do tipo, aqueles cochichos no meio da aula. Não, eu não estava com ciúmes, só que não era algo... normal.

Me peguei pensando nisso na sexta-feira, depois que os dois chegaram primeiro na sala e sentaram juntos. Eu não tinha problema nenhum em sentar com o Júlio, nós falávamos besteiras e ríamos em horas inapropriadas. O negócio estava tão estranho que até ele percebeu, e olha que é o Júlio.

— Até você está tomando um gelo dela? — Ele perguntou, baixinho, enquanto estávamos virados para frente justamente para os dois de trás não ouvir. — O que aconteceu?

— Eu não sei... Não aconteceu nada. Ela simplesmente foi falando mais com o James.

— Olha, pela minha experiência de longa data com a Lili, com certeza alguma coisa aconteceu. Todo mundo fala que eu sou devagar, mas pelo jeito você também é. — Deu risada.

Sorri, balançando a cabeça. — Eu realmente não sei... Eu sei que ela tem os tempos loucos dela, mas tenho medo de perguntar o que ela tem e... você sabe, acontecer algum desastre.

— E o James não sabe de nada?

— Até onde conversamos, não. Ele não comentou nada.

— Acho que ela não deve ter falado nada até pra ele. Porque acho que ele teria comentado com você pra tentar resolver a situação.

— Sim, também acho.

O fim da aula chegou. Arrumamos as coisas e saímos para almoçar. Comemos tranquilamente, como sempre, e Lili terminou primeiro.

— Eu preciso ir pra casa. Preciso começar a faxina de outono no meu quarto.

— Mas o certo não é faxina de primavera? — questionou Bebê.

— Cada um faz na época que quiser, ué. — Ela levantou com a sua bandeja. — Até segunda. — E saiu em direção ao balcão da cantina.

Trocamos olhares confusos e Bebê me encarou.

— Tá, o que está acontecendo?

— Como assim?

— Até o Papa deve ter percebido que vocês mal estão conversando.

— Eu não sei o que aconteceu, ela simplesmente foi parando de falar comigo.

— E você não sabe de nada? — Bebê se virou para James.

— Não. A Lili sempre falou abertamente sobre os problemas dela e já que ela não disse nada, não achei que fosse algo grave — respondeu ele, empurrando sua bandeja para apoiar os cotovelos na mesa. — Não que eu tenha entendido esse comportamento.

— Você sabe que vai ter que falar com ela, não sabe? — Bebê me perguntou. — Se continuar assim vocês nunca mais vão se falar e vai ficar por isso mesmo.

Senti um frio na barriga, com medo de que as coisas só piorassem.

— Quando foi a última vez que vocês conversaram direito? — Júlio indagou.

— Foi no domingo... — Eu não sabia se era uma boa ideia contar o que ela me contou, ainda mais com o Júlio aqui.

— E...? — Bernardo pressionou.

— Ela contou do fim de semana dela e eu contei do nosso. — Apontei para o James. — Só isso.

Bernardo se recostou na cadeira, pensativo. — Vocês não acham que a Lili pode estar com um pouco de ciúmes?

— De mim e da Bru? — James soou desacreditado. — Claro que não.

— E por qual outro motivo ela ficaria assim? Ela só pode estar se sentindo “deixada de lado” ou “trocada”.

— Mas isso não faz sentido, eu nunca deixei de conversar com ela, nunca a deixei de lado pra ficar com o James — protestei.

— E isso é verdade — disse James. — A gente não mudou com vocês. — Júlio concordou.

— É, eu realmente não sei. Só falando com ela pra saber.

Eu comecei a pensar em ir falar com ela, quando a vimos entrar no refeitório com sua mochila e ir direto para a porta do prédio dois.

— Agora só domingo a noite — falou James, dando uma apertadinha em meu ombro.

Depois daquela conversa que não chegou em lugar algum, levamos nossas bandejas e subimos. James e Júlio foram embora pouco depois e eu fiquei o resto do dia no quarto, pensando em todas as possibilidades possíveis.

Lili não era do tipo que teria ciúmes, ainda mais de nós que não mudamos nosso comportamento em nenhum momento.

Encontrei Bernardo no sábado, na hora do almoço. Pegamos nossa comida e escolhemos uma mesa.

— Não conseguiu pensar em nada? — Ele perguntou, começando a comer.

— Não, e olha que eu fiquei muito tempo pensando.

Bebê desviou o olhar brevemente para minha direita e eu me virei, vendo Carlos entrando e acenando para nós. Ele veio se juntar depois de pegar sua comida.

Só preciso dizer que foi muito fofo eles se olhando enquanto o moreno se sentava ao lado do Bebê.

— Que caras são essas? Alguém foi preso?

— Se alguém tivesse sido preso, a escola toda estaria sabendo, não acha? — retrucou Bebê.

— Não sei. Vai que é pra ser segredo.

— Ninguém foi preso.

— Menos mal, então. Vão fazer alguma coisa hoje?

— Nada planejado. Por quê?

— Eu queria ir no cinema, mas não tem graça ir sozinho. O Nathan tá ajudando uns professores com as notas e não vai conseguir se livrar tão cedo.

Tentei segurar um sorriso quando Bebê me olhou, talvez um pouco surpreso com o convite indireto.

— Por que vocês não vão? — incentivei. — Eu tenho algumas coisas pra fazer.

— Que coisas? — Bernardo quis saber, como se fosse meu pai.

— Coisas. O que tá passando de bom no cinema? — Me virei para Carlos, que segurou um riso.

— Não faço ideia. Vai ter que ser na sorte... Quer ir ou não? — Olhou para o Bebê.

Ambos se olharam e eu me segurei para não dar aqueles chiliques de menininha.

— Tá bom, eu vou. Que horas?

Para de se fazer de difícil, Bebê, todos sabem que você está louco pra ir!

— Podemos sair as duas horas?

— Tudo bem.

Continuamos comendo, e eu fiquei ouvindo os dois falando sobre filmes preferidos, comentando vez ou outra. Era bonitinho ver eles interagindo assim.

Depois de terminar, deixei eles lá e subi. Eu não tinha nada para fazer, então resolvi reorganizar meu guarda-roupas e as prateleiras de livros. Baguncei e arrumei tudo ouvindo música.

As moças da faxina vieram e eu esperei no corredor, comentando uma coisa ou outra com elas. Depois, agradeci e fiquei na cama lendo, até o momento em que o Bebê me mandou uma mensagem pedindo para eu descer. Rapidamente guardei o livro e fui me encontrar com ele, em uma mesa próximo ao meu dormitório.

— Como foi?

— Normal, eu acho. — Ele estava sentado no tampo da mesa.

— Como assim normal?!

— Bruna, o que “casais” fazem no cinema?

— Se beijam?

— Veem filmes. — Ele deu um peteleco na minha testa. — E se beijam também.

Acabei rindo. — Viu só, não estava completamente errada.

— Mas esqueceu o principal. Quem é que paga pra entrar numa sala de cinema e ficar só se beijando? É idiotice.

— Cada louco com a sua mania, ué. E aí, o que mais?

— Dividimos uma pipoca, uns chocolates, depois comemos um lanche da praça de alimentação e voltamos a pé.

— Por que a pé?

— Não sei, ele perguntou se eu me importava de voltar a pé e eu falei que não. Talvez fosse para ficarmos mais tempo conversando.

— Own, que fofo!

— Que fofo o quê, menina. Tudo é fofo pra você.

— E como eu vou descrever isso? É fofo sim, ele quis passar mais tempo com você. Quando vocês vão oficializar o namoro?

— Calma lá, apressadinha. Nem nos conhecemos tão bem assim, o test drive ainda tá acontecendo.

— Olha como você chama o negócio, meu Deus.

— Ué.

— Você nem me dá detalhes, credo.

— Eu não sei dar detalhes. O que você quer saber? Se ele ficou com gosto de manteiga na boca? Se ele lavou o cabelo antes de ir?

Dei um tapinha de leve na minha testa. — Deixa quieto, vai.

— Vocês meninas amam detalhes, nunca vi. Querem saber quantas vezes respiramos, quantas trocadas de olhares teve, ou quantas vezes brigamos pelo encosto de braço das poltronas.

— Não é esse tipo de detalhe que queremos saber. Quer dizer, também é, mas gostamos de saber tudo, o que você sentiu, o que fez...

— Aaah que tédio. — Jogou a cabeça para trás, fechando os olhos e fazendo um barulho de ronco.

— Seu chato! — Dei risada, o empurrando.

— Vocês também ficam falando todos os detalhes de tudo entre si?

— Basicamente, sim.

De repente, me toquei de uma coisa. Bebê pareceu notar.

— O que foi?

— No domingo... quando a Lili e eu estávamos conversando, ela estava me contando o que tinha acontecido com ela no fim de semana... Depois ela quis saber sobre a festa da vó do James...

— E?

— Ela pareceu irritada quando eu falei que não tinha acontecido nada.

— Como assim nada?

— Nada entre James e eu, sabe? Porque dormimos juntos e tal.

— Por que ela ficaria brava com isso? Ela te conhece tão bem quanto eu.

— Sim, eu sei... Eu parei pra pensar agora... Será que ela acha que eu não contei tudo? Que escondi alguma coisa?

— De novo, ela te conhece tão bem quanto eu. E além do mais, você é muito transparente, se tivesse acontecido alguma coisa você ia deixar isso óbvio ficando vermelha.

— Mas e se for isso?

— Acha mesmo que ela ficaria brava com algo idiota assim?

— Agora eu não duvido de mais nada...

— Bom, você só vai descobrir quando falar com ela amanhã.

Meu Deus, será que é isso?


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Notas finais do capítulo

E aí, acham que foi por isso que a dona Lili ficou estranha? Quero teorias.

Ps: Amo os momentos Berlos ou Carnardo xD Vocês criaram shipps?

Até mais o/



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