San Peter: A Escola dos Mimimis Amorosos (Vol.2) escrita por Biax


Capítulo 65
141. Festa na Chácara + Noite Juntos


Notas iniciais do capítulo

Oi, pessoinhas!

Ansiosos para essa festona da vó do James? Só sei que teremos fofuras!

Boa leitura!

Obs: Eu fiz (como sempre) a casa no TS para vocês verem como é. Só o basicão mesmo, não tinha espaço suficiente no terreno para fazer um quintalzão kkk E toda essa área da varanda é coberta.



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Quando chegamos na frente dos portões de madeira, James desceu do carro para abri-los. Entramos no quintal gramado muito grande e Marcos estacionou junto com outros carros que já estavam parados próximos ao muro da direita do terreno. A casa ficava bem no centro do espaço. Era grande e térrea.

Saímos, pegamos as coisas e a família foi na frente. Assim que chegamos na varanda de cimento queimado, conseguíamos ouvir a barulheira de conversas e risadas. Entramos em uma sala não muito grande, com os sofás de madeira e televisão à esquerda. Á direita, havia uma mureta separando a sala da cozinha, onde já haviam muitas pessoas que eu já reconheci. Olhando para o lado, tinha uma mesa grande de jantar com várias cadeiras e, seguindo reto, a cozinha em si.

Era simples e fofo. Haviam ladrilhos até metade da parede, com desenhos assimétricos com traços e pinturas turquesas e cinzas, combinando com a metade de cima da parede que era cinza clara. Os armários cor de mogno pegavam boa parte do fundo da cozinha cumprida. O que mais se destacava de diferente no espaço era um fogão de seis bocas verde-água, ao lado da porta que dava para a outra parte da varanda.

Cumprimentamos a família com beijos e abraços até chegar em Carmen, que estava na frente do fogão, cozinhando. Ela parecia muito feliz, provavelmente pela casa estar cheia. Quando me aproximei, ela me deu um abraço apertado.

— Fico feliz por você ter vindo. — Ela comentou, sorrindo.

— Eu também. Não poderia perder esse evento enorme. Ah, feliz aniversário!

— Obrigada.

James também a abraçou. — Parabéns, vó!

— Obrigada, meu bem.

— O presente tá com a minha mãe, cobra ela, viu?

Carmen riu. — Como se eu fosse fazer isso, menino. O seu quarto ainda está desocupado, melhor correr antes que alguém pegue.

James fez uma falsa cara de alarme e me puxou pela mão de volta para a sala. Bem ao lado da mureta, havia uma porta, que era o banheiro. Mais a frente uma outra porta...

Entramos no corredor com mais quatro portas, duas de cada lado, e James abriu a última da parede da esquerda. Entramos em um quarto com as paredes rosa-queimado. Tinha uma cama de casal na parede esquerda, e um gaveteiro debaixo da janela na parede da frente. Era bem aconchegante.

— Então esse é o seu quarto? Rosa? — Enchi o saco dele, o fazendo colocar a mão na cintura depois de deixar a mochila na cama.

— Que preconceito é esse? Não posso gostar de um quarto rosa?

Também deixei a mochila na cama. — Estou brincando, bocó... Vocês não disseram que tinham muitos quartos? Vai mesmo dar para todo mundo?

— Tem mais três quartos do outro lado da casa. — Apontou para sua esquerda. Dois deles com duas camas de solteiro cada, mas também tem colchões a mais, se precisar.

— Uau — falei, impressionada.

— Vem ver. — Fez sinal para eu o seguir, saindo do quarto. Ele continuou o corredor, saindo em outro. Notei que os corredores faziam uma forma de “T”. — Três quartos, um banheiro ali na segunda porta e tem um lavado no final do corredor. Essa parte aqui foi construída bem depois que a casa foi feita. A família cresceu muito e começou a não ter espaço pra todo mundo. — Sorriu. — Não que fosse tão ruim, era engraçado. Tínhamos que espremer os colchões no chão, tanto nos quartos como na sala. Teve vez que chegou a encher o chão da cozinha.

— Caramba. — Dei risada, imaginando a cena.

— Foi um ano novo... Acho que em dois mil e nove. Foi uma noite e tanto. Ninguém calava a boca. Eu fui conseguir dormir as sete da manhã.

— Nossa, acho que eu nunca dormi tão tarde assim em um ano novo.

— Fracote. — Começou a andar de volta para a cozinha.

— Ué, não tenho culpa se sempre é chato. Dá sono.

O papo não parava. Lúcia e Marcos ainda estavam conversando com as mochilas nas costas. Lucas passou por nós, provavelmente para ir guardar suas coisas. James segurou meus dedos e passamos pelo povo falador, saindo pela porta da cozinha. Saímos em outra varanda espaçosa.

Assim como na cozinha, do lado de fora também havia uma pia, na mesma posição, inclusive. Ao lado dela ficava a churrasqueira de tijolinhos vermelhos. Havia uma mureta baixa separando a varanda do quintal, onde era possível se sentar para aproveitar o tempo. Tinha uma mesa de piquenique mais ou menos perto da pia.

Tinha mais duas tias de James arrumando fitas e balões nas ripas do telhado. As cumprimentamos e começamos a ajudar na decoração. Um tempo depois, mais gente chegou e veio ajudar, trazendo mais itens de festa.

Só sei que conseguimos terminar de arrumar o lado de fora segundos antes de anunciarem o almoço. Eu estava faminta e com os dedos doendo, de tanto dar nó em bexigas. Lavamos as mãos na pia dali e entramos. O cheiro já estava bom da varanda, mas ele me deu um tapa quando entrei. O estômago tremia de vontade de comer.

Acho que estou ficando exagerada igual o Bebê...

Fizemos nossos pratos e comemos encolhidos na mesa de jantar com todo mundo, dando risada e participando cada vez de uma conversa diferente. Na hora de lavar a louça, eu me ofereci, mas todos falaram “imagina, fica tranquila”. Então ficamos encarregados de levar o som para fora e ir arrumando a fiação, para que ninguém tropeçasse.

Mais pessoas foram chegando. As três da tarde, tinha tanta gente que estava até me sentindo sufocada dentro da casa. Todo mundo queria ficar na cozinha, mas era impossível.

As quatro horas, ligaram a música e começaram a levar os lanches para a mesa da varanda, e só aí o povo decidiu ficar lá fora. A festa começou pra valer.

Claro que Lúcia e Marcos foram os primeiros a começar a dançar, sendo seguidos pelos outros, aos poucos. Até James me puxou também assim que começou uma música mais animada. Intercalávamos entre dançar, comer e beber refrigerante. E também posar para as fotos que um tio de James estava tirando com uma câmera que parecia ser muito cara.

Lá para as sete, cantamos parabéns. Carmen parecia uma criança feliz, batendo palmas e olhando para todos com aquele típico olhar de vó que ama todo mundo. Era fofo demais!

Distribuíram os pedaços de bolo com brigadeiros, cajuzinhos e beijinhos. Antes que eu conseguisse brincar com James dizendo para ele não abusar, um tio dele o fez, seguido de outra tia, o Lucas e mais outro primo.

As nove, já tinha gente descalça, cantando sertanejos clássicos com chapéu de caubói e latinhas de cerveja na mão.

— É a partir daqui que geralmente eu saio de perto — comentou James, sentado ao meu lado na mureta, vendo a cena.

— E o que você faz?

— Depende, se o sinal da televisão estiver funcionando, caço alguma coisa para assistir. Se não, fico conversando com alguém que também esteja cansado lá dentro. Vamos?

Concordei e levantamos. Entramos, já sentindo o barulho diminuir quando chegamos na sala. Pela primeira vez, notei que na parede da porta de entrada, haviam diversos porta-retratados, e cheguei perto para ver. Não precisei me esforçar muito para achar James criança, com seus cachinhos bagunçados desde sempre.

— Tem foto de todo mundo da família aqui. — James ficou ao meu lado, também observando as fotos. — Mas eu estou em quase todas as fotos, porque sou o neto preferido.

— Ah, tá bom! — Dei risada. — Parece mais que você é intrometido, isso sim. Olha lá, sempre botando a carona na frente dos outros.

— Claro que não, era sempre espontâneo. — Ele cruzou os braços, com ar de “eu estou certo”.

— Aham, claro... Olha a cara de quem aprontava todas.

— E que criança não apronta?

— Eu não aprontava.

— Então você não era uma criança normal, sinto lhe dizer.

— Até parece. — Lhe dei uma cotovelada no braço. Acabei dando um bocejo. — Tô ficando com sono.

— Vamos escovar os dentes, aí deitamos.

Pegamos nossas escovas de dentes e usamos o lavabo, fazendo caretas no espelho com a boca cheia de espuma. Expulsei James dali para fazer um xixi e depois ele fez o mesmo, enquanto eu voltava para o quarto.

Me troquei rapidinho, colocando meu pijama de shorts e camiseta de algodão. De repente, me toquei de que dormiríamos sozinhos naquele quarto.

Tudo bem, eu sabia que não ia acontecer nada. Ainda assim, o frio no estômago era inevitável. Mas... e se rolasse alguma coisa? Eu não fiz nada...

— Mas já? — James entrou, indo colocar sua bolsa em cima do gaveteiro. — Nem me esperou.

— Te esperou pra quê? — perguntei, confusa.

— Colocar o pijama, ué. — Começou a mexer na mochila. — Que falta de consideração.

— Vai cagar, menino.

— Não estou com vontade. — Puxou algumas roupas, voltando a deixar a mochila no chão. — Vira pra lá.

Cruzei os braços, sorrindo e ficando de frente para ele. — Vai se trocar no banheiro, folgado.

— Dá licença, esse é o meu quarto. — Fingiu estar bravo, largando o pijama na cama. — Então tá, fica aí. — Puxou a barra da camiseta e a tirou. Acabei desviando o olhar e ele riu. — Viu?

— Não vi nada.

Ele colocou a camiseta do pijama, tirou os tênis a calça jeans, colocando o shorts rapidamente e empurrando os sapatos para debaixo da cama. Dobrou as outras peças de roupa e as deixou junto das minhas, no gaveteiro. Ficou do outro lado da cama e me encarou.

— Prefere ficar desse lado?

— Hm... Acho que prefiro ficar desse aí. Vai que uma assombração entra e puxa o pé do primeiro que ver.

— Ah, que legal, bom saber que você pensa em mim. — Ele começou a rir, enquanto trocávamos de lado.

— Sinto muito, mas meus pés em primeiro lugar. — Me sentei na ponta do colchão.

— Tá bom, tá bom. Só vou encostar a porta. — James empurrou a porta um pouco, ainda deixando uma fresta de luz. Voltou, já deitando e se cobrindo. — Que foi? Quer que eu veja se tem bicho papão debaixo da cama?

— Tá engraçadinho hoje, hein?

— Eu sempre sou, mas sim, é o efeito que a família reunida dá em mim. É muito tio e tia do pavê reunidos no mesmo lugar. Vem, eu não vou te morder. — Deu um tapinha ao seu lado.

— Até porque você comeu o dia inteiro, não teria motivo para me morder. — Me arrastei para o seu lado, deitando também enquanto ele me cobria com a colcha, que cheirava a amaciante.

— Eu disse morder, não arrancar pedaço.

— Mesmo assim.

— Uma mordidinha não dói. — Puxou minha mão para cima. — Tá com frio? Sua mão tá gelada.

— Não. — Eu nem tinha percebido... É o nervoso.

James deitou de lado, segurando minha mão com as duas mãos dele. — Você tá nervosa, não tá?

Graças a Deus o quarto estava escuro o suficiente para ele não ver minha cara em chamas.

— Um pouco — sussurrei, dando de ombros.

— Você sabe que eu não vou fazer nada... Prefere que eu fique afastado?

— Claro que não.

Ele riu, baixinho. — Nunca se sabe. Não precisa ficar nervosa. Eu não faria nada, mesmo se estivéssemos sozinhos.

— Eu sei. É besteira minha.

— Hm... Quer me contar o que te incomoda? Assim eu evito fazer alguma coisa que você não goste.

— Não, nem é nada. É só... uma coisa que a Lili falou, acabou ficando na minha cabeça.

— Ai, lá vem, o que ela falou?

Senti as bochechas mais quentes, me sentindo muito idiota. — ... Ela quis falar sobre... sexo.

— É, imaginei. Mas por quê?

Acabei dando uma risada estranha. — Ela disse “vai que vocês pegam fogo” e que se sente no dever de me dar conselhos.

— Essa menina está cada vez mais sem noção. — James riu. — Mas, bom, se quiser falar sobre, tudo bem, se não, tudo bem também.

Olhei em seu rosto, levemente iluminado pela luz que vinha da sala. Eu tinha curiosidade sobre algumas coisas, mas também tinha vergonha de falar. Pelo menos eu sabia que James explicaria as coisas de uma forma mais... leve.

— ... Posso perguntar uma coisa?

— Claro.

— Você já... fez?


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Notas finais do capítulo

James ♥

Já viram o papo que vai rolar, né? kkk

Nossa, esse capítulo ficou maior do que o normal, só vi agora.

Enfim, espero que tenham gostado! Até mais o/



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