San Peter: A Escola dos Mimimis Amorosos (Vol.2) escrita por Biax


Capítulo 66
142. Dúvidas Inocentes


Notas iniciais do capítulo

Oi, pessoinhas!

Animados para a continuação da conversa? xD

Boa leitura!



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James demorou alguns segundos para responder, talvez pensando se falava ou não.

— Sim, já.

Parte de mim já esperava aquela resposta, já a outra ficou surpresa.

— Com a Erica...?

— Sim.

— Onde?

— Na casa dela. Uma tarde, os pais dela saíram para ir no mercado e ficamos sozinhos.

— E... como foi?

— Ah... sei lá, estranho e legal ao mesmo tempo. Foi meio apressado. Eu não queria que tivesse sido daquele jeito.

— Então você não queria fazer?

— Queria, mas eu não queria que acontecesse do jeito que aconteceu. A Erica queria fazer... Eu achava que ainda estava cedo, mas ela quis. Ainda acho que foi coisa das amigas dela.

— Como assim?

— Todas as amigas dela já tinham perdido a virgindade. Provavelmente rolou aquela pressão pra ela perder também, mas não tenho certeza absoluta disso.

— Mas quanto tempo vocês ficaram juntos?

— Seis meses... Engraçado que aconteceu bem no dia em que fizemos cinco meses de namoro.

— Você se arrepende de ter feito?

— Hm... não, mas poderia ter sido diferente, sem aquela pressa toda. Tudo bem que tivemos outras vezes, mas a primeira é a que fica, né.

— Vocês fizeram mais de uma vez...? — questionei, já surpresa de novo.

— Ué, Bru. — Ele começou a rir. — Por que o espanto?

Que droga, maldita inocência que me faz passar vergonha.

— ... Sei lá, não sei o que eu estava pensando...

— Eu entendo. A gente fica pensando tanto na primeira vez que não pensa no que vem depois. É normal.

— É... — cochichei, pensativa.

— Você não ficou chateada, ficou? — Ele pareceu preocupado.

— Não, não. Só estava pensando.

— No quê?

— Esse... foi um momento de hormônios à flor da pele? Como dizem alguns adultos.

— É, basicamente isso.

— Como é essa sensação? Eu não consigo imaginar.

— É difícil explicar. — Ele riu, um pouco envergonhado. — Hm, deixa eu ver... Bom, você sente calor. Quando tá beijando a pessoa. Você sente vontade de ficar praticamente colado com ela, sente... É difícil explicar de um jeito que não seja explícito, eu não quero acabar com a sua inocência assim. Quer dizer... você entendeu.

Acabei rindo. — Entendi, tudo bem.

— Resumindo, você sente vontade de ficar perto, de abraçar, beijar, tocar a pessoa.... Sente calor, vontade de tirar as roupas e... enfim. É isso.

Meu rosto devia estar tão vermelho quanto um tomate maduro, mas eu não conseguia não ficar me perguntando diversas coisas. Eu nunca senti nada disso. Vontade de beijar e abraçar alguém, sim, claro, mas não... desse jeito.

— Tem mais alguma dúvida? O que tá pensando?

Eu não sabia se devia falar. E se ele pensasse que eu não queria estar com ele?

— Você ficou preocupada com alguma coisa?

Tudo bem, era melhor eu ser sincera. Né?

— Você... já sentiu isso comigo?

— Isso o quê? — perguntou, cauteloso.

— Tudo isso o que você falou... Vontade de...

— Bru... Você acha que eu não tenho vontade de ficar com você? Ou...

— Não, não é isso. É que... eu não sinto essas coisas. Eu sinto vontade de ficar com você, de te abraçar e não soltar, de te beijar... mas o resto... Eu não sei se isso é normal. Todo mundo diz que adolescente só pensa em besteira.

James pareceu relaxar ao meu lado. Sorriu. — Claro que é normal, Bru. Cada um tem seu tempo, não é porque uma pessoa sente vontade de transar que você precisa sentir também.

Corei ainda mais com aquela palavra besta.

— Sério, não fica preocupada. Um relacionamento não depende de nada disso para funcionar, acredite em mim. Você vai sentir essas coisas no momento certo.

Assenti, mais tranquila. Certo, não sou anormal...

De repente, a porta foi escancarada e a luz acesa. Olhamos assustados para quem tinha aparecido.

— Ah, vocês estão aqui. — Lúcia disse aliviada, aparentemente alterada pela bebida. — Vocês sumiram!

— Mãe, deve fazer mais de meia hora que a gente veio deitar e você só percebeu agora? — James riu dela.

— Ué...

— Chega de beber, viu? Já tá com a cara vermelha.

Ela riu. — Seu pai tá dançando sozinho. Tá locão. A Luísa fez caipirinha.

— Então tá explicado o porquê ele tá locão. — James voltou a deitar a cabeça no travesseiro. — Boa noite, mãe.

— Boa noite, nenéns! — Lúcia apagou a luz e fechou a porta, sem muita delicadeza.

— Nossa, nunca vi sua mãe nesse estado — comentei rindo. — Não sabia que ela gostava de beber.

— Não é sempre que ela bebe assim, só quando tem festa desse tipo. É engraçado, até... Ainda bem que não estávamos fazendo nada, hein? — brincou.

— Realmente.

— Ela não ia rir daquele jeito se visse uma bundinha pelada.

Comecei a rir alto. — Que horror.

James também riu. — Quer que eu abra a porta? Para entrar luz?

— Não, tá bom assim. Tem luz suficiente da janela. — Me aconcheguei mais perto dele.

— Uhum. — James passou o braço por cima de mim, em um meio abraço. Deu um beijinho na minha testa.

Levantei o rosto e dei um beijo barulhento em sua boca. Ele sorriu.

Fechei os olhos com o rosto próximo do dele, sentindo sua respiração leve em minha bochecha. Me senti mais relaxada, mais à vontade por ter tido aquelas dúvidas respondidas. Era incrível como James tinha a habilidade de me acalmar, em qualquer situação, lugar ou assunto.

Tudo bem, era algo normal. Eu não preciso me preocupar em sentir essas coisas... Cada um tem seu tempo, certo? Mas... será que eu vou sentir algum dia? Será que eu vou saber quando acontecer? Ou vai ser algo que eu só vou perceber depois?

Por que essas coisas tinham que ser tão complicadas...

Acabei adormecendo, ainda com diversos pensamentos correndo em minha mente. Despertei com alguns barulhos de conversas, bem típicas de fim de semana com a casa cheia de gente. Sorri, me lembrando das vezes que passávamos a noite em algum parente e, na manhã seguinte, era impossível não acordar com o pessoal conversando e tomando café ao mesmo tempo. Era uma sensação nostálgica.

Abri os olhos, começando a sentir meu corpo e a forma que eu estava deitada. De lado, com James abraçado em mim. Dei uma leve virada apenas para ver como ele estava e acabei rindo, já que sua cabeça estava quase no meio das minhas costas e seus braços abraçavam minha barriga. Seu travesseiro nem estava mais na cama e eu percebi que o meu estava bem mais para cima do que de noite. Eu estava muito para cima e ele muito para baixo.

Tentei tirar seu braço de cima de mim sem acordá-lo, mas James o puxou, se virando de barriga para cima, resmungando alguma coisa. Era tão fofinho que dava vontade de agarrar igual um ursinho de pelúcia com os cabelos desgrenhados.

Me virei e meio que abracei sua cabeça. Ele se mexeu de novo, dessa vez ficando de lado e abraçou minha cintura de volta.

— Bom dia — sussurrou, sonolento, contra a minha blusa.

Dei uma risadinha. — Bom dia.

— Tá rindo do que a essa hora da madrugada...?

— De você, ué. Parece um leão com a juba bagunçada.

— Bom saber que eu sou engraçado. — Sorriu e levantou o rosto para me olhar. Então, fez um bico.

— Não, só depois que a gente escovar os dentes. — Tapei sua boca com a mão, e ele franziu o cenho, fingindo estar bravo.

— Agora! — Arrastou o corpo para cima e enfiou a cabeça na curva do meu ombro, me fazendo cócegas, enquanto eu me debatia e começava a gargalhar.

— Não! — Tentei me afastar, mas James me segurou no lugar.

Só uns segundos depois percebi que ele não estava mais apertando o nariz contra a minha pele, mas sim dando beijinhos no meu pescoço. Ainda não tinha conseguido relaxar o ombro, pois ainda sentia cócegas, mas comecei a sentir uns leves arrepios.

Relaxei o ombro, tentando aproveitar aquela sensação nova. James subiu com os beijos, passando por meu maxilar, bochecha e até que chegou em minha boca, dando um selinho e sorrindo.

— Consegui.

Demorei um tempinho para voltar a atenção. Notei que minhas bochechas estavam quentes e eu estava com uma sensação engraçada.

— Que foi? — James perguntou, parecendo hesitar.

Observei seu rosto e acabei parando em seus lábios, quase sentindo um impulso de me aproximar, mas também com vergonha de fazer alguma coisa.

Neguei com um aceno de cabeça e sorri. James também sorriu.

— Descabelada. — Se aproximou de novo e me beijou uma vez. Depois outra e mais uma, que virou um beijo mais demorado. Senti vontade de jogar meus braços em seus ombros, mas um toque na porta me congelou, me fazendo me afastar rapidamente, como se estivesse fazendo alguma coisa errada.

James riu baixinho da minha reação. — Entra.

A porta se abriu e Lúcia apareceu, segurando uma xícara vermelha com um coração bege desenhado. Ela não estava tão contente quanto a outra noite, na realidade, parecia cansada, como se não tivesse dormido o suficiente.

— Tá com ressaca, é? — James perguntou, se sentando enquanto puxava a coberta para as pernas e colo.

— Mais ou menos. — Ela encostou no batente e tomou um gole do que devia ser café. — Melhor vocês levantarem para tomar comer. Daqui a pouco o resto do povo vai chegar.

— Tá bom, já estamos indo. — Ela afirmou e voltou a fechar a porta. — Pode ir no banheiro primeiro — falou para mim.

— Você não tem que tomar sua insulina?

— Vou me trocar primeiro.

— Okay, já entendi, você quer que eu saia pra você se trocar — brinquei, levantando.

— Sim, eu tenho vergonha. — Deu risada.

— Aham, sei.

Peguei minha bolsinha e algumas peças de roupa, e saí para o corredor. Segui para o banheiro e tranquei a porta ao entrar. Fiz o que eu tinha que fazer, voltei ao quarto, já com James vestindo outras roupas e arrumamos a cama.

Depois, ele foi ao banheiro e tomou a insulina. Comemos salgadinhos de ontem com uma xícara de café com leite, junto com os familiares, na cozinha iluminada pelo sol. Estava um clima muito bom.

Única coisa que ajudamos foi levar as tigelas com as carnes para fora, arrumar as louças e ficar lá fora, enquanto mais parentes chegavam e eu era apresentada aos que eu não conhecia. Não sabia como, mas tinha ainda mais gente do que na festa de ontem.

O dia passou cheio de comilança e risadas. Pena que logo chegou ao fim.

Fomos um dos últimos grupos a ir embora. Passamos na casa do James antes de ir para a escola e eu agradeci pelo fim de semana. Fui para o meu quarto feliz e animada para a semana que viria.


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Notas finais do capítulo

Bru sendo Bru xD

O que acharam desse capítulo? Foi bem fofinho!

Espero que tenham gostado. Até mais o/



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