San Peter: A Escola dos Mimimis Amorosos (Vol.2) escrita por Biax


Capítulo 64
140. Reações Apaixonadas + Sem Fogo


Notas iniciais do capítulo

Oi, pessoinhas!

Já começaram a aproveitar o carnaval? Eu vou aproveitar do melhor jeito: fazendo vários nada kkk Mentira, vou tentar escrever bastante x)

Boa leitura!



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A primeira coisa que pensei assim que despertei foi as provas que teríamos a semana toda. Eu sabia que não teria problemas, como sempre, mas ainda assim dava aquele medo de esquecer tudo o que eu aprendi. Depois que me troquei, encontrei Lili e descemos, com aquele frio na barriga. Não comi muito no café, e como um escape da ansiedade, acabamos rindo quando Lili “deixou escapar” a novidade do Bebê.

Ele fez uma carranca para ela? Com certeza, mas depois ele acabou falando, e até que ficou sem graça. E como das outras vezes, disse que foi só um beijo, que não era para esperar a data do casamento.

Tivemos uma pequena folga na primeira aula, que era de biologia. Só tivemos prova na terceira aula, de português e depois só na quinta, matemática. Na educação física já estávamos mais relaxados e no almoço mais ainda.

Quando estava indo para a aula de escrita criativa, me lembrei do que poderia me aguardar. A história da Bia e do Nathan. O que será que rolou na sexta-feira? Eu estava ansiosa para saber como se fosse um capítulo de um livro que eu estava lendo.

Fiquei esperando em meu lugar de sempre, e pouco depois Bia chegou com um objeto que eu nunca tinha visto nela. Um par de óculos retangular e levemente arredondado, com uma armação preta.

— Eita, vai usar óculos agora? — comentei assim que ela se sentou na mesa ao lado.

— Pois é, mas nem é muita coisa. Só um grau e meio, para ver de longe. Ficou estranho?

— Não, até que combina com você.

Ela sorriu, um pouco tímida. — É difícil acostumar, me dá dor de cabeça.

— Quando pegou?

— Sexta à noite... — Então, como se lembrasse de algo, ficou corada. — Aconteceu uma coisa tão... Ah! — Deu um gritinho baixo, animada.

— Eu estou sabendo que acontece algo, só não sei o quê.

— Como?

— O Carlos falou ontem. Almoçamos juntos e ele comentou que o amigo tinha passado a sexta com a “musa” dele. — Dei uma risadinha.

— Musa — murmurou rindo, balançando a cabeça, como se conhecesse Carlos bem o bastante para saber que só ele a apelidaria assim.

— E aí? Tô curiosa!

Ela sorriu, deixando seus materiais em cima da mesa e se virou de frente para mim.

— Não foi nada “demais”. Como eu não sou fã de parques de diversão resolvi ficar na escola, e como teríamos as provas e eu também estou começando a pesquisar sobre o meu tcc, resolvi ir na biblioteca depois do almoço e encontrei ele lá em uma das mesas. Ele... me viu e disse que eu podia sentar junto com ele, e ele juntou alguns livros para me dar um espaço. Eu peguei uns livros, ficamos fazendo nossas atividades conversando, às vezes parávamos de escrever, só rindo e olhando um para o outro... Foi tão legal.

Sorri, feliz por ela estar tão radiante.

— Não precisa necessariamente acontecer grandes coisas para ser um dia bom, né?

— Sim, exato! Tem gente que não entende isso. Quando se está apaixonado, só estar do lado da pessoa, falando coisas nada a ver, é o suficiente para te fazer sonhar acordado de noite... — filosofou, com o pensamento longe. — Mas, bom, foi um dia muito bom. Ficamos até umas seis horas lá e eu só paramos porque eu tinha que ir buscar os óculos. A gente se despediu com um beijo no rosto, bem do ladinho da boca... — falou com um sorriso radiante.

Vê-la falar daquela forma era engraçado e, ao mesmo tempo, nostálgico de certa forma. Me lembrava o jeito que eu ficava com o Yan, quando não fazíamos nada demais e ainda assim, para mim, era a melhor coisa do mundo.

Fazia um tempo que eu não parava para lembrar dele. Parece que faz tanto tempo que o vi a última vez. Era como se fizessem anos, mas não, era apenas alguns meses.

— Eu sei como é isso. Entendo completamente o nervoso no estômago, a ansiedade quando você está perto dele, o medo de fazer alguma coisa errada...

— Você se sente assim com o James? — Bia apoiou o braço na mesa e a cabeça na mão, quase deitando o rosto.

Será que se eu falar que não, ela vai achar que eu...

— Oi, pessoal! — A professora entrou na sala a todo vapor. — Bora começar a escrever!

Sem hesitar, pegamos nossos materiais para começar a aula. Me esforcei para não pensar naquela pergunta de Bia e foquei no que a professora estava dizendo. Pelo menos não precisei me forçar a prestar atenção. A aula passou logo, depois fomos para a aula de fotografia, onde aprendemos sobre luz e sombra.

Tomamos café da tarde e como sempre, James, Bernardo e eu fomos para o ensaio depois, encontrando Mica e Bia já no anfiteatro. Ensaiamos normalmente, sem muitos erros e o tempo passou rápido. Logo estávamos jantando.

Yes, my darling — disse Lili, toda se achando, para Júlio, quando ele perguntou se ela tinha pego ketchup. — I let you get some. — Pegou seu copinho de molho e colocou na bandeja dele, enquanto ele revirava os olhos.

Thanks — resmungou, mal-humorado. — Chega, vai, cansei de falar em inglês. Minha língua tá até doendo.

— Ué, se você viajar para o exterior não vai ter folga de falar inglês.

— Só se você falar sozinho — comentou Bebê —, mas corre o risco de te acharem louco.

— Eu vou estudar algum idioma que não me deixe com a língua e a garganta doendo. — Júlio reclamou, mergulhando um pedaço de hambúrguer no ketchup.

— Provavelmente isso acontece com todas. É falta de costume isso aí — disse James, também roubando um pouco de molho com o garfo.

— Tá bom, já chega. — Lili pegou seu copinho de volta. — Se vocês querem ketchup vão pegar o de vocês.

— Credo. — Júlio fez uma cara rabugenta.

Acabamos rindo e James foi lá buscar mais molho para os dois dividirem. Um tempo depois que ficamos lá conversando, resolvemos subir. Lili entrou comigo no meu quarto, e eu estranhei que ela quisesse falar de alguma coisa, já que normalmente estava indo direto para o quarto para tomar banho e dormir.

Sentei na cama, encostando as costas na cabeceira e ela se sentou na minha frente.

— O James falou do aniversário da avó dele no fim de semana.

— Você ficou chateada que ele não chamou todo mundo?

— Claro que não. Eu fico é feliz que vocês dois tenham algum momento só para vocês, mesmo que seja na casa da avó, cheia de parentes.

Dei risada. — Hm. E aí?

Lili começou a brincar com as dobras do edredom, parecendo pensar no que dizer ou como dizer o que queria.

— Bom... Eu acho que chegou a hora... de conversarmos.

— Sobre...?

Ela me encarou com um sorriso travesso. — Séquissu — disse propositalmente errado.

— Ah, Lili, por favor, vai. — Eu não sabia se ria, revirava os olhos ou dava um tapa na testa. Ou os três juntos.

— O quê? Eu me sinto no dever de falar disso com você, sabe? Eu não sou sua mãe ou mesmo mais velha, mas sei lá, vai que eu tenho algo útil para falar.

— Eu acho que você está adiantada demais.

— Nunca é cedo demais para dar conselhos, principalmente sobre isso. Eu queria ter tido alguém para me falar algumas coisas, mas tive que aprender sozinha.

— Lili...

— Eu sei que você vai falar que não vai acontecer nada, mas quando chega a hora as coisas são bem diferentes do que a gente imagina. Eu sei que o James não faria nada sem que você quisesse, mas vai que vocês pegam fogo.

— A gente não vai pegar fogo — retruquei, começando a ficar impaciente. — Não vai acontecer nada, tá bom?

— Tá bom, tá bom. Mas você já sabe, se precisar falar de alguma coisa, eu estou aqui.

— Eu sei. Obrigada.

Ela sorriu, aparentemente contente, mesmo não tendo conseguindo chegar onde queria.

— Bom, vou capotar. Boa noite.

— Boa noite.

Lili saiu do quarto, fechando a porta trás de si. Fiquei no mesmo lugar, pensando sobre o assunto repentino que ela trouxe.

Primeiro, começo pensando sobre o fato de eu não sentir as mesmas coisas que eu sentia com Yan, e agora isso... Será que isso é normal? Às vezes ouvia minha irmã mais velha, Camila, dizendo que adolescentes eram bombas hormonais, que eles pensavam em poucas coisas e, uma das delas era sempre... besteira.

Eu nunca entendi por que ela falava isso e até hoje não entendo, sendo que ela falava que quando eu chegasse nessa fase, ia entender.

É melhor eu não ficar pensando nisso ou vou me preocupar à toa.

Resolvi levantar e ir tomar banho. Me deitei depois de deixar uma frestinha aberta da porta da varanda e me cobri.

A semana das provas passou devagar. Cada prova que fazíamos era um nervoso diferente, mas conseguimos sair ilesos. Ou quase. Estávamos mentalmente exaustos na sexta e agradecemos aos céus assim que bateu o sinal da última aula. Aliás, a escola toda parecia exausta, preparados para correr para casa e fazer qualquer coisa para relaxar a cabeça.

Lili e Júlio foram embora depois do café da tarde. Jantamos apenas James, Bebê e eu, já no refeitório meio vazio.

Antes de subirmos, James me avisou que seu pai nos buscaria as onze horas da manhã.

— Você vai ficar bem sem mim? — perguntei ao Bernardo, assim que paramos na frente do meu dormitório.

— Acho que sim. Pelo menos estarei vivo até domingo a noite. — Ele riu.

— Espero que esteja mesmo. Qualquer coisa me manda mensagem.

— Você também.

Demos um abraço apertado e eu subi. Arrumei rapidamente a mochila com as coisas para levar e fui tomar banho, um pouco nervosa.

Seria a primeira vez que eu iria a casa do James como namorada dele. Dava a impressão que todos me olhariam diferente. Ou era coisa da minha cabeça.

Demorei um tempo até pegar no sono, me revirando na cama algumas vezes. Consegui dormir depois das onze da noite e só acordei sozinha no outro dia, as dez. Me arrumei, meio ansiosa.

Deixa de ser besta, Bruna, todo mundo já te conhece e todo mundo já deve saber que estamos juntos. Não é nenhum segredo e não é como se eles estivessem com uma expectativa alta.

Uns minutos antes do combinado, tranquei meu quarto e desci com a mochila. Esperei James perto da entrada e logo ele veio.

— Preparada para passar umas vergonhas e um pouco de tédio? — Ele questionou rindo, segurando minha mão.

— Uau, que incentivo bom você me dá.

Ele riu. — Ninguém me dá um incentivo, você está no lucro.

Assinamos nossos nomes na secretaria e esperamos Marcos no portão da escola, que não demorou muito. Ele fez uma brincadeirinha que eu meio que já esperava, fingindo que não me conhecia apenas para seu filho me apresentar como namorada. Pelo menos Lúcia agiu como sempre, me dando um abraço apertado e um sorriso caloroso. Lucas também.

Não era difícil me sentir bem naquela casa. Era uma família incrível.

Ajudei a carregar o carro com compras e mochilas, fizemos um lanche rápido e pegamos a estrada. A casa de Carmen ficava a uns quarenta minutos dali e, pelo que eles falavam, era bem espaçosa, cheia de quartos que, talvez, desse para todo mundo.

Seguimos a viagem com música e conversas engraçadas, o que me fez me sentir ainda mais relaxada.


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Notas finais do capítulo

O que vocês acharam desse papo da Lili? sahush

Até semana que vem o/



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