San Peter: A Escola dos Mimimis Amorosos (Vol.2) escrita por Biax


Capítulo 63
139. Aparências Enganam


Notas iniciais do capítulo

Oi, xuxus!

O capítulo de hoje está muito fofo e divertido. Espero que gostem!

Boa leitura!



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Me sentei na mesa do refeitório com meu almoço. Bernardo sentou na cadeira da frente, com um prato cheio, dizendo estar morrendo de fome. Ele estava menos falante do que o normal, e eu considerei ser por causa da falta de alimentos em seu estômago.

Bebê deu uma garfada no arroz e feijão, enchendo a boca, comendo com gosto.

— Minhas pernas estão doloridas — reclamou. — Não sirvo mais para ficar andando por tanto tempo.

Sorri, o achando exagerado. — Uau, falou o idoso, né? Imagina quando for mais velho.

— Não quero nem imaginar...

— Você está melhor, pelo menos? De ontem.

— Sim, sim, estou. Foi muito vergonhoso vomitar naquele arbusto. O Carlos pareceu preocupado, mas depois ficou me enchendo o saco, rindo da minha cara.

Dei risada. — Ele tem muito cara de quem faz isso... Por falar nele, a Lili estava toda animadinha.

— Animadinha? Com ele? — Soou surpreso.

— Pois é. Eu também achei um pouco estranho. Ele não tem o estilo de meninos que ela costuma gostar. Mas ela falou que é justamente por ele ser diferente que achou ele... interessante.

— Essa é nova. — Sorriu, dando um gole de seu suco de maracujá. — Bem que eu estranhei ele ter se juntado com a gente ontem. Será que ele também abriu uma exceção?

— Como assim?

— Ele também não tem jeito de quem ia ficar com uma menina do jeito da Lili. Ele tem cara de quem gosta daquelas garotas roqueiras, que usam preto dos pés à cabeça e lápis de olho escuro.

— É, isso é verdade. Mas o amor não tem isso, né?

— Sim. Aparentemente eles se deram bem, estavam rindo, conversando e tudo mais. A Lili deixa muito na cara quando se interessa por alguém, é engraçado.

— Acho que ela deixa na cara justamente para mostrar que está interessada.

— Por falar no diabo...

Virei o rosto para ver para onde ele olhava, e vi Carlos e Nathan entrando no refeitório. Bebê e eu seguramos o riso e esperamos eles se juntarem conosco. Daquela vez, Nathan estava sem as papeladas dele, parecendo mais relaxado do que da última vez que comemos juntos.

Os dois nos cumprimentaram e sentaram ao lado esquerdo do Bebê.

— E aí, está melhor? — Carlos perguntou ao Bernardo.

— Sim, só as pernas que estão doendo de tanto andar.

— As minhas também. Só ele ficou a salvo desse problema — indicou o amigo com a cabeça.

— Por que você não foi? — questionei a Nathan e ele me olhou.

— Eu não sou chegado a parques, preferi adiantar algumas coisas que eu precisava fazer e estudar um pouco para as provas dessa semana.

— Aproveitou bem mesmo — comentou Carlos, sorrindo quase maliciosamente.

Nathan encarou sua comida, tentando não rir e começou a comer, ignorando aquele comentário.

Ué, como assim? Será que aconteceu algo com a Bia?

Como se lesse meus pensamentos, Carlos se curvou sobre a mesa, como se quisesse contar um segredo.

— Sim, ele ficou quase o dia todo com a musa dele — sussurrou, alto o bastante para que o outro ouvisse. — Não rolou nada físico, mas eu fiquei orgulhoso dele.

— Mereço — cochichou Nathan, negando com a cabeça, com os cantos dos lábios erguidos.

Ai, que fofo! Espero que a Bia comente comigo, agora quero saber tudo o que aconteceu!

Ficamos um bom tempo ali, comendo e conversando sobre outras coisas. De tarde, Bebê e eu fomos para a biblioteca para dar uma revisada em algumas matérias. Saímos pouco antes do jantar, comemos e cada um foi para o seu quarto. No domingo, acordei tarde, almoçamos e eu fiquei no meu quarto, estudando enquanto ouvia música.

No final da tarde, o celular tocou, indicando que uma mensagem havia chego. Dei uma olhada, vendo que era um SMS do Bernardo.

"Desce, rápido."

Estranhei e, apesar de estar com preguiça, larguei as coisas ali e saí do quarto. Quando desci a segunda leva de escada, vi Lili subindo.

— Tá indo onde? — Ela perguntou assim que nos abraçamos.

— O Bebê me chamou.

— Espera, vou com você.

Esperei ela deixar sua mochila no quarto e voltar, então descemos juntas. Achei Bernardo em uma das mesas de piquenique mais perto e fomos até lá. Me sentei ao seu lado, ele me olhou e, como Lili passou para o outro lado, a olhou enquanto ela se sentava de frente a ele.

— Ué... chegou agora?

— Cheguei sim. Está tudo bem?

— Sim, e você?

— Também.

— Por que me mandou mensagem? — perguntei a ele.

— Nada. — Deu de ombros. — Queria ficar aqui fora, só não queria ficar sozinho.

— Mesmo? — E ele afirmou.

Lili começou a falar do que tinha feito no fim de semana, até que Júlio chegou, também falamos e, por último, veio James, já na hora de jantar. Fomos comer, James ficou ao meu lado esquerdo e Bebê no direito.

Ele parecia um pouco inquieto depois que acabou sua refeição, segurando a cabeça na mão e tamborilando os dedos na mesa, então tive certeza que ele não queria apenas ficar lá fora.

Como só nós dois tínhamos acabado, juntei nossas louças e levantei, sem dizer nada, e dei uma cutucada nele. Sem precisar perguntar o que eu queria, me seguiu para a cantina, para deixar as bandejas e saímos para o jardim.

— E aí? O que você queria falar?

— Sabe, eu estou começando a me emocionar em como você está crescendo e deixou de ser tão bobinha.

O encarei, confusa. — Do que você está falando?

— Você percebeu que eu queria falar com você a sós. — Passou as costas do dedo indicador teatralmente debaixo do olho direito.

Revirei os olhos. — Vou falar igual a você. Desembucha, criatura.

Ele riu, se sentando no tampo de uma mesa próxima, e de repente, ficou sério.

— Eu acho que a Lili vai ficar brava comigo.

— Como assim?

O que ela tem a ver com o assunto? Por quê... Espera aí...

Bebê deu um sorriso grande e forçado, sem mostrar os dentes. — Eu beijei o Carlos.

Arregalei os olhos, ao mesmo tempo que tapava minha boca com as mãos, completamente chocada.

— Espera, o quê? Como?! Assim, do nada?

Ele jogou os cabelos para trás, parecendo um pouco perdido.

— Basicamente sim, foi do nada.

— Bebê! Conta logo isso direito!

— Eu... — Abriu a boca e a fechou, gesticulando com as mãos. Coçou a testa, fazendo uma careta confusa. — É difícil, eu ainda estou tentando processar o que aconteceu.

— Eu sou uma pessoa paciente. — Cruzei os dedos na frente do corpo, esperando.

— Foi assim... Eu estava no meu quarto e ele bateu na porta. Eu fui abrir, estranhando, é claro, me perguntando por que diabos ele estava ali. Daí ele perguntou se eu poderia me emprestar um CD de uma banda que falamos sobre no parque e eu falei "empresto, mas você vai ter que cuidar com a sua própria vida" indo até a prateleira acima da mesinha. Ele respondeu que ia, eu peguei o CD e abri, para mostrar que a capa também era um folheto que tinha as letras das músicas e sei lá mais o quê. Quando entreguei para ele, percebi que ele estava me encarando o tempo todo, aí ele pegou e agradeceu com um sorrisinho meio debochado. Daí ficamos nos olhando, sem saber o que fazer, e ele chegou perto. Eu não sabia o que ele ia fazer, mas como estava um clima meio... Sabe... Então a gente se beijou.

Fiquei ali, de boca aberta, tentando imaginar a cena.

— Paramos quando ouvimos conversas no corredor, ele agradeceu de novo e saiu do quarto. E eu estou sem saber o que pensar até agora.

Encarei meu amigo, sem saber o que dizer. Ainda estava muito surpresa para pensar.

— Não vai falar nada? Ficou pior do que eu?

— Eu acho... que... vocês combinam.

Ele deu uma risada meio nervosa. — Sério? Só isso?

— Ué, o que você quer que eu diga?

— O que eu vou fazer com a Lili? E se eu contar e ela querer decepar minha cabeça?

— Que exagero, Bebê. Ela não está apaixonada pelo Carlos. Pode ser que ela fique meio... sei lá, tristinha, mas com certeza ia esquecer rapidinho.

— Será? Eu não quero ser talarico.

Comecei a rir alto com a palavra que ele usou. — Meu Deus... Sim, eu tenho certeza. Mas... bom, pelo jeito, nem que isso não tivesse acontecido a Lili teria alguma chance com ele, né.

— Ué, ele pode ser bi.

— Você gosta de complicar as coisas, hein.

Ele deu de ombros, fazendo uma cara de "o que eu posso fazer?".

— Então... O que isso quer dizer? Vocês vão... ficar?

— Eu não sei, foi só um beijo. Vai que foi a mesma coisa que aconteceu com o Gabriel... que foi uma coisa do momento.

— Sei não, viu... Acho que agora estou entendendo o porquê ele ficou com a gente no parque. — Imitei seu típico sorriso malicioso e ele revirou os olhos.

— Achei vocês! — Lili berrou, nos fazendo pular de susto. — Já fizeram suas fofoquinhas? Posso ficar aqui?

Bebê e eu nos olhamos, e eu balancei a cabeça afirmativamente, como se o incentivasse a contar de uma vez.

— Lili... Tenho uma coisa para te contar — começou Bernardo e ela o encarou com toda atenção do mundo. Então, ele começou a contar a mesma história que contou para mim.

No final, ela ficou exatamente como eu, com os olhos arregalados e a boca aberta.

— Meu Deus... Bruna! — Ela se virou e agarrou a manga da minha camisa. — Será que finalmente o Bebê vai namorar alguém?!

— Você não tá chateada? — Bebê perguntou e ela o olhou de forma confusa. — A Bru disse que você estava de olho nele e...

— Ah, para, vai! — O interrompeu. — Era um interesse mínimo. Eu prefiro mil vezes ver ele do seu lado do que do meu! Gente, vocês combinam muito! Ainda mais por cauda dos cabelos grandes, é tipo yin e yang! Um loiro e um moreno, que coisa fofa!

Bernardo riu, cruzando os braços. — Só não se empolgue demais, foi só um beijo.

— Aham, a Bru e o James também deram só um beijo e olha como eles estão agora. — Deu risada, o cutucando com o cotovelo. — Aguardarei os próximos capítulos torcendo muito para o casal ficar juntinho!

Sorri, encarando Bebê com uma expressão de "eu falei". Ele relaxou os ombros e riu.

Eu também aguardarei os próximos capítulos, com muita expectativa.


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Notas finais do capítulo

Aaahh que amor, né? Eu sou a Lili shippando loucamente esses dois xD

Será que o Bebê vai desencalhar? -q

Gostaram?

Nos vemos semana que vem o/



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