San Peter: A Escola dos Mimimis Amorosos (Vol.2) escrita por Biax


Capítulo 51
127. Aulas Extracurriculares


Notas iniciais do capítulo

Oi, pessoinhas! Estamos de volta! ~yay

Finalmente o enem passou e podemos voltar ao ritmo normal. Sentiram saudades? Eu senti!

Vamos lá para mais um capítulo!

Boa leitura!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/746722/chapter/51

James não aguentou ficar lendo a noite toda, então foi dormir uns vinte minutos depois de mim. Passamos o domingo na praia, e depois das seis da tarde, voltamos para a escola. As aulas passaram rápido, seguindo o ritmo normal do ano.

Parte dos alunos estava ansiosa para as aulas extras, já que era a grande novidade.

Eu tinha anotado no horário as aulas que eu tinha escolhido, então as duas da tarde, enquanto James e Lili iam para a aula de espanhol, eu fui para a sala treze, onde aconteceriam as aulas de escrita criativa.

Entrei na sala timidamente, que já tinha alguns alunos, e vi uma cabeleira azul sentada na primeira carteira da fileira do meio. Aí reparei que naquela sala, as mesas eram individuais.

Bia, que rabiscava em seu caderno, levantou a cabeça e me viu, me dando um sorriso. Aproveitei e fui me sentar atrás dela.

— Que legal te ver aqui. — Ela se virou para trás. — Gosta de escrever também?

— Pra te falar a verdade, nunca escrevi nada que não fosse obrigatório da escola. Por isso quis ver como era essa aula.

— Entendi... Essa aqui é a Tiemi, minha amiga — falou indicando a garota japonesa sentada na carteira do lado, que tinha cabelos médios, escuros e ondulados.

Acenamos uma para a outra, até que outra menina se sentou na mesa atrás de Tiemi, ofegante.

— Onde você estava? — Bia perguntou a ela.

— Dormindo. Resolvi tirar um cochilo depois do almoço — disse a menina com cabelos louro médio, lisos e longos, até a cintura.

— Ah. — Bia riu. — Essa é a Amanda — disse a mim. — Essa é a Bruna, a menina que vai fazer a Rebeca. Ah, é, vocês não sabem, deixa quieto.

Amanda revirou os olhos. — Ai meu Deus, eu já falei que vou ler!

— Vai sim, talvez daqui uns vinte anos. — Tiemi começou a rir. — Não ri não que você não tem moral.

— Afe — reclamou, ainda rindo.

Olhei sem entender para elas.

— É que faz uns meses que eu terminei de escrever o livro e elas ainda não leram — explicou Bia. — Você já leu?

— Só o roteiro. Meu amigo está com o livro e estou esperando ele terminar.

— Tá vendo, até ela lê e vocês não. — Bia apontou o dedo para elas, falando bravo.

— Ué, se ela vai atuar tem que ler. — Tiemi deu de ombros.

— Não vem com essa desculpa não.

As duas riram sem se importar com a cara de brava de Bia, mas aí ela acabou rindo.

Pelo jeito ela era parecida com o Bebê. Falava brava, mas todo mundo sabia que ela estava brincando.

Mais alguns alunos chegaram, e vi a professora Beatriz entrando e fechando a porta.

— Que beleza! Quanta gente interessada em aprender mais sobre escrita. Gosto assim. — Ela disse indo para a mesa. — Eu não preciso me apresentar, né? Se alguém aqui não me conhece, por favor se retire. — Todos riram.

Me ajeitei na cadeira, virando de frente, assim como Bia.

— Então... O que é a escrita criativa? — Beatriz se sentou na ponta de sua mesa. — Basicamente, a escrita criativa foca nas técnicas que os escritores usam para elaborar seus textos, sejam contos, novelas, poesia, etc. Usando a literatura como exemplo, ela foca mais no texto já pronto, enquanto a escrita foca na construção do texto. Agora, vocês me respondam uma coisa. O que um escritor precisa ter?

— Papel e lápis? — Alguém sugeriu lá trás e alguns riram.

Beatriz sorriu. — Engraçadinho. Tudo bem, eu não especifiquei. O que um escritor precisa ter para começar a escrever, qualidades, motivações...

— Gostar de livros? — Tiemi respondeu.

— Também.

— Precisa ter vontade de criar — disse Bia.

— Principalmente, sim. — Olhou pela sala. — Bom, escritores precisam ter três coisas. Talento ou inclinação para escrever, técnica para ter um trabalho de qualidade e principalmente, precisa de trabalho, disciplina e esforço. Um complementa o outro. Não adianta você ter técnica, mas não ter inclinação para escrever, ou não ter disciplina. E também não adianta ter talento e não ter técnica, afinal, fazendo direito que você atrai leitores, que costumam ser bem críticos.

Via a cabeça azul de Bia concordando levemente com tudo o que a professora dizia.

— Primeiro de tudo, vocês precisam ter em mente o que gostam. Romances? Poesias? Roteiros? Tudo o que tiver para ser trabalhado? É isso. Nós vamos entrar em todos os tipos de textos, assim, quem não sabe o que gosta, pode descobrir, e quem já sabe o que gosta, terá a oportunidade de trabalhar em áreas que nunca trabalhou antes.

— Ai que legal — sussurrou Bia.

— Também vamos trabalhar com diversos gêneros... Romance, drama, tragédia, terror... Tudo o que tiver para sermos criativos. E não adianta vocês virem me falar “ah, mas professora, eu não sei escrever terror”. Não precisam ficar preocupados, todos vocês vão testar se sabem ou não trabalhar com algum gênero. Uma das melhores coisas que podemos fazer é sair da nossa zona de conforto. Escrever coisas que não estamos acostumados ativa nossa criatividade.

— Eu nunca escrevi terror... — cochichou Bia rapidamente virando para mim. — Tenho medo. — Eu só ri.

— E, tocando nesse assunto, eu já digo. Com certeza vocês vão pensar em desistir por achar que não vão conseguir, mas olha só. Para escrever, precisa persistência, tentar duas, três, quatro vezes, até ficar do seu agrado. Precisa ser autocrítico e exigente. Precisa ter repertório e criatividade. Não é fácil escrever, mas é muito gratificante. Vamos aprender ao longo das aulas sobre todos os aspectos da escrita.

A professora continuou falando e perguntando uma coisa ou outra. Fiquei tão entretida que me assustei quando o sinal tocou.

— Por acaso você vai fazer a aula de fotografia? — Bia me perguntou.

— Vou sim. Vocês vão?

— Vamos. Será na sala sete, é a professora Beatriz que dá a aula.

— Ah, legal!

Lá fomos nós para a sala sete, no primeiro andar. Era a sala de artes. Bia e Tiemi foram para a quadra, pois escolheram vôlei. Eu e Amanda entramos rapidamente para pegar os lugares na frente, e vi James e Bebê entrando.

— Parece que já fomos trocados. — Bebê comentou passando por mim.

Virei para trás. — Nossa, quanto drama.

Ele se sentou na mesa atrás de mim e James do lado dele. Logo a professora chegou.

— Oi, povinho! — A professora Eduarda entrou na sala. — Bem-vindos à aula de fotografia. Se vocês pensam que já vão pegar as câmeras, podem tirar o cavalinho da chuva! — Sorriu, toda feliz ao ouvir o coro de “Ah”. — Pois é, não é tão simples assim. Temos que aprender algumas coisinhas antes.

— Poxa, achei que já ia sair tirando foto de tudo. — Bebê cochichou.

— Então... Antes de pegar as câmeras, vamos saber de umas coisinhas. Vocês sabem que eu não sou de ficar passando textos e textos. Eu prefiro ensinar junto com a prática, porque assim a informação fixa melhor na mente. Vou só explicar um pouco a história da fotografia, um resumão mesmo, para vocês saberem como a coisa evoluiu aos poucos, e a cada aula vou explicar alguns tópicos, técnicas, e etc, como abertura de diafragma, velocidade de obturador, ISOs, profundidade, tipos de fotografias e afins. E ao mesmo tempo, vocês pegarão as câmeras para praticar ao mesmo tempo em que eu ensino. Difícil?

— Não! — Todos falaram juntos.

— Ótimo. Podemos começar, então. A palavra fotografia vem do grego “fós”, que quer dizer luz, e “grafis” que quer dizer pincel, ou seja, “desenhar com a luz”...

Ela foi explicando como a fotografia surgiu e como foi evoluindo, e novamente fiquei totalmente concentrada na aula, que passou bem rápido.

Saímos da sala sem pressa.

— Não vejo a hora de tirar fotos — disse James ao meu lado. — Vou tirar muitas fotos de vocês bobeando.

— Só para pegar umas caretas, né? Seu malvado. — Dei risada.

— Não sou malvado, é por uma boa causa.

— É, uma causa nobre chamada encheção de saco e zoação. — Bebê falou.

— Até ele já sabe, tá vendo.

— Claro, até porque eu já estava planejando fazer o mesmo com vocês.

James colocou a mão no peito, fingindo surpresa, nos fazendo rir. Seguimos para o refeitório, encontrando a Lili no caminho.

— Bru. — Lili chamou. — Você não tem noção.

— O que foi?

— Tem um professor novo dando as aulas de línguas. E que professor. — Abanou a mão no rosto, brincando.

— Ela e metade da sala de espanhol ficaram babando nesse professor — comentou James, revirando os olhos.

— O cara é lindo, tem uma voz maravilhosa, sabe inglês, espanhol, francês, alemão e um pouco de japonês. Ele é quase a perfeição. — Lili exclamou, ignorando James.

— Eita, fiquei curiosa agora.

— Uma pena que você não vai fazer nenhuma língua, mas quando der eu te mostro. Quer dizer, não que precise mostrar, ele chama atenção por si só. Aposto que até o Bebê vai babar nele na aula de francês.

Bernardo lançou um olhar atravessado a ela, sem dizer nada, e nós rimos.

Chegamos, pegamos nossa comida e pegamos uma mesa. Júlio veio se juntar a nós poucos minutos depois.

— Vocês já começaram a jogar? — Lili perguntou quando ele se sentou na mesa, pois estava vestindo o uniforme de ginástica.

— Sim, ué, a aula não é de vôlei?

Ela fez uma carranca. — Não, sua besta, eu perguntei porque em todas as aulas que tivemos só teve conversa.

— Ah... Não teria muito o que conversar. — Deu de ombros, dando uma bela mordida em seu sanduiche.

— Até tem, poderiam ter falado da história do vôlei — disse James. — É sempre assim que começa.

— Cruz credo. É aula de esporte, não de discurso.

Lili fez uma careta e voltou sua atenção a sua comida. Eu ri, vendo que esses dois nunca mudariam.

Tomamos nosso café tranquilamente, e minutos antes das cinco, eu, James e Bebê fomos para o auditório para o primeiro dia de ensaio da peça.

Lili e Júlio iriam para a aula de inglês as seis horas, e por isso não poderiam ficar conosco no teatro.

Eu estava ansiosa quando passamos pela porta e descemos as escadas.

Seria a primeira vez que começaria a ensaiar sem Yan, infelizmente.

Mas não tinha outro jeito. Eu tinha que focar no presente.

Apesar disso, estava feliz pela peça da vez. Seria algo diferente e, pelo jeito, com muito humor.

Tirei meu roteiro da mochila e dei mais uma lida no primeiro capítulo, tentando decorar mais algumas falas antes das professoras chegarem.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Aaaah essas aulas, hein? Será que teremos coisas boas pela frente?

Espero que tenham gostado!

Nos vemos semana que vem o/



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "San Peter: A Escola dos Mimimis Amorosos (Vol.2)" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.