San Peter: A Escola dos Mimimis Amorosos (Vol.2) escrita por Biax


Capítulo 42
118. Perdão


Notas iniciais do capítulo

Oii, xuxus! Como vão?

Bom, acho que já devem suspeitar sobre o que acontecerá hoje, né?

Boa leitura!



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— Será que... o Mateus e o Yan sabem disso?

— Provavelmente... Não ouviu o que o Mateus tinha dito? Sobre “ouvir os pecados dos cidadãos”?

— Ouvi, mas... Eu não sabia que tinha algo por trás.

— Pois é.

— E você nem pensa em ouvir o que ele tem para dizer? — Me sentei reta, de frente para ele.

Bebê me olhou, considerando. — Parte de mim, sim, porque sou curioso e queria muito saber quais as desculpas dele. Mas a outra parte, não, porque a raiva é grande.

Olhei para as minhas mãos em meu colo. Comecei a cutucar minhas cutículas sem perceber.

Deve ter sido difícil... Mas eu realmente queria que eles conseguissem se resolver...

— O que essa cabecinha tá matutando? — Bernardo se inclinou, apoiando o cotovelo na perna e me encarando de perto.

— ... Você não acha que seria melhor se vocês conversassem...?

— Pra quê? Não faz diferença o que ele vai dizer.

— E como você sabe? Talvez ele...

— Por que você tá defendendo ele? Como uma boa amiga seu papel é tomar a minha raiva — disse como se fosse óbvio.

— Eu não tô defendendo ele. Eu só acho que seria melhor se vocês se resolvessem. Não estou dizendo pra voltarem a ser amigos nem nada. Eu queria que... você não tivesse tantas memórias ruins, eu queria conseguir fazer elas sumirem de alguma forma. — Soltei sem pensar, o que não fez muito sentido.

Bernardo analisou meu rosto e deu um pequeno sorriso. — Eu não te mereço mesmo.

— Para. — Revirei os olhos. — Eu tô falando sério.

— E eu também. — O encarei de forma séria e ele sorriu. — Por que você acha que eu deveria ouvir o que ele tem a dizer? — perguntou com o tom de voz mais suave.

— Porque... é bem provável que ele tenha se arrependido. E não acho que ele tentaria falar com você se não estivesse... Ele vai ficar longe dos dois melhores amigos... acho que ele quer tentar resolver tudo o que tem para resolver.

— Ah, claro. Ele vai perder os dois melhores amigos. Agora ele está sentindo o que eu senti. A culpa deve ter batido forte, depois de tanto tempo.

Suspirei, sem saber mais o que falar.

Ele segurou minhas mãos de repente, e o olhei. — Você acha mesmo que eu devo ouvir ele?

— Acho... Seria um problema a menos para você, não seria?

— Não sei. E se eu fizer isso e tiver mais problemas?

— Não acho que teria.

Bebê soltou uma lufada de ar pela boca, olhando para cima. — Tá.

— Tá? Você vai...

— Vou, vou ouvir o que ele tem a dizer. Tá feliz? — Me encarou.

Abri um sorriso. — Sim, eu tô. Então... posso ir procurar ele?

Ele fez um bico. — Pode — falou com má vontade e eu ri.

Levantei, animada, mas ele me segurou.

— É para você ficar aqui, ouviu? Depois.

— Ficar aqui e ouvir ele falando?

— É.

— Mas...

— Nada de “mas”. Você me fez concordar em ouvir ele, agora você me agrada de alguma forma.

— Tá bom, tá bom. — E ele me soltou. — Já venho!

Saí andando rápido de volta para as quadras. Entrei no ginásio e procurei pelo grupo, que logo achei. Então fui até lá.

— Bru...! — Mateus me viu primeiro e todos me olharam.

— Cadê o Bernardo? — Lili perguntou.

— É... — Olhei todos eles e por último, Gabriel. — Eu preciso que você venha comigo. — Segurei seu braço, tentando não dar tempo de fazerem mais perguntas.

— Por quê? — Gabriel ficou alarmado.

De relance, vi Mateus e Yan trocando um olhar surpreso, e eu só puxei Gabriel dali.

— Bru...?

— O Bebê quer conversar com você.

— O quê? Ele... É sério?

— Sim, bem sério.

Fomos para a parte das quadras de novo, e Gabriel parou de andar, segurando meu pulso de leve. Paramos de andar e eu o olhei.

— Então ele te contou o que eu fiz?

— Sim...

Ele fez uma cara triste e me soltou. — Você deve achar que eu sou um babaca...

— Não, eu não acho isso... — Tentei falar compreensivamente. — Eu não sei o que aconteceu com você, mas... como o próprio Bernardo falou... as pessoas mudam.

Gabriel deu um pequeno sorriso tristonho. — Eu fui muito idiota.

— Olha... acho que essa é a hora para você se desculpar.

— E você acha que ele vai aceitar minhas desculpas?

— Não sei, acho que... vai depender de como você vai falar. Mas em todo caso, não custa tentar.

— É... tem razão.

Dei um sorriso incentivador e continuei andando. Ele me seguiu e saímos para o jardim. Já vimos Bebê sentado na mesma mesa, de costas para nós.

— Acho que vou vomitar — sussurrou Gabriel.

— Por quê?

— Nervoso.

Sorri. — Segura aí. Eu não vou deixar ele te bater ou algo do tipo.

— Você vai ficar lá?

— Sim, mas porque ele pediu... Você se importa?

— Não, não... Tudo bem, já que você sabe.

Concordei e chegamos. Me sentei na ponta do banco onde Bernardo estava, e Gabriel deu a volta, sentando no banco da frente.

Bebê me lançou um olhar carrancudo antes de olhar o outro, apontando o dedo indicador para cima. — Eu só aceitei te ouvir por causa dela.

Gabriel afirmou, parecendo realmente nervoso. — Eu sei...

— ... Então vai, comece a falar.

Gabriel me olhou rapidamente e deixou os braços acima da mesa, e cruzou os dedos. Parecia pensar no que falar ou em como falar.

Suspirou. — Eu não sabia como agir. Eu fiquei confuso, com raiva, triste... Eu não sabia o que sentir.

— E você preferiu me ignorar do que explicar?

— Sim. — O olhou diretamente. — Eu nunca fui de encarar meus problemas. Foi tão repentino... Eu quis fugir daquilo, e quando percebi, já era tarde demais para falar alguma coisa e achei melhor continuar do jeito que ficou.

Bernardo fez uma cara de “já imaginei que fosse isso”.

— No começo, eu me senti... traído, não só por você como por mim mesmo. Eu já estava triste por você ter que ir embora, e aí você... me beijou e eu retribuí. Foi como se eu tivesse agido porque você agiu, não necessariamente porque eu queria fazer aquilo, e também todo aquela tristeza se misturou, a saudade que eu sabia que ia sentir depois... E eu ainda duvidei da minha sexualidade depois... Eu nem dormi aquela noite, de tanto que eu pensei naquilo e eu não cheguei a lugar algum.

Caramba... Eu sinto como se não devesse estar ouvindo isso. Parece tão... íntimo.

— Tudo bem, eu não devia ter te beijado, eu agi por impulso, mas claro que eu fiquei com raiva de você.

— E eu não tiro sua razão. Olhando agora eu poderia ter agido completamente diferente, mas também não poderia exigir isso de mim, na época. Tínhamos o quê? Treze anos?

— Eu tinha doze.

— É, enfim... você sempre foi mais maduro do que eu, mesmo sendo mais novo.

— Nisso eu concordo.

Ele deu um sorriso rápido. — Eu... não vou pedir pra voltarmos a sermos amigos, eu só quero que você me desculpe pelas burradas que uma criança fez. Eu queria esquecer que essa parte das nossas vidas aconteceu, mesmo que tenha sido marcada de um jeito ruim.

Encarei Bebê, esperando que ele aceitasse as desculpas. Ele olhava seriamente para o outro.

— Você demorou pra formular isso, não é?

Gabriel apertou os lábios em um sorriso sem graça, confirmando e fazendo um leve dar de ombros. — Pelo jeito eu não mudei nada, né?

Bebê sorriu e negou com a cabeça. Então me olhou.

— Tá com essa cara de besta por quê?

— Eu tô feliz, ué.

Ele revirou os olhos. Gabriel riu e esticou o braço em minha direção e mexeu os dedos, como se pedisse minha mão.

Então deixei minha mão na dele, e a erguendo, deu um beijinho no dorso.

— Obrigado, Bru.

Eu sorri, me sentindo feliz. — Por nada.

— Tá, já chega. — Bebê puxou meu braço para ele.

— Ok, ok. — Gabriel riu e estendeu a mão para ele.

— Você não vai beijar a minha mão — resmungou Bernardo.

— Não, não vou, juro — falou com um sorriso no rosto.

Mesmo desconfiado, Bebê deu a mão a ele, e os dois trocaram um aperto rápido.

— Valeu por me ouvir. — Se soltaram e ele levantou.

Bernardo afirmou com um aceno de cabeça, e Gabriel saiu andando.

— Viu? Doeu? — questionei, tirando um sarro.

— Sim, doeu, sua manipuladora. — Me abraçou, me esmagando contra ele.

— Aaaai!

— Olha o que você me fez fazer.

— O que eu fiz? Te convencer a ouvir ele?

— Sim. Eu sempre imaginei o dia em que ele poderia tentar falar comigo, e não era nada parecido com o que aconteceu.

— E o que você imaginava?

— Que só seriam xingos e talvez, uns socos, dependendo do meu humor.

— Até parece. — Dei risada.

— Tá duvidando, é? — Segurou meus ombros e me afastou.

— Na verdade, não. — Fingi estar assustada.

Ele semicerrou os olhos. — Acho bom... Acho que podemos voltar para o baile. Já te mantive muito longe do seu par por hoje.

— Que bom que você pensa em mim. — Nos levantamos.

— Ah, não enche, vai. — Me abraçou pelos ombros, e deixei meu braço em suas costas, apoiado na cintura, e fomos em direção as quadras novamente.


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Notas finais do capítulo

Aaaah eles se resolveram! Tudo graças a Bru.

E aí, estão felizes que as coisas se resolveram entre eles? Vocês perdoaram o Gabriel pelo que ele fez? Eu perdoei, porque ele é um fofo e, apesar de ter demorado, quis pedir desculpas e tentar resolver.

Só sei que esse final dos dois foi bem fofo, assim como do Bebê com a Bru, mas aí já não é novidade, né? ahusahs Esses dois, viu (。・ω・。)ノ♥

Bom, espero que tenham gostado desse desfecho de problema!

Nos vemos na próxima semana o/



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