San Peter: A Escola dos Mimimis Amorosos (Vol.2) escrita por Biax


Capítulo 43
119. Até Mais


Notas iniciais do capítulo

Oi, xuxus! Como vão?

O capítulo de hoje tá pura bad, vão se preparando. Só no final que o ânimo melhora um pouco.

Boa leitura!



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Depois de todo aquele rolo, voltei ao meu par, Yan. Ficamos o resto da noite juntos, ora nos beijando, ora dançando ou conversando. Mal vimos o tempo passando, mas percebemos o ginásio ficando cada vez mais vazio. O baile acabaria a uma da manhã, e parecia que os alunos estavam respeitando o limite no horário sem precisar que algum adulto começasse a chutá-los para seus quartos.

— Bom, que horas você vai embora? — Yan perguntou, enquanto andávamos para o dormitório feminino.

— Amanhã, as quatro horas. E você?

— Amanhã também, as duas. Que droga, por que nossos pais não combinam os horários? — brincou. — Deveríamos ter combinado, né?

— Verdade, nem pensamos nisso.

— Pois é. — Paramos próximo da entrada e ele me deu um beijo rápido. — Eu estou morto, meus pés estão doendo, mas eu não queria que acabasse agora.

— Me sinto da mesma forma. — O abracei pela cintura. — Queria ficar lá até de manhã.

Yan depositou um beijo no topo da minha cabeça. — Até podemos ficar, é só não fazer barulho para ninguém nos pegar.

Dei risada. — No escuro mesmo?

— Usamos a luz do celular. — Deu de ombros.

Vimos Mateus e Lili se aproximando, parecendo exaustos.

— Eu poderia dormir aqui mesmo, de tão cansado. — Mateus falou.

— Pior que eu também. — Yan concordou sorrindo.

— Eu não, preciso do conforto da minha cama. — Lili riu. — E pensar que ainda vou ter que tirar a maquiagem... — resmungou.

— Não me lembra disso, vai — falei, já sentindo preguiça.

— Que bom que não precisamos fazer nada disso. — Mateus a apertou em um meio abraço. — É só se jogar na cama e apagar.

— Sorte de vocês... Melhor eu subir ou vou desmaiar aqui.

— Claro. — Eles deram um selinho. — Até amanhã.

— Até.

Olhei para Yan e passei a mão em seu cabelo, chamando sua atenção. Fiquei na ponta dos pés e o beijei, sentindo ele me erguendo do chão. Logo nos soltamos.

— Boa noite. Até amanhã — sussurrei.

— Boa noite e até. — Me deu um último selinho, me fazendo sorrir.

Lili e eu entramos de mãos dadas e subimos, cansadas demais para surtar como sempre. Cada uma foi para seu quarto, limpar a maquiagem e cair na cama.

Dormi tão pesado que mal senti Lili me balançando igual louca de manhã.

— Vai, levanta. Não quero perder o almoço também!

Assim que me lembrei que me restavam poucas horas com Yan, o sono sumiu. Levantei e corri para o banheiro e me troquei. Felizmente minhas malas já estavam prontas, já que fui arrumando um pouco por dia. Vesti a roupa que separei e guardei o pijama e o resto das coisas.

Descemos rápido e fomos para o refeitório, onde os meninos já estavam sentados nos esperando. Pegamos nossas comidas e ficamos na mesa que eles escolheram. Logo James veio, depois Júlio e Bebê.

De repente me lembrei que aquela era a nossa última refeição juntos e eu segurei a emoção.

Yan me encarou e segurou minha mão por baixo da mesa, ao meu lado. — O que foi?

— Essa é a nossa última refeição juntos — cochichei desanimada, mexendo o garfo no meu prato já vazio.

— É... verdade — sussurrou, observando a interação de todos. — Eu também estou triste... Também vou sentir falta disso.

É, para ele era pior. Eu ainda passarei por isso de novo, pois voltarei ano que vem, já ele não...

— Por que não podemos mudar as coisas? — Olhei em seu rosto.

— Também me pergunto isso. — Beijou minha têmpora.

Apesar do clima de despedida, todos conversavam de forma animada. Talvez tentando ter um bom momento antes de nos separarmos. O que era difícil para mim, eu até conseguia me distrair durante um tempo, mas o pensamento acabava voltando uma hora ou outra, e aí ficava triste de novo.

— Daqui a pouco eu vou ter que ir. — Yan disse. — Vem comigo pegar minhas coisas? — Afirmei e nos levantamos. — Vou pegar minhas malas — anunciou e o povo concordou.

Saímos de lá de mãos dadas e caminhamos devagar.

— Eu preciso te passar meu email. — Ele falou de repente, em um tom mais animado. — Assim podemos conversar nas férias.

— Verdade... Também preciso te passar o meu.

— Eu vou anotar o seu no celular e assim que chegar em casa, te adiciono no msn, tá?

— Tá bom. — Sorri.

Assim que chegamos, Yan subiu e eu fiquei lá, esperando. Um tempo depois ele voltou com uma mala e uma mochila e voltamos ao refeitório. Decidimos ficar um tempo no jardim, sozinhos, para aproveitar. Nenhum de nós sabia exatamente o que falar, era complicado.

Um tempo depois, Mateus e Gabriel passaram por ali, avisando que iriam pegar suas coisas e logo voltariam, para levar Yan no terminal.

Só trocamos beijos nesses últimos minutos, e assim que eles vieram, voltamos ao refeitório. Meus amigos tinham subido, de acordo com Gabriel.

Meu coração estava acelerado, mas não como eu gostaria. Meu peito doía, já que eu não veria mais Yan e nem Mateus.

Dei um abraço apertado em Gabriel, depois em Mateus, e os dois foram na frente para a secretaria. Nesse momento eu não conseguia mais segurar o choro. Eu já estava desabando no peito de Yan, o abraçando. Eu não queria soltá-lo.

Yan fungou e afastou seu rosto o suficiente para me olhar. — Olha... Eu nem sei o que dizer, mas... eu realmente espero e acredito que vamos nos ver de novo. Isso não é um adeus, é só um "até mais", tá? — Balancei a cabeça, sem conseguir falar. Minha garganta estava fechada. Nos abraçamos de novo. — Eu gosto muito de você.

— E-eu também gosto muito de você — gaguejei, com a voz tremida e fechei meus olhos com força. — Vou sentir muito a sua falta.

— Eu também vou sentir a sua... — Se afastou e nos beijamos. — Nos falamos mais tarde. — Deu um pequeno sorriso incentivador.

Concordei, e com um último beijo, nos despedimos. Observei ele pegando suas malas e indo para a secretaria, e antes de sair, olhou para trás, me lançando um sorriso tristonho.

Acenei, ele retribuiu e foi embora.

Mordi meu lábio, segurando mais ainda o choro. Senti mais lágrimas escorrendo pelo meu rosto e resolvi sair logo dali e voltar ao quarto. Assim que entrei, desabei na cama e me deixei chorar até os olhos secarem, até não ter mais lágrimas.

Estava deitada de bruços quando ouvi a porta abrindo e fechando. Meu colchão balançou com um peso sobre ele, e Lili deitou em minhas costas em um abraço.

— Daqui a pouco é você que vai nos deixar desamparados aqui. — Ela disse com a voz embargada.

Pareceu que o estoque de lágrimas encheu de repente ao ouvir o tom dela. Me virei para abraçá-la direito.

— Queria muito não precisar ir...

— Credo, eu odeio esse clima. — Ela riu, secando suas lágrimas no rosto e nos soltamos. — Mas eu tenho uma boa notícia.

— Qual?

— Nós três vamos levar você e o Bernardo pro terminal.

— Sério? — Abri um sorriso. — Como?

— Ué, vamos no carro do meu pai. É só apertar um pouquinho que cabe todo mundo.

— Ai meu Deus, aí que eu vou chorar na hora.

— Mas pelo menos vamos ficar juntos até o último segundo.

— Sim, o que é o melhor de tudo!

Nós rimos, e ela me ajudou a pegar as minhas coisas. Depois pegamos a mala dela e descemos, encontrando os meninos no refeitório. Todos nós iriamos para casa, então eles também estavam com suas mochilas. Assinamos nossos nomes na secretaria e esperamos o pai da Lili nos portões, o que não demorou muito. Nos esprememos no banco de trás e fomos para o terminal, conversando e dando risada.

Assim que chegamos, descemos, aliviados por esticar o corpo, e eu e Bebê nos despedimos do pai da Lili, que teve que ficar ali com o carro. James, Júlio e Lili foram conosco até a parte onde os ônibus de viagem ficavam e ficamos esperando o horário. Assim que o motorista e o fiscal deram o sinal, a fila se formou para entregar as passagens e entrar.

Começamos a trocar abraços apertados já cheio de saudade. Só Bebê que não estava chorando, mas eu sabia que ele estava tão triste quanto nós.

— Não esquece da webcam, hein! — Lili apontou o dedo para mim depois de nos soltarmos.

— Não vou, prometo. — Sorri enxugando minhas lágrimas.

— Façam uma boa viagem e não esqueçam de avisar quando chegarem em casa. — James falou.

— Pode deixar. — Bebê respondeu, segurando meu braço. — Vamos.

Acenei para eles andando para trás e eles retribuíram. Demos nossas passagens ao fiscal, que descartou um pedaço do papel e nos entregou o outro pedaço. Subimos, pegamos nossos lugares e vimos os três lá, esperando o ônibus partir. Assim que o motor ligou e começamos a nos mover, acenamos igual loucos, até eles saírem de vista.

Suspirei e me recostei no banco. Bernardo me olhou, compadecido da minha tristeza e segurou minha mão, cruzando nossos dedos.

Ficamos daquele jeito quase a viagem toda. Até tirei um cochilo, para tentar fugir dos pensamentos que insistiam em me atormentar. A todo instante eu me lembrava de que não veria Yan de novo, e toda vez isso fazia meu coração palpitar dolorido. Pelo menos poderíamos conversar pelo computador, o que já era maravilhoso.

Era só isso o que eu precisava fazer naquele dia. Chegar e ver se ele realmente me adicionou, e também avisar os meninos que chegamos bem.

Assim que o ônibus parou em sua vaga, todos começaram a recolher suas coisas e descer. Esperamos a muvuca passar e também saímos. Assim que desci, vi meus pais vindo em nossa direção. Nos abraçamos, pegamos nossas malas e fomos para o carro conversando. Logo que chegamos em casa, Bernardo foi para a casa dele e nós para a nossa.

Entrei, vendo o Batata andando em minha direção e veio me cumprimentar. Dei um abraço apertado e ele me deu algumas lambidas no rosto.

Ouvi alguém correndo no andar de cima, e logo Ana desceu, vindo pra cima de mim e se jogando. Por pouco não cai para trás.

— Finalmente você tá de volta! — Ela falou animada, me soltou e pegou minha mochila.

— Uma hora eu voltaria. — Sorri ao ver que ela estava bem, sem dramas dessa vez.

— Claro, né? A mãe até fez bolo de chocolate!

— Não era pra falar, Ana! — Minha mãe a repreendeu assim que entrou.

— Ops, esqueci. — Tapou a boca com as mãos. — Ela ia saber de qualquer jeito.

— É, mas na hora certa, cabeçuda. — Riu, indo para a cozinha.

Ana deu risada. — Desculpa!

Peguei a mala e a mochila da minha irmã e subi. Passei no banheiro, e depois deixei as coisas no sofá e fui ligar o computador, sentindo um frio no estômago. Ele demorou uma eternidade para ligar, e assim que terminou, me sentei e abri o ícone do msn.

Esperei mais um pouco, o programa abriu e digitei meu email e senha. Ele começou a logar, e eu ficava mais e mais impaciente.

A tela principal abriu, e algumas janelas pularam na tela, com mensagens dos meus amigos enquanto eu estivesse offline. Uma solicitação apareceu e meu coração disparou.

"dangeloyan@hotmail.com quer ser seu amigo"

Cliquei em "aceitar" e percebi que mais alguém surgiu na lista de contatos. Estava lá.

Cliquei no nome do Yan e a janela de conversa abriu. Olhei sua foto, que era dele fazendo uma careta e dei risada sozinha. A moldura laranja em volta da foto indicava que ele estava ausente.

Será que eu mando mensagem? Ou espero ele ficar online? Ai Deus, o que eu faço?

Antes que eu fizesse outra coisa, a moldura ficou verde e, de repente, na janela, apareceu uma notificação.

"Yan está digitando..."

Minhas mãos gelaram no mesmo segundo. Olhei fixamente para a janela, esperando. Eu só ouvia meu coração martelando.

O típico som do msn soou e a mensagem apareceu.

"Olha quem chegou em casa. Isso são horas, mocinha? :p"

Dei um gritinho interno e comecei a balançar as mãos, sem saber o que fazer para extravasar aquela alegria toda. Quando consegui controlar o surto, comecei a digitar.

"Ixe, tô atrasada? Desculpe! xD"

Ele já começou a digitar a resposta.

"Claro que sim, estou aqui esperando desde as sete"

Ai, ele estava esperando desde essa hora? Gente...

"Me perdoe, monsieur, não acontecerá novamente, juro 0:)"

"Ok, mademoiselle, está perdoada, mas só se me contar como foi sua viagem"

Ai, gente... Não tenho coração para isso!


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Notas finais do capítulo

Só quem era da época sentiu a nostalgia dessa última parte do MSN. A saudade é real.

Tristes por que o Yan foi embora? Eu também estou, mas olhando pelo lado bom, a Bru não perderá o contato com ele, pelo menos durante as férias.

O que será que as férias nos aguarda? Vocês têm sugestões sobre coisas que nossos queridos personagens podem fazer? Tô super aceitando ideias!

Enfim! Espero que tenham gostado (pelo menos um pouco).

Nos vemos no próximo o/



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