San Peter: A Escola dos Mimimis Amorosos (Vol.2) escrita por Biax


Capítulo 41
117. Rei e Rainha do Baile


Notas iniciais do capítulo

Oeee gente! Tudo certo?

Vocês lembram que há alguns (muitos) capítulos, eu disse que estava shippando um casal que vocês poderiam nem imaginar? Pois é, chegou a hora de saberem quem são kkk Não que isso signifique que eles vão ficar juntos, já adiantando xD

E saberemos mais sobre aquele momento de "estranheza" entre o Bebê e o Gabriel.

Enfim... boa leitura!



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Ficamos ali no mesmo lugar até as nove e meia. Não demorou para a mesma menina anunciar que a votação tinha acabado e eles estavam vendo os votos.

A música parou completamente e menina voltou para o alto com o microfone, junto dos três que pegaram os votos.

— Então, pessoal! Vimos todas as fichas e digamos que foi acirrado! Foi tipo, 50% dos votos para um casal, 40% para outro e o restante de casais variados. Mas chega de enrolação. Vamos ver quem será o rei e rainha desse baile!

O barulho de conversa aumentou uns segundos, até a menina pegar um envelope e abri-lo.

— Os ganhadores são... Bernardo e Micaela, do primeiro ano “D”!

Ao mesmo tempo que houveram gritos, palmas e assovios, olhei para Lili com os olhos arregalados e ela me olhou com a boca aberta.

Como assim o Bebê e a Mica são o casal mais famoso?

— Venham aqui! Vocês precisam pegar suas coroas! — A menina riu.

Olhei ao redor, tentando achar os dois, mas só os vi quando eles subiram a escada de mãos dadas e foram lá para cima.

O povo não parava de fazer barulho.

Bebê estava com uma cara de quem não entendia o que estava fazendo ali, já Mica estava toda sorridente e corada, mas ainda assim, surpresa com aquilo.

Os dois receberam suas coroas e a menina ficou ao lado deles.

— Querem falar algo para quem votou em vocês?

— Eu queria dizer que realmente não entendi o que eu tô fazendo aqui. — Bebê disse. — Se foi cinquenta por cento do povo que votou, então cinquenta por cento de vocês deve ser maluco. — Todo mundo deu risada. — Eu tô falando sério... — O microfone saiu de perto da boca dele e não ouvimos o resto.

— E você, rainha?

— Eu... também não sei o que tô fazendo aqui, mas agradeço pelos votos. — Deu um sorrisinho.

— Que menina mais fofa, gente! — Ouvi uma garota na minha frente dizendo.

— Bom, aproveitem seu momento de realeza que não tem nada de realeza! — A menina falou e teve mais risadas.

A música voltou ao normal e vi Bernardo lá em cima sem saber o que fazer.

Comecei a rir.

Gente... que loucura. Realmente não esperava por essa... Ah como eu vou encher o saco dele!

Ainda lá de cima, Bernardo parecia procurar alguém no meio da multidão, até que nossos olhares se encontraram.

Eu sorri diabolicamente, como se com o olhar dissesse “apenas me aguarde”.

Ele fez uma cara meio assustada, e Mica o puxou de lá.

Ouvi mais assovios, uns gritinhos, e quando vi, o rei e a rainha do baile estavam vindo em nossa direção.

— O que foi aquilo?! — Lili perguntou, toda feliz. — Jamais ia pensar que vocês seriam os mais votados.

— Imagina eu. — Bebê ficou ao meu lado e tirou a coroa da cabeça, a olhando de forma estranha. — Isso não tá certo, devem ter confundido com outro Bernardo.

— Duvido que tenha outro Bernardo na sua sala. — Ela riu. — E outra Micaela.

Mica concordou sorrindo. — Eu também não esperava por essa.

— Por que será que votaram em vocês? — Yan questionou.

— Não me admira que tenham sido escolhidos. — Lili disse antes do Bebê. — Você viu como eles estavam dançando? Não tinha uma pessoa que não admirava o companheirismo deles.

— Companheirismo? — Bebê ficou sem entender. — Nós só... fomos nós mesmos.

— Exatamente. Com certeza isso foi o motivo que fez metade do povo gostar tanto de vocês dois.

— Povo louco, maluco da cabeça...

Mica riu. — Bom, eu gostei disso. Acho que vou ficar um pouco com as minhas amigas — avisou e saiu andando depois de acenar rapidamente.

Eu ri. — Para de reclamar. Isso ficará marcado para a história.

Ele me lançou um olhar feio. — E eu já estou prevendo o quanto você vai me encher por isso.

— Acertou em cheio. Muahaha.

Bernardo revirou os olhos, e Lili pegou a coroa de suas mãos e a voltou na cabeça dele.

— E aí, majestade, o que fará para manter seu reino?

— Nada.

— Como assim nada? Precisa agradar seus súditos de alguma forma para se manter no poder.

— Pão e circo serve?

— Acho que circo já saiu de moda. — Mateus comentou.

— Verdade, você pode colocar internet de graça. — Lili disse. — E em vez de pão, pode colocar...

— Qual o problema com pão? Internet é caro, o que vai sobrar de dinheiro só vai dar pra comprar pão.

Todos riram.

— Na verdade, se tiver internet as pessoas vão esquecer de comer. — Yan falou. — Então o que vier é lucro.

— De qualquer jeito, isso tudo vai ficar só no papel. E minha posição é só até a meia noite.

— Depois disso sua coroa vira um legume? — Lili deu risada e Mateus a acompanhou.

Bebê acabou deixando escapar um sorriso. — Talvez.

— Já que você não pode dar o que seus súditos querem, você pode pelo menos ouvir eles. — Mateus sugeriu.

— Como assim? — questionei.

— Ele pode ouvir os pecados dos cidadãos.

— Eu virei rei, não padre. — Bebê respondeu sem rir.

Eu, Yan e Lili caímos na gargalhada.

— De onde você tirou isso? — Franzi o cenho rindo.

Mateus deu de ombros e vi Gabriel o olhando de forma estranha, como se estivesse envergonhado pelo que o amigo disse.

De repente, ficou um clima estranho.

— Vamos andar um pouco? — Bebê falou baixo, perto de mim.

Afirmei. — Eu já venho — avisei Yan e ele balançou a cabeça.

Bernardo segurou minha mão e foi na frente, desviando das pessoas.

Saímos para o jardim bem mais silencioso.

— O que foi? Não gostou do que falaram?

Não tive resposta até chegarmos na mesa mais próxima, onde ele se sentou, e eu fiquei ao seu lado no banco.

Ele suspirou rapidamente e tirou a coroa da cabeça. — Que besteira.

— Até que fica bem em você. — Tentei animá-lo.

— Eu imagino — disse convencido e colocou o objeto em mim. — Você também daria um ótimo rei, sabe.

— Um rei?

— Sim.

— Então tá. — Sorri e deixei a coroa em cima da mesa. — Não está gostando do baile?

— Eu tô sim. É só algumas coisas que acabam com o meu humor.

— Tipo o quê?

Mais um suspiro. — Eu já conhecia o Gabriel — falou olhando para frente.

— Conhecia...? De onde?

— De Santa Catarina. Nós éramos amigos.

— Amigos? — Fiquei surpresa. — Mas o que aconteceu? Por que vocês nunca...

— Porque ele me ignorou completamente.

— Ele... fazia parte dos seus ex amigos de lá?

— Não, ele fazia parte do grupo de futebol de outra cidade. Eu não cheguei a falar, mas eu me mudei duas vezes lá. Isso tudo o que rolou foi antes do que aconteceu na escola.

— E o que aconteceu?

— Uns dois anos depois que fui para lá, entrei no clube do bairro, onde já tinha um grupo de futebol. Como eu queria fazer algum esporte, entrei naquele e os moleques me receberam muito bem, fiquei amigo de todo mundo lá. Nossa amizade foi além do clube, porque saímos sempre, eram cinco meninos contando comigo. Não que fossemos muito mais próximos, mas eu comecei a gostar dele. Não me apaixonei nem nada, eu só... gostava um pouco mais dele. Eu achava que éramos mais parecidos e tudo o mais.

Ele se ajeitou no banco, encostando na mesa e deixando os braços abertos sobre ela, e me puxou para mais perto. Encostei em seu ombro, meio deitada.

— Quando soube que ia me mudar de novo, já avisei e claro que eles ficaram bem tristes com a notícia. Então aproveitamos o tempo que nos restou e fizemos o que sabíamos de melhor. Jogar futebol, videogame, íamos um na casa do outro... Uns dias antes de eu ir, fui sozinho no clube no final da tarde, que era mais vazio, e encontrei o Gabriel lá. Nós ficamos sentados na beira da piscina conversando, com aquele clima desanimado de despedida, sabe?

— Sei.

— Ele estava bem triste que eu iria embora, e como eu precisava voltar logo para casa, porque já estava bem tarde, nós nos abraçamos... Na hora a tristeza bateu de verdade... E quando nos soltamos, não sei o que aconteceu, mas... ficamos um olhando pro outro. E naquele momento eu achei que precisava deixar algo para trás, mais precisamente o que eu sentia por ele. Então fiquei mais perto, e como ele não recuou...

— Você beijou ele?! — indaguei, chocada.

— Beijei, uai. E não foi só eu que o beijei, ele devolveu o beijo, apesar de parecer meio receoso.

Caraca, gente... Não esperava por essa.

— Eita... e depois?

— Ficamos uns minutos ali, nos beijando... Depois minha mãe resolveu estragar o clima me ligando. — Deu uma risada curta. — E eu fui embora sozinho. Depois disso, não falei com nenhum dos meus amigos porque estava ocupado com a mudança, um ou outro até foi ajudar uns dias, mas só fomos nos reunir de novo no dia em que eu iria embora. Mas ele não foi.

— Não foi se despedir de você?

— Não. Eu e os meninos mandamos mensagem para ele, mas ele não respondeu nenhum de nós. Então... Fui embora sem me despedir dele.

— Mas...

— Calma, não acaba aí. Acontece que mesmo depois de me mudar, eu continuei falando com meus amigos, menos com ele. Ele não me respondia mais e eu perguntava dele para os outros, e eles me falavam que continuavam conversando normalmente com ele. Ou seja, o problema era comigo.

Caramba... nunca pensei que o Gabriel faria algo assim.

— Mas... por que ele fez isso? Ele é tão legal, não imagino ele fazendo algo assim.

— Você vai acreditar nele ou em mim? — Soou grosso, me olhando.

— Calma, só tô pensando alto, eu hein.

Ele sorriu rapidamente. — As pessoas mudam, Bubu... Ele pode ter mudado muito depois daquilo.

— Mas você não sabe o porquê ele fez aquilo?

— Pode ter sido por vários motivos, mas principalmente acredito que ele não gostou nem um pouco de ter sido beijado por um menino.

— Mas se ele devolveu...

— É, mas tem vez que fazemos coisas pelo clima do momento, vai ver com ele foi assim e depois caiu a ficha do que fez. E talvez tenha ficado com raiva de mim.

Isso é tão... surreal. Não consigo imaginar ele sendo assim... Justo ele que é tão gentil e carinhoso...

— Então você pegou raiva dele por isso?

— Claro, né... Hoje ele veio falar comigo.

— Sério? Quando?

— Antes de eu encontrar você e o Yan, quando estava procurando pela Mica. Encontrei ele no dormitório e ele me chamou... Queria conversar sobre o que aconteceu.

— E você não quis ouvir?

— Claro que não. Ele me ignorou completamente durante vários meses, até que eu desisti de tentar falar com ele, e agora, de repente, quer conversar?

Será que além de estar triste pela ida dos meninos, ele também estava triste porque não conseguiu falar com o Bebê?


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Notas finais do capítulo

E ai, o que acharam disso? Acham que o Gabriel merece uma chance de explicar?

E quanto as suas apostas para o baile? Alguém pensou que seria Bebê e Mica? xD

Bom, nos vemos na próxima semana o/



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