San Peter: A Escola dos Mimimis Amorosos (Vol.2) escrita por Biax


Capítulo 28
104. Parque


Notas iniciais do capítulo

Olá! Estão pressentindo momentos fofos e sads? :B

Boa leitura!



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Não conversei com Yan na terça, mas vi o tal cartaz sobre o baile dos estudantes.

Estava escrito que seria no dia dois de novembro, e começaria às seis da tarde.

Lili me avisou que iriamos ao parque depois do almoço e avisamos os meninos na janta.

— Nossa, te juro que estava pensando em ir nesse parque com a Erica. — James comentou.

— Então vai. — Lili disse. — Vai ser uma saída de casais. — E me olhou como se tivesse lembrado. —  Ah, quase casais.

— Sério que vão me abandonar no feriado? — reclamou Bebê

— Você quer ir junto para ficar de vela? — E ele fez cara de nojo. — Então pronto.

— São só algumas horas — falei. — Você sobrevive.

— E você deveria ser proibida de sair com ele — cochichou para mim.

Revirei os olhos. — Tá tudo bem.

Ele me analisou. — Talvez o Gean tenha feito bem para você.

— Por quê?

— Você parece mais tranquila, não sei.

Para mim parece a mesma conta, mas tá.

Terminamos de comer e subimos. Separei minha roupa, calça e camiseta. E se estiver mais quente é só dobrar a barra da calça.

Fui dormir, apesar de ansiosa, e acordei lá para as dez horas. Tentei ocupar meu tempo fazendo algumas lições, mas eu me pegava imaginando como seria o passeio várias vezes. Finalmente chegou o almoço e descemos.

A maioria do povo resolveu ficar na escola, talvez não valesse ir para casa para ficar um dia só.

Subimos depois de comer e eu fui me trocar. esperei e descemos. James só iria um pouco mais tarde. Esperamos um tempinho no refeitório, até que viu os meninos.

— Olá, mocinhas! — Mateus ficou ao lado de Lili. — Preparadas para uma aventura?

— Aventura? — perguntei.

— Aventura para acompanhar a energia dele. — Yan explicou.

— Olha lá, hein. — Lili disse. — Acabamos de comer, não quero vomitar de novo.

— Relaxa, vou pegar leve nas próximas duas horas. — Colocou o braço no ombro dela. — Vamos.

Assinarmos nossos nomes na secretaria e saímos. Viramos para a esquerda e seguimos reto por uns cinco quarteirões. E chegamos.

Passamos por um portão enorme, e primeiramente, vi vários quiosques. de comida de sorvete de bicicleta…

Tinha bastante gente circulando.

— Vamos alugar bicicleta. — Mateus falou. — Também vão?

Yan e eu nos olhamos, e ele deu de ombros, como se falasse “por mim tudo bem”.

— Pode ser. Quando é?

— Dez reais por duas horas

— Então vamos.

Matheus pegou para ele e para Lili, e Yan ofereceu para pagar a minha, mas recusei. Pegamos as bicicletas e fomos para as ruas do parque. Começamos a pedalar devagar.

— Você já foi no Ibirapuera? — Yan me questionou. — Em SP?

— Não, por quê?

— Esse parque lembra bastante ele. Só não é tão grande. Eu fui lá na última semana.

— É legal?

— Sim, você pode até se perder ali, de tão grande. Aliás eu e minha mãe nos perdemos. — Deu risada. — Tínhamos alugado tipo um carrinho que duas pessoas pedalam, e na hora de devolver não conseguimos achar a lojinha.

— Nossa. — Comecei a rir.

— Tivemos que pagar uma multa de atraso. — Fez cara de decepção.

— Era muito?

— Dez a mais. Mas quanto mais você demora, mais tem que pagar depois, caso atrase.

— Que sacanagem.

— Muita, mas fazer o quê. — Sorriu.

Vi Mateus e Lili um pouco mais à frente, indo de um lado para o outro, e trocando olhares e sorrisos. Era tão fofo.

Discretamente, observei Yan. Não tinha mais os cachinhos para balançar com o vento, mas o cabelo ainda mexia. Ele tinha um sorriso contente no rosto, me lembrando do Yan de antes das férias, principalmente naquele dia do parque de diversão, que ele estava tão leve e feliz.

Gravei aquela cena mentalmente, querendo que ele ficasse para sempre daquele jeito.

— Olha, eles querem competir. — Yan apontou.

Saí do transe, e percebi que os pombinhos estavam muito mais à frente, e ainda olhavam para trás e acenavam.

Acelerei a pedalada e  Yan me seguiu. Lili falou algo com Mateus e saíram em disparada.

Ficamos nessa corrida uns 10 minutos, até que eu não aguentava mais. Fui diminuindo e Yan também. Paramos no meio da rua, respirando rápido, só vendo eles desapareceram.

— Para que isso?  — Yan perguntou sem fôlego. — O Mateus é muito competitivo.

— Eu preciso sentar, minhas pernas vão parar daqui a pouco. — Saí da rua em direção a grama.

Deixei a bicicleta ali e me deitei. Ouvi Yan fazendo o mesmo e logo deitou do meu lado.

O sol não batia diretamente em nós, devido as árvores que estavam perto, então os galhos e folhas nos protegiam um pouco.

Dobrei a barra da calça até perto do joelho e estiquei as pernas.

— Acho que eu não vou conseguir mais andar. — Brinquei.

— Eu também. Os dois vão ter que nos levar no colo. — Me olhou, sorrindo.

Eu ri, ficando corada por ele continuar me olhando.

— Quais seus planos para o baile?

— Ah... eu não cheguei a pensar nisso, na verdade.

— Não? — indagou surpreso. — Todas as meninas que eu conheço só falam disso desde o meio do ano. Quer dizer, menos você.

Sorri. — Sei lá, estava pensando em outras coisas.

— Tipo o quê? — Se virou, deitando de lado e apoiando a cabeça na mão.

— Sei lá... Quando a professora falou eu só pensei no dia da apresentação.

— Você já está nervosa?

— Um pouco, mas estou tentando não pensar nisso.

— Não tem muito o porquê ficar nervosa. Nós ensaiamos o ano inteiro. Sabemos cada fala de cor.

— Eu sei, é um medo besta, mas mesmo assim tenho medo de esquecer alguma fala. — Fiquei de lado também.

— Você não vai esquecer. Mas se acontecer, eu te ajudo. Faço algo que te ajude a lembrar ou adianto a cena, qualquer coisa.

— Obrigada, então. — Sorri timidamente.

— Mas voltando... Eu estava pensando em convidar uma menina para o baile, mas não sei se ela ia querer.

Fiquei sem saber o que dizer. — Por quê...?

— Porque... — Olhou para baixo e começou a brincar com a grama. — Eu me afastei muito dela, não que eu quisesse, mas... Eu achava que era a coisa certa a se fazer. E agora que... eu sei que vou ter que sair da escola, me bateu um arrependimento de não ter aproveitado a companhia dela.

Observei cada detalhe de seu rosto, sem pensar em nada por uns segundos.

Eu estava me habituando a não ter tanto contato com ele, mas o que me confortava era saber que ele estava aqui.

E agora...

Yan me olhou diretamente, e desviei meu olhar, que já estava ficando turvo.

Não chora, Bruna. Não aqui. Muda o foco.

— Então... — Tentei falar sem a voz falhar. — Sua mãe...

— É, piorou. Não que seja algo anormal. É meio que normal as pessoas ficarem debilitadas pela químio. Não acontece com todos, mas com a maioria. Então vai ser mais fácil pra nós dois se eu ficar com ela direto. — Suspirou. — Vamos nos mudar pra São Paulo, para facilitar.

O negócio só piora... Eu nem sei o que falar.

— Então... você acha que essa menina aceitaria ir comigo no baile? — Segurou minha mão, e vi que ele tinha um pequeno sorriso.

Funguei e sorri. — Acho que sim.

Ele sorriu abertamente e se sentou, e fez sinal para que eu fizesse o mesmo. Me sentei e ele pegou minha mão.

Mademoiselle Bruna, gostaria de acompanhar-me ao baile?

Eu ri. — Certamente, monsieur.

Yan deu um breve beijo nas costas da minha mão. — Lhe mandarei uma carta com o endereço e horário.

— Aguardarei.

Rimos da nossa palhaçada e nos soltamos.

— Por que você começou a usar esse anel? — Apontou para ele. — Você não usava antes, né?

— Não... O Bernardo me deu.

Ele fez uma cara pensativa. — Parando para lembrar... Acho que vi ele usando um anel preto também... Por acaso é uma aliança...?

— Hm... Ele diz que sim. É que ele tem umas ideias doidas. No meu aniversário ele resolveu que queria casar comigo. Na amizade.

— Como assim?

— Ele inventou uma história de que em algumas tribos indígenas amigos se presenteavam com um anel de coco e não sei o quê... Mas depois ele disse que o anel simbolizava nossa amizade eterna.

Yan parecia desconfiado. — Só amizade? Porque sinceramente...

Eu até já sabia o que ele queria dizer, e acabei rindo.

— Ele é gay.

— Ahn? — perguntou como se não tivesse ouvido.

— Ele é gay. Ele não é apaixonado por mim.

Por um momento, ele pareceu surpreso, e depois, envergonhado.

Parece que trocamos de lugar agora, hein?

— Eu sei, não parece — comentei, tentando deixa-lo mais a vontade.

— Não mesmo... Ele... eu achava que ele ficava querendo me provocar.

— É... bom, na verdade queria. Mesmo eu dizendo pra parar.

Yan deu um riso. — Entendi.

— Ei, seus mortos. — Nos viramos, vendo Mateus parando ali perto. — Já cansaram? Vamos tomar um sorvete.

Lili parou do lado dele, e apesar de parecer alegre, algo nela me fez estranhar.

Yan me ajudou a levantar e fomos rumo ao sorvete.


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Notas finais do capítulo

Eu não sei para qual parte dou atenção. O baile, o fato do Yan realmente ter que sair da escola...

Foram muitas emoções para um capítulo só.

O que acharam?

Nos vemos no próximo o/



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