San Peter: A Escola dos Mimimis Amorosos (Vol.2) escrita por Biax
Notas iniciais do capítulo
Olá! Estão pressentindo momentos fofos e sads? :B
Boa leitura!
Não conversei com Yan na terça, mas vi o tal cartaz sobre o baile dos estudantes.
Estava escrito que seria no dia dois de novembro, e começaria às seis da tarde.
Lili me avisou que iriamos ao parque depois do almoço e avisamos os meninos na janta.
— Nossa, te juro que estava pensando em ir nesse parque com a Erica. — James comentou.
— Então vai. — Lili disse. — Vai ser uma saída de casais. — E me olhou como se tivesse lembrado. — Ah, quase casais.
— Sério que vão me abandonar no feriado? — reclamou Bebê
— Você quer ir junto para ficar de vela? — E ele fez cara de nojo. — Então pronto.
— São só algumas horas — falei. — Você sobrevive.
— E você deveria ser proibida de sair com ele — cochichou para mim.
Revirei os olhos. — Tá tudo bem.
Ele me analisou. — Talvez o Gean tenha feito bem para você.
— Por quê?
— Você parece mais tranquila, não sei.
Para mim parece a mesma conta, mas tá.
Terminamos de comer e subimos. Separei minha roupa, calça e camiseta. E se estiver mais quente é só dobrar a barra da calça.
Fui dormir, apesar de ansiosa, e acordei lá para as dez horas. Tentei ocupar meu tempo fazendo algumas lições, mas eu me pegava imaginando como seria o passeio várias vezes. Finalmente chegou o almoço e descemos.
A maioria do povo resolveu ficar na escola, talvez não valesse ir para casa para ficar um dia só.
Subimos depois de comer e eu fui me trocar. esperei e descemos. James só iria um pouco mais tarde. Esperamos um tempinho no refeitório, até que viu os meninos.
— Olá, mocinhas! — Mateus ficou ao lado de Lili. — Preparadas para uma aventura?
— Aventura? — perguntei.
— Aventura para acompanhar a energia dele. — Yan explicou.
— Olha lá, hein. — Lili disse. — Acabamos de comer, não quero vomitar de novo.
— Relaxa, vou pegar leve nas próximas duas horas. — Colocou o braço no ombro dela. — Vamos.
Assinarmos nossos nomes na secretaria e saímos. Viramos para a esquerda e seguimos reto por uns cinco quarteirões. E chegamos.
Passamos por um portão enorme, e primeiramente, vi vários quiosques. de comida de sorvete de bicicleta…
Tinha bastante gente circulando.
— Vamos alugar bicicleta. — Mateus falou. — Também vão?
Yan e eu nos olhamos, e ele deu de ombros, como se falasse “por mim tudo bem”.
— Pode ser. Quando é?
— Dez reais por duas horas
— Então vamos.
Matheus pegou para ele e para Lili, e Yan ofereceu para pagar a minha, mas recusei. Pegamos as bicicletas e fomos para as ruas do parque. Começamos a pedalar devagar.
— Você já foi no Ibirapuera? — Yan me questionou. — Em SP?
— Não, por quê?
— Esse parque lembra bastante ele. Só não é tão grande. Eu fui lá na última semana.
— É legal?
— Sim, você pode até se perder ali, de tão grande. Aliás eu e minha mãe nos perdemos. — Deu risada. — Tínhamos alugado tipo um carrinho que duas pessoas pedalam, e na hora de devolver não conseguimos achar a lojinha.
— Nossa. — Comecei a rir.
— Tivemos que pagar uma multa de atraso. — Fez cara de decepção.
— Era muito?
— Dez a mais. Mas quanto mais você demora, mais tem que pagar depois, caso atrase.
— Que sacanagem.
— Muita, mas fazer o quê. — Sorriu.
Vi Mateus e Lili um pouco mais à frente, indo de um lado para o outro, e trocando olhares e sorrisos. Era tão fofo.
Discretamente, observei Yan. Não tinha mais os cachinhos para balançar com o vento, mas o cabelo ainda mexia. Ele tinha um sorriso contente no rosto, me lembrando do Yan de antes das férias, principalmente naquele dia do parque de diversão, que ele estava tão leve e feliz.
Gravei aquela cena mentalmente, querendo que ele ficasse para sempre daquele jeito.
— Olha, eles querem competir. — Yan apontou.
Saí do transe, e percebi que os pombinhos estavam muito mais à frente, e ainda olhavam para trás e acenavam.
Acelerei a pedalada e Yan me seguiu. Lili falou algo com Mateus e saíram em disparada.
Ficamos nessa corrida uns 10 minutos, até que eu não aguentava mais. Fui diminuindo e Yan também. Paramos no meio da rua, respirando rápido, só vendo eles desapareceram.
— Para que isso? — Yan perguntou sem fôlego. — O Mateus é muito competitivo.
— Eu preciso sentar, minhas pernas vão parar daqui a pouco. — Saí da rua em direção a grama.
Deixei a bicicleta ali e me deitei. Ouvi Yan fazendo o mesmo e logo deitou do meu lado.
O sol não batia diretamente em nós, devido as árvores que estavam perto, então os galhos e folhas nos protegiam um pouco.
Dobrei a barra da calça até perto do joelho e estiquei as pernas.
— Acho que eu não vou conseguir mais andar. — Brinquei.
— Eu também. Os dois vão ter que nos levar no colo. — Me olhou, sorrindo.
Eu ri, ficando corada por ele continuar me olhando.
— Quais seus planos para o baile?
— Ah... eu não cheguei a pensar nisso, na verdade.
— Não? — indagou surpreso. — Todas as meninas que eu conheço só falam disso desde o meio do ano. Quer dizer, menos você.
Sorri. — Sei lá, estava pensando em outras coisas.
— Tipo o quê? — Se virou, deitando de lado e apoiando a cabeça na mão.
— Sei lá... Quando a professora falou eu só pensei no dia da apresentação.
— Você já está nervosa?
— Um pouco, mas estou tentando não pensar nisso.
— Não tem muito o porquê ficar nervosa. Nós ensaiamos o ano inteiro. Sabemos cada fala de cor.
— Eu sei, é um medo besta, mas mesmo assim tenho medo de esquecer alguma fala. — Fiquei de lado também.
— Você não vai esquecer. Mas se acontecer, eu te ajudo. Faço algo que te ajude a lembrar ou adianto a cena, qualquer coisa.
— Obrigada, então. — Sorri timidamente.
— Mas voltando... Eu estava pensando em convidar uma menina para o baile, mas não sei se ela ia querer.
Fiquei sem saber o que dizer. — Por quê...?
— Porque... — Olhou para baixo e começou a brincar com a grama. — Eu me afastei muito dela, não que eu quisesse, mas... Eu achava que era a coisa certa a se fazer. E agora que... eu sei que vou ter que sair da escola, me bateu um arrependimento de não ter aproveitado a companhia dela.
Observei cada detalhe de seu rosto, sem pensar em nada por uns segundos.
Eu estava me habituando a não ter tanto contato com ele, mas o que me confortava era saber que ele estava aqui.
E agora...
Yan me olhou diretamente, e desviei meu olhar, que já estava ficando turvo.
Não chora, Bruna. Não aqui. Muda o foco.
— Então... — Tentei falar sem a voz falhar. — Sua mãe...
— É, piorou. Não que seja algo anormal. É meio que normal as pessoas ficarem debilitadas pela químio. Não acontece com todos, mas com a maioria. Então vai ser mais fácil pra nós dois se eu ficar com ela direto. — Suspirou. — Vamos nos mudar pra São Paulo, para facilitar.
O negócio só piora... Eu nem sei o que falar.
— Então... você acha que essa menina aceitaria ir comigo no baile? — Segurou minha mão, e vi que ele tinha um pequeno sorriso.
Funguei e sorri. — Acho que sim.
Ele sorriu abertamente e se sentou, e fez sinal para que eu fizesse o mesmo. Me sentei e ele pegou minha mão.
— Mademoiselle Bruna, gostaria de acompanhar-me ao baile?
Eu ri. — Certamente, monsieur.
Yan deu um breve beijo nas costas da minha mão. — Lhe mandarei uma carta com o endereço e horário.
— Aguardarei.
Rimos da nossa palhaçada e nos soltamos.
— Por que você começou a usar esse anel? — Apontou para ele. — Você não usava antes, né?
— Não... O Bernardo me deu.
Ele fez uma cara pensativa. — Parando para lembrar... Acho que vi ele usando um anel preto também... Por acaso é uma aliança...?
— Hm... Ele diz que sim. É que ele tem umas ideias doidas. No meu aniversário ele resolveu que queria casar comigo. Na amizade.
— Como assim?
— Ele inventou uma história de que em algumas tribos indígenas amigos se presenteavam com um anel de coco e não sei o quê... Mas depois ele disse que o anel simbolizava nossa amizade eterna.
Yan parecia desconfiado. — Só amizade? Porque sinceramente...
Eu até já sabia o que ele queria dizer, e acabei rindo.
— Ele é gay.
— Ahn? — perguntou como se não tivesse ouvido.
— Ele é gay. Ele não é apaixonado por mim.
Por um momento, ele pareceu surpreso, e depois, envergonhado.
Parece que trocamos de lugar agora, hein?
— Eu sei, não parece — comentei, tentando deixa-lo mais a vontade.
— Não mesmo... Ele... eu achava que ele ficava querendo me provocar.
— É... bom, na verdade queria. Mesmo eu dizendo pra parar.
Yan deu um riso. — Entendi.
— Ei, seus mortos. — Nos viramos, vendo Mateus parando ali perto. — Já cansaram? Vamos tomar um sorvete.
Lili parou do lado dele, e apesar de parecer alegre, algo nela me fez estranhar.
Yan me ajudou a levantar e fomos rumo ao sorvete.
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Eu não sei para qual parte dou atenção. O baile, o fato do Yan realmente ter que sair da escola...
Foram muitas emoções para um capítulo só.
O que acharam?
Nos vemos no próximo o/