— Ei, Mari, você acha que Ladybug e Chat Noir vão voltar a aparecer?

Estavam as duas, Marinette e Alya, no quarto de Marinette. Depois de assistir dois filmes da Marvel e fazerem as tarefas da escola, as garotas se apertaram no divã, Alya revirando freneticamente os posts antigos de seu blog e Marinette rabiscando novos designs em seu recém comprado sketchbook.

A pergunta de Alya a fez erguer os olhos de seu trabalho.

— Bom, nós não tivemos nenhum ataque de akuma em...

— Não - Alya a cortou. - Eu não falo de um ataque. Eu falo de nos dar respostas. Eles desapareceram sem dar satisfação a ninguém...

Marinette sentiu seu coração apertar com a frustração evidente na voz de Alya. Devia estar sendo um inferno pra ela não só não ter descoberto a identidade dos herois como também não ter tido uma despedida apropriada.

— Alya, eu realmente não sei – ainda assim, Marinette teve que admitir. Ela não queria dizer que achava impossível que Ladybug e Chat Noir aparecessem depois de tanto tempo sem notícias.

Era bem triste. Em um dia, era normal ter dois adolescentes em spandex pulando entre prédios, e no outro já não havia mais nada.

Marinette queria ter tido a oportunidade de conhecer os dois direito. Ela só viu Chat Noir em poucas oportunidades, e nunca tinha visto Ladybug pessoalmente, mesmo sendo a melhor amiga da dona do Ladyblog...

— Eu só fico pensando... – Alya despertou-a de seus devaneios. – E se eles tiverem mortos? E se Hawkmoth conseguiu vencer?

O pensamento fez Marinette estremecer.

— Alya, eu não acho que isso aconteceu. Nós teríamos ouvido algo de Hawkmoth se fosse o caso – ao menos isso não era mentira. – É mais provável que haja alguma limitação mágica ou sei lá, mas eles provavelmente estão felizes da vida, juntos em algum lugar por aí.

Marinette realmente esperava que fosse verdade. A cidade inteira tinha algo para agradecer aos herois, e se eles optaram por abrir mão de tudo isso... ela esperava que pelo menos tivessem um ao outro.

— Você acha que eles são um casal? – dessa vez Alya fechou seu notebook, voltando todo o seu interesse para Marinette.

— Talvez? – ela pensou por um segundo – Eles são... eram parceiros, e salvar a cidade juntos aproxima muito as pessoas.

— É – Alya concordou, se animando com a resposta. – Certeza que eles estão por aí, juntos, vivendo um romance digno de filme... a história deles é destino, cara.

Marinette sorriu. Era reconfortante pensar nisso.

Alya, por outro lado, parecia feliz por outro motivo.

— É sempre bom ver alguém que sempre ia contra Ladynoir concordando que eles são um casal – Alya murmurou.

Hm? Marinette franziu o cenho diante do comentário. Ela ia contra Ladynoir? Desde quando? A garota fitou os pôsteres de Adrien em sua parede. Ela sempre foi muito sonhadora e romântica... então como ela poderia ter desprezado uma história como a de Ladybug e Chat Noir?

Eles têm que ter ficado juntos!, ela murmurou para si mesma, e o comentário a deixou inquieta. Marinette realmente esperava que eles estivessem felizes, onde quer que estivessem.

— Disse algo? – Alya perguntou. Marinette balançou a cabeça em negação. Ela simplesmente estava tentando se lembrar de alguma ocasião em que tinha falado sobre Ladynoir, mas nada vinha à mente.

— Tudo bem – Alya deu de ombros. – Tô tentando achar novas teorias sobre as identidades deles, mas tá difícil – queixou-se, abrindo o notebook de novo. – Acho que vou fazer uma compilação de momentos Ladynoir pra matar a saudade. Você me inspirou.

A garota acenou, também pensando em voltar para seu design.

No entanto, quando baixou os olhos para o papel, para o desenho de um macacão inspirado em Chat Noir, percebeu que tinha escrito tremulamente, de forma cega, uma simples pergunta.

“Qual é o seu nome?”

Confusa, Marinette tentou ignorar a frase enquanto optava por rascunhar o rosto do herói, como já tinha feito tantas vezes antes.