Sentenced to love escrita por Cyz


Capítulo 7
Loaded cloud


Notas iniciais do capítulo

Hey pessoal... mais um capítulo e espero que gostem de ler tanto quanto eu gostei de escrever!
Esse cap é embalado ao som de uma música do Usher que gosto muito, vocês irão saber a hora certinha do play e o link está encapsulado no capítulo.
Sem mais enrolação, bom capítulo e, desde já, desculpem os erros.



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Point Of View Regina

Emma me beija novamente e dessa vez mais intensamente, não demora muito e sua língua pede passagem, ela coloca uma mão em minha cintura e me leva para mais perto de si, a outra mão segurava firmemente os meus cabelos, mas sem me machucar. Ela foi parando o beijo devagar, colou sua testa na minha e apenas sorriu.

— Eu preciso que você fique quietinha para eu fazer o que eu quero – ela diz enquanto cola meu corpo na porta e deixa escapar um sorriso que era pura luxuria.

Engulo seco com a aproximação, sentia meu corpo gritar enquanto ela me tortura com beijos no pescoço, maxilar, orelha... De repente ela para e pega seu celular, o que era aquilo? Algum tipo de provocação? Queria me mostrar que não estava tão interessada quanto eu pensava? Mas não, Emma coloca a música Trading places do Usher, aquela música exalava sexo, quando a musica começou senti um arrepio em meu corpo, apenas fechei os olhos, numa tentativa vã de me concentrar e tentar me controlar.

— O que você tá fazendo? Desliga isso! - sussurro tentando pegar o celular

— Shiii...  Hoje você não manda em nada, srta Mills – levando seu dedo indicador a minha boca

— As meninas vão acordar, Emma - tento pegar o celular novamente

— Eu baixo o volume e você fica caladinha - ela sussurra e coloca o celular no braço do sofá.

Emma se aproxima e a cada passo que ela dava parecia que um choque invadia meu corpo, todos esses eram finalizados no mesmo lugar, minha intimidade. Swan, cola meu corpo na porta novamente, começa a beijar meu pescoço, passando a ponta da língua, dando leves mordidas e me surpreendendo com algumas mordidas mais fortes, a música fazia aquele clima ficar ainda mais gostoso, a Swan sabia como se aproveitar da situação. Ela olha em meus olhos como se pedisse permissão para prosseguir e eu apenas sorri. Passa sua mão lentamente em meu ombro e vai até minha nuca, envolvendo minha cintura com a outra mão e me trazendo pra mais perto, faz tudo lentamente e seus tirar seus olhos dos meus. Fico sem reação com tanta tortura, minha respiração começa a ficar fraca, meu corpo suplicava por mais.

— É melhor a gente parar, alguém pode aparecer - falo com voz falha e tentando me desvencilhar de seus braços.

Não demora muito e Emma me encurrala novamente, passa suas mãos sobre meus ombros, desce passando pelos meus seios, o que me faz arrepiar e soltar um gemido baixo, suas mãos passam pelo meu abdômen e agarra minha cintura, colando nossos corpos, novamente.

— Você pede pra parar, mas seu corpo pede mais - ela fala com seus lábios entre os meus.

— Eu não sei o que meu corpo pede - suspiro olhando em seus olhos

— Você quer que te ajude a descobrir? - ela fala com malícia enquanto passeia meu corpo com suas mãos e se delicia com minha reação a cada toque

Começo a me arrepiar, cada vez mais, com os toques da Emma; fico ofegante a ponto de não conseguir responder aquela pergunta provocante. Eu acreditava que era impossível Swan me provocar ainda mais, no entanto ela começa a cantar a música em meio a um sussurro ao pé do ouvido, começa a soltar gemidos que eu sabia que faziam parte da música, mas que me deixaram a ponto de explodir, apertei seu corpo com força e gemia baixinho junto com ela, tentava me conter, mas era impossível.

 

U get on top tonight I'm on the bottom/ Você fica em cima, esta noite eu fico embaixo

Cuz we're trading places/ Porque estamos trocando de lugar

When I can't take no more/ Quando eu disser que não aguento mais

you say you aint stopping/ você me diz que não vai parar

Cuz we're trading places/ Porque estamos trocando de lugar

 

De repente a música acaba e por impulso olho em direção ao seu celular.

— Shii... Concentre-se aqui – ela diz puxando meu rosto – eu pensei em tudo – sussurra.

A música começa a repetir e novamente me deixo levar por aquele ritmo e as carícias de Emma. Aperto minhas pernas tentando me conter, não queria deixar Emma perceber que estava tão entregue assim, mas toda ação tem uma reação e ela pareceu perceber o que eu fazia e reagiu, Swan segura meus punhos e ergue meus braços, colocando-os acima da minha cabeça, se aproxima lentamente deixando nossos lábios quase colados e me deixando sem reação. Ela sorrir com malícia e morde o lábio inferior, suas mãos descem lentamente e vão de encontro a barra do meu vestido, a medida que ela sobe sinto suas unhas passeando sobre minha pele, que estava sensível a seus toques,  sem que eu me desse conta sua mão já estava em minha lingerie, o que me fez arquear o corpo, minhas mãos que estavam suspensas agora apertam seus ombros, obedeço sua ordem e fico parada, tudo que eu queria era me entregar, eu não sabia o que eu estava sentindo, mas eu queria sentir mais e mais.

— Agora, seu pedido é uma ordem! O que você quer? – ela me pergunta

— Você – isso sai quase como um gemido

Percebo que ao escutar isso o seu corpo arrepia, desço uma das mãos até seu seio e utilizo a outra para colar os nossos corpos ainda mais, quero senti-la por completo. Depois de beijá-la, a afasto e tiro sua blusa, começo a massagear seu seio por cima do sutiã, que ainda se encontrava em seu corpo, vou descendo meus beijos...

— Hum... Swan... – falo ofegante

— E o que a Emma ta fazendo agora? – escuto um sussurro longe, quase inexistente, mas o suficiente para me fazer abrir os olhos.

— Ai Deus - digo assustada - Ruby! Você...  O que? - tento me recompor

— Bom, fui beber água e te vejo gemendo, massageando os seios...  Resolvi ficar por aqui mesmo - ela fala dando de ombros e comendo um sanduíche, parecia está preparada para assistir a um filme

— Se você contar isso pra alguém eu te mato - ameaço constrangida

— Me conta, ela tem pegada? - provoca ainda comendo

— Eu vou dormir - me levanto e passo por Ruby

— Parecia muito bom, a julgar pelos gemidos ela deve ser boa no que faz – diz em tom de deboche e provocação

— Calada sobre tudo, me entendeu? - falo ao seu ouvido usando um tom agressivo, mas ela apenas sorrir.

Vou para o meu quarto, mas não consigo dormir, decido tomar um banho e tentar relaxar meu corpo, mas toda vez que fecho os olhos imagino como seria com Emma ali e meu corpo não relaxa, pelo contrário.

— Rê? É você? – Alex pergunta batendo na porta

— Sim, Alex – respondo

— Ta tudo bem? – insiste

— Sim! Quer usar o banheiro? – pergunto

— Não, só me preocupei, faz tempo que a luz está ligada – diz sonolenta

— Tudo bem, volta a dormir – falo e escuto os passos da Alex se distanciando

Quando volto para a cama, Alex já está dormindo. Passei a noite imaginando como teria sido se aquele sonho fosse real, eu realmente podia sentir as mãos da Emma percorrendo meu corpo e saber que aquilo não aconteceu era frustrante. Acordo cedo, tomo banho e vejo que as meninas ainda não acordaram, decido que o melhor a fazer é ir embora antes que elas me vissem, na verdade, antes que Ruby e Mary resolvessem falar sobre a noite de ontem. Deixo um bilhete avisando que já fui para o escritório, enquanto escrevia conseguia imaginar a Blanchard me repreendendo e a River com aquele sorriso debochado, tendo a certeza que fugi de suas indiretas.

— Chegou cedo, Mills – escuto alguém falar e quando viro vejo a Aurora.

— Olá srta Morris, bom dia! – cumprimento

— Bom dia, Regina – responde – você está com algum trabalho agora?

— Não, acabei de chegar! Precisa de algo? – me aproximo

— Sim, poderia me acompanhar até minha sala? Preciso de um associado jr em um caso – Aurora me direciona até sua sala para conversarmos.

Aurora Morris é a terceira associada sênior da firma, juntamente com o Neal e o Robin. A Srta Morris é reservada, nunca soubemos muito sobre sua vida, até que a Ruby a seduziu... Pois é, Ruby! Para variar, não foi suficiente seduzi-la, a River precisava sair com a chefe, dormir com ela e começar um relacionamento porque não queria se sentir só, isso não acabou bem, como era de se esperar. A única coisa que sabemos sobre ela é que cresceu em Seattle, se tornou advogada muito cedo, não sai muito e é ótima em tudo o que faz, Ruby que o diga! Caminhamos até sua sala em silêncio, entramos e ela fez sinal para que eu me sentasse a sua frente.

— Bem Regina, esse caso já está montado e eu sei que você está com um caso grande em andamento, mas queria alguém de confiança comigo – ela termina com um leve sorriso e um olhar que parecia me perguntar se podia confiar em mim, eu apenas assenti e ela continuou – uma menina de dezoito anos foi a uma festa da faculdade e ao que tudo indica bebeu mais do que devia, os amigos perceberam que ela havia desaparecido da festa, mas não se importaram porque acharam que a menina tinha ido para casa – ela fala como se narrasse uma historia e levanta-se até sua mesa, procurando algo – no dia seguinte, ela acorda em um dos quartos da casa, com um homem que tenta explicar que nada aconteceu e que ela apenas dormiu ali, a nossa cliente se veste e sai do quarto indo direto para a sala do conselheiro do campus que, imediatamente, tenta encobrir o caso e ao invés de levar a garota até a delegacia para um BO e a um hospital para os exames, a leva até uma sala e a deixa sob supervisão de um segurança do campus.

— Ela foi... – eu falava sem reação

— Vou chegar lá – a srta Morris vira em minha direção e parecia assustada – você está pálida, Regina! Você está bem?

— Ela foi... – perguntava com voz falha

— Não, ela não foi estuprada – respondeu confusa – tome isso – diz e me entrega um copo com água.

— Então não entendi, porque temos um caso? – tomo um pouco de água e tento me recompor

— Estamos processando o campus por negligência; a Laura, nossa cliente, conseguiu escapar da sala que a colocaram e seguiu para a delegacia mais próxima, lá fizeram um BO e a conduziram para o Instituto Médico Legal, onde ela fez o exame de corpo de delito e viu que nada aconteceu, o que o rapaz falou foi verdade, porém na delegacia perguntaram se ela gostaria de prestar queixa contra a universidade e assim ela fez.

— Ela está bem, não fizeram nada contra ela! – eu repetia em minha mente e falei em voz alta, inconscientemente.

— Ela está bem, Regina! Você realmente pode pegar esse caso? – ela pergunta incomodada

— Sim, posso – me recomponho e tento pensar – o caso abrange cárcere privado?

— Não, estamos processando por negligência – ela me olha curiosa

— Mas ela foi presa em uma sala sob vigilância, como isso não se enquadra em cárcere privado?

— Você tem razão – ela levanta e pega o telefone – a audiência será daqui a uma hora, leia os arquivos e se prepare, vou ligar para nossa cliente.

— Me preparar?

— Sim, você será a segunda cadeira hoje, Regina! E dependendo de seu desempenho poderá interrogar alguém, me surpreenda! – fala sorrindo e aponta para os documentos

Apenas assenti com a cabeça, peguei os documentos e saí. Comecei a ler todos os depoimentos dados e quanto mais eu lia mais voltava ao passado, talvez se todos os homens fossem iguais a esse rapaz eu não precisaria mudar minha vida como fiz. Meu coração gela por um segundo.

— Regina, saiu cedo hoje – escuto Alex falar ao meu lado

— Oi Alex – respondo com o pensamento ainda distante

— Tá tudo bem? – ela sussurra preocupada

— Sim – me levanto para fugir de mais perguntas, não sabia se Ruby havia falado algo – tenho que ir agora, Alex

— Pra onde? Tá fugindo? – ela pergunta curiosa

— Claro que não, vou ao fórum com Aurora, não me esperem pra almoçar – falo me retirando.

Ando apressada, fiz algumas anotações enquanto li os arquivos e decido ir até a sala da Aurora, pois já estava na hora de irmos.

— Pontual como sempre – ela diz saindo da sala e faz sinal para que a siga – conseguiu ler tudo?

— Tudo não, mas boa parte – falo temerosa – fiz anotações e...

— Tudo bem – me interrompe – dei sorte que você aceitou em cima da hora, o associado jr que peguei inventou de adoecer e me deixou na mão – ela anda rápido e tento andar no mesmo ritmo, mas não consigo – vamos, Regina! Se não anda rápido então corra!

Chegamos ao seu carro e vamos direto para o fórum, Aurora correu como louca naquele carro, isso nos fez chegar a tempo. Vejo a nossa cliente já na porta da sala que entraríamos, Aurora se desculpa por não ter chegado antes e me apresenta, a cliente apenas assente com a cabeça. Parecia uma moça simples, tímida; O juiz iniciou e logo a Aurora teve a palavra, começou seus argumentos mostrando o BO e os exames negativos para frisar que o garoto que iria depor era inocente, houve alguns protestos e falas exaltadas e todas as vezes que olhei para a Laura ela parecia está em pânico. O juiz deu um recesso de vinte minutos para começar a escutar os depoimentos e saber se as partes fariam um acordo ou iriamos ao tribunal. Saímos e vejo Aurora tentando ligar para alguém, pergunto se tem algum problema com o caso e ela só faz um sinal com a mão me mandando esperar, percebo que o representante da universidade não parava de olhar para Laura e tentar intimidá-la.

— Hei, tudo bem? – me aproximo de Laura

— Não sei se fiz certo – ela sussurra

— Você fez certo – vi que suas mãos tremiam e ela não parava de olhar para o homem intimidador – não precisa ter medo – me coloco na sua frente e seguro suas mãos – o que você está sentindo é real, esse medo, a insegurança – respiro fundo e olho em seus olhos – não precisa se sentir assim, você é mais forte do que pensa, não deixa ele te intimidar

— Eles são mais importantes que eu – diz com voz falha – eles podem me destruir, você não vê isso?

— Você é importante e não precisa que ninguém te diga isso pra que se torne algo real – meus olhos ficam marejados e percebo que estou me desestabilizando, apenas respiro fundo – quanto a te destruir, confia na Aurora, isso não vai acontecer, ok?

Ela apenas assente com a cabeça, entramos novamente na sala e começamos a escutar as testemunhas, primeiro chamam o garoto que estava no quarto com Laura, depois dois seguranças da universidade com respostas bem elaboradas, pareciam terem sido bem treinados, falavam muito e ao mesmo tempo não falavam nada, chamaram nossa cliente para depor e por está muito nervosa se complicou em algumas respostas, o que fez o advogado de defesa sorrir. Chegou a hora do conselheiro da universidade depor, observo que ele fala algo para o representante da universidade, que sorrir. O advogado de defesa faz algumas perguntas e ele as responde brilhantemente. Aurora toma a frente e começa com as perguntas que tinha elaborado, começo a ler minhas anotações e percebo um deslize em seu depoimento que ia de encontro com o depoimento dado na delegacia, depois que Laura fez o BO. Aurora finaliza suas perguntas e me levanto.

— A advogada irá interrogar? – o juiz pergunta

— Não meritíssimo – Aurora responde e tenta me matar com um olhar.

Me sento, mas logo me levanto novamente, dessa vez Aurora já estava do meu lado.

— Se a advogada não tiver perguntas, peço que sente! – o juiz fala novamente

— Senta – Aurora sussurra

— Confia em mim – falo olhando em seus olhos, quase como uma suplica

— Até onde sei você não é advogada – a defesa caçoa

— Mas se eu estiver sob supervisão de um advogado, posso interrogar seu cliente – falo arrogante e olho para Aurora

— Ela está sob minha supervisão – ela fala e senta, antes que eu saísse do seu lado, a srta Morris segura meu braço e levanta – não me faça querer te matar – sussurra

— Sr Williams, há quanto tempo é conselheiro da universidade? – pergunto

— 25 anos – ele responde com ar de deboche

— Ok! E quantos alunos te procuraram notificando uma lesão física ou moral? – continuo

— Vários alunos, impossível contabilizar – ele diz dando de ombros

— E quantos o sr trancou em uma sala?

— Protesto meritíssimo – fala a defesa

— Aceito! Advogada, direto ao ponto ou finalize seu interrogatório – diz o juiz

— O sr sabe o que é isso? – falo entregando o seu depoimento inicial

— Uma cópia do depoimento que dei na delegacia – responde sorrindo

— Exato! Eu marquei uma parte do seu depoimento, poderia ler? – aponto para a marcação

— “Levei a aluna até uma sala e pedi para que um segurança ficasse com ela” – diz me devolvendo o documento

— Estranho, tive a impressão que o sr respondeu para a srta Morris que não tinha deixado ninguém com a estudante e um dos seguranças da universidade disse no depoimento de hoje que não ficou na sala com minha cliente, ele apenas estava passando pelo corredor – digo com ironia, frisando a palavra “passando”

— Eu estava sem reação na delegacia, não sabia que a Laura faria isso – ele justifica

— Quer dizer que mentiu em seu depoimento? Por que acreditaríamos que agora não se sente pressionado e sem reação? – digo sarcasticamente

— Protesto, a advogada está coagindo o meu cliente – a defesa fala sem demora

— Desculpe meritíssimo – olho para o juiz e prossigo – a universidade deveria ser um lugar onde o aluno pode se sentir livre e seguro, por ser um estabelecimento de ensino, os discentes e suas famílias acreditam que estão sob guarda e vigilância, que seus direitos estão resguardados, sendo assim, a universidade se torna culpada por qualquer lesão que o aluno venha a sofrer, ainda que causada por terceiro – falo no meu limite psicológico

— Preciso protestar, meritíssimo? – o advogado fala inconformado – a srta Mills está depondo

— Eu não podia fazer nada por ela – o conselheiro diz, agora sem seu sorriso debochado

— O sr não poderia ter feito nada? – percebo que perdi a cabeça pelo o tom que usei, mas não consigo controlar, as palavras apenas saem sem freio – a Laura te procurou amedrontada, apesar do exame ter dado negativo, naquele momento ela achou que tinha sido estuprada, na cabecinha dela aquilo era real e por isso ela demonstrou pânico – falo sem pausas

— Protesto – diz a defesa novamente

— O sr tentou ao menos imaginar o que se passava com ela? Tentou se colocar no lugar dela? Acordar na cama de um estranho, semi nua,  não lembrar de nada do que aconteceu... Naquele momento o que ela queria era sentir-se segura e então ela te procurou – continuo apesar de escutar os protestos e o juiz me mandando parar – e o que você fez? Trancou a aluna em uma sala sob supervisão de um guarda, ela que estava em pânico com tudo o que viu quando acordou, tentar lembrar e não conseguir... o sr sabe o que é esse sentimento? – falo exaltando minha voz e sem tirar meus olhos dos seus, eu já estava visivelmente tomada pelo ódio, ouço a voz do juiz me notificando, o advogado de defesa protestando, Aurora me pedindo para parar, o choro da Laura, mas não consigo parar – possivelmente não sabe o que é sentir seu corpo sujo e saber que um simples banho não vai resolver, procurar por proteção e ter sua liberdade restrita, estando confinada dentro do lugar que deveria se sentir acolhida.

— Eu não sabia o que fazer – ele grita e todos se calam

— Sr. Juiz, com isso o acusado acaba de confirmar o cárcere privado e segundo a lei nº 11.106, de 2005, no caso da vitima sofrer dano físico ou moral em razão do confinamento, a pena pode chegar até a oito anos, como pode ser visto minha cliente sofreu danos – Aurora fala sem pestanejar, apontando para Laura – além disso, foi confirmada a negligência da parte da universidade, negando a minha cliente atendimento e proteção.

Não lembro de muita coisa depois disso, minhas mãos começaram a suar e minha respiração começou a falhar. Saio da sala e sigo para o lado de fora do prédio, precisava de ar. Não demora muito e escuto um taxista me perguntar se queria ir a algum lugar, entro no taxi e falo Nolan Glass, nada mais! Tentava respirar fundo e aos poucos fui conseguindo me acalmar, entro na firma e decido ir ao banheiro lavar o rosto.

— Hei, Rê – escuto Alex falando

— Agora não! – continuo andando

— Mills, sentiu minha falta? – olho para o lado e vejo Emma

— Agora não! – respondo

Não demora muito e percebo que estou sendo seguida, ainda assim entro no banheiro, sentia o ar ficando rarefeito, novamente. Vou até a pia lavar o rosto e vejo o trio junto a Emma.

— O que você fez com ela? – Alex fala para Emma

— Como assim? – Emma diz, confusa

— Desde ontem a Regina está assim – vejo que aponta pra mim – o que fez com ela no encontro de ontem? – fala exaltada

— O encontro foi ótimo – afirma Ruby

— Como você sabe? – Alex pergunta confusa

— Ela transou com Emma no sofá – Ruby responde

— Comigo? – Emma fala espantada

— Como é? – sinto Mary bater no meu ombro – não acredito que você ficou nua no sofá também

— Parem – falo levando as mãos ao rosto

— Espera! Também? – Ruby diz espantada

— Eu entrei ontem na sala e ela estava com Emma – Mary diz envergonhada – se eu não tivesse chegado as duas teriam transado no banco da cozinha ou em cima da bancada

— E paramos porque você entrou sendo agarrada pelo Nolan – Emma completa

— Isso só fica melhor – Ruby diz empolgada

— E o que houve depois que você viu as duas no sofá – Alex pergunta a Ruby

— Oh... Ahn... Quanto a isso, a Regina teve um sonho erótico com a Emma – sussurra como se contasse fofoca – logo, o encontro não foi ruim – dá de ombros

— Parem – digo quase sem voz

— Sonho erótico? – Emma fala com um tom malicioso

— Calem a boca – grito

— Regina? – Mary diz tocando em meu braço

Naquele momento eu não conseguia pensar em nada, inconscientemente meu corpo repele o toque da Mary, sinto meu coração acelerando cada vez mais, minhas mãos tremem e suam sem que eu possa controlar, minhas pernas começam a formigar e sinto-as adormecer levemente, me fazendo perder as forças.

— Te peguei – Emma diz me segurando – tudo bem, calma

— Meu corpo... Formigando... Ar – digo palavras soltas, torcendo para que elas entendam

Sinto Emma me segurar com mais força e meu corpo desfalece em seus braços, escuto vozes distantes, mas não entendo o que falam, tudo vai ficando escuro e simplesmente desmaio.


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Notas finais do capítulo

Mais uma vez, obrigada e até a próxima.

twitter da Fic: @sentencedtolove



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