Sentenced to love escrita por Cyz


Capítulo 8
Loaded cloud (continuação)


Notas iniciais do capítulo

Esse cap é embalado ao som de Love lit de sky - East of Eli, sim... sou viciada nessa banda! Fazer o que, né mores!? Vocês irão saber a hora certinha do play



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Point Of View Emma

Fiquei em pânico ao ver Regina daquele jeito, ver o quanto tremia e como parecia apavorada, me lembro do que aconteceu na boate e resolvo fazer a mesma coisa que naquele dia, passar confiança e abraçá-la enquanto espero que se acalme, mas ao segurá-la vejo que é bem mais que um choro incessante, percebo que parece perder as forças e a seguro no mesmo momento, não eram apenas suas mãos que tremiam, seu corpo todo estava assim.

— Te peguei – digo, segurando-a – tudo bem, calma

— Meu corpo... Formigando... Ar – tenta dizer o que sentia

Sinto seu corpo pesar, o que me faz pensar que ela pode está prestes a desmaiar, seguro-a com mais firmeza e vejo que suas amigas começam a se desesperar por pensar o mesmo que eu. O choro era silencioso, parecia esconder uma dor sem fim, as lágrimas rolavam pelo seu rosto, encharcando-o. Seu corpo foi caindo sobre o meu, me fazendo ir de encontro ao chão lentamente.

— Hei, abre o olho – sacudo Regina enquanto arrumo uma posição no chão que me permita apoiar seu corpo ao meu – me ajudem – olho para as meninas

— Regina, abre o olho – Mary bate de leve no rosto de Regina

— O que você tá sentindo? – pergunta Alex

— Vou achar ajuda! – Ruby diz, saindo do banheiro

— Me escuta – seguro seu rosto – você precisa ficar acordada, tenta respirar fundo – falo pausadamente – Regina! Hei... – grito vendo seus olhos fechados

Mary e Alex me ajudaram a deitar a Regina, apoiando sua cabeça em minhas pernas. Abri o seu terninho e desabotoei alguns botões da sua camisa, para deixá-la mais confortável. Enquanto Mary umedece um lenço, tiro minha jaqueta e entrego a Alex, para que coloque embaixo das pernas da Mills, deixando-as um pouco mais elevadas. Percorro todo o seu rosto com o lenço umedecido, desço para seu pescoço e, por fim, seu colo, Ruby chega com o David, que pega Regina nos braços e a carrega até sua sala, acomodando-a no sofá. Regina vai abrindo os olhos devagar, balbuciando algumas palavras quase inaudíveis e umedecendo os lábios com frequência.

— Ariel, você pode pegar um suco de laranja bem forte? – me volto para ela que logo sai da sala.

— Em-ma – Regina fala com voz falha enquanto piscava os olhos várias vezes e apertava-os com força

— Sou eu – seguro sua mão e me ajoelho do seu lado, ficando na altura de seus olhos – como se sente?

— Tudo gira – fala, ainda com voz falha

— Não fecha os olhos, ok? – ela apenas assente com a cabeça

Obrigo Regina a sentar, ela apertava minha mão com força enquanto leva a outra mão a sua testa, a faço curvar-se e apoiar seus cotovelos nos joelhos, fazendo-a respirar fundo à medida que deslizo minha mão lentamente nas suas costas, não só como um carinho, mas um incentivo para que tente se acalmar. Eu estava sentada no sofá, ao lado da Regina, observando o David que estava entre Mary e Alex, perto de sua mesa. Ruby, que estava apoiada à porta, se assusta com a chegada da Aurora, que parecia confusa com a cena e nossas expressões assustadas.

— Quem morreu? – ela pergunta a Ruby

— Regina decidiu brincar de morto ou vivo – Ruby responde

— Como é? – Aurora olha para todos da sala, que parecem está tão confusos quanto ela

— É... Você sabe... Hora em pé, hora no chão – explica dando de ombros, o que faz todos sorrirem, inclusive Regina

— Pelo menos a River conseguiu roubar um sorriso – digo enquanto coloco uma mecha de cabelo da Mills para trás da orelha – agora você precisa tomar isso – falo ao ver Ariel entrar na sala com o suco

— Hum... Emma – ela diz sem jeito

— Não ouse dizer não, você sabe o quanto sou persistente – digo com um tom malicioso, querendo fazê-la lembrar do quanto insisti para termos o nosso encontro e nosso beijo.

Sem discutir, Regina pega o copo e bebe lentamente o suco. Enquanto isso, Aurora comemora o caso que ganhou com ajuda de Regina, explicando que achou que estava tudo perdido e a Mills arrancou uma confissão do oponente, fazendo o juiz dar uma sentença favorável a cliente delas, mas Regina não parecia contente com tudo isso, à medida que a srta Morris falava sobre o caso a Regina parecia distante, com um sorriso forçado no rosto, tentando esconder o que realmente sentia.

— Nolan, você pode liberar a srta Mills? – falo aproveitando uma pausa da Aurora

— Claro, você a leva pra casa? – ele pergunta

— Sim – me volto para Regina – vamos?

— Ok – diz ainda sem jeito

— Ela se sentiu mal? – Aurora pergunta, apenas assenti em afirmativa – Ela chegou muito cedo, não sei se comeu algo de manhã... E, bem... Não tivemos tempo para almoçar – diz levando uma das mãos a cabeça como se estivesse envergonhada

— Você comeu de manhã? – Mary pergunta a Regina que faz uma afirmativa com a cabeça – você afirma com a cabeça, mas vejo no seu rosto que seu café da manhã foi uma xícara de café preto, estou certa? – ela finaliza cruzando os braços e fazendo todas as atenções serem voltadas para Regina, que ruboriza

— Bom, então você será obrigada a provar da especialidade Swan – digo ajudando-a a levantar

— Especialidade Swan? Por que nunca provei isso? – David pergunta caçoando

— David – repreendo – você vai gostar – digo a Regina

Nolan sorrir com toda situação, aos primeiros passos dados sinto Regina me segurar forte e resolvo não falar nada, apenas faço o mesmo. Mary nos acompanha até meu carro, trazendo minha bolsa e a da Mills, coloco-a no carro com cuidado, ainda parecia nervosa, seus olhos continuavam distantes e suas mão estavam inquietas. Entro no carro e a encaro, não demora muito e recebo um sorriso tímido, penso que ainda não está na hora de conversar, ela ainda não estava preparada para isso, então ligo o carro e dirijo em direção a seu apartamento, fazendo uma parada em um supermercado que ficava no caminho.

— Chegamos – digo enquanto desligo o carro

— Você não precisa ficar – ela diz retirando o cinto

— Ok, quem vai fazer o especial Swan? – pergunto e ela sorrir

Saiu do carro e a ajudo, seguro em sua cintura e passo seu braço sobre meus ombros, carregando nossas bolsas com a outra mão. Caminhamos devagar até o elevador e depois até o apartamento, acomodo-a no sofá e desço para pegar as compras que tinha feito, mas logo volto para o apartamento. Encontro Regina massageando sua testa com a ponta de seus dedos e respirando fundo, mas pára quando nota minha presença.

— O que está sentindo? – pergunto colocando as compras no chão e sentando ao seu lado

— Nada, só foi um dia longo – ela responde fechando os olhos

— Antes de desmaiar você deixou a entender que seu corpo estava formigando, foi isso que sentia? – pergunto

— Esquece isso, deve ser fome – leva uma de suas mãos até minha perna, que estava colada a sua

— As garotas deveriam te odiar – coloco minha mão sobre a sua e ela arqueia a sobrancelha como quem pede uma explicação sobre meu comentário – você é linda, mesmo assim

— Assim como? – pergunta sorrindo

— Triste – vejo seu sorriso morrer em seus lábios – sei que há algo te incomodando, tentei ignorar, mas não consigo – continuo

— Eu nunca falei sobre isso com alguém – ela diz mudando de posição, o que a faz se afastar de mim, respirando fundo – não importa o quanto lute, não importa quanta bondade eu tente fazer, o meu passado sempre volta... Não me obriga a falar agora

— Eu nunca vou te obrigar a nada – digo enquanto me aproximo e limpo uma lágrima que teimou em cair, termino fazendo um carinho na maçã do seu rosto e ela sorrir – que tal um banho enquanto faço o especial Swan?

— Confesso que já estou curiosa, srta Swan – ela sorrir

— Consegue tomar banho sozinha? – pergunto quando vejo sua dificuldade para levantar

— Emma, nem vem – ela repreende

— O que? Eu só ofereci ajuda, sou uma boa amiga – falo com tom sarcástico

Ela anda devagar e se apoiando na parede. Eu pego as compras e levo até a cozinha, começo a preparar o especial Swan. Enquanto cozinha, decido fazer uma ligação, converso com um amigo sobre a Regina à medida que mexo a comida na panela, em poucos minutos coloco tudo em um refratário e levo ao forno para finalizar, Regina ainda não tinha saído do banho, então decido ir até seu quarto. A porta estava entre aberta e consigo ver Regina ainda de lingerie, observo suas curvas bem definidas e me encanto com seu corpo, ao olhar para ela o meu coração dispara, nunca havia conhecido uma mulher que encontrasse o equilíbrio perfeito entre sensualidade e delicadeza, como a Regina. Meu celular toca na sala, o que me faz sair do transe em que me encontrava, volto para sala sem que ela me veja.

— Trabalho? – Regina diz quando me vê desligar o celular

— Não, era um amigo – digo enquanto guardo o telefone – mas depois conversamos sobre isso... Fome?

— Faminta! – ela solta um sorriso quase infantil, mas fascinante

— Arruma a mesa enquanto vejo se está pronto? – pergunto

— Claro! – ela se dirige a cozinha e começa a levar a louça até a mesa

Pego o vinho e coloco um pouco em nossas taças, não trocamos uma palavra, mas nossos olhares diziam tudo, Regina sai da mesa e vai até o som, colocando uma música com volume baixo, criando um clima ainda mais agradável.

— Gosta? – ela pergunta voltando à mesa

— Sim, posso te servir? – pergunto pegando seu prato e ela afirma com a cabeça – espero que goste – faço sinal com a mão para que ela coma

— O especial Swan é macarrão com queijo? – ela caçoa

— Não julgue antes de provar... Vai – faço novamente sinal com a mão

— Nossa, Emma – fala surpresa

— Esse é ou não é o melhor macarrão com queijo que você já comeu? – digo me vangloriando

— Tinha esquecido desse seu lado, Swan – ela arqueia a sobrancelha, repreendendo – mas tem algo diferente aqui, o que você coloca?

— Tenho alguns segredos que não podem ser revelados, pelo menos não por enquanto – falo com malícia – terá que me deixar em sua vida para saber, srta Mills

O jantar foi melhor do que eu imaginava, conversamos sobre nossos sonhos futuros e coisas engraçadas do passado, mas nada muito pessoal, Regina sempre se esquivava dessas perguntas. Terminamos de comer e ela me serve um pouco de sorvete de chocolate com menta, acabo descobrindo que é o seu favorito.

— Quer dançar comigo? – pergunto

— Dançar? – fala com vergonha

— Vem – levanto e estendo a mão

A levo até o centro da sala e pressiono seu corpo contra o meu. Envolvo sua cintura com um dos meus braços e entrelaço minha mão livre a sua. Estávamos dançando lentamente no meio da sala, quase não nos movíamos, apenas nos olhávamos. Sinto a mão da Regina sair do meu ombro e fazer um leve carinho em minha nuca, com a ponta dos seus dedos, algo tão bom e tão suave que me faz fechar os olhos para apreciar ainda mais o momento.

— Conversei com um amigo que é médico e falei seus sintomas, não só os de hoje, mas também da noite da boate – falo olhando em seus olhos e ela pára de dançar

— Emma... – ela diz receosa

— Me deixa acabar – interrompo – ele me falou que você pode ter tido ataques de pânico e que deve existir um gatilho psicológico que vem despertando isso – percebo que ela baixa a cabeça, triste – mas está tudo bem... Só quero que saiba que se algum dia você quiser conversar, chorar ou me bater... Eu... Eu tô aqui – falo enquanto percebo seus olhos marejarem – se quiser beijar... Também estou aqui – dou de ombros e ela sorrir

— Obrigada Emma – me da um beijo leve nos lábios

Regina envolve seus braços em meu pescoço, cola sua testa a minha e fecha os olhos, me fazendo abraçar sua cintura e voltar a dançar. Aquele semblante triste e distante dar lugar a uma serenidade inexplicável. Regina descansa sua cabeça em meu ombro e nos deixamos guiar pela música leve que inundava aquele lugar com paz e sossego.

East of Eli - Love Lit The Sky

That’s when we fell in love, our heart opened up just enough / Foi quando nos apaixonamos, nosso coração abriu o suficiente

That’s when we rose above the dark / Foi quando nós nos levantamos acima do escuro

And Love lit the sky / E o amor iluminou o céu

You and I / Você e eu

And love lit the sky / E o amor iluminou o céu

Sinto o corpo da Regina pesar um pouco e me assusto por imaginar que talvez ela não estivesse se sentindo bem, novamente.

— O que houve? – ela me pergunta confusa

— Eu só queria saber se está bem, seu corpo pesou sobre o meu – falo segurando-a firmemente

— Só estou cansada – ela sorrir e desliza seu polegar sobre a maçã do meu rosto

— Senta aqui – a conduzo até uma poltrona – posso pegar um cobertor no seu quarto? Podemos assistir algo enquanto Mary não chega

— Na cabeceira da minha cama tem um cobertor, trás ele pra cá – ela sorrir

Vou até o quarto e vejo o cobertor que estava exatamente onde Regina falou. Volto para sala e vejo algo que aquece meu coração, Regina pegou uma almofada e fez dela travesseiro, encolheu-se na poltrona e simplesmente adormeceu. O pequeno cobertor que serviria para me aproximar mais de Regina ganha uma nova função, a cubro e vou até a mesa para levar a louça suja até a pia. Guardo o refratário, ainda com macarrão com queijo, no forno e vejo que Mary, Alex e Ruby entram no apartamento.

— Tudo bem? – Mary sussurra

— Sim, ela dormiu agora a pouco – respondo

— Nunca pensei que viveria para ver Emma Swan com um pano de prato no ombro, tirando a louça suja e cuidando da minha amiga – diz Ruby, zombando

— Ruby, espero conviver muito com vocês e conseguir mudar sua visão sobre mim – falo tentando mostrar minhas intenções

— Entendi sua mensagem – ela diz soltando uma piscadela, o que nos faz rir

— Meninas, não queria deixar a Regina só, mas preciso ir – digo enquanto olho para a Mills – mas antes eu preciso falar algo... Conversei com um amigo que é médico e ele me disse que esses sintomas de hoje e do dia da boate podem ser ataques de pânico

— Como assim? – Alex pergunta

— Ele disse que algo pode está acontecendo com Regina e desencadeando ataques de pânico, mas ele só saberá se é físico ou psicológico se ela for examinada – digo cruzando os braços – ou seja...

— Pode contar com a gente – Mary interrompe

— Marca o dia e obrigamos Regina a comparecer – Alex completa

— Ok, garotas – sorrio e vou até Regina – dorme bem, minha lua – sussurro ao seu ouvido e deposito um beijo em sua cabeça – vou indo... Antes que eu esqueça, tem macarrão com queijo no forno e vinho na pia – digo enquanto pego minha jaqueta e vou até a porta

— Obrigada por tudo, Emma – Mary diz abrindo a porta

— Qualquer coisa... – digo

— Nós te avisamos – Ruby completa e eu apenas assenti e fui embora

 

Point Of View Alex

 

Mary fecha a porta e começa a falar do quanto Emma é maravilhosa; Ruby, por sua vez, ainda estava espantada com a poderosa e sexy Swan servindo de enfermeira para Regina e, claro, que não poderiam faltar as pausas para os comentários sacanas da Ruby. Vou até o forno e coloco o macarrão com queijo para esquentar. Meu telefone toca e vejo que preciso atender, faço sinal para as meninas ficarem de olho no forno e baixarem o tom de voz para não acordar a Regina.

— Danvers – atendo o telefone – como assim? – digo receosa – Não, estou de olho nela!... Estou aqui no apartamento!... O que devo fazer? ... Ok, compreendi! ... Entendido, sr.

 

 

 


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Notas finais do capítulo

Então é isso!! LOOOOUCA pra saber o que acharam ^^,



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