Runaway escrita por kaka_cristin


Capítulo 5
Capítulo 5 – Lembranças.


Notas iniciais do capítulo

^^
foi mal pela demora pessoal



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Todos foram embora um pouco mais tarde. Maria e Gerard ficaram na varanda bebendo o restante da cerveja que sobrara enquanto se conheciam melhor.

- nossa! Confesso nunca ter bebido antes. – disse enquanto lia o rótulo da garrafa de cerveja.

- nunca? – perguntou ele rindo.

- é...Estou até ficando zonza.

- então vamos parar. – e pegou na garrafa tentando tirar da mão dela, mas ela puxou de volta.

- não. Está ok. Até que o gosto não é tão ruim.

- sei... – e ele deu um gole em sua garrafa. Os dois ficaram olhando a rua onde se passavam alguns carros e pessoas caminhavam pela calçada. Maria resolveu tocar num assunto que a intrigava durante aquela tarde.

- quem é Nataly?

- como sabe esse nome?

- não conte nada a ela, mas foi a Alicia.

- sabia. Fofoqueira. ¬¬

- quem é ela?

- alguém que não quero lembrar agora.

- ok. – e ela voltou a beber. Ficou um silêncio por alguns segundos até que ele falou nervoso.

- é minha ex.

- te largou?

- morreu.

- nossa! Eu sinto muito.

- ok.

- foi num quê? Acidente?

- acidente... – e ele ficou cabisbaixo e depois começou a rir. Maria começou a rir junta mesmo não sabendo do que se tratava.

- o que foi? Ta rindo do que? – perguntou enquanto ria.

- foi nesse dia que eu descobri que ela me traia. – respondeu ele ainda rindo e Maria ficou séria, na verdade triste por ele. – ela estava acompanhada do cara que ela dizia ser só um amigo. Os dois tinham acabado de sair de um motel quando um carro desgovernado pegou de frente o deles.

- Eu sinto muito.

- está tudo bem. Já superei.

- foi por isso não é? Por isso está querendo que eu me passe por sua namorada. Quer fazê-los acreditar que já está melhor.

- mas eu estou bem.

- faz pouco tempo?

- uns três meses.

- é recente! – disse ela com pena. Colocou a garrafa em sua mão no chão e o abraçou. Ele no começo tentou se fazer de forte, mas depois chorou em seu ombro. Ficava realmente mal quando lembrava desse assunto.

Gerard saiu do consolo dela e a olhou. Por incrível que pareça, ela também chorava. Sentiu pena ao vê-lo naquele estado e ela sabia bem o que era perder alguém que amava. Gerard colocou os cabelos dela pra trás e secou suas lágrimas e Maria fez o mesmo com ele. Ficaram trocando olhares por um tempo e depois ele a beijou. Levantaram-se depois de alguns beijos e foram apreensivos pra dentro de casa. Mal nem conseguiram chegar no quarto de tanta aflição e fizeram ali mesmo no chão da sala.

Maria acordou melhor do que no dia anterior. Olhou em volta e estava no quarto do Gerard. Depois de lavar o rosto foi pra sala e encontrou Gerard tocando violão.

- bom dia. – disse ele parando de tocar.

- que música é essa?

- se chama The ghost of you.

- eu não conheço.

- é que eu ainda não sou um cantor muito famoso.

- é sua? – ele balançou a cabeça que sim. - Muito bonita.

- estava esperando você acordar.

- pra que?

- vamos tomar café numa lanchonete hoje?

- ok. Agora?

- é. Vamos.

E os dois saíram pra tal lanchonete no carro dele. Ao chegarem pediram o que mais lhe chamaram a atenção da barriga. Os dois sorriam satisfeitos enquanto devoravam a torta que haviam pedido.

- isso aqui está delicioso. – disse Maria rindo à toa. – fazia tanto tempo que eu não comia algo assim tão bom. Que saudade.

- Maria, onde você mora?

- eu? – e ela largou o garfo na mesa ficando séria. – não tenho um endereço fixo.

- e onde passa suas noites?

- onde der pra eu ficar.

- posso ter perguntar uma coisa?

- depende.

- por que virou isso? Por que essa vida?

- por que eu preciso do dinheiro.

- mas existem tantos outros modos de se ganhar a vida. Por exemplo, por que... – e Maria olhou pro lado enquanto ouvia tudo que Gerard lhe dizia. Ia responder que aquele era o modo mais rápido e fácil de sobreviver quando viu um homem passar em frente à lanchonete. Antes que ele pudesse perguntar mais alguma coisa ela o cortou.

– eu vou ao banheiro. Com licença.

Gerard continuou sentado à mesa e pensando no por quê dela ter ficado tão nervosa. Percebeu que algo a incomodava e estava escondendo dele. Depois pensou que ela estava certa, eles nem se conheciam e ela não devia nenhuma satisfação a ele.

Maria lavava o rosto enquanto bolava um plano. Estava muito nervosa. Aquela pessoa que passava na frente da lanchonete lhe deixara daquele jeito. Pensou no que poderia acontecer se a visse ali. Retocou o lápis de olho que borrara ao jogar água e esfregar o rosto. Depois voltou pra mesa onde estava o Gerard.

- está tudo bem? – perguntou ele mostrando-se preocupado.

- tudo ótimo.

- vai querer mais alguma coisa?

- só voltar pra casa. – e começou a rir ao se tocar do que tinha acabado de dizer. - Olha só como eu to falando. Como se a casa fosse minha.

- e é... – disse com tanta firmeza que espantou Maria. - Pelo menos por um mês. Eu vou pedir a conta. – falou se levantando e indo ao balcão.

Os dois voltavam calados no carro de Gerard enquanto Maria olhava de um lado a outro buscando pela rua novamente aquela pessoa que viu passar na frente da lanchonete, mas não o encontrou. Recostou-se ao banco vencida pelo cansaço. Ficava com sono depois de comer muito. Gerard parou no sinal e olhou pra ela que estava de olhos fechados.

- está se sentindo mal?

- com sono. Fico assim depois de comer.

- sabe...Estive pensando enquanto pagava...O que vai fazer quando for embora? Pra onde vai? Eu sei que não quis me contar sobre sua vida, mas é que fiquei curioso...

- não sei...Talvez eu compre uma casa com o que me pagar. – respondeu séria, mas riu em seguida. – to brincando. Mas realmente não sei, acho que vou pra um hotel por um tempo até conseguir um lugar pra ficar. – e ela olhou pra ele que a olhava com pena.

Ela forçou um sorriso e o sinal abriu. Olhou pra frente e fechou os olhos pensando naquilo. Mentiu pro Gerard, o que ela planejava era voltar pra casa depois daquilo. Mas não sabia o que poderia acontecer se voltasse pra casa. Não sabia nem se sua família continuava na mesma casa depois de tanto tempo.

- nova Iorque. – resolveu ser sincera com ele já que confiava nele.

- perdão, O que você disse? – perguntou aprestando atenção nela já que estava concentrado na direção.

- eu disse Nova Iorque. – e ele fez cara de quem não entendera nada. - O lugar que eu queria ir quando acabasse nosso trato. Em frente ao central park.

- gosta de lá? Eu já fui uma vez. É realmente bonito e imenso.

- é...Eu gosto. – disse forçando um sorriso e depois olhando triste através da janela.

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