Runaway escrita por kaka_cristin


Capítulo 16
Capítulo 16 – O reencontro com sua família.




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Quando abriu a porta do hall se estremeceu com o vento frio que vinha do lado de fora. Se preparava pra sair quando um apito do elevador indicou que chegara alguém naquele andar. A porta se abriu e dele saiu uma senhora assustada olhando pra menina que no momento estava de costas pra ela. Olhou-a de cima a baixo enquanto tomava coragem de pronunciar aquele nome.

- Maria!? – disse com a voz rouca e já sem forças.

Maria sentiu uma pontada no peito ao mesmo tempo em que um frio na barriga e começou a chorar ao ouvir aquela voz, sabia que era ela. Virou-se lentamente pra trás e avistou uma senhora bem vestida de cabelos loiros e curtos e olhos azuis como os dela. Apesar das rugas que agora havia em seu rosto por causa da idade ela tinha certeza que era ela, continuava a mesma coisa mesmo depois de anos.

- mamãe. – disse ela com a voz trêmula. Quase não enxergava mais sua mãe com as vistas embaçadas de lágrimas que não paravam de vir a tona. As duas não saíram do lugar ainda se olhando sem acreditar. – sou eu, Maria. A senhora lembra de mim? – perguntou ela com receio de receber um não.

- Maria! É a minha filha! – disse ela reparando nas semelhanças da criança que perdera agora quatorze anos mais velha. Maria não agüentou mais e correu pro braço da sua mãe que a abraçou forte. Esperava por esse momento fazia tanto tempo, e não parava um só dia de imaginar esse reencontro. – todo esse tempo, minha filha...E nenhuma noticia sua. – disse passando a mão pelos cabelos da filha. Quase não se agüentava de pé de tanta emoção. Afastou-se pra admirá-la e tocou em seu rosto pálido. Quase não mudara nada com exceção dos cabelos negros e curtos.

- mamãe. – disse desabando-se em lágrimas.

O porteiro olhava tudo emocionado. O elevador voltou a avisar que mais gente chegava. Maria e sua mãe se separaram e ela ao ver aquele senhor com cara de zangado, sabia que era o mesmo zangão do seu pai. Apesar daquela aparência intimidadora sempre fora um ótimo pai. Os dois ficaram se olhando por bastante tempo calados até a senhora se intrometer.

- é a sua filha, Jorge. – Maria se aproximou dele que estava com os olhos cheio de água. Ele fez um movimento abrindo os braços e a abraçou. A senhora se juntou ao abraço e os três ficaram matando a saudade. Eles tinham muito que conversar e resolver também depois daquele reencontro que esperaram por anos.

Gerard acordou no dia seguinte, depois de beber todas, com uma forte dor de cabeça. Estava com raiva de si mesmo por ter tratado Maria daquele jeito no dia anterior. Fizera tão pouco caso da menina que agora temia ao que tenha acontecido com ela. Não sabia onde ela estava, como estava, já que saíra apenas com a roupa do corpo e sem dinheiro algum.

Na noite anterior vasculhou as coisas em busca de uma foto de Maria quando foram pra Disney e tiraram fotos ele, Frank e Maria ao lado do Pato Donalds. Passou horas olhando pra foto enquanto bebia. Ele deu uma risada da foto e da cara que faziam nela e depois voltou a beber.

Tomou um banho pra tirar aquela bebedeira e depois de vestido foi pra sala. Ia tomar o café e ler o jornal pra depois ir à casa do Frank conversar com ele sobre Maria. Achava que ela estaria com ele.

Preparou o café, sentou-se à mesa da cozinha e ligou a tv que estava num canal de jornal. No momento passava-se algo sobre a guerra no Iraque. Levantou-se quando lembrou do jornal. No momento em que saíra da cozinha a reportagem que passava era sobre Maria Valentine, uma menina que fora perdida quando tinha seus 8 anos numa viagem da família na florida e que reapareceu no dia anterior depois de quatorze anos desaparecida.

Gerard se abaixou e pegou o jornal do chão. Fechou a porta e sentiu-se enjoado então correu pro banheiro e colocou todo o porre pra fora no vaso sanitário. Sentou-se no chão do banheiro e fechou os olhos cansado. Olhou pro seu lado e então viu a foto de Maria no jornal. De um lado uma menina loirinha de cabelos compridos e do outro ela como ele a conhecia. Pegou o jornal nervoso e foi pra cozinha ligar pro Frank quando viu que na tv também passava sobre a mesma reportagem. Colocou o telefone no gancho e ficou aprestando atenção nos detalhes quando a campainha tocou. Quando atendeu era o Frank.

- viu o jornal? – perguntou Frank sem nem cumprimentá-lo.

- Maria era aquela garota desaparecida.

- é. E agora? O que você vai fazer? – perguntou Frank nervoso.

- nada.

- como nada? Você já sabia disso? Ela te contou antes de voltar pra casa?

- não. Eu nem sabia onde ela estava até ler o jornal e assistir a reportagem. Pensei que ela estivesse com você.

- o que fez a ela?

- mandei que fosse embora.

- você ficou maluco?

- na hora não pensei. Estava com tanta raiva. Pelo menos agora eu sei que ela está bem. Está lá com os pais dela depois de sei lá quantos anos... – disse Gerard não querendo se mostrar, mas por dentro estava chateado.

- mas não foi culpa dela, Gerard. Eu dei em cima dela e acabou rolando. E além do mais ela estava chateada com você. Pegou você no flagra com outra. E eu estava aqui pra consolá-la.

- queria o que em? Como eu ia saber de tudo isso? Eu não sou Deus, caramba. Nunca poderia imaginar que ela estava chateada comigo por que tinha me visto com aquela outra que nem significou nada pra mim. Eu nem sei o que me deu pra ficar com ela naquela noite.

- deveria parar de falar e ouvir um pouco mais as pessoas ao seu lado, Gerard.

- mesmo assim o que você fez não foi nada legal. Você transou com ela mesmo sabendo dos meus sentimentos. Você sabia que eu a amava eu te disse o que eu sentia pela Maria. Mas mesmo assim deu em cima dela. E mesmo ainda sendo um cara praticamente casado.

- eu sei que eu errei.

- errou sim e feio.

- mas o que eu posso fazer se também me apaixonei por ela?

- não acredito nisso! Retire o que disse.

- eu também a amo. E ao contrario de você, nunca fiz nada pra magoá-la. Estive sempre ao lado dela dando atenção e apoio. Deve ser por isso que preferiu a mim.

- cala a boca. Ela só dormiu com você por estar frágil demais. Por que queria me esquecer. – e Frank se calou. – eu a maltratei e ela saiu sem nada daqui de casa atrás da família dela. Como eu nunca desconfiei disso antes? Ela estava o tempo todo perdida e eu não fiz nada pra ajudá-la. Ela só queria ajuda. – e sentou no sofá com a cabeça apoiada nas mãos.

- só lhe resta uma coisa Gerard: vá!

- o que?

- corre atrás dela.

- o que está falando? Quem não dormiu bem ontem à noite: será que fui eu ou você?

- estou falando sério. Vá atrás dela. A Maria te ama. E acho que vocês dois têm muito que conversar.

- depois de tudo que eu disse. Humf! Ela nem vai querer me ouvir.

- se pedir desculpa, ela vai entender.

- se gosta tanto dela por que está deixando o caminho livre?

- por gostar dela.

- não entendi. Gosta dela e por isso está me entregando-a?

- quero vê-la feliz com quem ela ama de verdade. E esse alguém é você. – disse Frank dando leves tapinhas nas costas de Gerard e depois foi embora.


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