Happy Ending escrita por Yume


Capítulo 2
Capítulo II – O doce aroma das árvores


Notas iniciais do capítulo

Olá!!!
Eu realmente não sei o que dizer! 14 comentários no primeiro capítulo???? VOCÊS SÃO DEMAIS!!!
Agradeço de coração ao 14 comentários, aos favoritos e aos acompanhamentos também! Ah, você leitorzinho fantasma, obrigada também haha
Enfim, eu não acho que vá conseguir postar todos os dias, pretendo postar cap novo quando tiver um pronto, então, talvez seja todos os dias, ou três vezes por semana, duas, uma... vocês entenderam. Depende muito da minha criatividade e tempo.
O cap 3 está pronto, mas falta a revisão e levando em conta que eu escrevi ele de madrugada, tenho MUITO o que revisar.
Acho que era isso, obrigada novamente!
Beijos!
Boa Leitura!
Nos vemos nos comentários!



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FS

Estava terminando de passar um pano nos poucos móveis da casa quando escuto alguém bater na porta. Fui um pouco desconfiada até uma brecha que havia na madeira já velha e olhei pela fresta. Levando em conta o bairro e o prédio que vivo, alguém bater na sua porta sem que você esteja esperando alguém, normalmente não é uma boa coisa. Soltei o ar que nem mesmo notei que prendi, assim que vi a figura altiva de Dig, parado em frente a porta e com o rosto sorridente próximo ao buraco na madeira.

— Eu consigo enxergar seus olhos Felicity, essa fresta não é tão discreta quanto você acha que é — Sorri e abri os trincos da porta, Dig sorriu e entrou – Bom dia.

— Bom dia John – Apontei para uma das cadeiras de praia abertas em frente à televisão – A que devo a honra da visita?

— Desculpe não ter ligado, mas fiquei empolgado demais com uma notícia que acredito, será muito boa para você.

Arqueie as sobrancelhas – Que notícia?

— Veja essa mensagem que recebi do meu chefe – Diggle me alcançou o celular e vi uma mensagem curta, porém bastante solícita.

De: Oliver Queen

Diggle, preciso de um tutor(a)

para o William. Confio em você!

OBS: Fale que o salário é alto.

O.Q.

— Não entendi porque isso me interessaria – Entreguei o celular e Dig riu.

— Você ainda está atrás de um emprego certo?

— Sim.

— Você é inteligente Felicity, sei que teria capacidade de conseguir algo melhor, mas no momento, acho que seria a oportunidade ideal, William, o filho de Oliver, é um bom garoto, mas está passando por bastante coisa, precisa de alguém que o ajude.

— Eu mal consigo me ajudar e a Amy também, o que o faz pensar que serei capaz de acrescentar alguma coisa para o filho de um bilionário?

— Ele precisa de ajuda na escola inicialmente, não é grande coisa, apenas pense em uma boa oportunidade de emprego – John olhou novamente para o celular e então levantou suspirando – Preciso ir, tenho que buscar o garoto na escola, pelo visto andou apanhando de novo – Aproximou-se e me deu um beijo na testa – Pense na oferta, mais tarde passo aqui e, caso aceite, levo você para falar com Oliver – Concordei com um aceno e ele saiu.

Talvez não fosse uma má ideia, na mensagem falava que o salário é alto e na minha atual situação, não posso me dar ao luxo de recusar uma oferta de emprego, mesmo que seja como uma professora particular.

Olhei no relógio, passava da hora do almoço, eu ainda não havia comido nada e já estava ficando com fome, resolvi por fazer alguma coisa, talvez devesse dar uma volta e quem sabe buscar Amy na escola, desse modo iria me distrair enquanto pensava na proposta.

OQ

O dia no escritório estava caótico, só hoje havia recebido cinco cartas de demissão e dois comunicados judiciais por processos que ex-funcionários haviam jogado na empresa, e não eram nem três da tarde. Tudo era culpa de Isabel Rochev, a “adorável” e mais poderosa acionista da Corporação Queen, que recentemente resolveu colocar as garras no que podia da empresa e desse modo sendo pior que o próprio Diabo em pessoa como chefe.

Estava cansando de escutar reclamações por causa dos frequentes abusos que a “Deusa da Destruição” estava cometendo. Suspirei e afrouxei o nó da gravata, desabotoando um dos botões da camisa, me sentia sufocado.

Mais cedo havia mandado uma mensagem pedindo que Dig arranjasse alguém como tutor para William, torcia para que ele encontrasse alguma senhorinha de 60 e poucos anos, já aposentada e pronta para ensinar um garoto de doze sobre aritmética e talvez, se eu tiver sorte, um pouco de respeito por mim.

Senti uma pontada na base da nuca assim que vi Isabel cruzar a porta do elevador e vir em direção a minha sala, como sempre, seu andar era como de uma leoa pronta para atacar uma presa indefesa que esperava a hora da morte, ajeitei minha postura na cadeira. Não iria permitir que aquele projeto de naja me amedrontasse.

— Sr. Queen, espero que esteja ciente da reunião de acionistas mais tarde.

Respirei fundo e contei mentalmente até dez – Primeiramente boa tarde Isabel. Se não sabe, tenho uma secretária que tem a função de me avisar sobre meus compromissos, mas já que insiste em sempre realizar essa tarefa, avisarei a Srta. Turner que suas responsabilidades não incluem mais me avisar sobre minhas atividades – Larguei meu melhor sorriso sem dentes para Isabel, praticamente consegui ver a fumaça sair por suas orelhas.

Ela respirou fundo e tenho certeza que também contou até dez antes de responder com um sorriso cordial e amedrontador – Pois bem, espero que tenha a consideração de guardar seu sarcasmo para o conselho, pois se continuar com essa postura, muito breve provarei que na verdade, você não tem capacidade para gerir essa empresa e que não passa de um libertino que encara a corporação como mais um de seus caprichos – Isabel se aproximou e alargou o sorriso – E desse modo, convencerei os outros acionista de que eu tenho mais capacidade e tino corporativo que o senhor, Sr. Queen – Afastou-se novamente e ajeitou a saia reta – Passar bem – Fez um cumprimento exagerado e saiu com a mesma postura que entrou.

Bati com o punho fechado sobre a mesa, tenho apenas trinta e cinco e anos e tenho certeza de que se continuar assim, terei um aneurisma ou uma parada cardíaca em algumas semanas.

Resolvi que deveria tentar esfriar a cabeça antes dessa bendita reunião, levantei e avisei minha secretária de que retornaria apenas para a reunião, pedi que levasse todos os papéis necessários para a sala de conferências mais tarde. Sai do prédio e fui caminhando até um parque próximo, tirei a gravata a abri dois botões da camisa, queria sentir e respirar melhor o ar um pouco mais puro que as enormes e muitas árvores do local proporcionavam.

Achei um banco vazio próximo ao lago, onde alguns senhores davam pães a uns poucos patos que nadavam próximos a margem. Mais ao longe vi uma criança que não devia ter mais que uns quatro anos, brincado de bola com o pai que sorria ao ver o filho chutar com toda a força que tinha. Sorri com a imagem. Gostaria de ter tido esses momentos com William.

Eu sabia que nossa relação nunca seria a mesma que aqueles dois ali tinham. Passei onze anos da vida do meu filho sem nem mesmo saber da sua existência. Samantha o havia escondido de mim por medo do que eu pudesse fazer ao descobrir que por descuido ela havia engravidado aos dezoito anos.

Quando soube que era pai, ela estava em uma situação difícil e foi obrigada a pedir ajuda e contar a verdade, poucos meses depois, acabou morrendo em um acidente de carro enquanto voltava do serviço. Fiquei perdido com a enxurrada de coisas que agora faziam parte da minha vida. William havia acabado de completar doze anos quando a mãe morreu, o mesmo ficou muito revoltado com o acontecido e o fato de descobrir que tinha um pai ausente por todos esses anos não ajudou nem um pouco.

Resolvi voltar a morar com minha mãe, já que Thea também estava passando por sua crise existencial ao descobrir que na verdade Malcon Merlym era seu pai, e havia saído por uma viagem sem prazo, para segundo ela, colocar a cabeça no lugar. Deixei um apartamento na cobertura, em um bom prédio, para voltar para a mansão onde havia crescido, pensei que talvez ali, onde eu tive uma boa infância, William também pudesse terminar de crescer bem, mamãe concordou em ajudar, porém, nada disso deu certo.

Continuei observando o parque, o barulho do vento nas árvores me acalmava, desde pequeno gosto de lugares assim, abertos, com a natureza tomando conta de tudo. O cheiro de terra molhada, da água do lago, da madeira dos antigos bancos que circundavam a área, toda a atmosfera verde fazia meu corpo relaxar. Acredito que se realmente tive outras vidas, em alguma delas eu morava em um campo, ou vivia próximo da floresta, pois o máximo de contato que tive com a natureza eram das vezes que meu pai levava eu e Thea para uma fazenda da família, lá podíamos ficar sentados na varanda, escutando os pássaros cantando em um grande cipreste ao fundo das cercas.

Fechei os olhos e respirei o mais fundo que consegui e deixei que aquele cheiro verde enchesse meus pulmões, para então soltar em um sopro lento, tentei ao máximo fazer com aquele sopro não levasse apenas o carbono, mas também meu estresse. Levantei devagar e observei mais uma vez a visão do parque antes de sair em direção a empresa e enfrentar o resto do dia.


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Notas finais do capítulo

;)



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