The Guardians escrita por Sofia Di Angelo


Capítulo 31
Episódio 6- Capítulo 1- Will


Notas iniciais do capítulo

Oi pessoal, desculpa a leve demora. Eu e minha beta nos enrolamos um pouco com as correções finais do capítulo. Mas, ele esta aqui agora e o próximo vai sair na sexta normalmente.
Boa leitura!



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9 de Agosto. Base livre de ataque há exatos cinco dias. Todos os feridos já 100% recuperados e os inimigos em nenhum lugar para serem encontrados, parece que os outros Guardiões finalmente nos deram uma folga. Uma semana útil já havia se passado, acho que eu já não tenho mais nada a temer. Há uns dois dias, recebi uma mensagem de texto de Stacy perguntando quando eu ia visita-la de novo, mas, como a base tinha sido atacada há pouco tempo, preferi não arriscar. Agora que o perigo havia finalmente passado, eu decidi que vou ao orfanato visitar minha família. O que poderia dar errado, não é mesmo? Caso um problema apareça, eu já me garanto com meus poderes. Além do mais, Eric havia me dado autorização ontem. Ele disse que se mais nenhum ataque fosse reportado, eu poderia sair. Significa que ele sabe para onde estou indo. Se algo realmente grave acontecer, eu posso contar com reforços.

Acordei por volta das 8:00. Tomei café, me vesti, escovei os dentes e desci para o primeiro piso. Meu plano era descer caminhando pelas colinas, andar pelo parque e passear pela cidade até chegar ao orfanato, mas chegando ao lado de fora, meu planejamento mudou por completo:

— Will? Onde estava? Tínhamos treino essa manhã. - Jack disse da arena enquanto rodava sua espada.

— Desculpa, Jack. Mas eu avisei a seu pai que iria sair hoje. Pensei que ele tinha passado o recado. - defendi.

— Ele deve ter esquecido. Ele ainda está meio frio comigo. Sem contar que sua atenção está focada em Harry no momento… - ele disse meio triste – Mas, hey, aonde você disse que ia?

— Ao orfanato – respondi - Fazer uma visita a minha irmã.

Ele assentiu e guardou a espada no armário de armas:

— Vou com você - disse simplesmente.

— Por que?

— Um, por que meus planos eram treinar com você. Já que isso não vai acontecer, estou à toa. E dois, é sempre bom ter reforço caso algo aconteça. - O loiro respondeu.

— Ok então.

— Certo, pegou a chave do carro? - Ele perguntou.

— Ahhhn, eu não sabia que era coletivo. Ou onde eu podia pega-la. - Respondi honestamente.

— Sem problemas, eu pego. - Ele disse prestes a entrar no edifício, quando Kevin saiu deste, com a chave do carro em sua mão.

O garoto usava uma camisa Lacoste vermelha e um jeans, juntamente com um sapato mais formal. Ele usava também o cinto preto com fecho amarelo, objeto responsável por ativar seu traje. Em sua mão esquerda ele segurava a chave e na direita, um buque de flores e uma caixa se bombons:

— Oi, Kevin – cumprimentei.

— Bom dia, Will. Jack - o garoto devolveu.

— Então, Kevin, nós meio que íamos sair para a cidade agora também, sabe onde a outra chave está? - Jack perguntou.

— Nós temos dois carros? - Perguntei surpreso.

— Mais o do meu pai e uma van - Jack respondeu.

— Que azar. Sky e Deuce acabaram de pegar o outro carro para ir ao supermercado fazer umas compras. Para onde vocês tem que ir? - O garoto respondeu.

— Eu ia visitar o orfanato hoje. Jack se ofereceu de ir comigo. E você... suponho que um encontro? – Eu disse.

— Aniversario de 9 meses de namoro. Mas tranquilo, eu estou adiantado - ele falou checando o relógio em seu pulso. - Eu posso deixar vocês lá e pegar Michelle depois. E na volta eu posso buscar vocês ou ligar para Sky e Deuce o fazerem.

Eu e Jack trocamos um olhar de concordância e assentimos:

— Não é um plano ruim... - Jack admitiu.

— Certo, então vamos lá - Kevin disse dirigindo-se a garagem.

Eu e Jack fomos logo atrás. Chegando lá, estavam também estacionados uma van e uma BMW azul - que eu supus ser o carro de Eric que nenhum de nós pode tocar - e um Honda. Entramos no carro, Kevin ocupando o banco de motorista e eu o do passageiro. Jack entrando logo atrás, sentando-se no banco do meio:

— Quando quiser, Kevin - ele disse colocando o cinto.

O Guardião da Luz pisou no pedal e deu partida no carro. Ele já havia falado com Jason para enfraquecer a barreira pelos próximos 10 minutos, o que deu o tempo exato de sairmos. E parando para pensar, eu havia me esquecido completamente da barreira. Se Kevin não tivesse aparecido, eu provavelmente teria demorado mais para sair, já que teria que subir ao terceiro andar e falar com Jason primeiro. Além disso, ainda consegui uma carona até o orfanato. O que era melhor do que ir a pé - meu plano original. Essa foi a melhor mudança de planos que poderia ter acontecido.

Ficamos os três em silêncio por um tempo, enquanto Kevin dirigia calmamente pela descida da colina. A quietitude foi quebrada por Jack poucos minutos depois:

— Nove meses, huh? - Ele disse ao outro loiro - Tem algo planejado?

— Vamos passar o dia inteiro juntos. Ao final da tarde temos um jantar reservado e depois vamos ao parque de diversões da cidade. - Kevin disse alegremente.

— O parque novo que abriu há uns meses, ne? - Jack perguntou e Kevin assentiu - Aquele lugar me dá náuseas. Um conselho, não vá nas xícaras.

— Por que? - Perguntei curioso.

— Pior tontura da minha vida - Jack tornou a responder

— Você nunca foi ao parque, Will? - Kevin perguntou.

Ele direcionou sua pergunta a mim e eu apenas neguei com a cabeça:

— Quantos anos sua irmã tem mesmo?

— Treze – respondi - Ela ia amar aquele lugar. Mas eu não tenho coragem de ir a montanha russa sozinho com a pequena peste.

— Olha que coincidência do destino. Agora você tem Jack para te ajudar como babá - Kevin gozou.

— Hilário. - este retrucou. - Eu nunca mais volto naquele lugar. Mas espero que você e Michelle se divirtam esta noite.

— Obrigado - Kevin disse fazendo uma curva.

Após mais alguns minutos, chegamos a rua do orfanato:

— Valeu pela carona, Kevin - agradeci.

— De nada - ele disse checando uma mensagem que acabara de chegar em seu celular - Na verdade, se importam se eu esperar um pouco com vocês? Ela acaba de dizer que vai se atrasar.

— Claro. Stacy está louca por conhecer outro Guardião. - Disse.

Kevin abriu um sorriso e saiu do carro também, trancando-o logo a seguir. Eles dois ficaram esperando apoiados no veículo enquanto eu me dirigia a porta do orfanato para chamara as meninas. Toquei a porta e aguardei. Ao cabo de 30 segundos, uma senhora de 89 anos abriu a porta. Com seu sorriso amistoso de sempre, ela abriu os braços:

— Will! Como vai, menino?

— Olá, senhora Cavanaugh! Bom vê-la de novo - disse com um abraço.

— Natasha contou que você conseguiu um emprego e por isso não vem visitar. Suponho que as coisas estejam dando certo para você então? - Ela falou.

— Melhor do que eu esperava – respondi - Nat e Stacy estão?

— Vou chama-las! - Ela disse entrando na casa - E nada de aprontar confusão, hein.

— Pode deixar - eu me despedi enquanto ela desaparecia na mansão, encostando a porta.

Fiquei ali mais um tempinho, até escutar passos rápidos se aproximando da porta. Esta se abriu rapidamente e uma garota pulou em cima de mim:

— Will! - Minha irmã disse alegre ao me ver.

— Stacy. - Eu disse quando ela me soltou e retornou ao chão - Será possível que você nunca cresce criança?

Ela mostrou a língua, brincalhona e abriu um sorriso:

— Até que enfim você resolveu aparecer. Não vejo a hora de escutar suas histórias. -  ela abaixou o tom de voz e se aproximou de mim - Natasha me contou tudo, ó Grande Guardião! - Ela fez uma reverência me caçoando.

— Mas e uma boba mesmo. - Natasha disse se aproximando - Como vai, Thor?

— Ah, esse e meu apelido agora?

— Até eu pensar em um pior? Sim - a morena disse me dando um abraço - Bom te ver de novo. E com companhia?

Ela falou ao ver Kevin e Jack no carro:

— Amigos do trabalho. Vamos lá? – respondi.

— Eles também são Guardiões? - Stacy perguntou excitadamente.

— Por que não vai lá descobrir?

Ela saiu pulando alegremente, enquanto eu e Natasha seguíamos atrás dela. Alcançando o carro, Stacy já havia se apresentado aos outros dois e perguntava a Kevin quando podia vê-lo em ação:

— Vejo que conheceram minha irmã – Disse.

— Igualzinha a você - Jack brincou.

— Eu sou a Natasha - a garota se apresentou, dando um aperto de mão em Jack e Kevin, que disseram seus nomes e devolveram o cumprimento.

O guardião da Luz checou seu relógio mais uma vez:

— Bom, eu sinto muito ter que deixá-los, mas tenho que ir agora. Espero que os quatro se divirtam. - Ele disse dando a volta no carro, prestes a entrar.

— Obrigado. Bom encontro - disse afastando-me do veículo enquanto ele pegava a chave.

O garoto abriu a porta lentamente e nós quatro tomamos nossa distância. A partir daí, o restante do dia seguiria normalmente. Eu, Nat, Jack e Stacy iriamos passear pela cidade enquanto Kevin teria o dia perfeito com sua namorada. Tínhamos de tudo para fazer dessas 24 horas memoráveis. Eu só não esperava que seria da forma oposta do que eu planejara. No mesmo momento em que Kevin entrara no veículo, uma figura apareceu no teto do orfanato, atrás de mim e dos outros, que não percebemos sua chegada. Ela lançou um feitiço em nós e, no intuito de nos defender, Kevin - que estava de frente para o orfanato -  lançou um raio de Luz. Jack, ao perceber que o garoto usou seus poderes sem a máscara gritou em pânico:

— Kevin, não!

O som seguinte foi o das duas magias se colidindo e Kevin ativando seu cinto rapidamente. Resolvi fazer o mesmo, o que fez minha irmã ficar de boca aberta:

— Vocês três... - disse para Jack.

— Já sabemos - Jack me interrompeu, levando as outras duas pra longe.

Kevin se aproximou de mim preocupado:

— Acha que ela viu meu rosto?

Quando eu ia responder, uma segunda figura saltou das sombras:

— Ela eu não sei. Mas eu realmente estou contente em finalmente saber seu nome, Kevin - Thea pronunciou a última palavra lentamente.

Kevin paralisou por um momento. Os inimigos já sabiam da minha vida desde o primeiro dia, mas isso nunca me havia trazido problemas. Mas com o restante dos Guardiões era diferente, eles tem uma vida - eu acho. Família, amigos, namorada. Todos estes corriam perigo caso o inimigo descobrisse sua identidade. E hoje, esse pesadelo se tornou realidade para Kevin. A outra figura de antes pulou de cima do teto:

— Os opostos se encontram em um duelo mais uma vez. Que divertido - Elize abriu um sorriso - Mas, eu sempre gostei de contar vantagem.

Ao dizer isso, a mais nova integrante de seu time apareceu em um portal:

— Estamos todos aqui reunidos hoje novamente - Paloma avançou um passo - Para acertar as contas da última batalha.

Com um rápido movimento de suas mãos, dois portais surgiram. Kevin e Thea foram “engolidos” por um, e eu e Elize pelo segundo. Eu reapareci no teto do orfanato, junto com Elize:

— Como sabiam que estávamos aqui? – Perguntei.

— Não sabíamos. O plano era quebrar tudo para que vocês aparecessem. Mas nosso trabalho foi facilitado. Agora, - sem terminar sua frase, ela lançou uma carga de energia em mim. Rolei para o lado, esquivando-me.

Juntando as mãos, invoquei relâmpagos e lancei um em direção de Elize. Esta também se esquivou com facilidade. Ela avançou para o próximo ataque, tentando se aproximar ao máximo de mim. Eu lançava raios em sua direção, mas ela se esquivava de todos, chegando cada vez mais perto. Eu sei que os Guardiões tem reflexos mais rápidos e tudo o mais, mas aquilo ia além, muito além da nossa capacidade. Meus relâmpagos estavam indo com cada vez mais rapidez, e ela estava próxima demais para continuar se esquivando deles. Sem entender o que estava acontecendo, me virei para baixo, deparando-me com Paloma. A garota mexia as duas mãos incansavelmente, estas cobertas pela sua magia rosa-claro. Ela deve estar dando algum tipo de super-reflexos para Elize. Sendo assim, tinha que deixar com que ela se aproximasse mais. Elize atravessou todo o telhado, e quando finalmente chegou próxima o suficiente, carregou suas mãos com a energia cinética que havia acumulado e a levantou aos ares. Mirando seu braço em mim, ela deixou seu tronco desprotegido. Aproveitei para lançar lhe um relâmpago. Este a acertou em cheio, mas foi parado pela barreira de proteção que havia ao redor de seu corpo:

— Oh-oh - eu disse meus pensamentos em voz alta enquanto Elize me lançava longe. - Au.

Levantei-me com esforço. A garota havia me lançado no telhado do vizinho, e eu não esperava que telhas fossem doer tanto. Fiquei de pé novamente, preparando-me para enfrenta-la. Mas isso parecia quase impossível agora. Quer dizer, ela tem uma barreira de proteção - graças a Paloma - ao redor dela, tornando-a imune aos meus ataques. Eu, pelo contrário, estou exposto até demais. E o pior de tudo isso, Elize tinha a capacidade de sugar os poderes de um Guardião com sua energia. Cléo contara que o antigo Guardião da Energia sugou os poderes dos Guardiões das Almas e dos Corpos na última geração e por isso, eles não haviam reencarnado. Pelo contrário, seus poderes estão em Elize, e caso ela aprenda a ativa-los, possuirá o poder de três Guardiões em um. E pelo rumo que essa luta está tomando, pode ser que esse número aumente para o poder de quatro Guardiões em um.

Elize reapareceu atrás de mim, saindo de outro portal. Ela começou a correr novamente, vindo em minha direção. Certo, eu não posso deixar que ela se aproxime demais e, tampouco, posso acerta-la diretamente. O único jeito seria enfraquecer Paloma para que ela desfizesse o feitiço. Mas, infelizmente, eu estava um pouco ocupado para isso. Só podia contar com que Jack fizesse esse serviço. Desta forma, eliminando todas as outras possibilidades, a única ideia que me ocorreu foi está: invoquei outro relâmpago e o mirei no chão em que Elize estava correndo - que no caso era um teto, mas tudo bem. O raio destruiu as telhas e Elize caiu dentro da casa:

— Isso! - eu comemorei.

Mas no momento seguinte, as telhas em que eu pisava começaram a rachar:

— Eee, talvez eu devesse planejar melhor minhas ideias - eu disse a mim mesmo enquanto o telhado abaixo de mim se rompia e eu caia dentro da casa. Na esperança de que um plano melhor me ocorresse durante a queda.


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Notas finais do capítulo

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