Murphy escrita por Mika Boo


Capítulo 6
Capítulo 06 - Nada é tão ruim que não possa piorar


Notas iniciais do capítulo

Hello pessoas!
Tudo bem?
Euzinha, vivíssima e plena -q

Bom, leia as notas finais dos cap que darei alguns avisos OK?



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/746157/chapter/6

Como previsto, Kurenai ficou furiosa com a situação. Não havia conseguido entrar em contato com Hinata — ela ainda estar sem celular — sem contar que ela havia fugido deixando toda a responsabilidade em cima de sua chefe. Como se não fosse o bastante, ainda causou prejuízo com o figurino caríssimo.

Já não tinha mais certeza do que fazer. Não sabia se a demitia ou se dá mais uma chance. Por isso, quando Hinata apareceu em seu escritório e explicou todo o ocorrido conseguiu entender o lado dela, no entanto isso não anula as coisas que ela havia feito, por isso finalmente tomou uma decisão.

— Dessa vez não irei demiti-la. — Hinata deu um suspiro de alívio, mas que não durou muito tempo. — No entanto, você não receberá nenhum trabalho por algum tempo.

— O que? Mas… — Entrou em desespero.

— Hinata precisamos deixar a poeira baixar. Entenda que apesar de merecido, você socou a cara uma pessoa famosa e deu prejuízo no figurino. — Explicou seriamente. — Por isso não posso dar nenhum trabalho para você até as coisas se acalmem. Estou cuidando para que a agência não seja prejudicada, por isso preciso que você se mantenha afastada por um tempo até as coisas se acalmar. Tudo bem? — Hinata nada disse, somente assentiu entendendo melhor a gravidade da situação.

(...)

Hinata estava jogada no sofá da sala, com o controle remoto nas mãos trocando de canal tentando achar algo de bom na televisão. Sua situação neste momento não era das melhores e tudo por causa do infeliz incidente com o cantor. Já fazia três semanas desde a conversa com Kurenai e ela realmente cumpriu com a palavra, nenhum trabalho foi lhe dado desde então.

Após um tempo trocando de canal sem encontrar algo realmente bom acabou desistindo da televisão.

— O que eu vou fazer? — Murmurou com o rosto entre as almofadas.

Não tinha ideia do que fazer agora, no entanto não podia mais ficar nessa situação. Quase não tinha dinheiro, seu sustento vinha dos caches do seu trabalho de modelo e agora que foi obrigada a dar uma pausa — contudo, dava graças por não ter sido demitida. — Estava em um beco sem saída. Entretanto, estava encarando a situação maneira mais madura, ficando em casa o dia toda sem qualquer perspectiva. Não existia jeito mais maduro de se encarar a situação.

— Que fome. — Colocou a mão sobre a barriga.

Foi para cozinha e começou a vasculhar os armários em busca de alguma coisa para comer, no entanto sua despensa se encontrar completamente vazia, enquanto a geladeira tinha algumas coisas não identificáveis, não tinha certeza de quanto tempo estava ali. Não havia feito as compras dessa semana — talvez mais que uma semana dada à situação. — Isso não era incomum, sempre esquecia de fazer compras, só se lembrava quando a fome chegava e não encontrava nada comestível em sua cozinha.

Sentiu a barriga aperta por causa da fome, por isso decidiu que por enquanto deixaria de lado suas lamentações e ir comprar algo para se alimentar. Não queria sair de casa, mas a fome falava mais alto.

Pegou sua carteira, não se importou em trocar de roupa, moletons eram bem confortáveis e não estava indo para nenhum desfile, iria na loja de conveniência mais próxima e comprar alguma coisa que preenchesse o vazio da sua barriga.

(...)

Passava pelas prateleiras da loja pegando comida, produtos de limpeza, higiene pessoal etc. e jogando de qualquer forma no cesto que carregava. Não se deu ao trabalho de ver se a comida era saudável ou a marca, queria terminar logo com isso é ir para casa.

Desde o incidente com o cantor ficou imaginando que a qualquer momento as fãs deles descobrissem o que ocorreu e a pessoa responsável — ou seja, ela — e fosse atrás em busca de vingança, por isso usava o capuz do moletom para cobrir sua cabeça, mesmo que nenhuma notícia sobre o que aconteceu tenha saído, ainda sim preferia se prevenir.

Após pegar toda comida necessária foi ao único caixa do local para pagar. Felizmente o lugar tinha pouco movimento e a fila não estava grande, logo chegou sua vez de ser atendida.

— Bom dia! — Hinata cumprimentou a atendente que não fez questão de responder, foi logo pegando as compras e passando.

Na hora de pagar as compras Hinata percebeu que na sua carteira não havia dinheiro, mas pelo menos tinha seu cartão.

— Senha inválido. — A atendente disse mau humorada. Hinata digitou novamente a senha sentindo um pouco de desespero. — Cartão inválido. Teria outra forma de pagamento? — Perguntou mais irritada.

— Não, somente esse cartão. A senha está correta e o cartão funciona perfeitamente. — Explicou desesperada.

— Olha moça, isso não é problema meu. — A mulher deu um sorriso sínico. — Já que você não pode pagar poderia sair da fila para que eu possa atender os outros clientes?

— Mas eu… — Contudo Hinata desistiu de argumentar pois a fila atrás de si já estava ficando grande e as pessoas já estavam impacientes. Saiu da loja envergonhada, humilhada e com fome.

Voltou para casa exausta por causa da fome. Não entendia o que o universo tinha contra ela para atrapalhar até suas refeições.

— Será que um banho de sal grosso resolve esse meu azar? — Resmungou ao entrar, porém não era o momento para lhe dar com seu azar, antes disso precisava resolver seu problema com a falta de comida.

Não entendia o que havia de errado com seu cartão. Havia dinheiro em sua conta, pouco, mas tinha. Sua senha estava correta e o cartão estava novo então não entendia o que aconteceu, mas também esse era um problema para se resolver depois, por enquanto precisava pegar algum dinheiro que tinha guardado e comprar comida e de preferência em outra loja. No entanto ao entrar na sala Hinata se deparou com uma pequena surpresa.

No seu sofá havia uma cobra, mas não uma pequena cobra e sim uma cobra enorme rastejando com toda a tranquilidade. Sem pensar duas vezes deu meia volta e saiu correndo dali. Como que uma cobra daquele tamanho foi parar no seu apartamento?

(...)

Após ficar vagando pelas ruas por algum tempo, Hinata resolveu se sentar no meio fio de uma calçada. Ficou procurando um telefone público para poder ligar para o controle de animais, contudo não conseguiu encontrar um telefone ou alguma boa alma disposta a ajudá-la. Quando foi pedir ajuda foi praticamente ignorada por todos.

Agora com a casa dominada por uma cobra, humilhada, sem dinheiro, sem celular, sozinha e com fome e isso foi só a metade de seu dia.

— Minha situação não pode piorar. — Jogou a cabeça para trás fechando os olhos, mas só foi dizer isso que o tempo começou a fechar e em seguida gotas de chuva começou a cair sobre seu rosto. — Só pode ser brincadeira. — Se levantou às pressas em busca de um lugar coberto para se abrigar.

            “Eu não vou chorar, eu não vou chorar…” repetia em pensamento sentindo seus olhos arder tentando evitar as lágrimas enquanto olhava a chuva — Havia conseguido arranjar um lugar coberto para se abrigar —  

“A única coisa que me resta é minha dignidade, por isso nada de chorar. ”

Respirou fundo sentindo-se mais calma, quando de repente alguém também entrou na pequena área coberta para se proteger da chuva. Curiosa, Hinata olhou para o lado para ver quem foi o azarado que foi pego pela chuva. Para sua surpresa, dois pares de olhos safiras também a olhava.

— Hinata! Sabia que era você. — Deu um grande sorriso ao reconhecê-la.

“Adeus dignidade. ”

Nesse momento Hinata começou a chorar, fazendo Naruto entrar em desespero ao vê-la chorar de repente.

Havia feito algo de errado de errado? Deveria pedir desculpa? Tinha que abraçá-la? Gritar? Não tinha ideia de qual atitude tomar.

— Hinata está tudo bem? — Perguntou preocupado. — O que aconteceu? — Agitava as mãos sem saber o que fazer.

— É que… eu… eu… — Não conseguia pronunciar nada coerente devido ao choro. — Dinheiro… Cobra e…Comida... — Falava entre soluços

— Eu não consigo te entender. — Passou as mãos nos cabelos desesperado. Ela estava machucada? Mas ela não parecia ter se machucado.

— Eu...eu... estou com fome! — Seu choro se intensificou ainda mais.

(...)

Hinata saboreava um hambúrguer de olhos fechados. Parecia que aquela era a melhor comida que já havia provado na vida, mas isso era devido à intensidade da fome que estava.

Após ter se acalmado, finalmente conseguiu explicar a Naruto um pouco da sua situação, fazendo que ele compreendesse um pouco e a convidasse para comer. A princípio pensou em recusar, mas sua fome era maior do que qualquer coisa, por isso aceitou o convite.

Enquanto isso, Naruto a observava devorar o hambúrguer com extrema vontade, fazia um esforço para não rir. Ainda estava confuso, mas por enquanto iria esperar Hinata saciar sua fome.

Hinata sentiu seu rosto corar ao perceber que estava sendo observada.

— Obrigada pela comida. — Agradeceu envergonhada. Essa era terceira vez que ele a ajudava.  

Ouve um breve momento de silêncio entre ambos, Naruto esperava pacientemente Hinata terminar de comer. Estava curioso, mas não iria força-la a contar nada contra sua vontade. Enquanto isso Hinata comia esperando a vergonha momentânea passar ou que um buraco no chão se abrisse para ela poder se esconder, mas a melhor coisa a se fazer explicar toda a situação. Respirou fundo e começou a contar tudo.

Contou desde seu afastamento do emprego por ter socado o cantor e ter estragado o figurino e que ficava o tempo todo em seu apartamento desde então. Falou sobre sua ida a loja de conveniência, do mau atendimento, na hora de pagar as compras seu cartão simplesmente resolveu não funcionar e na sua carteira não havia nenhum uma moedinha. Também contou que foi buscar dinheiro em seu apartamento, entretanto acabou se deparando com uma cobra enorme em seu sofá.

—… Então fui para o parque e começou a chover, me abriguei naquele lugar para esperar a chuva passar, então eu te vi e comecei a chorar. E aqui estamos nós. — Suspirou aliviada ao terminar de contar tudo o que aconteceu. Tomou um gole de água evitando olhar para Naruto que a encarava de boca aberta sem acreditar.

Não o culpava por isso. A história é surreal demais para se acreditar, porém para Hinata esse só era mais um dia.

— Tem uma cobra no seu apartamento? — Enfim perguntou incrédulo.

— Sim. — Confirmou colocando o copo com água na mesa. — Espero que ela já tenha ido embora porque eu quero voltar para casa. — Os dois ficaram em silêncio novamente. Um silêncio um pouco incômodo do ponto de vista de Hinata, mas que felizmente se desfez ao Naruto ficar e estampar um grande sorriso no rosto.

— Vamos ver se ela foi embora ou não.

(...)

Durante o percurso até seu apartamento, Hinata fez uma lista mental dos motivos pelos quais não deveria ter concordado com a ideia de Naruto ir até seu apartamento. Não deveria ter concordado, no entanto acabou dizendo sim sem pensar direito, mas agora que estavam a caminho refletia em como isso era uma má ideia e eis os motivos; 1) havia uma cobra enorme em seu apartamento. 2) não se lembrava se qual foi a última vez que limpou o lugar. 3) não tinha dinheiro para pagar as contas do hospital caso a cobra fizesse algo com ele. 4) TINHA UMA COBRA NO SEU APARTAMENTO!

Durante todo o caminho Hinata tentava convencê-lo a chamar o controle de animais, entretanto Naruto dizia que não era necessário. Hinata começava a suspeitar que ele não batia muito bem da cabeça ou que ele simplesmente não acreditava nela, mas de qualquer forma ele era a única ajuda que tinha, por enquanto resolveu deixar por isso mesmo.

Ao chegarem Hinata deixou Naruto ir na frente, não queria se separar com novamente com aquela cobra. Deixou a porta aberta para ter uma rota de fuga segura.

— Acho que ela não está mais aqui. — Naruto dizia calmamente olhando para todos os cantos da sala, não aparentava estar com medo ou qualquer outra coisa ele transparência tranquilidade. Por outro lado, Hinata tremia segurando um abajur como arma para se defender a qualquer sinal do bicho.

— Tem certeza? — Sussurrou temendo que qualquer barulho atraísse a cobra para onde ela estava.

— Talvez ela tenha ido embora. — Naruto deu de ombros.

— Ou talvez ela esteja à espreita esperando o momento certo para dar o bote e depois nos transforma em sua refeição. — Disse apavorada. Naruto que se segurar para não rir.

Resolveu explorar os outros cômodos para ela se sentir mais segura, estava começando a achar que Hinata estava vendo coisas, talvez ela tivesse confundido algum objeto com uma cobra, porém ao entrarem no quarto — que estava uma bagunça — algo estranho aconteceu. Alguma coisa começou a se mover entre a bagunça dos lençóis da cama. Hinata se agarrou ao braço de Naruto ao ver que algo se mexia.

Naruto se aproximou com calma — com Hinata grudada em seu braço — pegou a ponta do lençol começando a puxá-lo. Aos poucos a cobra começava a aparecer. Ela estava enrolada em torno de si mesma.

A princípio Hinata olhava para cobra paralisada — demoraria a dormir em sua cama novamente — mas ao ver a cabeça da cobra, seus olhos avermelhados e aquela língua para fora não pensou duas vezes em soltar o braço de Naruto e sair correndo e gritando. Hinata não olhou para trás para ver se Naruto a seguia ou não.

“Talvez ele tenha virado comida de cobra” esse pensamento fez Hinata se sentir culpada por tê-lo deixado para trás. Pensou em voltar para ajudar, porém seu medo falava mais alto por isso continuo a correr até a saída do seu apartamento.

Foi uma boa ideia ter deixado a porta aberta”, entretanto não conseguiu sair, pois parado na porta da sala estava um homem um tanto assustador.

O homem à sua frente usava yukata, seu rosto estava completamente branco, talvez tenha exagerado no pó de arroz, ainda havia uma sombra roxa sobre os olhos indo até a parte de cima do nariz. Sem contar que seus olhos pareciam com olhos de cobra e o sorriso estampado na sua face era assustador.

 — NARUTO!  — Sem pensar duas vezes Hinata deu meia volta gritando o nome daquele que ela havia abandonado a própria sorte. Não precisou correr, pois Naruto já estava ali. De imediato se escondeu atrás dele usando-o como escudo para se protegendo daquele estranho parado em sua porta.

— Ora, ora que boas vindas maravilhosas!  — Aumentou o sorriso em seu rosto fazendo com que Hinata se escolhesse ainda mais atrás de Naruto. 

 — Quem é você?  — Naruto perguntou percebendo que Hinata não conhecia o sujeito parado ali em sua porta.

            — Ora, ora, mas que indelicadeza a minha.  — Deu uma risada medonha que fez os pelos da nuca de Hinata se arrepiarem e ela se agarrar fortemente na camisa do seu escudo humano.  — Meu nome é Orochimaru, sou o novo vizinho de vocês e dono dessa belezinha.  — Disse apontando logo atrás de Hinata onde a cobra agora estava. Se quer tinha percebido que ela estava ali. Ainda mais assustada, abraçou as costas de Naruto com força, se agarrando a ele o máximo que podia.

 — Tira ela daqui, tira ela daqui.  — Pedia apavorada.

 — Pythoni é inofensiva.  — Disse pegando a cobra e a colocando sobre seu pescoço saindo calmamente sem dar qualquer explicação.

— Está tudo bem agora.  — Naruto falou meio sem ar pois Hinata estava o apertado com bastante força. Percebendo a situação em que se encontravam o soltou rapidamente, se sentindo envergonhada.

No ambiente se instalou um silêncio constrangedor, porém somente por parte de Hinata, pois Naruto aparentava estar calmo.

“Preciso dizer alguma coisa…”

— Er… quer beber alguma coisa? — Sua despensa estava sem comida, mas deveria ter ao menos um chá, café ou agua para beber.

— Desculpa, mas vai ter que ficar outra hora, agora eu tenho que ir. — Sorriu se desculpando com o celular em mãos.

— Ah sim, claro, sem problemas. — Não sabia se estava decepcionada ou aliviada por ele ter que ir. — Eu te acompanho até lá embaixo.

(...)

— Obrigada por me ajudar! — O agradeceu. — E desculpa tê-lo deixado para trás junto com a cobra — Sorriu envergonhada fazendo enquanto Naruto ria.

— Com essa você me deve quatro leites de morango, mas acho que essa vou te cobrar em dobro por ter me abandonado com a cobra. — Hinata riu, realmente devia muito a ele. O acompanhou até a esquina do prédio onde morava. Estranhamente não queria se despedir dele é não conseguia entender o porquê.

— Tchau Hinata. — Caminhou se despedindo

— Tchau Naruto. — Acenou vendo-o ir embora.

Hinata voltava para seu apartamento se sentindo cabisbaixa. Seu dia havia sido muito agitado e isso porque era somente três horas da tarde, nem havia feito as compras que era seu objetivo antes de todo os empecilhos que aconteceu. Estava tão pensativa que demorou a perceber que alguém gritava seu nome.

— Hinata, espera! — Naruto corria para alcançá-la, o olhou surpresa.

— Aconteceu alguma coisa? — Perguntou quando ele a alcançou.

— Seu… número.... — Disse ofegante e fazendo Hinata o olha confusa.

— Meu número? — Repetiu sem entender.

— É, o número do seu celular. — Sorriu recuperando um pouco do fôlego. Hinata não acreditava que ele havia voltado para pegar seu número.

— Sim, claro. — Quando ia passar seu número se lembrou que seu celular havia quebrado e não havia comprado um novo ainda. “Droga” — Desculpe Naruto eu quebrei meu celular e não comprei um novo ainda. Mas se quiser me passe o seu. — Disse rapidamente.

— Ok! — Deu uma risada vendo o quanto ela estava agitada. — Tem papel e uma caneta? — Hinata procurou em seus bolsos e só conseguiu encontrar uma caneta, não sabia o porquê de ela estar ali, porém nada de papel.

— Tenho só uma caneta, mas pode anotar na minha mão. — Entregou a caneta para Naruto e estendeu a sua mão.

Sentiu o coração falhar uma batida e logo em seguida acelerar ao sentir Naruto segurar sua mão enquanto anotava.

— Pronto! Se precisar de alguma coisa é só me ligar. — Disse ao terminar de anotar.

— Obrigada! — Iria comprar um celular novo ainda hoje.

(...)

A primeira coisa que fez ao chegar em casa foi procurar por seu dinheiro e cartões de crédito. Seu objetivo agora, além de abastecer sua despensa, seria comprar um celular novo — mesmo tendo que cortar gastos.

O motivo para comprar um celular novo, não porquê Naruto tinha passado seu número — na realidade esse era uns dos motivos, mas não admitia para si mesma — precisava ter um meio de contato para falar com sua chefe além dos e-mails. Estava cansada de ficar em casa deprimida e quase sem dinheiro, por isso daria um jeito de convencer Kurenai a lhe dar novos trabalhos. Também precisava entrar em contato com sua família, fazia um bom tempo que não dava notícias. Por isso depois de abastecer sua despensa com comida para pelo menos uma semana saiu em busca de um celular novo, bom e barato

Hinata ficou satisfeita com seu celular novo, sem contar que por um milagre o aparelho estava na promoção — o que é estranho por causa da sua falta de sorte — e prometeu a si mesma a não quebrar esse, pelo menos não tão rápido como fez com os anteriores.

(...)

Chegou feliz em seu apartamento, pelo menos algo de bom para alegrar seu dia, por isso começou a cantarolar enquanto destranca a porta, entretanto, por alguma razão a chave empurrou e não queria girar.

— Vamos lá chavinha… — Disse cantarolando um pouco nervosa. Colocou mais força, porém isso foi uma má ideia, pois a chave partiu ao meio. Uma ponta ficou dentro da tranca enquanto a outra ficou em suas mãos. Olhou para a tranca da porta e depois para a chave quebrada em suas mãos. — Há, há, há… — Começou a rir histericamente.

Ficou sentada na porta de sua casa se perguntando o que fazer. Tentou entrar em contato um chaveiro, mas os números deles ficavam anotados na agenda que estava dentro do apartamento. Foi procurar o porteiro, no entanto esse parecia não existir no prédio, parecia que sempre que precisava pedir ajuda ele sumia. Pedir ajuda aos vizinhos estava fora de cogitação por dois motivos; 1) Seus vizinhos raramente atendia 2) não sabia qual o número do apartamento em que cara da cobra morava e não queria ver ele tão cedo.

Estava sem opções. Não sabia o telefone de ninguém, somente de Naruto. Fez questão de passar para agenda do seu celular assim que estava com ele em mãos.

“— Se precisar de alguma coisa é só me ligar…”  A voz de Naruto soou em sua mente.

— Isso vou ligar para ele! — Pegou o celular abriu a agenda e ali estava o nome dele, seu único número de contato naquele momento. Contudo ficou receosa.

 “E se eu incomodar ele? E se ele disse aquilo só por educação? ” Esses pensamentos começaram a passar por sua cabeça. Porém precisava de ajuda, precisava deixar seus receios de lado. Fechou os olhos com força e ligou para ele.

— O número que você ligou não existe, por favor verifique o número discado. — A voz eletrônica do outro lado da linha ressoou em seus ouvidos, fazendo Hinata ficar paralisada e depois rir histericamente.

— O número não existe. — Seus olhos se encheram de lágrimas, mas não chorou. — Eu vou beber.

(...)

Hinata levou a boca o seu quinto, talvez décimo drink da noite, já havia perdido as contas de quantas bebeu, no entanto se podia ter certeza que foi o suficiente para estar completamente bêbada.

— Sabe purquê extou bebendo? — Perguntou com a fala embolada ao barman a que servia a ela mais um drink. O rapaz nada disse, porém ela não se importou, só queria continuar a falar e desabafar suas mágoas. Era para isso que as pessoas iam ao bar, pelo menos era isso que a maioria dos filmes e livros ensinava. — Extou bebendo pra esquecer… Sabe do que? — Novamente o rapaz não a respondeu, estava acostumado a isso. Os clientes bêbados querem só falar e não ouvir. — Não, não… — Riu como se o barman tivesse dito alguma piada. Esse a olhou assustado, mas nada disse.

“Essa já está completamente fora de si” pensou o rapaz.

— Não é pur cauxa de um cola… cola…

— Coração? — Ajudou não aguentando.

Issu! Colação. — Levantou os dois polegares, como se tivesse dito a palavra de maneira correta e pela palavra ter saído, mesmo que incorreta. — Extou bebendo pra exquecer o dia que tive hoje, mas naum só o dia, mas tudo… — Ficou um tempo em silêncio, olhando fixamente para o líquido que estava no copo em suas mãos, quando de repente bate o objeto com força no balcão assustado o barman que atendia outra pessoa. — Cê xabia que eu sou azarada? — Colocou os braços sobre o balcão se aproximando. — Já que cê tá curioso vou contar minha história. — Nesse momento o barman lutou para não revirar os olhos quando Hinata começou a contar sobre as tragédias de sua vida.

 

— E aqui extou eu… sozinha e bêbada. — Levantou o copo com o drink em direção ao barman, que não prestou atenção em nada. — Mas não precisa preocupar. — Continuou sem se importa — Eu, Hyuuga Hinata! — Pronunciou batendo em seu peito. — Tenho dinheiro para pagar!

— Assim espero. — O rapaz murmurou sem que Hinata ouvisse.

De repente Hinata apoia as duas mãos sobre o balcão, debruçando seu corpo para frente ficando bem próxima ao barman.

— Já que nos dois... — Apontou para si e mesma e para o barman. —...ficamos amigos. deixa eu dormi na sua casa hoje? — Pediu tranquilamente deixando o rapaz pânico.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Gostaram? Sim? Não? Talvez -q

Vamos aos avisos:
Queria agradecer a Miranda paradise, a leitora que comentou em um cap da fic e que me inspirou na cena da cobra ao relatar sua situação com um gamba (estou chocada ainda) MUIITO OBRIGADA!
Também gostaria de agradecer aos leitores lindos e maravilhosos que comentam, conta suas experiencias, relatam que passam situações semelhantes a da nossa pobre Hinata.
Também queria desejar Boas vindas aos leitores novos /
E por ultimo e não menos importante, gostaria de agradecer ao banco que tenho conta. Pois é gente, aquela situação do cartão? Aconteceu comigo ç.ç


Agora avisos para quem acompanha minhas outras fic:

Perfeitos Imperfeitos: Estou pesquisando sobre alguns assuntos para a fic, está sendo um pouco complicado, mas está indo hahahah tentarei postar o próximo cap ainda esse mês, mas não garanto nada e.e

What's Behind?: Então... eu nem respondi os comentários pq sou uma anta que faz confusão que acha que já respondeu, mas na realidade não respondeu coisa nenhuma. MIL desculpas. A previsão para o próximo cap é esse mês ainda, mas não garanto nada, Ok?

Afraid: Exclui a fic por motivos de força maior, mas não se preocupem que pretendo voltar a escreve-la.