Caso encerrado escrita por Amanda


Capítulo 16
Capítulo quinze




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/746105/chapter/16

Começara a manhã com uma reunião com o Ministro da Magia, que ouvira o plano arquitetado e depois de opinar em alguns pontos, autorizou-os a coloca-lo em ação, uma vez que aconteceria no Baile Beneficente para órfãos de guerra. Nenhum dos convidados saberia da estratégia, estariam seguros com todos os aurors espalhados pelo átrio.

O Profeta Diário tinha uma grande nota sobre a volta de Hermione ao trabalho, uma matéria falsa que explicava seu sumiço.

— Trabalho secreto no Ministério Francês? — Exclamou ao ler o texto.

— Foi o melhor que conseguimos pensar, além do mais, é o tipo de artigo que não levanta suspeitas. Você não pode falar sobre o assunto porque é confidencial e tudo mais. — Rony piscou, como se o trabalho realmente tivesse existido.

O artigo do jornal também confirmava sua presença no evento Beneficente como uma das bruxas homenageadas. Era o plano perfeito!

Finalizava algumas anotações no pergaminho quando Harry entrou na sala.

— Posso falar com você? A sós. — Olhou de esguelha para Rony que saiu da sala silenciosamente.

Hermione suspirou e ajeitou sua postura na cadeira, os dedos entrelaçados pousados sobre a mesa diziam que devia continuar.

— Aquele pergaminho que você leu ontem era pra ter ido fora há muito tempo, eu o escrevi quando estava sentindo raiva e medo. — Buscava as palavras perfeitas, sabia que se dissesse algo errado Hermione jamais o perdoaria. — Quis jogá-lo fora no momento em que terminei!

— Por quê?

— Você estava mergulhando de cabeça nesse caso, de uma forma assustadora, e as coisas começaram a desandar. — Explicou, aproximando-se um passo de cada vez. Cauteloso. — Rony comprava suas expressões firmes, mas eu via o quanto aquilo a estava consumindo. McHearty, e depois o recruta, você estava se afundando em culpa.

Hermione baixou o olhar, e foi o necessário para que Harry contornasse a mesa e se ajoelhasse ao lado da amiga.

— Mas tinha Malfoy no meio, e você começou a oscilar. Quando ele estava por perto você ficava mais firme e forte, e me incomodava o fato de imaginar como ficaria quando ele se afastasse. — Tocou a mão de Hermione com a sua, e afagou-a gentilmente. — Afastá-la do caso era a resposta mais simples, mas não seria capaz de fazer isso. Por isso fiquei surpreso quando a vi lendo o pergaminho, tinha certeza de que havia ido fora naquela mesma noite.

— Você me subestimou, Harry. — Murmurou, a voz já não tão firme assim.

— Estava tão cego com a ideia de vê-la culpada com o que acontecia, sinto muito por tê-la magoado, Mione. — Disse com sinceridade.

No instante seguinte ficou surpreso quando Hermione o puxou para um abraço e começou um choro baixinho.

— Tudo vai ficar bem. — Dizia como um cântico, enquanto deixava-a chorar em seu abraço. Compreendia que as lágrimas não eram causadas pelas desculpas, mas por tudo o que acontecera até aquele segundo. As mortes, os ferimentos e as palavras ásperas trocadas. — Prometo que vamos terminar com isso de uma vez por todas!

***

Para selar a paz, Rony apareceu com três almoços em mãos e juntos comeram no escritório, deixando os assuntos pesados para as próximas reuniões, aquela pausa do mundo era necessária e todos concordavam. Harry contou sobre as indiretas indiscretas de Molly quanto a receber um neto, e que o assunto lhe deixava um pouco desconfortável quando discutido na frente dos irmãos da sua esposa.

Hermione notou a falta que aquilo fazia em sua vida. Estar bem com os amigos, conversar sobre as banalidades da vida e tudo aquilo que os cercava. Vinha se desentendendo com Harry há muito e sequer compreendia o porquê, mas depois de chorar no ombro do amigo percebeu que tudo não passava de uma grande babaquice.

Depois de algum tempo a porta se abriu, e um homem trajando preto colocou somente parte de seu corpo para dentro da sala.

— Weasley, podemos? — Indicou o lado de fora e saiu.

— O dever me chama. — Rony levantou-se e saiu da sala.

Hermione sorriu para o amigo que ajeitou a roupa antes de sair da sala.

— Vou aproveitar e continuar com meu trabalho, tenho alguns pergaminhos para rever. — Hermione começou a juntar as embalagens plásticas do almoço, mas Harry a impediu.

— Eu limpo. — Piscou e empurrou-a para longe da sacola plástica.

Começara a organizar os pergaminhos e dar alguns retoques nas anotações espalhadas por sua mesa, um trabalho árduo que devia ser feito logo. Harry limpava a bagunça em silêncio, mas lançava olhares curiosos para Hermione, como se esperasse o momento certo para fazer o comentário preso em sua garganta.

— Malfoy não pareceu feliz em saber que você voltaria. — Olhou-a, esperando qualquer reação. Pensou até mesmo que Hermione não o tivesse ouvido, até que recebeu uma resposta.

— Tenho certeza que ele não gostou da parte do plano em que me torno uma isca. — Seguiu mexendo a pena, escrevendo sobre o pergaminho novo. — Ele tem razão, você sabe

Levantou o rosto para olhá-lo. Harry tinha os braços cruzados sobre o peito, mas os ombros curvados mostravam o quão cansado ele estava.

— Eu não a teria chamado se fosse nossa última opção. — Passou a mão pelo cabelo, deixando-o ainda mais bagunçado. — Jamais a colocaria em risco desse jeito, Mione.

— Sei disso, Harry. — Sorriu. — Vamos resolver e tudo voltará ao normal!

Harry pareceu instantaneamente mais calmo, como se parte do problema tivesse se resolvido. Sacudiu a cabeça, lembrando-se de um ponto bastante importante que o vinha deixando intrigado.

— Acredita que passei a detestar Malfoy um pouco menos. Ele se preocupa com você, acho que é um bom motivo para não desprezá-lo.

Hermione parou de escrever e olhou-o novamente, dessa vez buscava em seu rosto qualquer sinal de deboche ou sarcasmo.

— Vá direto ao ponto, Potter! — Empinou o nariz e manteve a sobrancelha arqueada em dúvida. — O que quer saber?

— Quando disse que tudo voltaria ao normal, incluiu Malfoy?

Abriu a boca algumas vezes, mas a verdade era que não tinha uma resposta pronta.

— Vi como agem um com o outro. Pensei que se tratando de você já houvesse algumas coisas estabelecidas.

— Não pensei sobre isso, Harry. — A resposta evasiva era uma mensagem clara de que não queria se aprofundar no assunto. — Além do mais, não se trata apenas de mim.

Sacudiu a cabeça, concordando com a fala de Hermione, deixando-a se concentrar nos pergaminhos.

Com afinco Hermione organizou o plano e revisou-o diversas vezes, nada podia dar errado. Orquestrar aquilo tudo tinha de valer a pena, não haveria outra chance. Quando Harry foi chamado do lado de fora para resolver um problema, foi o que precisou para se empenhar ainda mais. Seus amigos estavam atolados de tarefas, era seu dever tomar as rédeas da situação.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Recebi uma recomendação linda da Anna. Muito obrigada irmãzinha, amei!! Espero que estejam gostando de toda essa tensão, o próximo capítulo já está escrito, revisado e pronto para ser postado. Até a próxima semana