Caso encerrado escrita por Amanda


Capítulo 15
Capítulo quatorze




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O som de aparatação ecoou pela sala do chalé.

Com a varinha na mão, Draco atravessou a cozinha e escorou-se na parede ao lado da porta, esperando. Mas nada aconteceu. Com cuidado, esticou o pescoço e observou pela janela o visitante.

Hermione.

Parada de frente para o mar, a vários metros de distância da casa.

Baixou a varinha e focou sua atenção apenas em observá-la. Percebeu de imediato que havia algo de errado, a postura de Hermione era completamente rígida e ereta, sua mão segurava a varinha, mas continuava jogada ao lado do corpo.

Decidiu espera-la.

Quase meia hora depois Hermione abriu a porta do chalé e entrou na casa, seus passos soavam mais pesados contra o chão, e seu caminho foi traçado diretamente para as escadas. Draco, contudo, a impediu.

— O que houve? — Estava escorado na lareira, acabara de fazer fogo quando a ouvira entrar.

Hermione levantou a cabeça — que naquele momento parecia pesar toneladas — e num ímpeto ato descontrolado seguiu em passos largos até Draco, onde empurrou-o para a parede e beijou-o com força, enroscando as mãos no tecido da camisa de flanela. Surpreso pela abordagem dura, tudo o que fez foi corresponder ao beijo, segurando-a pela cintura enquanto seus corpos moviam-se sincronizados.

Draco teve a camisa aberta pelas mãos rápidas de Hermione, mas parou-a quando chegou em sua calça. Recebeu um olhar desafiador e rapidamente, inverteu suas posições. Colou-a contra a parede com mais força do que gostaria, mas em resposta recebeu um gemido baixo, que o instigou a continuar. Passou a beijá-la arduamente, trilhando caminhos pela sua mandíbula e pescoço, afastou suas pernas com o joelho e posicionou-se de modo que qualquer espaço entre seus corpos se extinguisse por completo.

Assim como a camisa que Draco usava, o restante das roupas recebeu o mesmo destino. Seus corpos deitados sobre o tapete da sala compartilhavam de uma experiência diferente, Hermione comandando a situação de uma maneira completamente inesperada.

Draco não compreendia, apenas acompanhava-a.

***

— Quer me contar o que a deixou assim? — Perguntou, enquanto desenhava círculos nas costas de Hermione deitada sobre seu peito.

Ela apenas suspirou e apoiou a mão sob o abdômen de Draco que a abraçava.

— Li todos o relatórios sobre o caso, descobri algumas coisas, briguei com Harry, fim! — Contou superficialmente.

Não queria falar sobre aquilo, e no fundo torcia para que Draco a deixasse apenas desfrutar de seu abraço.

— Preciso de detalhes. — Pediu depois de soltar ruma risada nasalada. — Do jeito que você chegou tenho quase certeza que Potter ganhou uma nova cicatriz.

Hermione não respondeu.

— Hey, me conte o que te fez ficar assim. — Referia-se aos músculos tensos de seu corpo.

Sua voz foi o que a desarmou. Pedia por uma explicação quase em súplica, Draco realmente queria saber o que a fizera ficar tão nervosa a ponto de beijá-lo agressivamente. E depois de respirar, buscando forças, explicou.

Assim que chegara no Ministério recolhera todos os relatórios sobre o andamento do caso até ali e trancara-se no escritório para analisar e entender o que estava acontecendo. Descobriu, no entanto, que os planos de que havia sido informada não obtiveram resultado algum, o Comensal da Morte que fora capturado morreu misteriosamente em Azkaban e a única coisa que tinham era a teoria de que Hermione era um alvo.

Apesar de estar irritada com o trabalho inútil de seus amigos resolveu que ignorar e trabalhar em busca de resultados seria o melhor, por ora. No entanto, o pergaminho a seguir tinha anotações de Harry, e nelas sentiu seus ombros caírem em desapontamento. Os rabiscos feitos pelo amigo era uma carta que a incapacitava de permanecer no caso, diziam que havia abalo emocional e que suas decisões eram tomadas por emoção, além de diversos outros adjetivos que a descrevia como incapacitada para atuar naquele caso.

— É isso que pensa de mim? — Perguntou à Harry quando este entrou na sala.

Sem compreender olhou para a mesa da amiga e reconheceu o pergaminho que escrevera no início do caso, quando estava fora de si.

— Isso não devia estar aí. — Disse sem perceber o quão ruim aquilo soava. — Hermione, eu não quis escrever isso, aconteceu quando...

— Não queria, mas fez! — Elevou a voz, perdendo o restante do controle que tinha. — Esse tempo todo você me deixou de fora porque acha que sou incapaz de exercer o meu trabalho.

Olhava-o com severidade e raiva, Harry apenas sustentava seu olhar — com dificuldade.

— Escondeu informações, encobriu ataques, mentiu pra mim. — Baixou a cabeça como se doesse muito dizer aquilo. — De todas as pessoas, você era a última que eu imaginava ser capaz de fazer isso.

Pegou sua varinha e encaixou-a no coldre preso em sua perna, não aguentava ficar mais nenhum segundo sequer na presença de Harry. Quando aproximou-se da porta, ele falou:

— Precisa me ouvir, Hermione!

— Não, eu realmente não preciso. — Seu tom era frio. — Estarei aqui para a reunião de amanhã.

— Hermione, eu...

Ela saiu da sala batendo a porta, e do lado de fora se chocou com Rony que trazia uma caixa de rosquinhas na mão.

— Mione, o que...? — Não recebeu uma resposta, a amiga simplesmente seguiu seu caminho pelo corredor e entrou no elevador.

Na primeira oportunidade aparatou de volta para o chalé, onde não conseguiu segurar as lágrimas. Olhar para o mar foi a única maneira de acalmar seu peito apertado pela traição, mesmo que momentaneamente.

Claramente, omitiu essa parte de Draco.

— Não acredito que vou dizer isso, mas não me parece algo que o Potter faria. — Ainda tentava entender toda aquela informação. — Ele sempre foi o primeiro a defendê-la!

Hermione ficara quieta, apenas ouvindo os batimentos do coração de Draco.

— Não importa, já disse tudo o que tinha de ser dito e assim que terminarmos esse caso pedirei uma transferência para qualquer outra equipe. — Seu tom não deixou brechas para que o assunto continuasse, Draco respeitou sua vontade.

Sentia-a tensa sobre seu corpo, não parecia sequer prestar atenção ao redor, estava tão profundamente enterrada em pensamentos que soltou um grito de surpresa quando Draco a girou para que ficasse completamente sobre seu corpo.

— Sabe o que eu acho? — Perguntou, segurando-a pela cintura de modo que a mantinha sobre si.

— O que? — Tinha uma sobrancelha arqueada.

— Você ainda está muito distraída, e pensei que seria muito rude da minha parte não ajuda-la a esquecer da tarde desastrosa no Minsitério.

Hermione sorriu, relaxando seu corpo.

— E como pretende me ajudar? — Soltou a frase com os lábios quase colados aos de Draco, e o simples roçar foi mais que necessário para fazê-lo beijá-la.

— O que acha de irmos para a cama, só pra variar? — Perguntou separando seus lábios rapidamente, Hermione concordou com a cabeça, atordoada demais para pronunciar o que quer que fosse.

Prestes a se levantar foi impedida por Draco, que segurou-a no colo, fazendo-a enrolar as pernas em seu quadril para que a pudessem chegar até o quarto.

***

O cheiro de café foi a primeira coisa que sentiu, os beijos em seu ombro foi o que a despertou por completo.

— Bom dia! — Abriu os olhos e encontrou Draco inclinado sobre seu corpo. Não impediu o sorriso que escapou e tomou seus lábios.

— Finalmente pude acordá-la, da outra vez o Weasley me tirou esse prazer. — Beijou-a rapidamente nos lábios, antes de vê-la sentar-se. — Como dormiu?

— Muito bem. — Segurou o lençol com os braços, começando a se dar conta do que acontecia ao seu redor. — Que horas são, tenho uma reunião e...

—Relaxe, Granger. — Pediu sacudindo a cabeça, algumas coisas jamais mudariam. — É cedo, temos pelo o menos uma hora e meia antes de você precisar sair para salvar o mundo.

Hermione, instantaneamente, relaxou.

— Então... Fez café? — Mordeu os lábios, curiosa.

— Sério? Estou aqui na sua frente, dizendo que temos uma hora e meia e tudo no que pensa é café? — Afastou uma mecha de cabelo que caía sobre o rosto de Hermione. — Você é linda.

Contemplou-a por longos segundos, cada delicada sarda que espalhava-se sobre seu nariz arrebitado e parte das bochechas enrubescidas. O olhar travesso e inocente que misturava-se numa perfeita combinação, tal como o lábio que mordia.

— Ouça, andei pensando em ir com você para o Ministério. Posso ajudar no caso e manter Potter longe de você! — Disse rápido, impedindo-a de opinar durante sua frase. — Não gosto de pensar em você como isca, mas se aceitar isso será bom ter um médibruxo por perto...

— Não!

Ele parou de falar e a encarou.

— Não? Apenas isso? — Arqueou uma sobrancelha, nada feliz. — Posso ter, ao menos, uma explicação?

— Não vou coloca-lo na linha de frente sem necessidade, você não tem treinamento, é uma testemunha e porque ficarei distraída com sua presença. — Contabilizou usando os dedos. — Feliz?

— Vou aceitar sua decisão! — Disse contrariado.

— Então, que tal aquele café? — Sorriu inocentemente para Draco que atacou-a, fazendo cócegas por todo seu corpo, enquanto ouvia-a gargalhar e suplicar para que parasse.

A decisão de Hermione não o seguraria, se ela podia se colocar em perigo em um plano suicida era sua obrigação estar lá e ajudar. Faria isso, Hermione Granger querendo ou não.


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Notas finais do capítulo

Sem atrasos dessa vez! Acham que a decisão de Hermione sobre manter Draco longe dessa loucura vai ser capaz de realmente deixá-lo de fora?
Até o próximo