Caso encerrado escrita por Amanda


Capítulo 13
Capítulo doze




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/746105/chapter/13

— Não vai dividir? — Estava sentado de frente para Hermione, separados pela mesa onde tomavam o café da manhã.

— Nem pensar, é o último! — Mordeu novamente o bolinho e soltou um grunhido de prazer. — Pena que acordou tarde, teria adorado os outros dois muffins.

Draco largou a xícara e inclinou-se sobre a mesa de madeira clara, aproximando-se.

— Você é má, Granger!

Ela sacudiu a cabeça e bebeu mais alguns goles de seu café.

— Seu castigo por ter contado ao Rony que gritei seu nome naquela noite! — Não precisava olhá-lo para saber que sorria divertidamente.

Draco sabia que apesar de estarem bem com a situação, uma hora ou outra ela traria o assunto à tona, uma maneira simples e menos cruel de castiga-lo por cada palavra que dissera sem pensar. Por tratá-la como objeto. Não sabia exatamente qual seria o pior tipo de castigo, ouvi-la gritar seu sermão decepcionado e magoado por uma hora  ou ouvi-la alfinetá-lo sutilmente por dias.

Independente do que fosse, merecia!

— Foi o som mais doce que já ouvi. — Brincou e roubou uma mordida do muffin, inclinando-se rapidamente para mordê-lo. — Até você chegar nas minhas costas, daí percebi que você estava mais para um felino selvagem.

Hermione quase engasgou-se com o café, tossindo algumas vezes para livrar a garganta. Suas bochechas ganharam um tom avermelhado rapidamente, o qual foi notado por Draco de imediato.

— Não estou reclamando, Granger. É apenas um fato! — Inclinou-se ainda mais sobre a bancada e Hermione o imitou, deixando que seus lábios encostassem-se, iniciando um beijo lento. No entanto, não durou muito. A mesa os atrapalhava e a coruja do Profeta Diário pousara na janela e bicava a janela insistentemente.

— Andei pensando... — Disse enquanto colocava um sicle na bolsinha de couro presa na pata da ave. — O que acha de sairmos um pouco?

— Sairmos? — Ele limpava a sujeira da mesa manualmente. — Potter disse que não podemos sair, quer desobedecê-lo? Não que eu veja problema em ignorá-lo, mas você...

— Sair de dentro dessa casa! — Explicou-se. — Temos uma praia inteira para explorar e a montanha ao redor... Pode ser perigoso, mas preciso fazer alguma coisa!

— Podemos sair então, se é o que deseja. — Concordou com a ideia e ficou satisfeito ao ver o sorriso que se formou nos lábios de Hermione. Adorava vê-lo, não que fosse admitir. — Pode trocar minhas bandagens?

Hermione virou-se para olhá-lo e arqueou uma sobrancelha.

— Pensei que conseguisse fazê-las sozinho. — Ele negou com a cabeça, inocentemente. — Posso, claro!

Draco conseguia trocar as ataduras, era perito em automedicar-se ou tratar algum ferimento próprio, mas naquela situação não importava sua grande experiência médica. Queria sentir Hermione perto de seu corpo, seu toque delicado e preciso em pontos estratégicos que faziam-no arrepiar-se dos pés a cabeça, queria tê-la perto e aquela parecia uma maneira mais fácil.

As ataduras estavam posicionadas em rolos sobre o sofá, assim como algodões e pomadas de diversas cores.

— Tire a camisa! — Draco sentado no sofá sorriu lateralmente e fez o que Hermione mandou.

Com calma e delicadeza Hermione começou a desatar o nó da atadura suja. A respiração da Draco batia em sua pele cada vez que se aproximava para desenrolar o tecido e atordoava-a cada vez mais.

— Quando Gui foi atacado os ferimentos eram diferentes. — Constatou ao notar os cortes já quase fechados por completo no peito de Draco. — Por que os seus estão tão bem... Cicatrizados?

— O lobisomem que me atacou não estava transformado, as unhas dele eram de metal. Apenas rasgaram minha pele! — Explicou.

— E como sabia que era um lobisomem?

— Podia não estar transformado, mas havia alguns traços característicos quando ele acordou. Você sabe, força, principalmente! — Deu de ombros. — Não há perigo de ganhar traços lupinos como aconteceu com o Weasley.

Concordou com a cabeça e começou a trabalhar na limpeza dos cortes, assim que terminou aplicou uma grossa camada de pomada e voltou sua atenção para as ataduras limpas. Após enrolá-lo no tecido, deu um nó simples para finalizar a afastou-se minimamente. Draco a olhava.

— O que foi? — Sorriu desconcertada.

Sem respondê-la, Draco diminuiu o espaço entre seus rostos e beijou-a lentamente, segurando-a no lugar apenas com um suave toque em seu queixo. Separaram-se alguns segundos depois e permaneceram próximos um do outro.

— Obrigado. — Murmurou.

Hermione não compreendeu de imediato, apenas sorriu e assentiu.

***

— Vá se agasalhar, Granger. Está ventando do lado de fora e não quero passar mais uma noite esperando que sua febre baixe! — Gritou assim que abriu a porta da frente e sentiu o ar gélido bater em seu rosto.

Apesar de parecer uma frase grossa e arrogante, Hermione sabia que era apenas o jeito de Draco preocupar-se com seu bem-estar — e irritá-la. No andar de cima, vestiu um casaco mais grosso e enrolou o cachecol da Grifinória que Harry lhe dera para substituir o que fora queimado. Adorava a maciez da lã e todas as lembranças que o dourado e escarlate implicavam, sentia falta daquela época.

 — Vamos? — Alcançou-o na porta da casa, e juntos, saíram.

***

O vento estava forte como nunca e parecia navalha quando encontrava seus rosto descobertos. Draco abraçara Hermione assim que ela demonstrou sentir frio. Queria voltar a abrigar-se na frente da lareira, mas sabia o quão importante era para Hermione sair e vivenciar algo real, depois de dias no anonimato.

No entanto, Hermione parou e suspirou pesarosa.

— Vamos voltar!

— Não me importo com o vento. — Disse com sinceridade, vê-la um pouco mais feliz aquietava-o.

Hermione ficou de frente para Draco e sorriu, aproveitando o vento que soprou forte para aproximar-se.

— Agradeço o que está fazendo, mas o máximo que conseguiremos com esse tempo é um belo de um resfriado. — Passou as mãos pelo pescoço de Draco e beijou-o rapidamente.

Bufou contrariado.

— Tenho que concordar!

Voltaram pelo mesmo caminho, o vento os impulsionando a caminhar mais rápido. A umidade vinda do mar encharcava-os a cada segundo, incitando-os à esquentarem-se. Uma ordem clara da natureza para que não saíssem de dentro da casa.

Quando abrigados sob o telhado de conchas a primeira decisão fora um banho quente, que tornou-se muito mais que isso quando Hermione começou a encher a banheira.

— Pensei que seria um banho rápido. — Draco comentou, escorando na porta com os braços cruzados. Seu olhar, no entanto, parecia gostar bastante do que via.

— Não estamos com pressa, certo? — Hermione sorriu maliciosamente, mas manteve a inocência no olhar. Brincava com Draco.

E foi aquele sorriso que o fez sentir o coração pulsar erroneamente, e empurrá-lo até a mulher que começava a desabotoar a camisa.

— Deixe-me fazer isso... — Segurou as pequenas mãos de Hermione e tirou-as dali, para começar a trabalhar nos botões.

Despiu-a com lentidão, não precisava apressar-se. A camisa foi direcionada para o chão, assim como a calça depois que desceu-a suavemente pelas pernas de Hermione, as peças mais delicadas tiveram o mesmo fim. A cada toque, analisava-a e sequer conseguia manter-se impassível.

Hermione aproximou-se, e na ponta dos pés, esticou-se para beijá-lo. Com maestria passou a despi-lo e quando a última peça de roupa foi deixada para trás, puxou-o pela mão para dentro da banheira.

A água quente os recebeu de supetão, derramando-se para fora da banheira quando seus corpos afundaram, fato que apenas os fez rir da situação.

***

Draco desenhava com o dedo pequenos círculos no ombro nú de Hermione, enquanto sua outra mão a segurava na cintura.

— Eu poderia ficar aqui para sempre! — Comentou, apoiando a cabeça no peito de Draco.

— Ficaríamos murchos como um casal de idosos. — Riu da comparação. — Mas tem razão, não há nada aqui que gostaria que fosse diferente. Sexo sem compromisso, o sonho de qualquer homem!

Hermione revirou os olhos e riu do tom debochado de Draco.

— Vai dizer que não está aproveitando o momento, Granger? — Perguntou, forçando-a a virar-se minimamente para olhá-lo. — Você gritou meu nome com muito entusiasmo naquele dia, suas unhas deixaram marcas para comprovar que você é uma aproveitadora!

— Aproveitadora? — Riu alto e virou-se quase que completamente para olhá-lo.

— Sou uma testemunha fragilizada, e você está usando isso para ter sexo. — Acusou-a, mas seu olhar brilhava de diversão ao vê-la mudar as feições do rosto até que juntasse-se à ele no riso.

— Você não tem jeito, Malfoy! — Revirou os olhos e voltou a aconchegar-se em seu peito.

A água esfriara depois de mais algum tempo, expulsando-os dali. Hermione vestia-se no quarto quando Draco abraçou-a por trás, juntando seus corpos. Beijou-a no ombro nu e embalou-a.

— Nunca havia notado essa cicatriz no seu pescoço. Como conseguiu? — Passou o dedo gentilmente pela linha fina e rosada.

— Numa missão. — Explicou. — Era muito confuso, muitos bruxos e explosões. Sei que o feitiço não foi dirigido à mim, ouvi um grito e senti quando fui atingida.

Beijou-a então com delicadeza, bem onde a fina cicatriz riscava a pele, girou-a em seus braços para que ficassem cara a cara.

Seus olhos encontraram-se e prenderam-se um no outro. Havia muito mais que sexo, independente do que dissessem, uma conexão os unia, além dos ataques e coincidências da vida que os levara até ali. Uma força maior, complicada e ignorada por ambos. Draco não conseguia afastá-la, precisava de mais.

— Você está ficando gelada, termine de se vestir. — Afastou-se abruptamente, como se Hermione o queimasse.

Não compreendia o que acontecia quando aproximava-se dela, perdia o controle de seu corpo e mente, tudo gritava para que não se afastasse, e isso o assustava mais que qualquer outra coisa.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

E aí está, um capítulo mais levinho e sem tanta emoção. Obrigada pelos comentários e todo o apoio, vocês são demais!
Até