Caso encerrado escrita por Amanda


Capítulo 12
Capítulo onze




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Sentia-se desacreditada como uma criança. Sequer tinha voz para opinar, toda vez que tentava dizer algo era interrompida e mandada de volta para o sofá, onde já estava quase criando raízes. Controlava os tremores de seu corpo da melhor maneira que podia, no entanto, não era o suficiente.

Começara durante a noite, quando Draco a acordou porque ouvira seus tremores do quarto ao lado. Ardia em febre, seu corpo tremia e sua temperatura não parava de subir. Apesar dos protestes Draco não saiu do seu lado em momento algum, até mesmo quando Hermione resolveu ataca-lo com palavras ásperas.

— Não vou deixa-la, Granger. — Era o que dizia toda a vez que ela tentava afastá-lo de alguma maneira.

Durante a madrugada fora obrigada a beber chás antitérmicos, nada que realmente surtisse efeito. No inicio da manhã, quando Harry chegou para vê-los, Draco pediu que comprasse uma poção ou qualquer remédio trouxa que pudesse ajuda-la no menor espaço de tempo. Assim que o rapaz voltou Hermione bebeu um comprimido colorido e aconchegou-se no sofá, não sem antes levar uma bronca por colocar-se em risco, e claro, ser inconsequente a ponto de ficar doente.

— Inconsequente? — Olhou-os com raiva. — Quem pensa que é para falar algo de mim, Harry Potter? Sabe muito bem que tenho mais juízo que você e Rony juntos.

— E assim mesmo sumiu por horas ontem no meio de toda aquelas garoa e vento... — Passou as mãos pelo rosto. — Não quero brigar com você, mas precisa ser razoável.

Hermione sentou-se novamente no sofá.

— Tenho tentado, Harry. — Murmurou.

— Sei que sim. — Sentou-se ao lado da amiga e puxou-a para um abraço. — Rony me contou sobre ontem. Está chateado com você, mas ainda mais com ele mesmo.

— Ao menos ele sabe que foi um idiota! — Bufou e ao ver o sorriso do amigo tratou de questioná-lo: — O que foi?

— Só estou tentando entender isso tudo. — Harry riu. — Você e Malfoy é um pouco demais!

Hermione viu que o loiro estava na cozinha, longe o suficiente para não ouvir aquela conversa.

— Não tem nada para entender. Assim que tudo isso terminar aposto que nunca mais nos veremos! — Cruzou os braços, falhando ao tentar impedir um forte tremor que sacudiu-a dos pés à cabeça. — Não tem nada que eu possa fazer para ajudar?

— Pode ficar aqui, em segurança. — Reforçou o plano que não entrava de jeito nenhum na cabeça de Hermione. — Sei que é difícil, mas estamos chegando lá, sinto isso. Apenas aguente mais um pouco e aproveite!

A última frase fora acentuada por um discreto movimento indicando a cozinha.

— Agora preciso ir. — Beijou a cabeça de Hermione com carinho e saiu.

Entrelaçou os próprios dedos e soltou um longo e cansado suspiro. Seu corpo doía e os tremores não passavam, sentia arrepios constantes e não conseguia tocar em nada que sua pele ardia como se estivesse sendo perfurada.

Assustou-se quando a manta cobriu-lhe os ombros.

— Se fosse menos teimosa não estaria assim. — Draco resmungou e fez com que o fogo da lareira se intensificasse.

— Se não tivesse contado ao Ronald cada detalhe do que fizemos naquele tapete eu não estaria assim. — Resmungou em resposta.

Draco aprumou-se, parecendo mais alto ao passo que cruzou os braços e endireitou a coluna.

— O que queria que eu dissesse? O Weasley teu viu deitada, praticamente nua, no meio da sala.

— Queria que não tivesse me exposto daquela forma! — Levantou-se e gritou, sentindo imediatamente um peso em suas costas. Não tinha forças pra discutir, por mais magoada que estivesse. — Você não entende. Sou uma auror, há tantas consequências por ter dormido com você.

A postura de Draco mudou instantaneamente.

— Por que já fui um comensal da morte? — Seu tom transbordava ressentimento.

— O quê? Claro que não! — Sentou-se no sofá e passou as mãos pelo rosto. — Você é um alvo, uma testemunha. É contra as regras, e claro, antiético ter qualquer relacionamento que não seja o profissional. Entende? Posso ser demitida.

Draco pensou por um momento, ponderando sobre o que Hermione havia dito. Era uma situação séria, não negaria.

— Acha mesmo que o cabeça de cenoura contaria?

— Não, acredito que não. — Murmurou.

— Então não diga que fizemos algo errado, sabe muito bem que foi a coisa mais certa que já fizemos em anos! — Sentou-se do lado de Hermione que sorriu, mesmo mantendo o rosto escondido entre as mãos. — Quero me desculpar pela forma que falei de você.

Hermione olhou-o com certa curiosidade.

— Aceito...

Sua resposta veio acompanhada de um longo tremor, o qual fez com que Draco se aproximasse e passasse o braço por cima de seus ombros e puxasse-a para mais perto. Com suavidade, beijou-a no topo da cabeça.

— Quanto tempo leva para esse comprimido fazer efeito? — Seu rosto encostado na testa de Hermione fazia o papel de um termômetro.

— Uns trinta minutos, no máximo. — Tomara uma aspirina comum, sabia que funcionaria, mas Draco não estava satisfeito com a demora. — Ficarei bem!

Draco não respondeu, mas ajeitou-se no sofá e posicionou-a entre suas pernas. As costas de Hermione contra seu peito.

— Você deve estar cansado, passou a madrugada comigo. — Comentou e contraditoriamente, aconchegou-se no corpo dele. — Durma um pouco.

— Posso dormir depois que sua febre baixar. — Murmurou.

— Draco, você...

Quando Hermione virou-se para reclamar foi interrompida por um beijo.

— Sou o médibruxo aqui! — Aproximou seus lábios novamente quando ela tentou rebater seu argumento. — Pare de ser teimosa e deixe-me cuidar de você!

— Então fique aqui comigo. Estou exausta e gosto de ter você por perto! — Para enfatizar o que dizia, ajeitou-se uma última vez entre os braços de Draco e aninhou a cabeça em seu peito. — Me chame se precisar de algo, está bem?

Fechou os olhos e passou a prestar atenção nos batimentos cardíacos de Draco, no retumbar constante de seu coração que, lentamente, foi carregando-a para a inconsciência.

Draco ainda conseguiu manter-se acordado por mais algum tempo. Esperou ansioso pelo resfriamento do corpo de Hermione e, consequentemente, a extinção dos leves tremores que sentia sob seus braços. O comprimido que Harry comprara levou mais tempo do que gostaria, mas depois de vinte minutos, fez seu trabalho.

Hermione dormia sobre seu corpo, o semblante tranquilo e suave, diferente da expressão irritada que levava na tarde do dia anterior. Parecia em paz. Desse modo, começou a entregar-se gradativamente, ao passo que adormeceu, protegido pelo abraço da Grifinória.


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Notas finais do capítulo

E aí está, um capítulo mais levinho depois de toda aquela discussão com Rony.
Me contem o que estão achando, ou do que não estão gostando... Ok?
Até