Caso encerrado escrita por Amanda


Capítulo 11
Capítulo dez




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Sentado no sofá observava a postura rígida de Hermione que continuava debruçada sobre a mesa da cozinha, empoleirada no banco de madeira, olhando fixamente para o exemplar novinho de O Profeta Diário. Do seu lado, a sexta xícara de café do dia fumegava.

A coruja chegara logo na primeira hora da manhã, deixando o jornal sobre a mesa do café. Desde então Hermione não dissera nenhuma palavra sequer. A notícia que estampava a capa do exemplar lhe deixara consternada. Pulara o almoço e tudo o que fizera durante o dia fora encher sua xícara de café periodicamente em intervalos de quarenta minutos.

— Já chega! — Murmurou e apontou a varinha para a cozinha, de onde tinha uma perfeita visão do jornal. — Incendio.

O jornal pegou fogo na frente de Hermione que arfou surpresa.

— Droga, Malfoy! — Rugiu enquanto olhava o papel consumir-se em chamas. — Por que fez isso?

— Porque não aguento ver você parada olhando isso o dia inteiro. — Soltou a varinha sobre a mesinha de centro e voltou a ajeitar-se confortavelmente no sofá. — Aceite que Potter está usando a mídia para capturar esses comensais idiotas.

— Ele não tinha o direito de escrever aquilo sobre mim. Pareço uma...

— Covarde? — Completou, arqueando a sobrancelha.

— “Hermione Granger afastou-se do caso para proteção pessoal, a auror viajou para fora do país em busca de segurança”. — Declamou com sarcasmo a frase inicial da matéria. — Não preciso que um jornal me diga que sou covarde, já me sinto assim estando presa aqui enquanto Harry e Rony trabalham no caso.

Draco inclinou-se para a frente e segurou a mão de Hermione.

— Você não é covarde. — Sorriu brevemente. — Além do mais, seria afastada mais cedo ou mais tarde. Você é um alvo, não poderia participar da captura!

— Sei disso! — Assentiu.

Draco puxou-a, de modo que Hermione caíra em seu colo desajeitadamente.

—Draco! — Bufou, jogando uma mecha de cabelo para trás.

— Qual é, Granger, não temos nada melhor pra fazer. — Seu olhar não movia-se, suas mãos em contrapartida, passeavam livremente pelas costas dela, induzindo-a lentamente.

— Sabia que eu viria brigar com você, não é? — Indicou com a cabeça os restos do jornal queimado sobre a mesa.

— Estava torcendo por isso! — Ao vê-la sorrir inclinou o rosto para frente e beijou-a com cuidado. Parecia sempre esperar por uma reação negativa.

Hermione, ao contrário do que imaginava, não interrompeu o beijo. Ajeitou-se em seu colo, passando uma perna para cada lado, grudando seus corpos enquanto puxava-o pela nuca. Draco aproveitou a posição para explorar as curvas femininas, passando as mãos pelas pernas, coxas, cintura, abdômen e seios, levando como incentivo o gemido baixo que escapou dos lábios avermelhados.

Rapidamente envolveu-a num abraço e levantou-se somente para deitá-la no sofá pequeno, onde jamais ficariam confortáveis o suficiente. Hermione após ser espetada pela varinha tirou-a do bolso da calça e fez com que a mesinha de centro deslizasse para longe, deixando o tapete felpudo livre.

— Você é incrível! — Draco distribui beijos por seu pescoço.

Enquanto os beijos espalhavam-se por seu pescoço e colo, deslizou as mãos pela camisa de Draco e passou a desabotoá-la habilmente, o que estimulou-o a continuar com as investidas. Hermione tirou sua camisa rapidamente, e para acompanha-la, Draco passou as pernas dela por sua cintura, tirando-a do sofá e deitando-os sobre o tapete.

As roupas que usavam foram saindo gradativamente, espalhadas pelo sofá e poltronas sem direção exata, lançadas para longe no calor do momento. As chamas da lareira aquecia-os enquanto seus corpos conheciam-se da forma mais lasciva a arrebatadora imaginável.

Seus peitos comprimidos um contra o outro, as respirações sôfregas e arfantes. As costas de Draco arranhadas sem pudor, as pernas de Hermione com impiedosas marcas de dedos. Um gemido sincronizado e o peso dos corpos cansados em êxtase.

Draco ainda beijou-a lentamente antes de rolar para o lado e deitar-se no tapete.

Depois de recuperado o fôlego, carinhosamente puxou-a para perto e fez com que deitasse em seu peito, depositando um beijo em sua testa. Não houve conversa ou comentário, aconchegados um no outro aquietaram-se sobre o tapete e cobertos pela manta embolada que ficava sobre uma poltrona, adormeceram.

***

O sol já havia nascido, mas escondia-se atrás das muitas nuvens que cobriam o céu. Draco despertou com a coruja bicando a janela, entregava um novo exemplar de O Profeta Diário. Levantou a cabeça o suficiente para ver Hermione adormecida em seu peito, o cabelo bagunçado espalhado para todos os lados, parecia quase angelical. Apertou-a gentilmente, beijando-a no rosto com delicadeza.

Com muito cuidado afastou-se de Hermione e levantou-se, vestindo somente a calça que estava próxima. Na cozinha, deixou a coruja entrar e pegou o jornal, que não anunciava muito mais que trivialidades e acontecimentos políticos, nada que interessasse.

Do lado de fora, o som de desaparatação foi forte, assim como três batidas rápidas na porta.

— Faça a pergunta, Malfoy. — Rony estava parado na porta, em seus braços várias sacolas de papel. Haviam combinado de que fariam perguntas específicas antes de deixar quem quer que fosse entrar na casa.

— Pra que? Só você para ser tão inconveniente. — Deixou o ruivo passar e ir em direção à cozinha.

Rony deixou os sacos em cima da mesa e olhou para Draco, não parecia feliz em vê-lo sem camisa.

— Onde está Hermione?  — Perguntou com frieza.

Não respondeu verbalmente, apenas apontou a sala com a cabeça e observou o olhar do ruivo passar lentamente pelo sofá — onde algumas roupas estavam jogadas — até chegar ao tapete, onde amiga dormia preguiçosamente. Os braços e colo nu de Hermione fizeram com que Rony enrubescesse intensamente.

— Para a rua, agora! — Rugiu, e ao passar por Draco esbarrou em seu ombro.

Do lado de fora do chalé Rony o esperava furioso, bufando e com os punhos fechados ao lado do corpo.

— O que fez com ela, Malfoy? — Esbravejou e não conteve-se, segurou a varinha com mais força que o necessário.

— Ora, Weasley, pensei que seus pais já tivessem falado sobre sexo com você. — Cruzou os braços sobre o peito, deixando a varinha visível. — Quer que eu explique?

O rosto de Rony tornou-se vermelho e apontou a varinha para Draco furiosamente.

— Vai me azarar por ter dormido com sua amiga? — Elevou a cabeça, desafiando-o. — Por tê-la feito gritar meu nome e não o seu?

— Pare!

— Ou o quê? — Sorriu cruelmente. — Vai me machucar? Hermione marcou minhas costas ontem à noite enquanto eu a beijava.

— Ora, seu... — Rony preparou a varinha, o feitiço brincou em seus lábios, mas foi interrompido.

— Rony! — Hermione estava na porta, apavorada com o que via. — Qual o problema de vocês? Abaixe a varinha.

Rony olhava para a amiga, assim como Draco que parecia chocado com o tom de voz de Hermione.

— Como pôde dormir com ele? — Rony perguntou em tom acusatório. — Você sequer sente algo por ele?

Apesar de ter ouvido boa parte da discussão jamais esperava que Rony a questionasse daquela forma, seu tom fez com que parecesse algo errado, um crime.

— Da mesma forma que dormi com você. — Sabia que aquilo o magoaria, mas não sentiu remorso ao dizer cada uma daquelas palavras. — Sou adulta, posso transar com quem eu quiser e não é você quem vai me dizer o contrário!

Draco que apenas observava a discussão resolveu se manifestar.

— Granger, eu...

Hermione virou-se para ele, havia muito em seu olhar, e nenhuma das emoções que Draco viu ali eram boas. Mágoa fora a primeira que identificara.

— Matem-se, não me importo. — Abraçou-se e saiu em direção à praia, passando pelos dois como se não os visse.

— Aonde vai? — Ela não respondeu. — Hermione, não seja infantil, está congelando aqui fora!

— Infantil? Diferente de vocês, sou a única adulta aqui. — Lançou-os seu olhar mais frívolo e seguiu caminhando pela beira da praia, até que se tornasse tão pequena no horizonte que não pudesse mais ser vista.

Rony arrependeu-se imediatamente e depois de ver a amiga afastar-se aparatou. Draco, no entanto, permaneceu ali por algum tempo, em seu âmago esperava que Hermione voltasse para que pudessem conversar. Mas o vento se tornou gelado e cortante, por conta de sua falta de roupa resolveu entrar e aquecer-se.

Hermione subira uma colina no fim da praia, precisava pensar e a melhor maneira era se concentrando nas pedras escorregadias que escalava sem nenhum tipo de equipamento. No final da subida sentou-se na grama úmida e encolheu-se sob o vento.

Acordara ouvindo os gritos exaltados de Rony e vestira-se com pressa, quando não encontrou sua blusa, vestiu a camisa de Draco e correra para o lado de fora. No entanto, ao ouvir do que se tratava a discussão parou e ouviu atentamente cada frase, cada sentença em que seu nome aparecia.

Sentia-se usada por Draco, apesar de querer aquilo tanto quanto ele, e claro, ter consentindo sabendo que seria apenas sexo. Humilhada pela forma que discutiam sobre o assunto, como se o que fizera fosse errado e imperdoável.

Suspirou pesarosa.

Abraçada em seus joelhos deixou-se sentir um pouco mais, teria que voltar muito em breve e precisava daquele tempo sozinha para organizar a mente. Havia muito no que pensar e observar o oceano, era de longe, a melhor opção que tinha.

A umidade atravessara sua roupa e o vento cortante começava a incomodá-la. Sem pressa começou a descer a colina rochosa até pisar novamente na areia da praia, por onde seguiu suas pegadas até chegar no chalé das conchas. Entrou na casa e ignorou toda movimentação ou barulho, subiu as escadas e trancou-se no banheiro, seu corpo tremia e implorava por um longo banho.

Depois, resolveria tudo.


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Notas finais do capítulo

Esse é um capítulo com muita tensão, apesar dos pesares. Espero que tenham gostado, me contem o que estão achando e esperando dos próximos capítulos. Até