Caso encerrado escrita por Amanda


Capítulo 10
Capítulo nove




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/746105/chapter/10

Naquele primeiro dia que passaram no Chalé das Conchas a tarde se resumiu em silêncio. Hermione dormira até o início da noite, enquanto Draco lia o Profeta Diário e vigiava a extensa praia a cada cinco minutos, certificando-se de que continuavam sozinhos. Seguros.

Durante a noite dividiram turnos para vigiar o local, sem necessidade, uma vez que o sol nasceu novamente e nada acontecera.

No meio da manhã Harry aparatara na praia e fora recebido por duas varinhas apontadas para seu rosto, nenhuma delas aparentava estar disposta a ser baixada antes que ele provasse sua identidade.

— Chamávamos Malfoy de doninha! — Disse rapidamente, identificando-se.

Draco demorou a baixar a varinha, irritado com a lembrança do apelido, mas abriu espaço para que Harry entrasse no chalé e ainda certificou-se uma última vez de que estavam sozinhos. Hermione já arrastara o amigo para a cozinha, onde servia três xícaras com um chá de aroma amadeirado.

Ficava desconfortável com a familiaridade com que Harry e Hermione interagiam entre si, parecia íntimo demais, apesar de mal se encostarem, todos os seus gestos, olhares e expressões diziam que estavam confortáveis com a presença um do outro.

— Conseguimos prender um Comensal, mas ele se recusa a falar. — Contou a novidade com entusiasmo, apesar da notícia não ser completamente boa. — O interrogaremos com veritaserum hoje à tarde.

— Isso é ótimo! — A entonação fora contagiante, mas o sorriso sequer completou-se.

Harry não havia notado, mas Hermione não estava completamente satisfeita com o que ouvira.

— Preciso ir. — Resmungou quando o silêncio tornou-se inquietante. — Trouxe comida, acho que a dispensa de Gui devia estar ficando vazia... Aviso assim que tiver mais notícias!

— Obrigada, Harry. — Hermione acompanhou-o até a porta e ficou observando a praia vazia por um tempo, perdida no som das ondas que quebravam na areia.

Draco despejara o chá malcheiroso na pia e caminhou silenciosamente até Hermione. Não compreendia o que tanto prendia sua atenção ali na porta, até que aproximou-se e sentiu a suave brisa bater em seu rosto.

— Está ficando frio. — Comentou quando a brisa fresca soprou com mais força e cruzou os braços para proteger-se. — E tudo o que tenho para vestir são as grandes roupas do Weasley de rabo de cavalo.

Bufou horrorizado, escorado na porta de frente para Hermione.

Haviam saído sem pegar nada. Hermione tinha sua bolsinha com algumas peças de roupa, mas Draco possuía somente a que estava vestindo no momento do ataque. Por ora usava as roupas de Gui e as adaptava para seu corpo, seu pesadelo eram as flanelas que estavam em maior número dentro da cômoda.

— Assim que sua casa for liberada das investigações Harry trará suas roupas. — Disse ainda sem olhá-lo. — Além do mais, você fica bem usando flanela.

Dito isso dirigiu seu olhar para Draco e sorriu gentilmente. Não mentia em seu comentário, com roupas mais casuais ele parecia quase comum, e isso a agradava.

— Um elogio vindo de Hermione Granger, posso me acostumar com isso! — Sorriu complacente e ajeitou-se. Seus pés esbarraram e cruzaram o olhar rapidamente. — Algum dia imaginou se imaginou nessa situação?

— Com você, jamais! — Riu do quão surreal a situação parecia. — Tem de concordar comigo, Draco Malfoy nunca foi uma pessoa fácil de lidar, conviver então...

—Admito que posso ser difícil em alguns momentos.

— Em alguns momentos? — Ainda escorada no arco da porta colocou as mãos para trás e apoiou o quadril sobre elas. — Quando acordei naquele motel depois de ser atacada você foi tudo, menos agradável.

Draco sorriu sarcasticamente e tencionou os músculos dos braços cruzados sobre o peito.

— E assim mesmo não resistiu à mim.

Hermione baixou o rosto timidamente, como se pudesse esconder a leve vermelhidão que tomou suas bochechas. Sabia exatamente a que Draco se referia.

— Era uma questão de sobrevivência, fiz o que precisava para despistá-los. Devia me agradecer! — Completou empinando o nariz em superioridade.

Draco sorriu e impulsionou o corpo para frente, de modo que o espaço entre seus corpos se tornasse quase nulo. Serpenteou uma mão pela cintura de Hermione até envolvê-la por completo e aproximou seus quadris suavemente. Com a outra apoiou-se na parede. Seus narizes tocaram-se e Hermione intercalou o olhar entre os lábios de Draco e seus olhos cinza, que tanto a fascinavam.

— Há dois dias não estávamos fugindo e assim mesmo você me beijou. — Elevou a sobrancelha em claro desafio, sentia o corpo de Hermione apertado contra o seu.

— Não tenho explicação pra isso. — Fitou novamente os lábios de Draco e pousou uma mão no peito dele, impossibilitando-o de aproximar-se mais.

A mão de Draco que apoiava-se na parede desceu agilmente por toda a extensão do braço de Hermione e entrelaçou seus dedos carinhosamente.

— Admita, Granger, não somos inimigos ou amigos, mas há algo acontecendo entre nós e você não pode negar. — Para dar ênfase aproximou os lábios do pescoço de Hermione e depositou um beijo ali.

— Atração!

Voltou os olhos para ela e sorriu maliciosamente.

— Era exatamente o que eu queria ouvir!

Diminuindo o espaço entre seus corpos alcançou os lábios de Hermione e de início apenas pressionou-os. Apesar da confirmação sobre a atração que sentiam um pelo outro queria ter certeza que a reação seria igualmente positiva. A resposta, no entanto, chegou antes do que esperava. A mão espalmada em seu peito segurou firmemente a camisa e puxou-o para mais perto no mesmo momento em que entreabriram os lábios para aprofundar o beijo.

Hermione não deixava que Draco se afastasse, segurava-o pela camisa xadrez grande demais e pela nuca, onde aproveitava a proximidade e bagunçava seu o cabelo.

A brisa tornara-se um vento, soprando com um pouco mais de força, levando consigo a umidade salgada do mar agitado. O grito agudo chegou forte e arrastado, assim como a grande coruja das torres que planou por vários metros até acomodar-se no vaso de formato estranho ao lado da porta. Em sua pata um pergaminho desajeitadamente enrolado.

Não beijavam-se mais, seus lábios continuavam próximos, roçavam um no outro, mas o foco era recuperar as respirações que tornaram-se ofegantes. Mantinham os corpos unidos como se fossem apenas um, os olhos um no outro. Castanho com cinza, fixados em absoluto desejo.

A coruja reclamou da demora e Hermione afastou-se lenta e dolorosamente de seu corpo.

— Não acredito que Potter seja tão idiota a ponto de mandar uma coruja. São rastreáveis! Irá colocar nossa localização em risco. — Bufou quando Hermione levantou o braço flexionado com a coruja empoleirada ali. — O que ensinam no curso de auror?

Assim que a ave partiu Hermione levantou o olhar do pergaminho e mirou Draco severamente.

— A decodificar mensagens. — Sacudiu o pergaminho e entrou no chalé.

Quando Draco entrou encontrou-a já debruçada sobe a carta, observando atentamente as letras e runas que misturavam-se discretamente em vários parágrafos. O conteúdo do pergaminho não aparentava ser mais que uma conversa sobre a rotina de um estudante e jogos de Quadribol, mas pela velocidade que Hermione fazia anotações devia ser muito mais que isso.

— Merda! — Resmungou.

Draco achou graça e não conteve a risada. Jamais ouvira Hermione Granger pronunciar um palavrão que fosse, chegava a parecer surreal demais.

— Más notícias? — Aproximou-se.

— Não. — Passou o dedo pela frase, analisando novamente aquela linha. — Só não tenho certeza do que está escrito aqui. Está um pouco confuso!

Inclinou-se sobre a mesa da cozinha ao lado de Hermione e leu o que ela conseguira decifrar até o momento.

— Realmente acha que ficar escondida aqui vai ajudar em algo? — Não acreditava que aquela fosse a melhor abordagem.

— Não acho, mas temos um plano em ação, só podemos esperar que funcione! — Soltou o pergaminho e a pena, deixando que uma gota de tinta pingasse sobre a carta já completamente decifrada. — Harry prometeu que nos manteria atualizados sobre o andamento do caso, não posso fazer nada que não seja esperar.

Para dar força a afirmação encolheu-se em uma poltrona e abriu um livro de capa marrom-avermelhado e embarcou na leitura empolgante sobre estratégias e técnicas defensivas. Inconformado, Draco continuou escorado na parede, observando-a atentamente.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Quero agradecer a todos que favoritaram a história, é realmente muito importante saber a opinião de vocês!!
Até o próximo



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Caso encerrado" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.