— Então você é a nova professora do meu filho? Não é estranho uma professora, que mal conhecemos, chegar aqui e dizer que vai dar carona para um aluno? — Mamãe começou o interrogatório.

— Não sei... Fale com o seu filho. Foi ele que se disponibilizou em me ajudar e eu retribuí com a carona.

Afrodine ainda me paga. Eu fui encostado contra a parede sem ao menos ter alguma culpa. Inventei alguma desculpa esfarrapada, mas a minha mãe não engoliu a história.

— Não culpe o seu filho, senhora Schiarelli. O Pedro só quis ajudar. Enfim, Afrodine ao seu dispor. Sou a substituta da professora Fátima.

— O que houve com ela? — perguntou o meu pai.

— Ela teve uma crise grave de hemorróida e foi hospitalizada. Coitadinha. Anos comendo feijoada com pimenta dá nisso. Pelo menos enviei um presente que vai agradá-la. Bom, podemos ir.

Meus pais ficaram mais tranquilos com a explicação fuleira dela. Saímos e fomos para fora do prédio. Entramos num carro desconhecido. Vi um homem no banco de trás.

— Oi, meu amor!

— Quem é ele?

— Meu marido.

— Marido? Desde quando tem um?

— Desde ontem. — Ela dirigiu para a escola.

A primeira aula de segunda-feira seria uma de biologia. A expectativa foi grande. Vi Afrodine entrar na classe. Logo chamou a atenção dos outros alunos pela sua beleza. Fiquei morrendo de vergonha.

— Rapazes, garotas, eu serei a substituta da professora Fátima. Acredito que vamos nos dar bem.

Os alunos fizeram um grito de guerra ou de alegria. Abaixei a cabeça, com uma vergonha dos infernos.

Afrodine, durante toda a aula, ficou falando do corpo humano. O clímax chegou quando ela sentou no birô e cruzou as pernas, mostrando uma parte da coxa. Vi o meu amigo sangrar pelo nariz.

No intervalo...

— Cara, aquela professora é gostosa demais. Estou suando aqui. Como a conheceu?

— Como a conheci? Ela é amiga da minha mãe e cliente no salão de beleza. Acho que a minha mãe soube da condição da professora Fátima, por isso indicou a vaga para ela.

— Por isso eu te amo. Quando cê faz as coisas, faz do jeito que o povo gosta.

— Eu só quero que esse dia acabe logo. Estou exausto — disse sentando à mesa da lanchonete.

— Pois eu quero que custe a terminar. A professora Afrodine me deu mais um motivo para ser um bom aluno.

Ri da cara dele. Estávamos no mesmo barco. Pelo menos eu tenho uma súcubo que vai me ajudar nas notas sem que eu precise estudar.

Por falar na Fátima, queria saber o que houve com ela.

...

Apartamento de Fátima

A professora fora hipnotizada pela súcubo. A mulher ficou vestindo a camisola sexy, tentando seduzir o marido.

— Miau! Gosta de apanhar? — falou ela com um chicote na mão enquanto o marido estava amarrado na cabeceira da cama.