Um Aluno de Sorte escrita por Sensei Oji Mestre Nyah Fanfic


Capítulo 24
Pedro corre contra o tempo! Absalon prestes a ganhar a parada


Notas iniciais do capítulo

ANTEPENÚLTIMO CAPÍTULO

A mensagem em cima / já diz tudo. Faltam mais dois capítulos para eu encerrar a fic. Boa leitura a todos.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/746008/chapter/24

O quartel general da Cruz em Harlington estava um caos absoluto. A balbúrdia tomou conta depois da explosão da bomba perto da entrada. Por sorte ninguém na rua se machucou, haja vista o feriado natalino fazia com que a cidade parasse. Pedro e os outros conseguiram sair a tempo, os guardas também.

A polícia chegou ao local algum tempo depois. A famosa polícia britânica, Scotland Yard, interditou o prédio. Qualquer um que quisesse sair ou entrar era barrado na hora.

De dentro de um táxi, eles retornaram ao ponto de encontro em Whitechapel. A pensão na periferia londrina ficara mais aconchegante até mesmo para Eduardo.

— O que faremos agora? Chegamos ontem — disse Eduardo.

Afrodine ficou em silêncio pela primeira vez. Percebeu que a situação não era simples. Absalon era sutil até para ela. Sua sutileza só se compara com a sua belicosidade com os demônios.

— Ele foi atrás do último objeto que falta. Se ele conseguir, será extremamente difícil de tirá-lo. — Respondeu Desirée.

— O problema é que ninguém sabe aonde eles foram. Sabrina é uma traidora e ainda me sinto responsável pelo que fez — murmurou Pedro, cabisbaixo.

— Se pudéssemos adivinhar aonde vão... — falou Luíza.

Afrodine esbravejou, assustando a todos. Com um "EUREKA" a moça achou a resposta para o que tanto procurava. Segundo a súcubo, tanto ela quanto Desirée podem entrar livremente entre os mundos. Com uma magia de Desirée, um ser humano comum poderia ir temporariamente.

— É mesmo. Mas eu só posso levar uma pessoa. E creio que seja você, Pedro.

— Certo. O Pedro vai. Conhece aquela velha bruxa chamada Baba?

— Nunca a vi mais gorda.

— Querida, a Baba é uma feiticeira vidente. Ela mora na cidade deles. Podemos fazer uma ponte entre os mundos e chegar no destino mais rápido que o Absalon.

— Afrodine, você é um gênio. Só vamos torcer para que o Absalon não chegue antes da gente.

— Vocês precisam ser rápidos. A nossa viagem foi de avião comercial e levamos quase nove horas. Mas segundo a Luíza aqui, o tal Absalon é rico e posso ter quase certeza que tem um jatinho. Isso levará umas sete horas no máximo. Já se passaram duas desde que invadimos. — Explicou Edu.

Afrodine chamou Pedro imediatamente para ir com elas. Não poderão mais perder tempo algum com besteiras, pois o destino da sua terra e dos seus compatriotas estava em jogo.

Pedro apertou a mão de Jonas, com uma cara meio desconfiada. Depois deu um abraço no amigo Eduardo. Este resolveu continuar na viagem e se hospedar num hotel bom. A última a se despedir temporariamente foi Luíza.

— Tenho que avisar a minha mãe sobre a minha situação. Agora que o tio Maurício foi raptado.

— Pois é, né? O teu tio me botou nessa fria. Mas eu juro que vou salvá-lo. Se cuida, Luíza.

A garota não se segurou e deu um beijo na boca de Pedro. A ação foi tão inesperada que o rapaz ficou sem reação alguma. Certo que um beijo da sua amada era indispensável, em momentos que ele previa... Enfim, depois de uma leve corada, o rapaz pediu para que Jonas cuidasse dela. A moça prometeu ter uma relação mais achegada com o moço quando voltar para o Brasil. Jonas aceitou a derrota.

— Venha, Pedro — disse a súcubo de dentro de um dos quartos da pensão.

Pedro foi, desconfiado. Desirée fechou a para que os outros não pudessem ver.

— E então? Estou aqui.

— Encheu de água, Afrodine?

— Já, amiga.

Desirée chamou Pedro para o banheiro. Havia uma banheira simples. A loira deu um rosário preto para Schiarelli, que logo pôs em volta do pescoço.

— Preparado? A magia começa assim ó — ela tocou com o dedo indicador na água, refletindo uma cidade qualquer.

Ela entrou na banheira e foi sugada pelo portal. A situação era tão absurda para Pedro que mesmo tendo visto de tudo não quis acreditar em portal numa poça de água.

— Vai logo. — Afrodine deu um empurrão nele que o fez cair com tudo.

A passagem para a outra dimensão não era agradável pois um efeito de caleidoscópio aparecia por todos os lados. O fim chegou dez segundos quando o rapaz caiu de cara no chão, seguido de Afrodine.

— Levante-se, Pedro. Contemple a nossa terra, Gaia.

Desirée mostrou esse mundo novo para o jovem. Uma cidade parecida com a época medieval, mas com estilo quase steampunk. Os carros eram modelos de 1920 ou 30, mas as casinhas eram de 1600 ou antes. As vestimentas eram bem datadas, mas a moça usando um espartilho carregava um smartphone na sua mão. Inclusive a moça era uma maga.

Pedro caminhou com as duas pelas ruas daquela cidade. A feiticeira era bastante famosa na região. Levou o garoto para o centro da cidade, na praça, onde havia uma casa em estilo gótico. Entraram.

— Enton... esse é seu guardion? — perguntou um vampirão idoso chamado Kremer.

— Velho, vai logo. Precisamos retornar agora mesmo para o mundo dos humanos. Dá uma chave para podermos passar — disparou Afrodine.

— Seu irmon, o vagabundo do Eros, me deve duzentos mil dólares. Fale para ele que se non me pagar vai ter sérias consequências. Aguardem um pouco até que a chave fique pronta.

Enquanto isso na sala de espera...

— Desirée, essa cidade não é muito grande.

— Claro que não, Pedro. Aqui é uma cidade do interior. A capital fica a duzentos quilômetros e é cheia de prédios igual Nova York. Pena que não vai conhecer as criaturas bizarras que moram lá. Pelo menos conheceu o seu Kremer.

— Esse daí parece até um que eu conheço...

Para fazer a chave da passagem para Fortaleza foi preciso mais de uma hora. A fila de espera era gigantesca e os clientes não quiseram ceder lugar. Afrodine estava danada da Silva por esperar demais. Ela observou o relógio e quase teve um ataque ali mesmo.

— Ia falar um palavrão agora mas essa história é livre.

— O que foi, mulher?

— O relógio. O tempo aqui é mais devagar do que lá. Isso quer dizer que uns  vinte minutos aqui é uma hora lá na Terra.

— Não brinca — resmungou Pedro.

— Verdade. Eu deveria ter calculado isso. Já se passaram quase uma hora e vinte, ou seja, quatro lá na Terra. — Explicou Desirée.

O vampirão trouxe a chave e quase teve a mão arrancada pela súcubo. A moça foi procurar uma porta qualquer, pôs a chave e depois abriu. Os três atravessaram imediatamente.

— Droga. Eles não me pagaram!

Pedro a caminho de Fortaleza.

...

Absalon abriu a janelinha do avião e deslumbrou as luzes da cidade de Fortaleza. À noite, a aeronave taxiou no Aeroporto Pinto Martins, depois das nove. Dois carros vieram buscar o milionário, sua filha e o refém. Sabrina e ele entraram num sedan preto enquanto Maurício foi para uma minivan.

— Brasil. Terra do carnaval... do samba... do Neymar... Eu me lembro de ter vindo para cá em 2009, mas foi para o Rio de Janeiro. Adoro o Brasil... adoro esse calor da miscigenação latina...

— Pra onde vamos?

— My honey! Vamos... para a sua casa falar com o cara que te adotou. Se Joanna foi capaz de me deixar em Dublin por aquele traste...

— Não fale assim dele! Por favor, papai. O meu pai adotivo é mais do que um padrasto, é um homem que merece todo o respeito.

Absalon sorriu para Sabrina. Depois de saírem do aeroporto, eles pegaram uma avenida muito movimentada e foram para a praia.

 

Beira-Mar, Fortaleza

A empregada atendeu a porta, levou um susto ao ver Sabrina de volta. Absalon passou na frente e se sentou no sofá da sala. Heitor e Joanna Vasconcelos apareceram depois que a empregada os avisou no quarto.

— Quem é esse homem? — perguntou o empresário. Um homem de seus cinquenta anos, robusto e com um bigode.

— Papai, esse senhor se chama Absalon O'Connor. Ele é o meu pai biológico que te falei. Encontrei com ele na Inglaterra.

— Absalon? Como pode ter vindo de tão longe?

— Olá... Joanna... Há quanto tempo... nós não nos vemos? 20 anos? Lembra do nosso antigo... antigo relacionamento que deu vida a Franklin, nosso primogênito?

— Peraí. Eu soube que você já teve um filho que foi morto por feitiçaria, mas com a minha mãe? Quer dizer que ele era o meu irmão?

— Sim, filha. Isso foi há muito tempo. Conheci Absalon ainda adolescente quando frequentava uma universidade britânica. Aquele inglês charmoso me encantou e tivemos um relacionamento sério. Engravidei aos 18 anos, exatamente há vinte anos. Foi o Franklin, seu irmão mais velho. Perdemos o nosso filho numa tragédia... Eu era membro do grupo militante The Hunters e tentávamos acabar com as bruxas que conviviam conosco. Foi quando humilhamos uma delas e depois fomos amaldiçoados por sua feitiçaria. Franklin morreu de tuberculose aos 2 meses de vida. Eu lamento ter feito isso.

Absalon bateu palmas para a revelação da ex-namorada. O inglês insistiu para vingar a morte do filho matando todas as bruxas da Terra e de Gaia, além da cidade americana, reduto das escolas de bruxarias, Salém. Heitor, por sua vez, ficou incólume mesmo com a revelação bombástica da esposa.

— Agora quero que... me ajudem. Odeio ter que falar português, poupem eu disso... por favor. Onde fica a feiticeira guardiã desta cidade? Ela sabe onde está o que eu quero. Diga.

— Não sei do que está falando — negou Joanna.

— Vai ter que saber. Soube que fez muitos contatos... com as bruxas pra reparar o erro... — O inglês usou do anel para fazer uma magia que começou a estrangular Heitor.

— Tudo bem, eu digo!

Absalon sorriu.

 

Enquanto isso, Marcela ainda cuidava dos trâmites depois que o seu salão de beleza fora destruído.

— Amor, se não parar agora vai ter uma síncope.

— Que síncope que nada. E estou mais preocupada com o Pedro sozinho no exterior.

— Fique tranquila. Ele está com o Eduardo.

A campainha tocou duas vezes. Marcela saiu do quarto e foi atender à porta.

— Boa noite... senhora...

— Boa noite, senhor. O que quer?

— A senhora se chama Marcela Schiarelli? E o marido Roger Schiarelli?

— Sim, somos nós.

— Então... são vocês que eu procuro — disse Absalon.

...

Casa da Mãe Baba

— Vão ter que me pagar muito dinheiro porque me acordaram quase às onze da noite no feriado de Natal — disse Baba de pijamas e mexendo na bola de cristal.

— Vai logo, velha! — disparou Afrodine.

— Aqui a imagem. Muito bem, vamos debater a forma de pagamen... QUÊ? ELES SE FORAM!!

Pedro correu para fora da casa e pediu que o levassem até uma rua do centro de Fortaleza. Desirée perguntou o motivo da agitação, o rapaz respondeu que o terceiro objeto que tanto Absalon quer fica no escritório do seu pai, poucas quadras dali. Afrodine mandou todos entrarem no carro — que ela roubou — e partiram até o escritório do corretor de imóveis Roger Schiarelli. O escritório ficava no terceiro andar de um prédio perto da Praça do Ferreira.

Os três entraram no prédio, subiram pelas escadas de serviço e entraram no escritório. Pedro vasculhou tudo, desde cômodas, birôs, caixas de papelão, armários, etc. Encontrou a senha da combinação do cofre num caderno de anotações, retirou um quadro de Tarsila do Amaral que Roger ostentava atrás da mesa e abriu. De dentro era notável a quantidade de dinheiro, talão de cheques, documentos e uma caixa toda decorada. Ele abriu e viu uma caneta totalmente de ouro.

— É isso. Papai sempre disse que foi uma recordação da família da minha mãe.

— Fala sério. Uma caneta? No livro dizia que era uma coroa.

— Os dois estão olhando o exterior. Essa caneta está em sua forma falsa para despistar os desavisados. O seu verdadeiro nome é Cetro do Olimpo e é bem maior. — Explicou Desirée.

— Pedro, se teu pai guardava o terceiro objeto e sua mãe é uma feiticeira...

— Quer dizer que os dois podem estar em perigo — concluiu a loira.

— Vou ligar pra eles agora mesmo.

Pedro tentava ligar para os pais, mas dava sempre caixa-postal. Mandou mensagens, mas não teve retorno. O ápice veio quando, segundos após, recebeu uma ligação anônima.

— Alô?

Eu sabia que escaparia... Pedro. Filho de uma feiticeira não pode ser subestimado... Seguinte, se quiser pai e mãe vivos, entregue o terceiro objeto.

— Onde?

Continua...


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

O vampirão Kremer. Mão da referência pesou nesse trecho kkkkkk



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Um Aluno de Sorte" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.