Um Aluno de Sorte escrita por Sensei Oji Mestre Nyah Fanfic


Capítulo 20
Desirée aparece! Quando Luíza reconhece a identidade do Reverendo


Notas iniciais do capítulo

Nesta segunda fase ocorrerão reviravoltas importantes. O mais incrível é que a fic começou simples, pequena, até tomar um rumo mais complexo. Mas já estamos quase perto do final.



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Estou pela primeira vez numa viagem à Londres com a intenção de reencontrar Luíza e me explicar sobre o que eu fiz na escola. Contarei a verdade do meu relacionamento com Afrodine, já que Jonas resolveu fazer a minha caveira. E penso que no país das Spice Girls fosse seguro, deparo-me com dois capangas da Cruz tentando nos matar. O duro foi Eduardo ter descoberto a real identidade da professora daquele jeito.

A Europa é linda. Muito diferente do Brasil. A estrada era bem asfaltada, os terrenos eram bastante verdes, contrastando com o branco que caía do céu — por causa da neve.

— HEY!!! — gritou Edu antes de eu terminar a narração. — Explica essa história de súcubo.

— Tudo bem, calma. Eu explico. Acontece que...

— Eu sou um demônio gênio do sexo. Fui presa por um velhinho chamado Maurício e libertada por Pedro. Eu fiz um desejo dele, que era de passar a qualquer custo na escola. Então eu sequestrei a professora Fátima, transformei-a numa viciada em bdsm e peguei o seu lugar. Facilitei e muito a vida do Pedro, dando notas excelentes até ele ganhar a bolsa de estudos em Harvard. E foi isso que a namoradinha dele descobriu, deu no pé com o amante e estamos aqui na Grã-Bretanha procurando por ela.

Hehe Afrodine não tem tato mesmo. Cocei a cabeça e sorri para o meu amigo. Em vão. Eduardo partiu pra cima de mim, tentando me estrangular. Fiquei tentando me desvencilhar e explicar tudo, mas ele estava berrando, dizendo que não queria mais ser meu amigo e que eu o trouxe para uma enrascada.

— Afrodine, me ajuda...

— A Cruz está atrás de nós agora. E o seu amigo foi visto, ou seja, ele já está na lista negra da seita.

— Seita? Atrás de mim? Eu quero a minha mãe. Eu quero jogar o meu Skyrim pela última vez...

— Cof cof... Não é pra tanto, caramba. Afrodine é forte. Você viu.

Ela fez uma pausa assim que terminei de falar. Algo a incomodava bastante. O fato é que ela ficara assim desde a época que se encontrou com o irmão. Os dois parece não se darem bem. Nunca entenderei esses demônios. Olhei pela janela do carro, percebi que estávamos perto do centro de Londres. Fiquei maravilhado ao ver o Palácio de Westminster e a Torre Big Ben. Só via esses pontos turísticos nos filmes ou em jornais.

— Eu fiz uma reserva num hotel em Chelsea. Vamos pra lá.

— De maneira nenhuma — disse Afrodine para Eduardo. — Eu tenho reservas para Whitechapel numa pensão bem fofa.

— Tá de brincadeira? Eu fiz reserva em bairro nobre e você me vem com Whitechapel? É tipo a periferia de Fortaleza.

— Eu ouvi falar desse bairro. Dizem que foi lá que Jack o estripador matou as suas vítimas — falei.

Edu tentou negociar com a súcubo, mas esta lançou um poder da sedução e logo o meu amigo arregou. Ficou o tempo todo com a mão nas partes baixas pois algo não estava normal ali.

 

Whitechapel — Londres

Paramos num desses bairros periféricos onde havia maior concentração de imigrantes. Saímos do veículo e ficamos na frente de um edifício de dois andares, cheio de pichações. Embaixo havia uma loja de souvenir e uma senhora gorda ficava no caixa. O rosto de Eduardo era impagável, pois queria ficar num bairro rico.

Afrodine conversou em inglês com a proprietária da pensão e recebeu uma chave para um quarto. Subimos a escada e entramos em apenas um quarto.

— Pensei que seriam três quartos — resmungou Edu.

— Um já está de bom tamanho. Agora eu preciso falar algo para vocês.

Sentamos numas cadeiras de plástico e ficamos atentos ao que ela falaria.

— A Cruz está atrás do Anel de Nibelungo. Um artefato feito na Suécia pertencente à cultura nórdica. Um anel que te dá poderes, caso for apenas um ser humano comum.

— O guia falou sobre esse anel — falei.

— Um anel com uma pedra de rubi. Eles pensam que está comigo, mas não. Eu tenho o Bracelete do Nilo agora, mas o anel tive que trocar com o meu irmão Eros.

— E por que esses caras querem pegar esse anel? — questionou o meu amigo.

— Ainda não tenho certeza o que esses caras querem comigo ou com o anel. Eu recordo que fui aprisionada naquele recipiente com o anel e quando o Pedro me libertou, o objeto estava no meu dedo. Nunca entendi o que o senhor Maurício pretendia colocando Nibelungo comigo.

— Mas algo te trouxe pra Inglaterra. Quem não te conhece que te compre, Afrodine. Fala logo.

— Pedro, aprendeu mesmo depois de dois meses comigo. Acontece que eu tive uma informação do Eros de que os caras da Cruz querem também o bracelete. Este objeto foi preso juntamente com o Eros também pelo seu Maurício. E foi achado por sua amiguinha numa viagem a França.

Fiquei impressionado com aquela história. Como a minha vida mudou no final deste ano. Há dois meses eu era apenas um Zé Ninguém, mas agora estou no meio de uma disputa entre demônios e humanos caçadores.

— Eu quase ia me esquecendo de Luíza. Preciso ligar para o tio dela.

— E você sabe o número dele?

— Vou tentar o whats dele ou dela. 

Tentei mandar mensagens para Luíza, porém não estava conseguindo. Tentei várias vezes, inclusive pelo celular de Edu, mas nada. Dora Nunes me passou o telefone do seu irmão, mas o número era inexistente.

— Desculpa, Pedro. Mas estou cansado por causa da viagem. E tá frio lá fora.

— Se eu fosse você deixava pra procurá-la amanhã.

Afrodine tem razão. O frio ficou maior ainda por causa da neve que insistia em cair. Nunca na minha vida havia visto pessoalmente um fenômeno como aquele. Eduardo já era acostumado, Afrodine... esquece.

Passava das nove horas da noite. Comemos marmitas que Edu havia comprado numa lanchonete perto. Dormimos profundamente devido a fadiga da viagem e do frio. Eu fiquei deitado no sofá, Edu num colchão e a rainha da cocada preta na cama. Ouvi passos naquele chão de madeira. Abri um olho, vi ela sair do quarto.

Desci as escadas. Escutei conversas num idioma diferente. Vi Afrodine conversar com uma outra mulher, uma loira de cabelos ondulados. A mesma mulher que vi na previsão de Baba.

 

Véspera de Natal. Vi muita gente andando com os gorros vermelhos e com espírito natalino. Coloquei um casaco e um par de luvas. Edu e eu fomos para um passeio de barco no rio Tâmisa.

— Já tentou saber o endereço do tio de Luíza?

— Ainda não. Vou mandar uma mensagem para a mãe dela.

Dora Nunes me respondeu, dando o endereço da casa do seu irmão. Fomos para o tal lugar sozinhos. Edu foi meu único guia.

Vimos uma casa vitoriana com uma área externa e um muro. Tocamos o interfone, contudo ninguém veio nos atender.

— Precisamos ir embora.

— Cheguei aqui e não vou desistir.

— Pedro, desce já desse muro. Se a polícia pega a gente...

— Relaxa e sobe. Vem — dei a mão para Edu subir no muro de pedra. Como não havia cerca elétrica, conseguimos pular dentro.

— Vão nos deportar. Aqui não é zoeira como no Brasil.

— Eduardo Mackenzie, meu amigo. Fica calmo. Vamos dizer que o portão estava aberto e que somos amigos da Luíza. Pronto.

Tocamos a campainha da casa e esperamos por um minuto. Tocamos novamente e nada. Girei a maçaneta e entrei naquela casa. Parecia tudo quieto e empoeirado, como se a casa estivesse meses abandonada. A cada passo que dávamos o chão rangia.

— Parou por quê?

— Dá pra parar de me tocar — ele segurava meu braço como uma menininha medrosa.

Ouvimos alguns barulhos na parte superior. Assim que viramos, uma mulher aparece bem na nossa frente.

— Acho que vou morrer.

Parecia até que a alma de Edu estava saindo da sua boca. Foi necessário um tapa pra ele voltar a si. Reconheci a mulher na minha frente, pois trata-se da loira da noite passada.

— Melhor nos escondermos. Vocês fazem muito barulho.

A mulher apontou o dedo para nós e um vento saiu dele e nos atingiu. Ela segurou nós dois e nos afastou da escada. Vimos membros da Cruz descerem as escadas, mas não nos viram. Um deles era um sujeito estranho, vestindo um capuz e um casaco, parecido com um frade. Saíram da casa com algumas bagagens.

— O que eles fazem aqui? — sussurrei.

— Eu também quero saber — disse ela.

— E por que não nos viram.

— Porque acabei de fazer um feitiço para ficarmos invisíveis.

Nós três saímos da casa ainda com o efeito da invisibilidade. Eduardo estava com o coração na mão, mas não queria contestar por medo.

— Desculpa. Acho que ainda não fomos apresentados. O meu nome é Desirée, e sou uma feiticeira.

— Eu já te vi duas vezes...

— Quando?

— Numa vez consultando uma vidente e ontem com uma amiga. Por quê?

— Acho que devemos voltar para onde Afrodine está e explicarmos tudo a vocês.

 

Voltamos para Whitechapel à tarde. A tal Desirée foi na frente e entrou primeiro no apartamento. Assim que entrei, vi Jonas sentado na cadeira, com Afrodine à sua frente. O meu sangue ferveu, vai ter cacete pra dez. Edu queria me segurar, mas resolvi partir pra cima daquele safado com tudo. Ainda dei uns dois murros na cara dele antes de receber um cascudo furadeira na minha cabeça por Afrodine.

— Essa doeu! Por que está defendendo esse cara?

— Se você fosse paciente, escutaria o que ele quer dizer. Fala.

— Eu... eu...

— Fala logo, porra! — esbravejei.

— Eu trouxe a desgraça para Luíza. Ela foi sequestrada por uns caras esquisitos...

Joguei o meu sapato na cabeça de Jonas antes dele terminar. O cara apagou, mas foi impagável.

...

Quartel General da Cruz - Harlington

Luíza ficou presa num quarto parecido com uma cela de cadeia. Estava há dois dias naquela condição desde que fora raptada pelos caras da Cruz.

A porta da cela abriu, dois guardas a levaram para um lugar bem espaçoso. Era uma sala de reunião, com uma mesa e cadeiras. Luíza ficou sentada, esperando ansiosamente alguém entrar. E entrou. O tal Reverendo.

— Quem é você? O que quer comigo?

— Mrs. Nunes, get this — ele deu um aparelho de escuta. A moça colocou no ouvido. — Pode me entender agora? Eu sou brasileiro, porém neste exato momento estou falando em inglês.

O Reverendo parecia falar no mesmo idioma da moça, por causa do aparelhinho. Retirou o capuz e revelou a sua identidade.

— Acho que dispenso apresentações.

— Eu... já te vi no jantar na casa do Pedro.

Gerson sorriu.

Continua...


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Notas finais do capítulo

Imagem de Desirée. A bruxa suprema das minhas histórias. Ela aparece aqui também:

https://fanfiction.com.br/historia/729399/Paizao_Adolescente/



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