Fazer armadilhas para porcos era fácil. Difícil era acreditar que não seriam destruídas por walkers. Como porcos comem de tudo sem se importarem, poderia usar carne para chamar a atenção dos porcos, mas também chamaria a atenção dos mortos. Peguei um pouco de fruta e também coloquei na armadilha. Esperava pegar alguma coisa antes de Shiva ficar com muita fome.

Depois de montar as armadilhas decidi andar um pouco pela floresta, talvez encontrasse alguma coisa para ela comer. Andei alguns metros e sorrir quando encontrei um rastro de animal. Com minha arma na mão me aproximei. A alguns metros um javali estava deitado no chão. Quando olhei pela a mira, notei que estava dormindo.

Com cuidado para não fazer nenhum som me aproximei dele e atirei. Assim que a bala pegou nele, ele se mexeu, mas caiu para o lado. Me aproximei do animai e prestei atenção a minha volta, não podia me esquecer que ainda tinha Salvadores espalhados por aí nós procurando.

Me abaixei ao lado do animal e cortei a barriga dele para retirar as entranhas. Essa tinha sido uma das primeiras coisas que aprendi a fazer quando caçava. Certo que quando eu decidi que isso era importante, eu ainda não caçava, apenas assistia programas de sobrevivência no conforto da minha casa.

Depois de limpar o animal, guardei as entranhas e o amarrei para pode arrasta com mais facilidade. O caminho de volta a comunidade foi sem imprevistos. Assim que cheguei, notei que tinha passado tempo demais fora. Estava começando a escure, provavelmente Rick e os outros já tinham chegado.

Assim que o portão foi aberto, todos olharam para mim. Rick estava com Daryl e Carol perto da casa conversando. Ele se aproximou de mim com os olhos no animal que eu arrastava.

— Creio que isso seja para o sobrevivente felino? – ele perguntou sorrindo para mim.

— Sim. Ela está morrendo de fome. Como foram as coisas com vocês?

— Bem. Matamos bastante e pegamos alguns como reféns. – ele pegou o javali e o jogou nas costas. – Temos tempo para fazer muitas coisas.

— Certo.

— Onde ela está?

— Banheiro do segundo andar. – falei abrindo a porta para que ele pudesse entrar.

Seguimos para lá e abrir a porta. Rick apenas jogou o animal lá e fechamos a porta. Depois seguimos para nosso quarto. Tomamos banho juntos enquanto Rick me falava como estavam as coisas. Não estava muito fácil tudo o que tínhamos que fazer. Sabia que depois que isso acabasse teríamos que reconstruir Alexandria e o Reino, mas valeria a pena se pudéssemos seguir nossas vidas sem medo do que poderia acontecer por causa dos Salvadores.

— Carl quer participar da luta. Eu não sei o que fazer.  

— Deixe que ele ajude, deixe que ele lute. – falei enquanto enxaguava meu cabelo. – Eu sei que você não gosta disso, eu também não, mas o que posso fazer?  Ele não é mais criança. Acho que ele não é desde que isso começou, ele cresceu rápido demais.

— Acho que as meninas vão crescer mais rápido ainda.

— Eu sei, Rick. Mas isso é uma coisa que não posso parar, que não posso impedir. Eles têm que crescer, eles têm que viver. Lembro de quando Carl levou aquele tiro, você disse que era bom ele não ter medo de armas, mas isso não querer dizer temos que gostar disso, apenas que temos que aceitar.

— Eu tenho medo do que possa acontecer, tenho medo de tudo o que possa mudar entre todos. Já perdemos tanto e continuamos perdendo.

— E vamos perde, o mundo sempre foi assim. Não estar assim apenas por que o mundo acabou.

— Eu não gosto nada disso.

— Eu sei. Também não gosto, mas temos que aceitar a veda como ela é. Não podemos proteger nossos filhos para sempre.

Rick me olhou intensamente. Tenho que admiti que era um pouco estranho. Estava nua debaixo d’água e ele me olhando tão intensamente.

— O que foi?

— Eu te amo. Cada dia que passa eu te amo mais.

— Eu também te amo, mas para de me olhar assim, é estranho.

Rick riu antes se aproximar de mim e me beijar. Empurrei ele para trás.

— Temos muito o que fazer. Leve essa bunda branca para lá.

— Tem certeza não quer que aproxime de você?

— Tenho. Temos muito o que fazer. Mas quando essa guerra terminar não pense que você vai escapar de mim.

— Nem sonharia com isso. Te vejo daqui a pouco. – ele se enrolou em uma toalha e sair do banheiro. Sorrir antes de terminar meu banho.

Quando terminei, me sequei e fui me vestir. Arrumei os cabelos e desci. Assim que cheguei aonde a janta estava sendo servida, todos olharam para mim. Sabia que tinha algumas pessoas com raiva por eu ter trazido Shiva para cá, mas sabia que poderíamos usar ela depois.

— O que foi? – perguntei me aproximando de Rick que estava sentado na mesa ao lado de Maggie.

— Nada. – Jesus respondeu sorrindo para mim.

—Vocês são estranhos.

— Você traz um tigre para cá a gente somos estranhos? – Tobi perguntou sorrindo para mim.

— É. Eu aprendi a nunca deixar ninguém para trás. Shiva ainda vai nos ajudar muito. – peguei um pouco de comida e coloquei em meu prato. – Vou manter ela alimentada, não precisavam se preocuparem.

— Você é louca.

— Obrigada. – sorrir para os outros e me juntei a Rick e Maggie nos planos para o que faríamos daqui para frente.

Carl se aproximou e se sentou ao meu lado ajudando a fazer o planejamento. Sabia que ele estava ficando louco para ir ajudar a pegar os Salvadores. Rick usando o fato de que Maggie precisava de ajudar para proteger Hittop.

— Eu fico amanhã. – falei fazendo com que os dois olhassem para mim.

— O que? – eles perguntaram.

— Eu fico amanhã com Maggie. Acho que está na hora de vermos do que Carl pode fazer. Ele foi bem em Alexandria. Temos que ver o que mais ele pode fazer. Ele não terá nós dois para sempre. Esse grupo, essa família que estamos criando é para ele, é para nossos filhos. Eles têm que saber cuidar disso. Eu não gosto, nem quero Carl na linha de frente, mas sei que não posso impedir isso para sempre. – peguei a mão de Carl em cima da mesa. – Você é jovem, tem muito o que aprender, mas acho que pode fazer isso. Você vai com meu grupo. Jesus e Geramy, quero que leve Mike e Lizzie com vocês, Jesus estará no comando, vocês devem escutar ele. Isso é um teste se vocês passarem, poderão ajudar mais.

— Serio, mãe? – ele me olhou esperançosamente.

— Carl, eu te amo e queria poder te prender no pé da cama, mas consigo ver que você já é grande o bastante para se virar sozinho. Eu estou falando sério, mas lembre-se que Jesus está no comando. Ele manda.

— Eu vou. Não vou falha. – ele me abraçou. – Obrigado.

— De nada, querido.

Carl começou a comer animadamente. Rick olhou para mim e eu sabia o que ele estava pensando, mas não disse nada. Ele falaria comigo quando fossemos dormi, disso eu tinha certeza.

Terminamos nossa janta enquanto conversávamos sobre o próximo passo a seguir. Quando terminamos, Rick foi conversar com Daryl e Dwigth, peguei Judith no colo e fui fazer ela dormir. Me deitei na minha cama com ela ao meu lado e comecei a contar uma história para ela enquanto eu brincava com os cabelos dela. Quando notei que ela dormiu, peguei ela no colo e a coloquei no cercadinho.

Beth chegou pouco tempo depois e deitou CJ ao lado dela, antes de me deseja boa noite e sair do quarto. Carl entrou e seguiu para o banheiro para tomar banho antes de dormi. Lizzie entrou e se jogou no colchão dela, sabia que tinha tomado banho antes de ir jantar

— Oi. – Rick disse se aproximando da cama onde eu estava lendo.

— Oi. – ele se deitou ao meu lado e suspirou. – O que foi?

— Apenas estou cansado. E você está um pouco fora do controle.

— Por que você acha isso?

— Deixar Carl e Lizzie irem em seu lugar?

— Eu amo meus filhos e odeio que eles estejam crescendo tão rápido, mas infelizmente eu não posso fazer nada contra isso. Se ele não ir por bem, ele vai por mal. Se você ainda não notou ele teimoso igualzinho o pai.

— Você não nem um pouco teimosa?

— Sou, querido, mas Judith ficou com minha teimosia, a sua ficou com Carl. O que me conforta é que Lizzie não é tão teimosa como nós dois. Estaríamos perdidos com duas meninas tão teimosas.

— Eu gosto da teimosia da Judith. – eu rir e coloquei minha mão no rosto dele.

— Você fala isso antes dela aparecer com o único garoto da comunidade que você não gosta e te apresentar como namorado.

— Só de ouvi você falando isso já me sinto mais velho do que sou. Não basta a Lizzie ter um namorado? Uma filha namorando é o bastante.

— Quando Judith tive idade para namorar, Lizzie já deve ter casado. – dei de ombros fazendo com que eu bufasse.

— Ela é muito nova para pensar em casamento. Ela que se contente com o namoro.

— Eu não estou falando que ela vai se casar amanhã, querido, mas vai acontecer.

— Vai dormi, bunda branca. – falei fechando meu livro rindo.

— Você está doida pela a minha bunda hoje, hei, mulher.

— Vai dormi, Rick. Você tem que acorda cedo amanhã.

— Boa noite, querida. – ele disse me abraçando por trás quando Carl saiu do banheiro.

Não demorou muito e eu estava dormindo.