O Beijo da Morte - Tomione escrita por Srt Florencio


Capítulo 2
Capítulo Um - O PLANO DE HERMIONE


Notas iniciais do capítulo

Eu sei que tinha dito que as postagens oficiais só começavam em janeiro, mas após receber essa capa linda feita pela Alice Prince não me aguentei haajaj
Quero agradecer a todos os favoritos e acompanhamentos, além dos comentários, me deixaram muuuuuito contente ❤❤❤



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Respiração pesada e ofegante deixava os pulmões de Hermione Granger naquele momento.

A decisão mais importante da sua vida prestes a ser tomada enquanto ela encarava seus amigos ainda devastados pelas perdas.

Encontravam-se escondidos, trancados melhor dizendo, sob diversos feitiços que foram lançados sobre o Largo Grimmauld n°12 que agora contava com um novo fiel ao segredo.

Tinham sido poucos da Ordem que sobreviveram, poucos amigos que tiveram sorte. Sr. e Sra. Weasley, Gui, Fleur, Jorge, Rony, Gina (que se encontrava incapaz de realizar qualquer tarefa depois da morte de Harry), Kingsley, Luna, Lino, Simas, Dino, Neville, Andrômeda, o pequeno Teddy, McGonagall e Hagrid.

Todos ali.

Ninguém sabia se outras pessoas tinham tido a oportunidade de fugir durante a batalha. Não podiam sair, investigar. As ruas estavam perigosas, tomadas pelos seguidores de você-sabe-quem, estava mais terrível do que a primeira vez que Voldemort assumiu o poder, diziam os mais velhos, mesmo os trouxas eram capazes de dizer que algo de muito errado estava acontecendo.

Tempestades sem sentido, uma bruma espessa que cobria toda Londres e além dela eram os principais apontamentos dos noticiários trouxas, alegavam o fim do mundo, incapazes de ver através da magia.

Mas Hermione via.

E ela sabia que não existia mais escapatória, eles não tinham um futuro. Viveriam o resto de suas vidas presos naquele lugar, observando o mundo se desmanchar ao redor deles enquanto não podiam fazer nada, isso se não fossem encontrados e mortos muito antes.

O pequeno Teddy nunca conheceria qualquer outra coisa.

Havia tido a ideia enquanto encarava o teto do quarto que dividia com Gina e Luna, revivendo seus momentos com Harry, sem conseguir dormir. Tinham se passado meses desde sua morte, mas a dor continuava fresca dentro de Hermione. Foi aí que se lembrou de quando, no terceiro ano, voltou no tempo ao lado de seu amigo para salvar Sirius Black de ser morto por um crime que não cometeu com a ajuda do vira-tempo que ganhara da professora McGonagall naquele mesmo ano para que pudesse frequentar todas as aulas para qual tinha se inscrito.

A viagem tinha sido bem sucedida e eles não só tinham ajudado Sirius a ser solto como também tinham salvado o hipogrifo Bicuço de um fim que não merecia.

Sabia que para executar o plano que se formava em sua mente necessitava assumir todos os riscos, afinal a viagem com Harry foi muito menor, logo muito mais segura. O próprio Ministério da Magia advertia o uso do vira-tempo para fazer o que ela desejava, pois era muito perigoso.

Entretanto, que outra alternativa eles possuíam? Se esconder para sempre? Viver com medo?

Não.

Ela não permitiria que isso acontecesse, seus amigos já haviam sofrido demais e ela assumiria o lugar de Harry na tentativa de derrotar o Lord das Trevas e proteger o mundo bruxo.

— Vocês devem estar se perguntando o que eu preciso tanto falar — soltou com a voz trêmula, ciente que todos os olhares cansados estavam fixos nela — Eu tenho um plano.

Não houve reação alguma e ela se remexeu nervosa, a respiração vindo ainda mais dificultosa.

— Plano para quê? — Rony enfim perguntou.

— Para derrotar Vol- você-sabe-quem — Hermione gaguejou ao pronunciar o nome do assassino, tinha perdido o medo de dizer seu nome com Harry, mas o dizer agora era um tabu, levava os Comensais da Morte até eles mais rápido do que qualquer outra coisa — Ou melhor, para matar Tom Riddle.

Exclamações se seguiram, do quê, exatamente, Hermione não saberia dizer.

— O que você quer dizer? — Alguém questionou.

Hermione engoliu em seco, sabia que mesmo sendo tempos difíceis ninguém aprovaria sua atitude.

— Voltar no tempo e impedir que Mérope Gaunt dê a luz a Riddle.

— Isso é loucura!

— Você só pode estar brincando.

— Um absurdo.

A voz de McGonagall se sobrepôs às outras: — Ora, senhorita Granger, este não é o momento para brincadeiras desse gênero, nem nenhum outro.

— Não é brincadeira — negou Hermione — Essa, talvez, seja nossa última chance.

— Não estamos dispostos a perder mais nenhum de nós por bobagens senhorita Granger — disse a professora.

— Não é bobagem! Não temos mais esperanças e vamos acabar morrendo uma hora ou outra porque ele vai nos encontrar, viveremos trancados aqui para o resto da vida, presos como se nós fôssemos errados, se temos uma última chance, uma única oportunidade, para acabar com o poder de você-sabe-quem nós devemos fazer, não importa o que seja — e dando sua última cartada pronunciou: — Harry me apoiaria nesta ideia, aliás, ele seria o primeiro a se propor a ir.

— Mas Harry está morto Hermione — exclamou Rony — E ninguém está disposto a arriscar sua vida neste plano que, com certeza, não dará certo, é suicídio.

Hermione respirou fundo sabendo que depois que dissesse não poderia voltar atrás.

— Eu — sussurrou — Eu estou disposta a me arriscar se for a única solução para salvar todos aqueles que amo e ao próprio Harry.

Mais exclamações explodiram pela cozinha do Largo, horrorizadas e incrédulas, mas nenhuma a favor do seu plano, sua tentativa de salvar a todos e de trazer Harry Potter de volta.

— Não — decretou a senhora Weasley que até agora se mantinha apática no canto enquanto abraçava Gina — Harry também não quereria que algum de seus amigos se sacrificasse por ele.

— Não é só por ele! — refutou Hermione — É por todos nós. Não temos futuro, será que não percebem? É isso o que veremos para o resto de nossas vidas! As paredes sujas do Largo Grimmauld e uns aos outros.

— Está decidido Granger — disse Kingsley — Ninguém fará isso, nós não podemos apoiar tal loucura.

— E como precaução senhorita Granger, nós precisamos que você devolva seu vira-tempo — anunciou McGonagall.

Eles não podiam fazer aquilo com ela. Será que não viam que loucura maior era aceitar tudo aquilo de braços cruzados? Não existia mais nada para eles, não podiam sair de casa, escondiam-se como condenados evitando usar feitiços ao máximo possível, sem poder visitar o mundo bruxo, o mundo ao qual eles pertenciam.

Hogwarts fora tomada, comandada agora pelos leais ao Lord das Trevas. O Beco Diagonal se estendera como uma continuação da Travessa do Tranco, um lugar  sombrio, e somente aqueles que se submetiam às ordens do assassino poderiam viver suas vidas sem mais medos ou torturas, mas eles, a Ordem da Fênix, leais a lembrança de Harry Potter, o maior inimigo daquele-que-não-deve-ser-nomeado, eram os procurados número 1 e não encontrariam uma boa vida caso deixassem seu esconderijo. Até mesmo Hogsmeade, o maior povoado inteiramente bruxo, não passava de um ponto de encontro dos Comensais da Morte

Que vida era aquela que eles tinham?

McGonagall esticou a mão: — Vamos Granger, dê-me seu vira tempo.

A muito contragosto Hermione abriu sua bolsinha de contas com um feitiço indetectável de extensão, uma das poucas coisa que ela conseguira salvar em sua fuga da Batalha de Hogwarts, e pegou o colar com uma pequena ampulheta na ponta o entregando para McGonagall que o escondeu entre suas vestes.

A senhora Weasley suspirou.

— Vamos — ela disse — Está na hora do jantar.

Não foi preciso dizer mais nada para que Rony e Gui corressem para tomar um lugar à mesa e a conversa se desse por encerrada.

Hermione também tomou seu lugar à mesa embora mal tenha tocado na comida, presa em seus próprios pensamentos.

Porque McGonagall não tinha examinado o vira-tempo que lhe foi entregue, não percebera que não passava de uma cópia barata, um antigo produto das Gemialidades Weasley, e que o verdadeiro ainda se mantinha na posse de Granger que estava mais do que disposta a executar seu plano ainda naquela noite.

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Notas finais do capítulo

E então, o que acharam? Comentários são sempre bem-vindos ❤❤