Bishounen Senshi Sailor Moon escrita por Bella P


Capítulo 8
Capítulo 8




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A vantagem de ter pais ricos e bem relacionados? Poder ir a um baile da realeza estrangeira sem precisar usar de artimanhas ilegais para isto.

Mamoru nunca foi fã das festas da alta sociedade enquanto crescia como um Chiba, mas agora via vantagens de carregar o sobrenome. Sua mãe até estranhara quando ele concordou de pronto em acompanhar a família no evento. Geralmente a sra. Chiba tinha que fazer uma certa chantagem emocional para conseguir convencer o filho a compartilhar da presença deles nesses tipos de festas da alta sociedade. Mas desta vez era diferente. O sonho da noite anterior havia sido tão vívido quanto os outros, tanto que Mamoru achou que por um segundo poderia tocar a misteriosa princesa. E não era extrema coincidência que uma princesa que quase ninguém conhecia de rosto vinha justamente aquela época para o Japão, trazendo consigo o sagrado cristal da família real para ser apresentado a imprensa japonesa como um gesto cordial e de amizade diante dos novos acordos políticos e econômicos que os dois países faziam?

Pois é. Embora, tradicionalmente, as coisas não poderiam ser tão fáceis assim, a princesa da Lua e o Cristal de Prata não poderiam surgir aos olhos dele de forma tão fácil quando há meses os atormentava nas sombras em seus sonhos, Mamoru ainda queria acreditar que ao menos uma vez na vida as coisas podiam sim ser mais simples, que ele estava com sorte.

Uma movimentação na entrada do salão lhe chamou a atenção, um grupo acabara de chegar, quatro pessoas, o que não era comum. Geralmente os convidados chegavam em pares ou sozinhos, mas os quatro estavam juntos, andando lado a lado com a desenvoltura e elegância daqueles que pareciam viver desses eventos. Mamoru quase engasgou com sua bebida, porque com ou sem máscaras, ele reconheceria em qualquer lugar aquele quarteto que a cada dia que passava estava tornando-se uma constante em sua vida. Principalmente o líder que destacava-se a esquerda do grupo, com os seus trajes brancos, praticamente etéreo.

Embora Ami, que acabara de ser levada para a pista de dança por um sorridente Makoto, estivesse deslumbrante, as atenções ainda sim foram todas para Usagi. Para os seus cabelos dourados brilhando como ouro sob a luz do salão, para a sua pele de alabastro, o corpo esguio, de movimentos suaves e confiantes, diferente do menino atrapalhado com quem ele costumava esbarrar todo santo dia.

Rei, ao lado do rapaz, tão altivo e belo como o amigo, inclinou-se para sussurrar algo no ouvido de Usagi que assentiu levemente com a cabeça e observou por poucos segundos o jovem de cabelos longos ir na direção de um grupo de homens mais velhos que conversavam entre si, antes de tomar o caminho oposto na direção do bar.

Mamoru sentiu um calafrio descer-lhe a espinha quando viu o adolescente aproximar-se do bar e com um olhar curioso, percorrer as íris azuladas por sobre as opções de bebidas que as prateleiras de vidro atrás do barman mostravam. Viu quando lábios rosados disseram algo pro atendente, que sorriu e prontamente viro-se, recolhendo copo e misturador de sob o balcão, além de outros ingredientes. Mamoru largou a sua bebida sobre a bandeja do primeiro garçom que passou em seu raio de alcance e a passos largos foi na direção do bar, amaldiçoando todos os convidados que entravam em seu caminho e insistiam em atrasar o seu progresso. Finalmente, quando ele alcançou o bar, foi a tempo de ver o atendente colocar uma bebida viscosa e rosada, com decoração de cereja e guarda-chuva, na frente de Usagi.

— Se eu me recordo bem, você está longe da idade mínima para beber. – Mamoru sussurrou ao pé do ouvido de Usagi ao aproximar–se o suficiente do outro garoto.

Usagi virou-se lentamente para encará-lo e de perto, os olhos do adolescente eram de um azul difícil de descrever, e extremamente cativantes. Um segundo depois esses mesmos olhos estreitaram-se por detrás da fenda da máscara e os lábios contorceram em uma expressão de desagrado.

— Chiba. – Usagi sibilou o nome com o desprezo característico que ele usava para dirigir-se a Mamoru e levou o canudo da bebida a boca, para desespero de Mamoru que retesou todos os músculos quando viu o garoto dar a primeira sugada na bebida.

Usagi riu diante da expressão de pavor do outro homem.

— E batida de frutas não alcoólica, idiota. – explicou. – E mesmo que não fosse, eu não acho que o álcool... – calou-se, pois com certeza a informação que quase deu em seguida não era algo que Mamoru precisava saber.

Usagi havia notado certas mudanças em seu corpo desde que tornou-se um sailor senshi, mudanças que iam além dos hormônios da adolescência. Havia ganhado mais força, mais agilidade e resistência, o seu metabolismo estava mais acelerado, as suas feridas de batalha curavam-se em horas ao invés de dias e embora ainda continuasse esguio, o seu corpo ganhara músculos que antes não tinha, e tudo isto acontecia quando não estava transformado. Então Usagi duvidava que o álcool, agora, tivesse efeito em seu corpo. Provavelmente um copo de bebida seria queimado em minutos pelo seu organismo.

— Que o álcool o quê? – Mamoru incitou, mas tudo o que Usagi fez foi desviar o olhar do rosto meio coberto do outro homem e dedicar um atenção extra aos rótulos das garrafas bem arrumadas atrás do balcão.

Mamoru suspirou. Usagi era um livro aberto e ao mesmo tempo um cofre bem selado. Por vezes ele achava já ter desvendado todos os segredos do garoto, outras vezes uma nova faceta do jovem era mostrada e Mamoru percebia que nada sabia sobre Tsukino.

A música que soava pelo salão mudou de uma balada agitada para uma romântica e Mamoru deu um relance para a pista de dança e outro para o perfil do rapaz calado ao seu lado.

— Me concede esta dança? – disse no melhor tom sério que conseguiu colocar em sua voz, estendendo uma mão enluvada na direção de Usagi que vagarosamente colocou o seu copo sobre o balcão e olhou para Mamoru como se outra cabeça tivesse brotado sobre os ombros do homem. Sobrancelhas arquearam-se por detrás da máscara branca e Usagi ponderou por alguns segundos. Se aquilo fosse mais uma das piadinhas de Chiba com o intuito de humilhá-lo, o universitário teria uma surpresa.

Com o seu maior e melhor sorriso simpático, Usagi colocou sua mão por entre os dedos de Mamoru, notando com curiosidade que esses tremiam suavemente. Viu o pomo de Adão do homem mexer-se em sua garganta quando ele engoliu em seco e as pupilas dilatarem dentro das íris azul cobalto. Se Usagi não soubesse bem, diria que Mamoru estava nervoso.

Os olhos de Usagi permaneceram no rosto meio escondido pela máscara negra do outro homem, enquanto este os guiava até a pista de dança no meio do salão, sob os olhares surpresos e curiosos de todos. De rabo de olho ele viu Rei lhe dar um sorriso de escárnio e pôde jurar que ouviu a risada grave de Makoto as suas costas, uma risada que Usagi sabia era direcionada a ele e a sua situação. O seu eterno arranca-rabo com Mamoru Chiba era sempre o motivo das piadinhas internas entre os seus amigos.

Usagi ofegou quando chegaram no meio da pista de dança e Mamoru o envolveu pela cintura e o puxou com um tranco contra o seu corpo maior e firme, o que fez Usagi o fuzilar com o olhar diante da pretensão de Chiba de achar que ele que guiaria aquela dança. Mas só desta vez, deixaria a gafe passar.

Logo os dois estavam balançando ao som da balada, os olhares dos convidados lhes deixaram, com as pessoas com certeza perdendo rapidamente o interesse sobre o curioso casal na pista, e Mamoru tinha quase certeza de que Usagi podia sentir as batidas aceleradas de seu coração. Ao menos as mãos tremendo de Mamoru o garoto percebeu quando as tocou com as suas, pois nunca que ele teve Usagi tão perto de si, não em uma situação que não envolvesse uma discussão acalorada entre ambos.

Usagi era alto, não tanto quanto Mamoru, mas havia uma promessa ali de que um dia o menino chegaria lá. A sua cintura esguia cabia perfeitamente no abraço de Mamoru e, pelos deuses, como ele cheirava bem. Mamoru o apertou mais contra o seu corpo em um gesto inconsciente.

— O que você está fazendo, Chiba? – Usagi sibilou quando sentiu o braço do homem apertar mais a sua cintura e juntar mais os seus corpos. Próximos assim, Usagi tinha a certeza de que Mamoru conseguiria sentir o seu coração acelerado. Mamoru deu ao jovem um sorriso sacana e recebeu como resposta um torcer de lábios em um gesto de desagrado.

— Você não pode ser tão inocente assim, Tsukino. – Mamoru provocou. Usagi poderia ter apenas quinze anos, mas não era idiota. Mamoru aos quinze anos já sabia muita coisa da vida, seus pais o protegeram do mundo o máximo que puderam, mas não o superprotegeram e muito menos o deixaram na ignorância para aprender as coisas sozinho, como muitos pais faziam. Como médicos, eles, melhores do que ninguém, sabiam como o corpo e a mente de um adolescente movido a hormônios funcionava. Usagi parecia ser desconectado da realidade, tão perfeito em sua beleza de ator de cinema, em sua aparente ingenuidade, em sua delicadeza e doçura, mas não era imune ao mundo ao seu redor, ninguém era. Às vezes ele poderia se fazer de idiota, mas ele não era. Usagi já havia percebido que entre eles havia muito mais que animosidade, havia atração, havia uma clássica tensão sexual reprimida ali.

Mamoru sentia-se extasiado e um cretino ao mesmo tempo. Conhecer Usagi foi a melhor coisa que aconteceu em sua vida, pois o garoto despertava coisas dentro dele que Mamoru jamais sentiu antes. Mas era sempre bom lembrar que Usagi era um garoto, cinco anos separavam os dois e Mamoru já era maior de idade enquanto Usagi, não.

— Chiba. – um sorriso de escárnio surgiu no rosto de Usagi. – Já lhe disse que você não tem nenhuma chance? – e sem aviso ele soltou-se dos braços de Mamoru, recuando um passo ao mesmo tempo em que a música parou e o anfitrião anunciou ao salão a chegada da princesa Kathryn, uma jovem de vinte e poucos anos, pálida, baixinha e magricela. Tinha longos cabelos platinados e opacos e olhos cinzentos e vazios. Em seu pescoço longo havia um cordão dourado cujo pingente era uma enorme pedra azulada. O Cristal Milenar.

A princesa arranhou algumas palavras de boas vindas em japonês e terminou de descer a escadaria na direção do salão, quando a música voltou a tocar, indo cumprimentar alguns dignatários. Quando ela estava aproximando-se do grupo que continha o casal Chiba, Mamoru viu ali a sua chance de atacar. Um pouco de seu charme característico, um canto mais privado para os dois, e ele finalmente descobriria se seria nesta noite em que a sua incansável busca, e seus pesadelos, terminariam.

Mamoru virou-se para Usagi para dar-lhe uma despedida jocosa, como era de praxe entre eles, pois a dispensa do jovem em nada tinha abalado o seu orgulho, pelo contrário, apenas acendeu mais o fogo que ardia dentro dele, lhe deu um novo vigor para continuar naquele jogo de gato e rato, mas quando voltou a atenção para Usagi, viu que este já tinha desaparecido entre a multidão. Na verdade, ele seguia na direção da princesa, com um sorriso no rosto que Mamoru nunca tinha visto antes e um brilho nos olhos que era familiar ao universitário: era o brilho do predador que acabara de avistar a sua presa.

Mamoru apressou o passo e aproximou-se do grupo a tempo de ouvir Usagi dizer, com uma voz suave e em um tom surpreendentemente sedutor:

— Alteza? – o inglês dele fluía com perfeição por entre os lábios igualmente perfeitos. A princesa, ao virar a ver-se sob um intenso olhar azulado, corou lindamente. A máscara que ela usava era negra como o seu vestido, mas cobria apenas a área dos olhos, deixando as bochechas rosadas a mostra.

Usagi recolheu uma mão delicada e de pele macia com a sua e depositou um ligeiro e suave beijo nas costas desta. A princesa ficou ainda mais vermelha e o jovem mirou dentro de olhos cinzentos, tentando encontrar neles alguma coisa, qualquer coisa. Sempre teve a impressão de que no momento em que estivesse na presença da Princesa da Lua e do Cristal de Prata, ele automaticamente reconheceria ambos. Servira a mulher com dedicação e literalmente até a morte, em outra vida, portanto deveria haver familiaridade ali. Usagi compreendia se a princesa não o reconhecesse de pronto, já que na outra vida ele vestia outra pele, outra identidade, outro gênero. Mas o inverso não deveria acontecer, certo?

Usagi soltou com delicadeza a mão da princesa e deu um relance para Rei e Makoto que estavam a alguns passos de distância, as costas da jovem nobre, e uma negativa discreta de cabeça passou o recado para eles. Aquela não era a mulher e a pedra que procuravam. E Sailor Moon, líder dos senshis, saberia melhor do que ninguém dizer se foi alarme falso ou não.

Mas verdadeira ou falsa, isto não pareceu importar para Zoisite que, naquele momento, como o bom penetra de festa que ele era, adentrou o salão de forma espalhafatosa e com uma explosão, flanqueado por youmas que um dia foram a cara prataria que efeitava a mesa do buffet.

Como um enxame de moscas, seguranças surgiram das sombras e cercaram a princesa, a arrastando para fora dali, enquanto outros já sacavam as suas armas e investiam contra os youmas que começaram o ataque aos convidados inocentes, sugando as suas energias para o Reino Negro.

Mamoru olhou a sua volta, cogitando saídas, possíveis locais onde pudesse se transformar, procurando uma cabeça loira familiar entre a multidão e não a encontrando. Um grito bem perto de onde estava chamou-lhe a atenção e ele virou a tempo de ver a sua mãe cair sentada no piso frio, com longas fitas de seda a envolvendo pelos braços, marcando a pele pálida, e com o tecido pulsando com a energia que o youma roubava da mulher. Quem a atacava era uma das cadeiras almofadadas e coberta de rendas, e que agora tinha pernas e braços e um encosto como rosto. Mamoru usou outra cadeira para atacar o monstro, quebrando o móvel na cabeça deste e o arremessando longe.

Felizmente a confusão causada por Zoisite era tamanha que ninguém percebeu o rapaz que lançara o youma do outro lado do salão com apenas uma cadeirada. Humanos comuns não tinham este tipo de força.

— Mãe. – Mamoru ajoelhou ao lado da mulher, a apoiando pelas costas. Mitsuo Chiba piscava repetidamente, tentando manter-se acordada, mas a palidez e a moleira em seus membros diziam que ela estava a um passo de desmaiar.

— Mitsuo. – Hikaru Chiba surgiu ao lado da esposa e filho, o ajudando a manter a mulher erguida para acelerar o fluxo de sangue e mantê-la desperta.

Um clanc chamou a atenção de pai e filho que estavam mais preocupados em prestar socorro a mulher caída e, ao virarem lentamente a cabeça na direção do barulho, viram um youma que tinha garfos em lugar de braços e pernas e cujo maxilar havia aberto além da capacidade normal para um maxilar e que algo brilhava das profundezas enegrecidas da garganta da criatura.

Mamoru não teve tempo de reagir e entre um piscar de olhos e outro o youma cuspiu garfos de dentes afiados, a alta velocidade, sobre a família Chiba. Em um gesto instintivo, Mamoru e Hikaru colocaram-se sobre Mitsuo e esperaram pelo pior, pela dor lancinante que viria, e esperaram ao menos por uns poucos segundos, mas nada aconteceu.

Quando ergueram-se de sobre uma Mitsuo agora desacordada, viram que o ataque havia sido bloqueado pelo braço de ninguém mais, ninguém menos, do que Sailor Moon, que estava ajoelhado em frente a família como um escudo humano. Ao redor dele havia alguns garfos caídos, mas três cravaram-se na carne do braço do senshi, fazendo sangue manchar pouco a pouco o uniforme branco e sempre imaculado. Com o braço não ferido, Sailor Moon arremessou um de seus bumerangues, atingindo o garfo tamanho família no que deveria ser a testa dele, derrubando o monstro que chocou-se contra o chão com um irritante som metálico.

Com um grunhido, Sailor Moon retirou os três garfos espetados em seu antebraço e o estudante de medicina em Mamoru quis protestar, dizer que em casos como este era melhor deixar o objeto estranho encravado no corpo enquanto esperava o socorro especializado chegar mas, se a fisiologia de Sailor Moon fosse no mínimo parecida com a de Mamoru, aquele machucado estaria devidamente fechado em horas e nem deixaria marca.

Sailor Moon ergueu-se lentamente e o segundo bumerangue surgiu em sua mão manchada de sangue no minuto em que o garfo-youma pôs-se de pé. O primeiro bumerangue que ele havia arremessado voltara para a sua mão não ferida com um shush e com um som seco ele uniu as duas peças e a arremessou contra o youma antes que este tivesse tempo de recuperar-se do primeiro ataque por completo, o transformando em poeira.

— Vocês precisam sair daqui. – Sailor Moon declarou quando viu que no momento o perímetro estava seguro. Hikaru ajudava Mitsuo, que despertara durante a confusão, a se levantar e em um pulo Mamoru pôs-se de pé e foi até o senshi, puxando o braço ferido dele em sua direção com mais força do que pretendia.

Sailor Moon sibilou diante do gesto brusco e porque um choque estático percorreu a pele deles diante do toque. Mamoru nunca havia tocado Sailor Moon, não em sua forma civil, mas o breve roçar dos seus dedos enluvados sobre os dedos, também cobertos, dele foi de arrepiar todos os pelos de seu corpo.

As sobrancelhas castanhas de Moon franziram diante do toque e ele tentou soltar-se das mãos de Mamoru quando este começou a empurrar a manga do uniforme do senshi braço acima mas, prevendo a reação instintiva, Mamoru o segurou com mais força, o mantendo no lugar. Os garfos haviam formado um arco perfeito de perfurações na pele alva e absurdamente macia e o sangue manchando o braço era quase uma ofensa aos olhos de Mamoru, como se estivesse depredando uma obra de arte.

— Se você já terminou, eu vou precisar desse braço de volta. – havia um claro tom de divertimento na voz de Sailor Moon e Mamoru, talvez pela primeira vez em sua vida, ruborizou e soltou o braço com mais rapidez do que o intencionado. Sailor Moon ajeitou novamente a manga sobre o membro ferido, agora com uma única sobrancelha arqueada na direção de Mamoru, e com um sorriso divertido no rosto.

— Mamoru? – Hikaru pigarreou as suas costas, chamando a atenção do homem mais novo para o dr. Chiba. Mamoru corou mais ainda porque pôde ler nas entrelinhas do tom usado pelo pai todas as perguntas que ele fazia:

“O que estava acontecendo?”

“Desde quando ele tinha tanta intimidade com um dos curiosos super-herois que surgira em Tóquio?”

“Quando foi que ele começou a se interessar por garotos?”

— Certo. – Mamoru pigarreou e recuou um passo, ainda sentindo o rosto quente de vergonha. – Você deveria deixar um médico ver isto. – ele apontou para o braço ferido de Sailor Moon, que riu.

— E como, exatamente, eu explicaria a um médico a procedência dessas feridas? Que eu perdi uma briga com um faqueiro? – o senshi gracejou e Mamoru sentiu-se estúpido por não ter pensado nisto antes. Claro que Sailor Moon, como ele, tinha uma identidade civil e tomar consciência disto foi como levar outro choque causado pela estática.

Sailor Moon tinha uma identidade civil. Isto queria dizer que, fora daquele uniforme de militar de séculos passados, ele era um jovem como outro qualquer, talvez até alguém que Mamoru conhecesse, mas quem?

— Melhor procurar abrigo, Chiba. – Sailor Moon meneou com a cabeça na direção do casal Chiba. – Seus pais estão esperando.

— Espere! – Mamoru chamou quando o senshi virou, na intenção de partir. – Como sabe o meu nome? – Mamoru Chiba nunca tinha encontrado Sailor Moon antes mas, aparentemente, a identidade civil de Sailor Moon conhecia Mamoru Chiba.

O senshi deu à Mamoru um sorriso misterioso, mas nada respondeu, afastando-se dele em corrida para ir auxiliar os colegas sailors na briga contra Zoisite.

— Você, rapazinho, tem muito o que se explicar. – Hikaru disse em um tom grave para o filho, que estava ocupado demais vendo o grupo batalhando ao longe, vendo esses levarem o atacante em trajes acinzentados para fora do salão, para longe dos civis, garantindo assim a segurança deles.

— O quê? – Mamoru disse em um tom aéreo, piscando repetidamente os seus olhos azuis na direção do pai. Mitsuo, sendo amparada pelos dois homens, soltou risadinhas e ainda teve forças para murmurar; “ah, o amor jovem!” antes de desmaiar de novo.

 


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