Bishounen Senshi Sailor Moon escrita por Bella P


Capítulo 6
Capítulo 6




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Makoto Kino suspirou e lançou um longo olhar para os grandes portões de ferro do Colégio Juuban, o terceiro que ele frequentava nos últimos seis meses.

Não era exatamente culpa dele essa troca incessante de escola, e os seus pais já não sabiam mais o que dizer cada vez que recebiam um aviso sobre a nova façanha de Makoto. Isso quando a escola conseguia contato com eles.

Os Kino não eram um casal convencional. Ambos eram jornalistas de guerra, para o horror de sua família e de Makoto que passou metade de sua infância em áreas de conflito. Talvez tenha sido por isso que ele tenha se tornado um rapaz que não tolerava intolerância, ironicamente.

Makoto viveu com os pais até os dez anos, quando o local onde eles estavam sofreu um bombardeio. Makoto foi uma das vítimas do ataque e tinha até hoje as cicatrizes nas costas dos estilhaços da bomba para lembrá-lo daquele dia que ainda lhe dava pesadelos e o deixou sofrendo de estresse pós traumático por anos.

Foi aí que Makoto aprendeu a cozinhar. Uma sugestão de seu terapeuta e que funcionava até hoje quando a pressão sobre os seus ombros era intensa demais.

Depois deste fatídico dia, os seus pais sossegaram por um ano no Japão, trabalhando em uma emissora local de Yokohoma, mas a guerra, a adrenalina que essa causava, os chamava como a canção de uma sereia. E então, eles simplesmente deixaram Makoto sob a guarda de uma tia distante e partiram para o Oriente Médio, onde os conflitos eram constantes.

Makoto, obviamente, não reagiu bem a isto e talvez não reagisse bem até hoje. Que criança seria psicologicamente estável após quase morrer em uma guerra e depois ser abandonada pelos pais com uma estranha? Pois é. E com isto vinha a questão de que cozinhar, às vezes, não era o suficiente e então quando Makoto cruzava com moleques mimados que gostavam de azucrinar os outros por puro prazer, ele não conseguia simplesmente ficar calado. Viveu em ambientes onde o mais forte estava sempre oprimindo o mais fraco. O problema era que, depois da briga, Makoto era sempre o que levava a pior. Ele era o garoto sem pais e problemático, então ele que deveria partir e não aqueles com quem ele brigou para defender um pobre inocente.

E por isso aqui estava ele, mais uma vez, sendo o garoto novo e já recebendo olhares estranhos antes mesmo de terminar de cruzar o pátio da escola.

Makoto chamava a atenção mesmo. Aos quinze anos, ele eram bem mais alto que a média dos adolescentes japoneses, o seu cabelo de um tom castanho, meio marrom, era comprido até quatro dedos abaixo dos ombros, e ele sempre o mantinha preso em um rabo de cavalo na altura da nuca. Os seus olhos eram verdes e intensos, segundo a sua ex-namorada, mas a sua expressão fechada realmente assustava os desavisados.

— Classe. – a professora disse, chamando a atenção dos estudantes da turma 1A. – Este é Makoto Kino.

Como sempre, alguns de seus novos colegas o olharam com expressões temerosas, outros estavam curiosos, algumas expressões eram de desinteresse e outras de inveja. Inveja porque Makoto era um rapaz bonito e as meninas da classe notaram isto logo assim que puseram os olhos nele, começando a cochichar umas com as outras e a suspirar apaixonadamente.

Enquanto Makoto andava por entre as carteiras, com o seu usual sorriso presunçoso no rosto, algumas meninas davam risadinhas, outras ruborizavam quando Makoto as olhava e lhes dava uma piscadela, mas uma em particular não parecia nem um pouco interessada na presença dele.

Ela sentava ao fundo da sala, entre um garoto de cabelo dourado que dormia sobre a mesa e uma menina de cabelo castanho ondulado que corou quando Makoto sorriu para ela. A garota desinteressada tinha curto cabelo negro, óculos e grandes e expressivos olhos azuis que estavam fixos em um livro de Física na sua frente.

— Mizuno-san. – a professora chamou e a menina ergueu os olhos do livro para a mulher. – Troque de lugar com Kino-san, por favor. – Mizuno recolheu as suas coisas e silenciosamente sentou na carteira vaga na frente, não sem antes dar um chute na perna da mesa do menino loiro que ergueu-se em um pulo, murmurando coisas desconexas.

A classe riu enquanto Makoto sentava na cadeira vagada por Mizuno.

— Makoto Kino. – Makoto sussurrou na orelha de Mizuno que encolheu os ombros e o encarou com olhos largos e uma expressão apreensiva. E antes que ela pudesse dizer alguma coisa, o seu primeiro nome por exemplo, uma mão pálida surgiu em frente a Makoto, tapando a sua visão de Mizuno.

— Usagi Tsukino. – ele virou para olhar o menino loiro dorminhoco, agora com a mão estendida em sua direção e uma expressão nada amigável em seu rosto. Makoto arqueou as sobrancelhas, deu para Usagi um sorriso escarninho e recebeu a mão dele, a apertando com mais força que o necessário. Usagi nem ao menos se abalou, pois a sua expressão permaneceu a mesma.

— Tsukino-san, Kino-san, se já terminara, eu gostaria de começar a minha aula. – a professora falou em frente a classe que os observava com apreensão e, com um último sorriso, Makoto largou a mão de Usagi e dedicou toda a sua atenção para a professora e a sua aula.

 

oOo

 

Makoto confessava que estava intrigado com o trio sob a sombra da árvore, conversando e lanchando. Na verdade, ele estava mais intrigado com Usagi e Ami, como ele descobriu que a garota de óculos se chamava, do que com Naru.

Naru era uma graça, um doce de menina que, como as outras garotas que conheceu ao longo da manhã, sorriu e corou diante da presença de Makoto que com o passar das horas estava se tornando ainda mais popular com o público feminino do Colégio Juuban.

Quando não estava brigando com moleques sem noção, Makoto sabia ser charmoso, educado e galanteador. Talvez por isso que sempre arrumava confusão. Os outros meninos não apreciavam muito a concorrência acirrada que Makoto oferecia, mas ele não tinha culpa se era auto confiante, se teve que aprender a ser auto confiante para assim não surtar. Às vezes ele beirava a arrogância, mas meninas adolescentes consideravam isto mais charme do que defeito.

Menos Ami.

Ami não lhe dera um oi desde que ele pôs os pés na escola e Makoto confessava que o seu ego estava consideravelmente ferido, mas não era o inconsciente desprezo de Ami que chamou a atenção de Makoto para ela, e para Usagi. Era algo mais, algo que ele não conseguia colocar em palavras.

— Kino-san. – Makoto estava tão perdido em pensamentos que nem ao menos viu o grupo de meninas que aproximou-se dele. – Gostaria de ir ao Arcade conosco? – ele rodou os olhos pelas cinco garotas que o rodeava e com um sorriso charmoso que as fez rir como as boas adolescentes que eram, Makoto concordou com o convite.

Era bom mesmo começar a se enturmar, talvez assim conseguisse descobrir o que o fascinava tanto em Usagi e Ami.

 

oOo

 

O Arcade nada mais era que uma lanchonete e casa de jogos, e estava lotado. Estudantes de várias escolas ocupavam as mesas, grupos de jovens rodeavam máquinas, disputando entre si e, ao entrar, a primeira pessoa que Makoto viu foi Ami sentada à uma das mesas mais perto da porta, conversando com um menino de cabelo preto comprido.

Makoto correu os olhos pela loja porque rapidamente aprendeu que onde Ami estava, Usagi estava junto.

— Eu fico surpreso como você não está redondo como um balão de tanta porcaria que come. – a provocação foi recebida com um rosnado de fúria e as meninas ao redor de Makoto suspiraram apaixonadamente.

— Chiba-san fica mais lindo a cada dia que passa. – uma delas comentou. Reina, Rika, Hina... era alguma coisa que terminava com A e Makoto virou para ver quem era esse Chiba que o estava fazendo perder membros de seu fã clube.

Sentado ao balcão havia um rapaz mais velho e mais alto que Makoto, mais encorpado também, já que a sua justa camisa preta de gola alta e manga comprida não deixava muito para a imaginação. O cabelo dele era da cor da camisa, os seus olhos azuis e ele tinha um largo sorriso de deboche no rosto. Um sorriso direcionado para Usagi que simplesmente fumegava enquanto quase esmagava entre os dedos uma taça de milkshake.

O sangue de Makoto ferveu. O que ele mais detestava era bulinadores e esse tal de Chiba tinha cara de ser um bulinador.

— Com licença meninas. – Makoto pediu e foi em direção ao balcão. – Algum problema aqui? – disse ao se aproximar, lançando um olhar de completo desprezo para Chiba.

— Makoto-san? – Usagi disse em um ofego e Makoto deu ao garoto um sorriso charmoso.

Usagi era um doce. Hoje pela manhã ele olhava feio para Makoto, achando que assim defenderia a honra de Ami, agora a tarde ele olhava para Makoto com uma mistura de surpresa e admiração.

Chiba olhava para Makoto como se quisesse esganá-lo.

 

oOo

 

Mamoru realmente não entendia quando Usagi tinha ganhado um fã clube.

Primeiro era Rei e agora esse moleque que havia surgido do nada e se metido no embate diário entre Usagi e ele. Porque Mamoru não podia evitar. Era cretino da parte dele? Era. Mas ele adorava ver Usagi inflar de fúria, era um passatempo mórbido que ele tinha e que não conseguia explicar.

— Me desculpe, mas quem é você? – Mamoru perguntou com desmedido desprezo, ainda mais que o garoto sorria de maneira irritante, como se o Universo fosse obrigado a curvar-se aos seus pés, simplesmente agradecido pela sua existência.

E Usagi chamava Mamoru de arrogante?

— Makoto Kino. E você Chiba, certo? – Makoto percorreu os olhos por Mamoru de uma maneira que dizia que não o considerava nada mais do que uma mosquinha irritante.

Mamoru trincou os dentes de raiva.

— Suponho o quê? Dezenove? Vinte anos.

— Vinte anos. – Mamoru disse entre dentes. O sorriso de Makoto ficou ainda mais largo e, se possível, mais arrogante.

— Por que um rapaz de vinte anos está azucrinando um garoto de quinze? – Mamoru ouviu Motoki claramente engasgar com uma risada as suas costas e ele quis virar e fuzilar o amigo com o olhar, mas isto seria declarar derrota para Makoto se fosse o primeiro a ceder neste jogo de encaradas que eles estavam tendo.

E quanto a Usagi? Usagi estava sentado ao balcão, tomando o seu milkshake e observando o embate Mamoru x Makoto com desmedido divertimento.

Já Mamoru não tinha uma resposta a altura para dar a Makoto que, por ser novo na região, ou ao menos o universitário supunha que era pois nunca vira o menino antes andando por Juuban, o mesmo não sabia ainda da dinâmica entre Usagi e Mamoru e ele também não perderia tempo se explicando para o adolescente.

— Te vejo amanhã Motoki. – Mamoru declarou e deixou o Arcade antes que Makoto esfregasse mais sal na ferida causada pela lógica de suas palavras.

Por que ele perdia tempo azucrinando um garoto de quinze anos?

A resposta era clara: não sei. Mas ele não iria admitir isto para Makoto, não é mesmo?

— Sabe, eu sei lidar com o idiota do Chiba. – Usagi disse assim que Mamoru deixou o Arcade.

— Você parecia mais inflando de ódio do que realmente lidando com Chiba. – Usagi riu diante da resposta de Makoto.

— É a minha resposta padrão para aquele imbecil. Mas valeu pelo socorro. – ele deu tapinhas no braço do outro garoto e desceu da cadeira, trazendo a taça de milkshake com ele. – Você não é tão ruim assim. – e foi unir-se a Rei e Ami.

— Não sou tão ruim assim? – a frase foi como um deja vu na mente de Makoto, mas este foi esquecido quando o seu fã clube o cercou e começaram a falar todas ao mesmo tempo, querendo a sua atenção.

Makoto colocou no rosto outro de seus sorrisos charmosos.

— Calma meninas, calma, tem Makoto para todo mundo.

 

oOo

 

— Olha Makoto-san. – Makoto trincou os dentes. Reina, esse era o nome da líder do seu novo fã-clube, estava pendurada em seu braço como um orangotango e agora apontava alegremente para uma vitrine, pela enésima vez. O restante das meninas havia debandado mais cedo, trocando olhares e risadinhas com Reina que, sinceramente, deixou Makoto com a pulga atrás da orelha. Depois que elas partiram, Reina o convidou para um passeio e praticamente o arrastava pelas ruas de Juuban. E agora eles tinham parado em frente a uma loja de noivas e ela apontava para um dos vestidos expostos na vitrine.

— Não é lindo? Quando eu me casar, irei usar um como este. – ela disse e lançou um sorriso tímido para Makoto.

Makoto sentiu um frio descer pela sua espinha e engoliu em seco, respondendo ao sorriso dela com um extremamente sem graça.

— Seu noivo será um homem de muita sorte, com certeza. Olha ali uma sorveteria, você quer um? – Makoto saiu pela tangente e foi a caminho da sorveteria, ou ao menos tentou. Reina ainda estava pendurada em seu braço e não moveu um centímetro mesmo diante do tranco que Makoto deu nela devido aos seus movimentos bruscos. – Reina? – ele chamou, pois a garota estava imóvel como uma estátua e parecia estranhamente vidrada no vestido. E então ela virou na direção de Makoto, com as pupilas extremamente dilatadas e uma expressão assustadoramente vazia.

— Makoto-san não me quer como noiva? – a voz dela estava rouca e não transmitia emoção alguma. Com um puxão Makoto soltou o seu braço das mãos de Reina. Não fazia ideia do que acontecia, mas algo lhe dizia que boa coisa não era.

— Não acha que ainda está muito cedo para pensar tanto assim no futuro? Nós mal nos conhecemos. – foi a coisa errada a dizer, Makoto percebeu isto quando o rosto de Reina perdeu a expressão vazia e transformou-se em algo que era uma mistura de ódio e loucura.

Em um movimento mais rápido do que Makoto pôde prever, ou reagir, Reina o segurou pelo pescoço e o arremessou pela vitrine. Gritos soaram ao redor de Makoto que ofegou e tentou se levantar quando em um pulo de gato Reina pousou na frente dele, ainda com aquela expressão alucinada mas, ao invés de atacar Makoto, ela se virou para as mulheres dentro da loja e com um sorriso macabro avançou sobre elas.

As mulheres berraram quando as mãos de Reina capturaram duas das clientes pelos seus pescoços e as ergueram do chão. As outras tentaram fugir, mas então os manequins subitamente ganharam vida e as seguraram no lugar.

— Reina... – Makoto murmurou, colocando-se de pé e arremessando-se sobre Reina, a abraçando pela cintura e a derrubando no chão.

Quando Reina largou as duas mulheres, essas caíram como um peso morto sobre o piso.

— Makoto-san não quer casar comigo, – a garota disse com a mesma voz vazia de antes e que parecia fazer eco dentro da loja. – então não deixarei que Makoto-san se case com ninguém.

— O quê?! – ele murmurou, e então a mão de Reina estava novamente no seu pescoço e agora, além de sufocá–lo, parecia estar fazendo algo com ele, pois Makoto sentia-se mais fraco a cada minuto que passava.

Quando achou que estava pronto a desmaiar, ou morrer nos braços de uma garota que acabou de conhecer, algo inesperado aconteceu:

Um gato preto aterrissou no braço de Reina e simplesmente começou a mordê-la e arranhá-la. Reina urrou de dor e soltou Makoto, que recuou aos tropeços e só não foi de bunda no chão porque alguém o segurou pelo braço.

Ao olhar para o lado, Makoto quase perdeu o pouco fôlego que lhe restara. Pois ali, segurando o seu braço e o impedindo de ir de cara no chão, estava Sailor Moon.

Sailor Moon e a sua trupe estavam ficando tão populares quanto os ataques de monstros e os roubos de Tuxedo Kamen. Ninguém entendia de onde essas criaturas vinham, muitos cogitaram, no começo, que era uma jogada de marketing de alguma empresa para divulgar alguma série, filme ou game de ficção científica, mas pessoas estavam parando no hospital por causa dessa dita "jogada" e propriedade pública estava sendo destruída. Logo, as autoridades chegaram a conclusão de que aquilo era absurdamente real, que Tóquio estava vivendo dentro de um filme de monstros e super heróis e, curiosamente, o vilão não era Godzilla.

E é claro que esses ataques estavam ganhando as páginas dos jornais e pessoas por toda Juuban, onde os incidentes aconteciam com maior frequência, tentavam capturar uma imagem que fosse dos monstros ou dos heróis que as vítimas descreviam como os seus salvadores. Na maioria das vezes tudo o que os veículos de comunicação conseguiam eram imagens borradas mas, pela descrição das testemunhas, Makoto não precisava ser um gênio para saber que aquele era Sailor Moon.

Um rapaz vestido com roupas vitorianas, loiro e de olhos azuis, surgindo na cena de um ataque, não era uma coisa que se via todos os dias, não é mesmo.

— Você está bem? – Sailor Moon perguntou e Makoto engoliu o seu fanboy interior antes de acenar positivamente com a cabeça. – Mercúrio, alguma coisa?

Makoto olhou por cima do ombro de Moon para ver que a única mulher do grupo tinha um mini computador na mão e digitava freneticamente neste.

— Este youma é diferente. – Mercúrio murmurou, sem tirar os olhos da tela do computador. Um segundo depois ela mordeu o lábio inferior e lançou um olhar preocupado para Moon.

— O quê? O que foi?

— Reina não é um youma disfarçado de humano. É um humano se transformando em um youma. Quanto mais energia ela suga para o Reino Negro, mais ela se transforma.

— Como isso é possível?

— Porque quer coisa mais patética do que humanos e os seus sonhos tolos? Fraquezas que podem ser tão facilmente exploradas?

Makoto virou para ver um homem parado na vitrine destruída, com os corpos de mulheres vestidas de noivas caídos aos seus pés, formando uma cena absurdamente macabra.

— Zoisite. – Moon grunhiu ao seu lado e com relutância soltou Makoto que cambaleou um pouco ao perder o apoio, mas manteve-se de pé. Nas mãos do sailor surgiram dois bumerangues que ele arremessou antes mesmo que o tal de Zoisite dissesse mais alguma coisa.

Makoto reparou que Mercúrio estava correta. Quando mais usava a energia absorvida de humanos para atacar Mercúrio e um outro guerreiro que Makoto não tinha reparado mais cedo, ocupado demais em ver que foi salvo por Sailor Moon, mais Reina mudava.

A garota estava absurdamente pálida, a sua expressão vazia parecia com as do manequins da loja, suas unhas transformavam-se em garras e ela não parecia nem um pouco abalada com os ferimentos causados pelos ataques dos sailor. Aliás, Makoto suspeitava que Mercúrio e o seu companheiro não estavam colocando força total em seu ataques. Na verdade, eles pareciam bem hesitantes e entreolhavam-se vez ou outra como se perguntassem ao colega o que fazer.

Do outro lado da loja, Moon estava engajado em uma briga com Zoisite e parecia em extrema desvantagem. Zoisite não atacava. Na verdade, ele desviava dos golpes de Moon como um bailarino em uma performance e ria com as tentativas frustradas do sailor de atingi–lo. O sangue de Makoto ferveu e por isso que ele nem raciocinou direito quando Zoisite pousou perto o suficiente dele para descobrir porque Makoto Kino foi expulso de tantas escolas.

Um único soco jogou Zoisite no chão, que mirou olhos largos em Makoto como se não acreditasse que havia sido acertado por um simples mortal.

Makoto avançou sobre o Zoisite, mas este se recuperou rápido o suficiente para sair da linha de ataque e empoleirar-se sobre o balcão.

— Reina, dê cabo deles. – Zoisite ordenou e desapareceu no ar.

— Belo gancho de direita. – Moon falou ao seu lado e arremessou um bumerangue, arrancando a cabeça de um manequim que vinha na direção deles. – E Luna? Um conselho agora seria útil. – Makoto piscou repetidamente, tentando entender com quem o sailor falava, até que viu o gato em um dos ombros dele responder.

— Você vai ter que curá-la. – Luna falou e Sailor Moon olhou para a gata como se ela tivesse perdido todos os parafusos.

— Como, posso saber? – a gata somente olhou para o bumerangue que tinha voltado para a mão de Moon.

Makoto sentiu-se privilegiado ao ver de camarote Sailor Moon unir os bumerangues que em um brilho dourado tomaram a forma de um cetro do tamanho do ante braço de Makoto, com o cabo vermelho da cor de um rubi e na ponta deste havia uma meia lua dourada. E foi com este cetro que Sailor Moon salvou Reina ao expulsar do corpo dela qualquer hócus pócus que Zoisite tenha feito com a garota. Assim que foi curada, Reina prontamente desmaiou nos braços de Sailor Marte, Makoto ouviu Mercúrio o chamar assim no meio do embate, que a deitou delicadamente no chão. E então Sailor Moon virou-se para Makoto, quando tudo terminou, e uma luz dourada cobriu todo o corpo dele por um segundo e, quando esta desapareceu, Usagi Tsukino surgiu em seu lugar.

— Usa... – Makoto perdeu a voz diante do choque.

— Usagi! Identidade secreta significa alguma coisa pra você?! – Marte bradou e deu um tapa na nuca de Usagi que fez uma careta de dor.

— Ei! – Makoto protestou. – Não bata nele! – Marte o olhou estranho por um segundo e depois riu. – Usagi... Não que eu não esteja lisonjeado por você confiar em mim, mas Marte está certo. – Usagi apenas riu.

— Luna, porque você não explica a Makoto-san a situação?

E Luna explicou. Explicou sobre o Reino Negro, sobre a missão dos sailor e em como Makoto era um deles e se ele aceitava esta missão também.

Makoto olhou de Usagi para Mercúrio e Marte que o olhavam com expectativa, para a caneta de transformação que Luna fez surgir em sua mão.

— Terei a chance de bater em Zoisite de novo? Ele é um bulinador e eu detesto bulinadores. – Usagi riu e jogou um braço sobre o ombro de Makoto.

— Quantas e quantas vezes você quiser.

Makoto olhou mais uma vez para a caneta em sua mão.

Aceitar esta missão parecia loucura, mas ele nunca foi muito bom das ideias mesmo. Era mal de família.


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