Bishounen Senshi Sailor Moon escrita por Bella P


Capítulo 5
Capítulo 5




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A chegada de Sailor Marte colaborou para diminuir a desvantagem que eles estavam tendo no momento. O uniforme de Marte era parecido com o de Usagi, mas em cores vermelho e branco e a gravata era roxa, com um rubi a prendendo. As ombreiras eram de tecido e com babados e, ao invés de botas, ele usava sapato social negro e lustroso.

— Quente, quente, quente! – o youma gritava enquanto tentava apagar o fogo de sua bunda e um olhar de Ami foi deixa o suficiente para Usagi unir os seus bumerangues em um clique e o arremessar sobre o monstro.

Zoisite, que este tempo todo estava refugiado como um equilibrista sobre o galho de uma árvore, observou o seu monstro virar pó com desmedida frieza e quando Marte se preparou para soltar outro ataque em cima dele, o general apenas sorriu malicioso, deu um salto de costas como um ginasta, e desapareceu no ar.

Usagi soltou um longo suspiro de alívio e deixou o corpo cair desajeitadamente no chão. Não fazia ideia por quanto tempo mais ele aguentaria aquele embate, mas estava feliz por ele ter terminado graças ao poder de fogo, literal, de Marte.

Aliás, e por falar em Marte, Usagi deu um relance para o senshi que se aproximava e para Ami que simplesmente olhava o outro rapaz com desconfiança. Por outro lado, Luna tinha o peito estufado de puro orgulho enquanto Marte vinha até eles caminhando como um príncipe; altivo e de nariz em pé.

— Relaxa Ami. – Usagi disse enquanto inclinava a cabeça de um lado para o outro para desfazer a tensão em seu pescoço. – É aquele garoto de hoje a tarde. – explicou e Ami piscou repetidamente antes de pressionar o seu brinco e fazer desaparecer a tela do computador de sobre o olho. Com um girar do pulso ela fez desaparecer o computador em si. Naquela tarde Usagi tinha a arrastado para fora do Arcade, dizendo que precisavam conversar com Luna pois suspeitava de que tinha encontrado mais um senshi. Ami estava chocada ao ver que amigo estava certo e não fazia ideia de que Usagi tinha um sexto sentido tão bom.

Rei arqueou as sobrancelhas diante da declaração do rapaz sentado desleixado no concreto, como uma boneca largada pela sua dona.

— Vocês são aquele casal do Arcade? – perguntou e viu a única menina do grupo corar profundamente diante do seu comentário. O rapaz loiro fez uma expressão confusa diante do rubor da outra sailor e levantou do chão, batendo nas calças para tirar a poeira.

— Usagi Tsukino. – ele se apresentou, estendendo uma mão para Rei que a recebeu em um cumprimento breve.

— Rei Hino. – disse e depois virou-se para a menina que agora estava menos vermelha.

— Ami Mizuno. – ela se apresentou, também lhe dando um aperto de mão.

E foi assim que Rei, além de se tornar um guerreiro a procura da princesa da Lua, ganhou dois novos, e nada convencionais, amigos.

 

oOo

 

Mamoru realmente queria compreender quando foi que ele acordou em um universo paralelo. Motoki, ao seu lado, parecia tão confuso quanto ele, piscando repetidamente como se isto fosse o fazer compreender o que via.

Usagi estava sentado em uma das mesas perto da grande janela que dava para a calçada, e não estava sozinho. Mas, ao invés de Ami ou Naru, ele estava na companhia de um outro garoto. Um garoto que nem mesmo da mesma escola de Usagi era.

O menino era poucos centímetros mais alto que Usagi, de cabelo longo e negro e um rosto aristocrático. Usava o uniforme marrom e vermelho do colégio particular do outro lado do parque, o que mostrava que ele vinha de família rica, e a expressão dele era uma mistura de exasperação e enfado enquanto ouvia Usagi tagarelar de sua maneira habitual: com gestos largos e sorriso franco. Mas, mesmo com a sua expressão de desprezo, Mamoru podia ver nos olhos do menino um brilho de divertimento e afeição.

— Eu pensei que Usagi estava namorando Ami? – Motoki comentou.

Mamoru também achava, quando os viu juntos pela primeira vez, que Usagi e Ami estavam namorando, mesmo que a menina em nada combinasse com Usagi. Ami era a típica garota japonesa: tímida, delicada, de personalidade calma e atitudes moderadas. Usagi era expansivo, desastrado, de personalidade explosiva, infantil, relaxado. Se não fosse pelo jeito tontinho dele, Mamoru podia quase visualizá-lo fazendo parte de alguma gangue. Usagi tinha vocação para ser marrento se assim quisesse. Ou talvez Mamoru estivesse enganado, talvez Ami fosse perfeita para Usagi justamente porque era o oposto dele, portanto ofereceria um certo equilíbrio ao garoto.

O menino, Rei, como Motoki ficou sabendo ao ir servi-los, rolou os olhos diante de alguma coisa que Usagi disse e segurou a mão dele quando, em um gesto mais amplo, Usagi quase estapeou o rosto do outro adolescente.

Mamoru esperou que Usagi simplesmente soltasse a sua mão da de Rei e continuasse a falar e gesticular como se nada tivesse acontecido, o que ele não esperou foi que Usagi corasse, balbuciasse alguma coisa e mirasse o seu milkshake como se este tivesse todas as respostas do Universo.

— Certo, Ami não é namorada de Usagi. – Motoki declarou ao seu lado. Ele conhecia Usagi há mais tempo que Mamoru, saberia dizer uma coisa dessas. – Aquele olhar de Usagi me é familiar.

Mamoru girou sobre o banco para olhar o amigo que tinha voltado para atrás do balcão.

— Verdade?

— Sim. – Motoki soltou uma risadinha, com uma expressão de quem se lembrava de algo bem divertido. – Há um ano Usagi me dava o mesmo olhar. – Mamoru quase caiu da cadeira.

— Como é?! – Motoki riu mais uma vez.

— Eu te disse que tinha ganhado um fã.

— Era Usagi? – Mamoru lembrava dessa história do amigo, sobre um cliente regular dele ter desenvolvido uma paixonite por ele. Na época, Mamoru riu e foi por isso que ele começou a frequentar o Arcade com assiduidade, porque queria ver de perto este fã. Mas então ele conheceu Usagi e esqueceu do assunto.

— Ele superou rapidinho a queda dele por mim. – Motoki deu de ombros. Sabia exatamente porque Usagi superou a paixonite que tinha por ele, mas no momento preferia não tecer comentários. Na verdade, ele preferia assistir de camarote Mamoru lançar olhares assassinos para Rei que, ao perceber que estava sendo encarado, deu um relance por sobre o ombro para Mamoru.

Rei franziu as sobrancelhas em confusão, depois as arqueou como se tivesse compreendido exatamente o que estava acontecendo, e então ele deu um sorriso malicioso para Chiba, virou-se para um Usagi ainda encabulado e com as pontas dos dedos indicador e médio sob o queixo do amigo, ergueu a cabeça dele em um gesto delicado e absurdamente íntimo.

Motoki pulou de susto quando Mamoru espalmou umas notas de ienes sobre o balcão e depois saiu do Arcade resmungando algo sob a respiração e assim que as portas automáticas se fecharam, ele ouviu a risada de Rei e viu o olhar confuso de Usagi, e sorriu.

Motoki já previa uma longa e boa amizade entre Rei e ele.

 

oOo

 

Mamoru queria chutar uma lata de lixo. Era um sentimento ridículo, ele sabia, mas a vontade era realmente imensa. Ao invés disto, ele inspirou profundamente e parou na entrada da galeria Juuban, onde um enorme cartaz pendurado na porta dizia que a exposição das joias da Era Meiji estava sendo apresentada ali.

Mamoru já estava ficando frustrado, pois todas as suas buscas, as suas invasões e pseudo roubos, não o estavam levando a lugar algum. Ele não estava encontrando o maldito Cristal de Prata. E não, ele não estava fazendo isto porque uma mulher em um sonho lhe disse, mas sim porque ele sentia que memórias seriam reveladas se ele conseguisse o Cristal. Mamoru sabia que deveria se sentir afortunado por depois do acidente, ao invés de ir parar um orfanato, ele havia cativado tanto o casal Chiba que eles o adotaram. E Mamoru não tinha do que reclamar. Os seus pais adotivos eram carinhosos, lhe deram tudo do bom e do melhor, mas ele ainda tinha aquela ânsia de saber quem realmente era.

Quem foram os seus pais biológicos, o que eles faziam da vida, do que eles gostavam? Ele tinha alguma família perdida por aí? Na época do acidente a polícia ao menos tentou encontrar familiares dele, mas não teve muito sucesso. O carro em que ele estava com os pais saiu da estrada sob a chuva forte, Mamoru foi arremessado para fora do veículo enquanto os seus pais iam barranco abaixo e morriam em uma explosão que não deixou muita pista para quem eles eram.

Ninguém veio reclamar Mamoru, nenhuma ocorrência que batesse com a descrição do menino deu entrada na polícia, os corpos viraram cinzas, impossibilitando exames de DNA, e uma pancada na cabeça tirou todas as lembranças dele. Lembranças essas que ele tinha a certeza que o Cristal de Prata lhe devolveria, agora só precisava achá–lo.

Mamoru entrou na galeria, indo até a bilheteria e comprando um ingresso, e em seguida foi para o segundo andar onde estava a exposição.

Tecnicamente ele não sabia direito como reconheceria o Cristal de Prata. Talvez quando o visse, saberia, por isso ele passou por entre display com várias joias, as observando atentamente, tão concentrado que quando recebeu o tranco no ombro, girou sobre os pés diante da força do impacto.

— Me desculpe. – pediu para o homem que o olhou com olhos largos e rosto absurdamente pálido. Ele tinha os olhos azuis bem claros e cabelo dourado, quase castanho, e ondulado. Usava um blazer, calças e sapatos negro, e uma camisa social branca, e olhava Mamoru como se tivesse visto um fantasma.

— End... – ele começou a dizer, mas um segundo depois engoliu as próprias palavras e a sua expressão surpresa tornou-se uma carranca de ódio. As sobrancelhas do homem franziram e ele fechou a mão direita em um punho. Mamoru recuou um passo, achando que levaria um soco sem razão alguma, mas o homem então abriu a mão onde acima da palma flutuava um pequeno cristal negro em formato de losango. O cristal disparou da mão do sujeito e Mamoru virou para ver este desaparecer no peito de um manequim de quimono e um segundo depois este tomou vida.

Por um momento ninguém percebeu a mulher com pele em um tom pálido e plastificado se mexendo, provavelmente porque eles deveriam estar achando que ela era uma atriz contratada para a exposição. As pessoas só notaram que alguma coisa estava errada quando as pontas do laço do obi dela se alongaram e voaram na direção de desavisados, partindo-se em vários pedaços no meio do caminho e envolvendo as pessoas em um aperto esmagador, sugando a sua energia vital.

— Ei! – Mamoru virou na direção do homem, mas este tinha desaparecido. Ao seu redor, as pessoas corriam em pânico, tropeçando umas nas outras, pisoteando aquelas caídas no chão. O manequim ria como um grilo e as suas fitas que mais pareciam tentáculos voavam para todos os lados, capturando o maior número de pessoas possível. Mamoru escondeu-se atrás de um dos display e quando uma rosa surgiu em sua mão, ele hesitou por um minuto.

Não era herói. Não estava ali para combater aqueles monstros, seja lá de onde eles tenham vindo e seja lá quem fosse aquele homem, então o melhor a fazer era dar o fora dali.

Um grito mais agudo ecoou na galeria e ele deu um relance através do vidro do display. Uma menina, dez anos no máximo, estava presa por uma das fitas do monstro.

Mamoru engoliu em seco e apertou a rosa em sua mão. No segundo seguinte ele era Tuxedo Kamen e saia de detrás do display, disparando rosas com caules absurdamente afiados na direção do monstro.

O manequim guinchou quando uma rosa cravou em suas costas e soltou a menininha que caiu como um peso morto no chão. Em um gesto bizarro digno d' O Exorcista, o monstro girou a cabeça em 360 graus e mirou Mamoru com olhos negros miúdos. A boca do manequim se abriu de maneira bizarra, como a boca de um boneco de ventriloquismo, e desta saiu um jorro de algo viscoso. Mamoru saiu da linha de ataque com um pulo e xingou baixinho quando viu que o líquido era plástico derretido que solidificava-se assim que atingia o seu alvo. O display que ele acertou agora era uma enorme caixa de plástico. O manequim não ficou nem um pouco perturbado por ter errado o ataque. Ao invés disto ele virou a sua cabeça na direção de Mamoru e atirou de novo.

A partir daí começou um jogo de gato e rato entre eles. O manequim não precisava de tempo para recarregar, ele simplesmente disparava como uma mangueira e o fato de a sua cabeça ser capaz de girar em todos os ângulos o permitia acompanhar cada movimento de Mamoru.

Mamoru xingou de novo, ainda mais porque a ponta da sua capa tinha sido atingida e agora estava endurecida e pesada, o que o obrigou a desfazer-se do acessório e sentiu–se extremamente vulnerável. A capa não era apenas um enfeite, era um escudo, e como ele sabia disto? Não fazia a mínima ideia, apenas sabia.

— Manequim! – uma voz disse a distância. – O que você está esperando para matá–lo? – Mamoru inclinou um pouco o corpo para ver além da coluna que usava como esconderijo e viu o homem de antes, mas com roupas diferentes, pousado sobre a mureta da escada de acesso, e ele mirava Mamoru com absoluto desprezo.

O manequim guinchou e inclinou o corpo levemente para frente, como um touro, o que Mamoru supôs não fosse boa coisa, e então o monstro estava vindo em sua direção e Mamoru rolou bem a tempo de evitar o choque que arrancou um pedaço da coluna. Assim que parou de rolar, ele disparou uma rosa explosiva no manequim, mas isso só fez o monstro ficar com um braço a menos e extremamente irritado.

O sujeito sobre a mureta riu. E não foi uma risada agradável.

— Curioso que agora você luta contra o Reino Negro para proteger humanos, mas quando você precisou realmente lutar, você não fez nada! – o quê? Do que aquele sujeito estava falando?

Mamoru pulou mais uma vez para sair da linha de ataque do manequim e grunhiu de dor quando um chute o acertou no joelho esquerdo, que estalou de maneira nada agradável. O sujeito que o detestava estava na sua frente e erguia uma espada de cristal acima da cabeça.

— Zoisite. – ele disse. – Você ao menos se lembra? Se lembra daquele que quase morreu por causa da sua estupidez?

Sinceramente? Neste caso? Mamoru não queria nem lembrar.

— Zoisite! – alguém o chamou e Mamoru e Zoisite viraram-se para ver um bumerangue dourado vir na direção deles. Na verdade, na direção de Zoisite que saiu da trajetória da arma em um pulo.

O lugar que ele vagou foi ocupado por Sailor Moon, que postou-se na frente de Mamoru como um escudo, capturando o bumerangue que retornou para a sua mão.

— Um conselho? – Mamoru disse quando conseguiu colocar-se de pé, mesmo com o joelho latejando de dor. – Ataques surpresas funcionam melhor quando você não chama o nome deles.

Sailor Moon apenas deu um relance para ele e voltou a sua atenção para Zoisite que sorriu maldosamente e simplesmente desapareceu no ar.

— Moon! – alguém gritou e Mamoru viu que Sailor Moon não estava sozinho. Havia uma garota de uniforme azul e um outro rapaz de uniforme vermelho que batalhavam contra o manequim. O rapaz de uniforme vermelho era quem tinha chamado Moon. – Uma ajuda seria bem vinda!

Sailor Moon suspirou, uniu os seus bumerangues e o disparou junto com as chamas que o rapaz de vermelho havia invocado. O monstro desapareceu em uma explosão e um último guincho. Assim que os bumerangues voltaram para as mãos de Sailor Moon, ele se virou para Mamoru com uma expressão preocupada em seu rosto bonito.

— Você está bem? – os bumerangues haviam desaparecido das mãos de Moon e agora essas mesmas mãos estavam esticadas na direção de Mamoru, hesitante em tocá–lo.

— Eu sobrevivo. – ele deu a Sailor Moon o seu sorriso mais charmoso, o que fez o rapaz corar lindamente. – Ao que parece, estamos quites agora.

— Quites por quê? – o garoto de vermelho parou ao lado deles e Mamoru fez uma carranca para o recém-chegado. O sujeito não tinha percebido que ele estava tendo um momento com Moon? – Sou Sailor Marte. E você, quem é?

— Tuxedo Kamen. – quem respondeu foi a menina do uniforme azul. – O ladrão de joias. – Marte lançou um olhar feio para Mamoru e recuou um passo, trazendo Sailor Moon consigo.

— Por que alguém com as suas capacidades se tornaria um ladrão de joias? – Marte perguntou desconfiado e Mamoru encolheu brevemente os ombros antes de responder:

— Estou em uma missão.

— Que é? – Marte incitou.

— Encontrar o Cristal de Prata. – a resposta dele causou uma reação interessante.

Moon arregalou os olhos, Marte o olhou com mais desconfiança e a garota sem nome fez uma expressão pensativa antes de dizer.

— O que você quer com o Cristal de Prata?

Mamoru hesitou.

Se ela estava perguntando é porque também tinha algum interesse no assunto.

— Acho que isto, sinceramente, não é do seu interesse. – respondeu com mais grosseria que o necessário e a garota recuou um passo, surpresa pela sua súbita falta de educação.

— Como podemos ter certeza de que ele não está trabalhando para o Reino Negro? – Marte disse com uma expressão nada agradável no rosto, uma que dizia que se Mamoru desse a resposta errada seria torrado ali mesmo pelas chamas do rapaz.

— Não temos como saber. – a única garota do grupo, aquela que ele ainda não sabia o nome e por isso, no momento, a chamaria de Azulzinha, agora o olhava com desconfiança e desagrado.

— Ele me salvou da vez passada. – Moon veio em defesa dele, com uma expressão tão adoravelmente confusa e inocente que Mamoru se sentiu um cretino.

Ele não salvou Sailor Moon por causa da profunda bondade em seu coração. Na verdade, ele estava naquela joalheria porque achava que encontraria uma nova pista do Cristal de Prata, coisa que ele não conseguiu na noite anterior porque o alarme havia disparado, o que o fez sair de lá as pressas. E então, quando ele volta para o lugar no meio da noite, foi para ver um monstro esquisito perseguindo Sailor Moon e algo o impeliu a ajudar, mesmo que não fosse de sua natureza ser tão prestativo assim com estranhos. Uma falha horrorosa que ele tinha e precisava corrigi–la se queria se tornar um bom médico.

— O fato dele ter te salvado não significa nada. – Marte simplesmente esmagou as esperanças de Moon com essas palavras e Mamoru quis socar o sailor. Deveria ser contra a lei ferir os sentimentos de Sailor Moon dessa maneira. O modo como os olhos azuis perderam o brilho e Moon ficou amuado era de cortar o coração e...

Mas o que diabos Mamoru estava pensando? Os sentimentos de Sailor Moon não eram importantes. O que era importante era que eles também estavam atrás do Cristal de Prata e se o encontrassem primeiro, duvidava não iriam emprestá-lo a Mamoru para que ele conseguisse as respostas que precisava.

— Bem, vocês estão atrás do Cristal, eu quero o Cristal, e cada um tem a sua razão que não interessa ao outro. Acho que isto é um simples caso de "que vença o melhor" .

Marte deu um passo ameaçador na direção de Mamoru, que recuou. O sailor era mais baixo do que ele, mais esguio e se não fosse pelos seus poderes de fogo, não seria lá muito intimidador. Mas o olhar dele fez Mamoru engolir em seco e um tremor descer pela sua espinha.

— O Cristal de Prata não é uma joia qualquer para ser disputada! – Marte esbravejou e ergueu um punho que só não deu um oi ao queixo de Mamoru porque Moon segurou o companheiro.

— Marte... Não. – Marte desinflou diante do toque e Mamoru trincou os dentes, com um ciúme irracional queimando na boca de seu estômago. Não fazia ideia do por quê o sentia, mas simplesmente o sentia. A relação entre Moon e Marte o incomodava imensamente, e de forma familiar.

— Bem, foi bom encontrá-lo de novo Sailor Moon. – e só para provocar, e antes que Moon ou Marte pudessem reagir, Mamoru pegou a mão de Moon e depositou um beijo nas costas enluvada desta. Sailor Moon ficou vermelho como um pimentão e Marte só não avançou sobre Mamoru porque Azulzinha o segurou pela cintura.

Mamoru não ficou muito tempo para ver o que Marte faria em seguida, simplesmente recolheu a sua capa, que havia voltado ao seu estado normal, vantagens de ser uma capa mágica, e desapareceu escada abaixo sob a trilha sonora do grito de Marte.

— EU MATO ESSE INFELIZ!


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