Bishounen Senshi Sailor Moon escrita por Bella P


Capítulo 4
Capítulo 4




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Mamoru detestava aquele sonho, porque este sempre começava como um conto de fadas e terminava como um filme de terror.

O cenário era sempre o mesmo: um jardim de rosas sob o sol da tarde de primavera e uma brisa fresca soprando e balaçando as folhas das roseiras. Mamoru vestia roupas simples, calça de linho, camisa de algodão, cujas mangas estavam dobradas até a altura dos cotovelos, e botas de couro com o cano até o meio da perna. O seu cabelo balançava ao vento, cobrindo vez ou outra os seus olhos, mas não o impedia de continuar com os seu passos apressados. O seu corpo inteiro tremia de ansiedade e ele considerava cada passo lento demais. Os segundos passaram como horas e finalmente, quando ele dobrou a esquina no caminho que as roseiras formavam, ele a viu.

Dentro do gazebo, Serenity estava apoiada na cerca que rodeava a estrutura. O seu cabelo longo e claro tinha parte dele preso em dois coques nas laterais, no alto de sua cabeça, e descia como cascatas de prata pelos ombros pálidos. O vestido dela da cor do marfim balançava com a brisa e, quando o viu, ela sorriu.

Mamoru sorriu de volta, apertando o passo e indo até Serenity, a abraçando pela cintura e trazendo o seu corpo pequeno contra o seu peito. Serenity suspirou, e escondeu o rosto por um segundo na camisa de algodão, inalando o cheiro gostoso de rosa que ele emanava.

Um minuto depois ela se afastou para mirá-lo nos olhos.

— E então? Conseguiu? – Serenity disse com a sua voz suave e melodiosa e era neste momento que o sonho começava a ficar estranho.

A primeira coisa que intrigava Mamoru, fora o fato de estar sonhando com uma mulher que nunca viu na vida, era que algo sempre cutucava no fundo de sua mente, lhe dizendo que aquilo estava errado, que Serenity estava errada.

A outra coisa era que noite após noite, ela sempre pedia a mesma coisa:

O sagrado Cristal de Prata.

Mamoru nunca ouvira falar de nenhuma joia chamada Cristal de Prata, mas, mesmo assim, ele sempre ficava com a impressão de que sabia o que aquilo era.

E então o sonho mudava por completo.

Serenity afastou-se dele e olhou com horror as rosas ao seu redor que começaram a murchar. Uma sombra surgiu às costas dela, e esta crescia cada vez mais enquanto a brisa que antes soprava agora transformava-se um vendaval quem zunia nos ouvidos de Mamoru. Uma risada grave ecoou pelo jardim e fez um calafrio de pavor descer pela espinha de Mamoru. Serenity gritou quando a sombra, que agora mais parecia uma poça de petróleo que tomou vida, a agarrou pela cintura com os seus braços disformes que manchavam o vestido dela em um tom vermelho sangue doentio. Mamoru pulou, com a mão estendida na chance de conseguir salvá–la, mas era nesta parte do sonho em que raízes brotavam do chão e o mantinham no lugar, permitindo que ele apenas observasse com desespero Serenity ser levada para longe e engolida pela escuridão.

Mamoru sentou na cama em um gesto brusco, ofegando, com o coração descompassado e suor descendo pela sua nuca. Os primeiros raios da manhã passavam por entre as cortinas da janela do apartamento, anunciando o começo de mais um dia. Trêmulo, ele desceu da cama e vagarosamente foi até o banheiro, abrindo a torneira da pia e jogando um punhado de água fria na face. Ao se olhar no espelho, viu um rosto cansado e marcado pelas olheiras.

Os pesadelos não eram a única coisa que estavam tirando o sono de Mamoru. Não, a consequência deles é que era o problema. Porque foi na primeira noite em que ele teve o primeiro sonho com Serenity, que surgiu Tuxedo Kamen, o ladrão de joias mais fuleiro que existia.

Palavras dos jornais, não dele.

Mamoru sabia que deveria ter ficado chocado naquela noite, ao acordar quando Serenity lhe pediu pela primeira vez que ele encontrasse o Cristal de Prata, e ter se transformado em Tuxedo Kamen, mas algo dentro dele lhe dizia que aquilo estava certo. Que era o certo.

Bem, certo poderia ser. Normal? Nem de longe.

E quando ele achava estar sozinho no seu clube de loucos fantasiados, surgia Sailor Moon.

Mamoru sorriu.

O nome era absolutamente ridículo, embora ele não tivesse muito do que falar, mas Sailor Moon o fascinou no segundo em que pôs os olhos nele. Além de que algo no rapaz o atraía de maneira familiar. Ele só não sabia o por quê.

O despertador tocando no quarto o fez sair de seus devaneios e continuar com a sua rotina matinal. Quarenta minutos depois ele deixou o apartamento em seu carro esportivo seguiu para Tóquio U.

Durante todas as horas em que ficou em classe, Mamoru esqueceu de sonhos com mulheres misteriosas lhe pedindo que encontrasse joias preciosas, e para garantir que o seu dia não fosse arruinado como a sua noite, ele seguiu, após as aulas, para o Arcade, onde o café do Motoki não apenas o acordaria, mas a conversa com o amigo também o manteria distraído por mais umas boas horas.

Eram três e vinte da tarde quando Mamoru entrou no Arcade. O local já começava a encher de estudantes por causa do horário e, involuntariamente, Mamoru correu os olhos pelo lugar a procura de uma certa cabeça loira. E bingo! Lá estava Usagi, debruçado sobre o balcão, gesticulando largamente com os braços enquanto conversava e sorria para uma menina sentada ao seu lado.

Mamoru franziu as sobrancelhas.

Aquela garota ao lado de Usagi não era Naru. Então, quem era?

Mamoru aproximou-se do balcão e a sua chegada chamou a atenção de Motoki que já veio cumprimentar o amigo depositando uma xícara de café na frente dele. Motoki não ficou muito tempo jogando conversa fora com Mamoru, pois um grupo de adolescentes em uma das mesas lhe pediu por atenção. Mas estava tudo bem, a ausência do amigo permitiu que Mamoru observasse melhor a dupla ao seu lado.

A menina era bonitinha, com traços delicados e cabelo curto e negro e o uniforme que ela usava era do Colégio Juuban o que explicava de onde ela conhecia Tsukino. Ela usava óculos, o qual ajeitava a cada minuto, e sorria timidamente para Usagi que ainda tagarelava e gesticulava largamente.

— Nunca pensei que este dia chegaria. – Mamoru pulou de susto quando Motoki parou ao lado dele.

— O quê?

— Usagi arrumou uma namorada. – Mamoru engasgou com o café que terminava de tomar.

— Uma namorada? – e ele morreria antes de admitir que a sua voz subiu uma oitava ao dizer isto. – Não seja ridículo Motoki. Olhe só para a menina! Ela tem cara de ser inteligente. Desde quando alguém assim se interessaria pelo cabeça de vento do Usagi?

Motoki o olhou de uma maneira muito estranha por uns dois minutos antes de dizer:

— Usagi não é cabeça de vento, ele é apenas um pouco relaxado. Ele só tem quinze anos, você não se lembra como era aos quinze anos? Não faz tanto tempo assim. – Motoki brincou.

Mamoru aos quinze anos não era muito diferente do de agora. Apenas mais baixo, magricela e com espinhas. Ainda bem que a genética, academia e sabonete para espinhas resolveram este problema. De resto, Mamoru continuava a mesma coisa: tão amargo quanto o café que costumava tomar.

Motoki até hoje se perguntava como ele tinha conseguido o milagre de ser amigo do outro homem. Ele entendia que Mamoru tinha problemas. Um acidente de carro matou os seus pais quando ele tinha sete anos e lhe tirou a memória. Sem nenhuma identificação, ele passou semanas no hospital enquanto se recuperava. O nome Mamoru ele ganhou das enfermeiras, o sobrenome Chiba veio do pai adotivo, um dos médicos que trabalhou em seu caso.

Mamoru teve sorte de ter encontrado uma nova família, mas o fato de que ele não se lembrava da antiga sempre foi fantasma que lhe assombrava. Ele tinha uma personalidade difícil e era extremamente fechado e Motoki só conseguiu se aproximar por pura teimosia, e achou que seria o único no Universo que conseguiu este milagre até o dia em que um certo teste com nota vermelha atingiu a cabeça de Mamoru e na vida do amigo entrou Usagi.

— Se você apertar mais essa xícara, irá quebrá–la. – Motoki avisou e Mamoru piscou várias vezes, como se estivesse voltando ao mundo terreno, e então colocou a xícara sobre o balcão.

— Motoki! – Usagi chamou e aproximou-se, trazendo a menina com quem conversava pelo pulso. – Esta é Ami Mizuno. Ami, este é Motoki. – apresentou e Mamoru pigarreou.

— A sua educação Usagi, onde está? – Mamoru provocou e Usagi rolou os olhos.

— Ami, este é o Idiota. – Mamoru arqueou ambas as sobrancelhas para Usagi e Ami olhou de um para o outro com extrema confusão. Motoki abafou uma risada com a palma da mão.

— Mamoru Chiba. – Mamoru se apresentou.

— Prazer em conhecê-los. – Ami fez uma pequena reverência em cumprimento.

Motoki realmente queria continuar ali vendo aquele embate onde Usagi fuzilava Mamoru com o olhar e Mamoru apenas sorria com escárnio de volta para Usagi, enquanto os seus olhos, sobre Ami, mostravam claramente o que ele pensava. Ao menos claramente para Motoki que conhecia o outro homem há anos. Mamoru estava avaliando Ami, tentando compreender onde ela se encaixava no círculo de relacionamentos de Usagi. Infelizmente, àaquela era a hora de mais movimento no Arcade e quando as portas automáticas abriram mais uma vez e outro grupo de adolescentes entrou, Motoki se viu obrigado a afastar-se de Mamoru e Usagi e perder a sempre tão interessante interação entre eles.

— Ami Mizuno, certo? – Mamoru falou e Ami corou ao ser endereçada. – Não seria filha da dra. Rika Mizuno, seria? – Ami piscou repetidamente.

— Conhece a minha mãe? – Mamoru deu à ela o seu melhor sorriso charmoso, o que a fez enrubescer mais ainda.

— Meu pai é o diretor do Hospital Juuban. Fui apresentado a sua mãe no dia em que ela começou a trabalhar lá. Vocês se parecem muito, também. – Ami sorriu timidamente para ele e Mamoru lançou um olhar para Usagi para ver qual seria a reação dele a este sorriso.

Nenhuma, ao que parecia, pois Usagi estava ocupado demais observando um grupo em uma das mesas do Arcade.

Eram cinco adolescentes, e pelos uniformes eram garotos do colégio particular católico que havia do outro lado do parque. E Usagi mirava atentamente um dos meninos em particular daquele grupo. Um garoto de cabelo negro que ia até o meio das costas e que estava preso com uma fita vermelha na altura da nuca. O garoto era da altura de Usagi, mas tinha ombros mais largos e postura mais altiva. Os seus olhos eram de um azul tão escuro que contra a luz ganhavam um tom interessante de ametista e o seu uniforme impecável abraçava todos os ângulos de seu corpo atlético.

— Usagi-kun? – Mamoru sentiu algo desagradável brotar na boca do seu estômago diante da familiaridade com que Ami falava com Usagi. Até ontem essa garota nem existia na vida do jovem e hoje o chamava de Usagi-kun?

Se Mamoru usasse tamanha intimidade com Usagi teria a sua cabeça arrancada a mordidas pelo garoto.

— Venha. – Usagi simplesmente segurou a mão de Ami e a puxou em direção a saída do Arcade, esquecendo completamente da existência de Mamoru.

— Aonde Usagi foi? – Motoki perguntou ao retornar para o lado de Mamoru.

— Não faço ideia. – Mamoru olhou das portas automáticas que tinham acabado de fechar depois da passagem de Usagi e Ami, para a mesa com os adolescentes do colégio particular. O garoto do cabelo comprido que Usagi encarava, também estava olhando para as portas fechadas.

Mamoru queria quebrar alguma coisa.

 

oOo

 

Rei sabia que estava sendo seguido, pois o seu sexto sentido sempre aguçado praticamente gritava em seus ouvidos em alerta. Mas cada vez que olhava para trás, não via nada de suspeito. E ainda com a sensação estranha que vinha o acompanhando desde que ele deixou o Arcade, Rei subiu as escadas do Templo Hikawa, sorrindo para Phobos e Deimos pousados no portal de entrada.

Rei não era o garoto mais popular da escola, mas era o mais conhecido na vizinhança. Nos adultos ele impunha respeito diante de sua posição de sacerdote aprendiz. Os seus colegas de escola, ao contrário, o consideravam meio intimidador por causa dos seus poderes psíquicos e o fato de que ele tinha dois corvos de estimação.

Phobos voou de onde estava e pousou no ombro esquerdo de Rei, bicando a ponta da orelha dele em um gesto carinhoso. Deimos grasnou no topo do pórtico e depois voou, pousando em seguida sobre a cabeça de Rei que soltou um grito de protesto.

— Ei! Eu já te disse que o meu cabelo não é ninho de passarinho. – Rei resmungou mas, como sempre, Deimos o ignorou e acomodou-se melhor sobre a sua cabeça.

Phobos grasnou em seu ombro e mirou algo às costas de Rei que virou para ver um gato preto sentado a alguns metros. Gatos não eram incomuns no templo, pois eles vinham pelo abrigo contra o frio e a chuva e pelos potes de ração e água que o seu avô deixava espalhado pelo terreno.

— Se você quer abrir um abrigo, faça isto em outro lugar! – Rei uma vez reclamara com o avô depois de encontrar uma gata sob o pórtico da varanda, cercada de vários filhotes.

— Você está vendo algum rato no templo? Não, não é mesmo? Os gatos ficam. – o velho rebatera com a mesma teimosia característica dos Hino.

O seu avô tinha razão: os gatos eram úteis contra os ratos, mas deixavam Phobos e Deimos inquietos.

Se bem que este gato estava deixando Rei inquieto também.

Phobos e Deimos já tinham voado para longe mas, ao invés de segui–los, o gato permaneceu no lugar olhando fixamente para Rei.

— Xô! – Rei gritou, batendo o pé com força no chão para espantar felino. Entretanto, bichano, ao invés de sair correndo, somente ergueu o focinho em um gesto presunçoso, levantou do chão e com uma atitude de dispensa deu as costas para Rei e sumiu escada abaixo.

Rei ficou ao menos uns dois minutos piscando feito um idiota diante da atitude do gato, para depois se repreender diante de própria sua estupidez por ficar se importando com aquilo, e foi para o templo.

Pelo resto do dia, entre tarefas do templo e dever de casa, Rei esqueceu por completo do gato até o momento em que sentou em frente ao fogo sagrado. Fazia semanas que ele sentia uma aura estranha rodear Tóquio, principalmente o distrito de Juuban, o que o incitava a procurar respostas nas visões que o fogo sagrado poderia lhe oferecer. E essas respostas não eram nada agradáveis. Na verdade, elas vinham regadas de sofrimento, dor e desastre. O anúncio de que algo grande e nada bom estava por vir.

Rei cruzou as pernas em posição de lótus e espalmou uma mão na outra em prece enquanto abaixava o rosto e fechava os olhos em concentração. Às vezes o fogo demorava poucos minutos para lhe dar uma resposta, outras vezes Rei ficava mofando ali e nada acontecia. Desta vez foi diferente. Mal Rei tinha terminado de recitar o mantra invocando os espíritos de seus antepassados por ajuda e o fogo crepitou mais forte, mostrando-lhe imagens em suas chamas.

O que Rei via eram duas pessoas, um rapaz e uma garota, ambos vestidos de maneira bem estranha. A menina usava uma versão fantasiosa de um uniforme escolar e o rapaz vestia o que parecia ser uma versão mais colorida do antigo uniforme da marinha real britânica, e ambos lutavam contra algo. Não, contra alguém.

Um homem alto de cabelo loiro ondulado preso na altura da nuca e cujo comprimento ia até o meio de suas costas. Ele usava uma roupa cinza igual aos uniformes masculinos dos colégios públicos japoneses e carregava na mão direita uma espada que parecia ser feita completamente de cristal e muito pouco prática. Isto até que ele fez um arco no ar com a arma na direção dos dois jovens que pularam para lados opostos, e a onda de energia liberada pela espada abriu uma fenda no chão onde o rapaz e a garota estavam segundos antes.

Rei ofegou e abriu os olhos. As cenas desapareceram das chamas, mas ele não precisava ver mais para saber o final. A dupla não teria chances e Rei via somente morte no breve futuro deles.

— Você pode ajudar. – Rei deu um pulo e colocou-se de pé, já em posição de ataque. O sacerdócio, felizmente, envolvia em seus aprendizados aulas de defesa pessoal. As artes marciais sempre eram a melhor maneira de ensinar a uma mente jovem sobre disciplina. Isto se fossem ensinadas corretamente. Entretanto, quando Rei correu os olhos pela sala, não viu ninguém além do gato preto de mais cedo.

— Você pode ajudar. – o gato falou com uma voz absurdamente feminina e Rei se perguntou se não estaria sonhando, mas o calor das chamas às suas costas, penetrando sob as suas roupas, lhe dizia que não.

— Eu deveria estar achando isto estranho, mas curiosamente não estou. – a gata sorriu, o que era uma expressão muito estranha no focinho de um animal.

— Os seus poderes psíquicos estão te ajudando a compreender melhor a situação e de forma mais rápida. E esses mesmos poderes lhe disseram qual o desfecho daquele embate, não disseram? – Rei desviou os olhos da gata para as chamas

Algo naqueles dois jovens o chamava, o incitava a correr eu seu socorro, mas de que ajuda ele seria exatamente?

— A propósito, eu sou Luna. – Luna falou e o sinal em sua testa brilhou e um feiche de luz foi na direção do rosto de Rei, que cruzou os braços sobre o rosto a espera de um ataque. Um minuto depois e nada ter acontecido, ele descruzou os braços.

Havia uma caneta com um símbolo em sua ponta flutuando em frente aos olhos de Rei.

— Pegue-a. – Luna ordenou e ele recolheu a caneta. – E diga... – mas antes que a gata pudesse continuar, Rei a interrompeu. Ele sabia exatamente o que fazer.

— Pelo poder de Marte, transformação!

 

oOo

 

Usagi não precisava ser um gênio como Ami para saber que eles estavam ferrados.

Desde que a garota uniu-se a empreitada e tornou-se uma sailor senshi a procura do dito Cristal de Prata e da princesa da Lua, Usagi achou que a sua vida de batalhas contra o Reino Negro ficaria mais fácil agora que tinha uma aliada. Isto até eles descobrirem que os youmas simplesmente não brotavam do chão, sugando energia de pessoas para assim libertar a rainha Metalia. Não, havia alguém controlando esses monstros por detrás dos panos.

Alguém que se apresentou como Zoisite, um dos generais do Reino Negro.

Usagi confessava que por um momento achou que Zoisite fosse uma mulher e quando falou isto, o general não ficou muito feliz em ser confundido, e além de transformar um banco de praça em um monstro que atiravas afiados dardos de madeira pela boca, ele também entrou na batalha.

Usagi tropeçou, o que em um dia comum era mais do que o seu normal, mas que no momento era extremamente inconveniente, e só não perdeu a cabeça pela espada de Zoisite porque usou um de seus bumerangues para bloquear o golpe.

Zoisite era forte para um sujeito magricela e que parecia uma mulher, e que Ami não o ouvisse os seus pensamentos vergonhosamente machistas naquele momento. Ela estava há duas semanas naquela vida louca de ser uma sailor senshi, mas já havia evoluído bastante, o suficiente para Usagi saber que a garota não era de engolir desaforos e deixar pensamentos retrógrados passarem em branco. Claro, Ami ainda era tímida e de não dar muito assunto para desconhecidos e por um tempo ela duvidou que Usagi quisesse verdadeiramente ser seu amigo ao invés de apenas companheiro de missão, até o dia em que Usagi deu um soco em um moleque do terceiro ano que estava bulinando Ami.

O sorriso de agradecimento da garota valeu a suspensão. E incrivelmente a sua mãe nem ao menos ficou chateada pela razão da briga e depois de um longo sermão sobre como usar a violência era errado, Ikuko sorriu, abraçou o filho e disse:

— Estou orgulhosa de você. Agora vá para o seu quarto que você está de castigo.

Usagi passou o resto da tarde sorrindo e feliz o suficiente para ignorar até mesmo as provocações de Shingo.

Depois desse dia os bulinadores mantinham uma certa distância de Ami e Ami, apesar de ainda se sentir deslocada na escola, havia ganhado uma nova confiança no campo de batalha.

Segundo ela, ela tinha que proteger Usagi assim como Usagi a protegeu.

Infelizmente, no momento, ela estava fracassando.

O youma mantinha Ami ocupada o suficiente para permitir que Zoisite chutasse o traseiro de Usagi que empurrou o general para longe com um tranco e saiu correndo, chegando em um deslize atrás de uma árvore. O seu fôlego estava acabando e a lateral de seu corpo doía por causa de um chute que ganhou nas costelas.

— Ahhh! – o grito fez Usagi inclinar-se para o lado o suficiente para ver além do tronco da árvore o que acontecia.

O youma tinha prendido Ami a uma enorme cerejeira com dardos de madeira. Algumas partes do uniforme dela estavam rasgadas, partes onde os dardos estavam cravados, e ela ela tinha vários cortes nas pernas e braços.

Usagi inspirou profundamente e saiu de seu esconderijo, já arremessando um bumerangue no youma, o acertando na cabeça e o incapacitando tempo o suficiente para Ami conseguir se soltar e correr para o lado de Usagi.

— Isto não é bom. – Ami ofegou. Sobre o olho esquerdo dela havia uma pequena lente azulada onde números e cálculos eram projetados do minúsculo computador que ela tinha nas mãos. – O youma tem ao menos uns cinco pontos fracos, mas eu não consigo encontrar nenhuma brecha na forma de batalha de Zoisite.

Usagi não precisava desta notícia agora, ainda mais que o youma vinha pela direita deles, e parecia extremamente irritado, e Zoisite pela esquerda e com um sorriso maligno no rosto.

— Fogo de Marte! – o jorro de chamas não pegou somente Zoisite de surpresa, que saiu do caminho do ataque com um pulo, mas também Usagi e Ami. Somente o youma que não foi tão sortudo assim, porque agora ele corria em círculos e com o traseiro pegando fogo.

— Sailor Moon! – Luna pousou entre Usagi e Ami. – Eu trouxe ajuda.

Usagi olhou para o seshi na entrada da praça e com as mãos ainda erguidas e soltando fumaça, antes de dizer:

— É, eu percebi.


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