Bishounen Senshi Sailor Moon escrita por Bella P


Capítulo 3
Capítulo 3




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Naru sorriu quando o coelho de pelúcia surgiu no batente da porta do quarto do hospital. Logo em seguida, a cabeça loira de Usagi, os seus belos olhos azuis e o seu sorriso brilhante, apareceram também. Ele ainda vestia o uniforme da escola, o que significava que era de lá que ele tinha vindo, e o coelho rosa era agitado pela sua mão enquanto ele dizia, com uma voz ridiculamente infantil coisas como: “como está Naru-chan hoje?”, “acho que Naru-chan precisa de um abraço”.

Naru engoliu um suspiro.

Usagi era um príncipe encantado em forma de gente. Era bonito, era leal, era divertido, era um doce de criatura, e ela foi apaixonada por ele por anos, desde que eram crianças. Mas Usagi, como todo príncipe encantado, era um sonho inalcançável.

Havia algo no amigo, uma aura que o cercava desde sempre, que atraía as pessoas para Usagi como abelha para o mel, e ao mesmo tempo as repelia. Era como se ele não fosse deste mundo de tão surreal que era. E por ser surreal, jamais que uma simples mortal como Naru seria considerada um par ideal para ele. Além do mais, ela jamais teria chances. Não com Mamoru Chiba no páreo.

Usagi era cego como um morcego, inocente como uma criança do primário, para simplesmente não perceber que as alfinetadas de Mamoru eram cheias de mensagens subliminares. Talvez Usagi não entendia porque nem o próprio Mamoru possuía consciência do que fazia. E Mamoru era sim um par a altura de Usagi.

O universitário possuía a mesma aura surreal do amigo. Onde Usagi era um príncipe encantado da Disney, Mamoru era um super–herói de quadrinhos. Másculo, honrado, de personalidade forte, educado, inteligente, bonito, e a lista de adjetivos seguia sem fim. Naru era apenas a menina do subúrbio, de uma família de classe média alta, que teve a sorte de ganhar Usagi como melhor amigo. Por isso que Naru, convencida de que jamais teria uma chance, esmagou a sua paixonite por Usagi como se esmaga um inseto com a sola do sapato, e forçou-se a ver o menino como nada menos que um bom amigo.

Pena que a sua resolução sempre ia por água abaixo quando Usagi aparecia com aquele sorriso luminoso, aquele olhar de cão sem dono, aquele jeito delicado e carinhoso enquanto afofava os seus travesseiros e colocava o coelho de pelúcia na comoda ao lado de sua cama, encostado em um vaso de flores com um cartão de melhoras.

— A sua mãe me explicou o que aconteceu, mas, sinceramente, ainda não consigo acreditar. – Naru voltou ao mundo terreno quando ouviu o comentário de Usagi.

Felizmente, como a estranha gata havia dito, a sua mãe se recuperou rápido do ataque. Ainda estava cansada, dormia mais do que as suas horas normais de sono, mas os médicos falaram que os exames não apresentaram nada mais grave do que uma leve anemia. Logo, ela foi liberada do hospital, mas Naru retida para mais uns dias de observação por causa do ferimento na cabeça.

A polícia, obviamente, a interrogou sobre o acontecido, olhou para mãe e filha de maneira descrente quando elas falaram sobre o monstro, e Naru ficou sabendo que eles apenas não recomendaram aos médicos que elas fossem internadas como loucas porque este tipo de ataque não foi o primeiro que aconteceu nas últimas semanas. Durante o seu relato, Naru falou sobre o rapaz que surgiu para ajudá-las, deu a polícia uma descrição falha dele e depois alegou cansaço e não se lembrar de mais nada.

Porque Naru não era idiota.

Havia alguma coisa em Sailor Moon que evitava que ele fosse prontamente reconhecido, mesmo que o seu rosto estivesse claramente visível, mas Naru reconheceria aquele sorriso, aqueles olhos, aqueles trejeitos, em qualquer canto do mundo, não interessa sobre quantas camadas de magia de camuflagem eles estivessem.

Em uma história de magia e super-heróis, era comum a mocinha confrontar o herói sobre a sua identidade, mas Naru não era a mocinha desta história, ela não tinha vocação nem para ser a ajudante do protagonista, por isso manteve-se calada quando Usagi sentou na beira de sua cama e a mirou com preocupação.

Usagi não era o que deveria estar preocupado, Naru era quem estava preocupada.

Não fazia ideia do que estava acontecendo, também não iria perguntar, só sabia que monstros estavam atacando a cidade, um ladrão de joias estava invadindo lojas a procura de sabe-se lá o que, porque ele sempre saía de mãos abanando, e o monstro da noite passada dizia estar procurando um tal “cristal de prata”. E então, quando Naru achou ser o seu fim, Usagi apareceu vestido como um cavaleiro da armadura brilhante para salvar o dia e foi bem sucedido, porque quando ela acordou o perigo tinha sumido e ela estava sob cuidados médicos.

Usagi, aquele que perdia a hora para ir para a escola, tirava notas baixas nas provas e tropeçava em ar. Usagi havia se tornado o super-herói daquela história e Naru estava apavorada. O amigo mal sabia cuidar dele próprio, como é que iria salvar a vida dos outros sem causar muito estrago? Quem foi que recrutou Usagi para esta missão? Porque quando encontrasse o responsável por aquilo tudo iria esganá-lo por colocar Usagi em perigo desta maneira.

— Oh! Eu não sabia que você tinha companhia. – os olhares de Naru e Usagi foram para a porta do quarto, onde Ami estava e abraçava livros contra o peito ao mesmo tempo em que tentava evitar que a sua mochila escorregasse de seu ombro e os seus óculos caíssem de seu nariz.

— Ami! Entre, entre! – Naru a convidou com um sorriso. Ami era uma boa distração para os pensamentos mórbidos que estava tendo, como o de usar o intestino da pessoa que enfiou Usagi nesta enrascada para assim enforcá-la.

— A professora Haruna... – Ami gaguejou, lançou um olhar para Usagi na beirada da cama, e ficou extremamente vermelha.

Naru riu.

Usagi causava essa impressão nas meninas que não o conheciam desde sempre.

Por ser bonito, ele podia ser um pouco intimidador. Mas então ele abria a boca e o encanto se quebrava por completo.

Ami pigarreou, como se tomando coragem, e entrou no quarto com uma expressão mais decidida. Naru assentiu com a cabeça, aprovando a atitude dela. Usagi era como o nome dele, inofensivo como um coelho fofinho... se você não puxasse as suas orelhas. Aí então ele mordia, e mordia feio.

— A professora me pediu para entregar os seus deveres. – Naru arqueou uma sobrancelha quando Ami colocou os livros sobre uma das cadeiras para visitas e depois revirou a mochila, tirando de lá blocos de anotações que ela entregou para Naru.

— Não que eu não esteja agradecida... Mas por que você e não Usagi? – era a escolha lógica. Usagi era o seu melhor amigo, o que tinha mais intimidade com Naru, por isso faria sentido que ele trouxesse as suas lições.

Usagi desviou o olhar para a janela e corou. Ami olhou do garoto para Naru e então para ele de novo.

— Tsukino-san ficou de castigo por ter chegado atrasado. Não pegou boa parte das lições. – Ami explicou e Naru suspirou.

— Usagi! – o repreendeu e Usagi fez uma careta. – Perdeu a hora de novo?

— Er... – Usagi abriu a boca, fechou e desistiu de falar qualquer coisa.

O que ele diria? Que quando voltou para casa, após a batalha contra o youma, ainda ficou horas acordado ouvindo Luna explanar sobre o Milênio de Prata, entrar mais a fundo no assunto sobre a rainha Metalia, explicando quem era a rainha Beryl, que servia de pau mandado de Metalia, explicando sobre o Cristal de Prata, a guerra, a princesa da Lua, as outras senshis, até altas horas da madrugada, o que o fez não ouvir o despertador naquela manhã?

E como que dizer para Naru que a garota tímida que lhe estendia o bloco de notas era uma senshi reencarnada e que Luna lhe deu a ingrata missão de revelar isto a ela?

Melhor não.

A visita de Ami não durou muito tempo. Até porque, a garota não era assim tão íntima de Naru, e depois de cinco minutos de uma tentativa frustrada de conversa, Ami se despediu da dupla de amigos e saiu do quarto o mais rápido que as suas pernas permitiram.

Usagi acompanhou a fuga de Ami com os olhos e depois virou-se para Naru.

— Naru-chan, eu preciso ir.

— Como é?

— Eu preciso fazer, preciso… – Usagi apontou repetidamente para a porta como se esta fosse lhe dar as respostas necessárias para complementar aquela desculpa.

Naru suspirou e deu um sorriso fraco para ele. Se não soubesse bem, diria que Usagi estava interessado em Ami, mas como este não era o caso, ela tinha até medo de cogitar a outra possibilidade.

Usagi não esperou que Naru dissesse mais nada e praticamente disparou porta afora, alcançando Ami na entrada do hospital.

— Mizuno-san! – chamou e Ami virou com uma expressão confusa e corou quando viu Usagi se aproximar com um enorme sorriso no rosto. – Mizuno-san, podemos conversar?

Ami abriu a boca para responder, mas Usagi não lhe deu tempo de dizer o não disfarçado de desculpas que estava estampado no rosto dela, apenas segurou a mão da garota e a puxou na direção do café do outro lado da rua.

Ami deixou-se levar, aos tropeços, com o rosto ardendo de vergonha, e só recuperou o fôlego quando já estava sentada à mesa do café, com Usagi lhe sorrindo do lado oposto.

— Ami, eu posso te chamar de Ami? – Ami fez um sim com a cabeça. – Eu tento uma proposta para você.

E então Usagi começou a contar uma história louca sobre reino lunar, monstros, sailor senshis, princesa perdida e um cristal mágico, e terminou todo aquele relato falando que o gato dele havia lhe dito que Ami era uma dessas sailors. Quando Usagi fechou a boca e mirou Ami com expectativa, ela apenas piscou uma, duas, três vezes antes de recolher o seu material de sobre a mesa.

— Eu não sei pelo que me toma Tsukino-san, mas eu não aprecio piadas de mau gosto.

Usagi piscou os seus belos olhos azuis várias vezes e fez uma expressão surpresa, como se ele estivesse genuinamente confuso por Ami não ter engolido aquela história.

Ami confessava que teve uma breve e ridícula paixonite por Usagi quando trombou com ele em seu primeiro dia de aula, mas esse deslumbramento terminou no momento em que o garoto a arrastou para aquele café para zombar dela.

— O quê? Não, Ami, eu não estou zombando de você! – Usagi saiu de sua cadeira em um pulo e ainda tentou parar Ami, em vão.

Ami foi embora daquele café tão rápido quanto foi arrastada para ele.

 

oOo

 

Mesmo que quisesse, Ami não conseguia tirar a conversa maluca de Usagi da cabeça. Algo nos olhos do garoto lhe pareceu tão sincero que ela achava que acreditaria até em unicórnios se assim ele dissesse.

— Ami! – o chamado a fez sair de seus devaneios e sorrir para a mãe que se aproximava. O jaleco dela balançava às suas costas e ela tinha um sorriso cansado no rosto.

— Eu trouxe o seu jantar. – Ami estendeu a marmita cuidadosamente embrulhada em um lenço floral, a deslizando sobre o balcão da recepção na direção da mãe.

Rika Mizuno sorriu e em um gesto raro de afeto, deu um beijo na testa da filha.

Rika não era do tipo sentimental, pois a vida a fez criar uma casca grossa ao redor do coração. Mãe solteira, ela teve várias razões para não querer Ami, pois um bebê com certeza atrapalharia os seus planos e os cochichos de quem estava de fora e não entendia a situação sempre eram uma facada em seu coração. Mas ela perseverou, teve a criança e a criou sozinha enquanto ao mesmo tempo construía uma carreira.

Ami se orgulhava da mãe, a tinha como exemplo. E daí que quase não a via? E daí que as demonstrações de afeto dela eram raras? Rika a amava e demonstrava isto de forma sutil mas marcante e, para Ami, isto bastava.

— A Emergência está uma loucura. Pessoas foram atacadas durante um recital, muitas ainda estão em estado de choque, porque ficam falando que o monstro é um dos violões celo que se transformou no meio da apresentação. – Rika sacudiu a cabeça, como se considerasse aquilo extremamente ridículo. Ami não estava tão certa se concordava com a mãe.

Era coincidência demais.

— Vá para casa Ami. O incidente foi perto daqui. Com a confusão eu não tive tempo de te avisar para não vir.

Ami assentiu em concordância e depois de um breve abraço de despedida, foi a passos largos na direção da saída. O hospital não ficava longe de sua casa. De metrô, levava apenas dez minutos. A pé, ao menos meia hora. Ami poderia ter ido de metrô, mas ainda era cedo, as ruas ainda tinham movimento e o tempo que esperaria pelo trem ela já teria feito metade do caminho. Por isso, ao sair do hospital, virou para a direita e pôs-se a andar.

A caminhada seguia tranquila, sem muitas eventualidades até o momento em que Ami teve que cruzar o parque do distrito de Juuban. Então aí tudo mudou.

Um estouro fez Ami pular de susto e arregalar os olhos quando um vulto veio voando de entre as árvores e caiu em frente aos seus pés. O vulto era um garoto. Loiro, olhos azuis, usando roupas de estilo vitoriano nas cores azul, branco e vermelho, com detalhes em dourado e botas negras.

— Sailor Moon! – alguém gritou e Ami rodou os olhos pelo parque, a procura da nova voz, mas não viu nada além de um gato preto correr na direção do garoto e parar ao lado de sua cabeça.

Sailor Moon grunhiu de dor e virou sobre o corpo.

— Eu estou bem Luna. – disse.

— Então levante-se, porque ele está vindo. – Ami ofegou ao ver que o gato tinha falado e isto chamou a atenção do garoto para ela.

— Ami? – Sailor Moon arregalou os olhos ao vê-la e Ami abriu a boca para dizer alguma coisa, perguntar como ele sabia o seu nome, quando um som estridente, como cordas de violão sendo arranhadas por uma serra, fez Ami e Sailor Moon encolherem-se de dor nos ouvidos diante do barulho.

— Lá vem bomba! – Luna alertou e Ami olhou para as árvores quando de entre estas surgiu a criatura mais estranha que ela já viu.

Era um violão celo que havia ganhado pernas, braços e cabeça e nas mãos trazia chicotes que na verdade eram as cordas do instrumento. O violão ergueu os braços e Ami viu de rabo de olho Sailor Moon levantar em pulo, abraçá-la pela cintura e tirá-la da linha de ataque em um salto mal calculado, pois ambos aterrissaram desajeitadamente sobre vários arbustos.

— Você está bem? – Sailor Moon perguntou com um ofego, mas antes que Ami pudesse responder, ele foi arrancado de cima dela quando um dos chicotes enrolou-se em seu tornozelo e o puxou com violência na direção do monstro.

Ami ofegou, colocando as mãos sobre a boca em um gesto instintivo para abafar o barulho, e mirou com olhos largos Sailor Moon que tinha acabado de levar um soco na barriga e ser arremessado em uma árvore.

— Ui. Isso vai deixar marcas. – Ami olhou para o lado, para o gato que tinha falado, e soltou um gritinho. – Ami, certo? – Luna perguntou e a garota fez que sim com a cabeça. – Você precisa ajudá-lo.

— O quê?

— Usagi não te contou?

— Usagi? – Ami voltou o olhar para o garoto que estava perdendo a briga com um violão celo. – Aquele é Usagi? – disse chocada.

— Sim. Ele me disse que conversou com você. – Luna perguntou com a expressão de quem daria um sermão em Usagi mais tarde sobre trabalhos mal feitos.

— Ele me contou uma história louca sobre sailor senshis e princesa da Lua, mas ele não disse nada sobre ser um. – Luna fez um "hum" no fundo da garganta e então o sinal de meia lua na testa dela brilhou, emitindo um feixe de luz e em seguida, em frente aos olhos de Ami, uma caneta surgiu em pleno ar. Azul e com um símbolo na ponta, e Ami a recolheu.

— Você pode ajudar Usagi.

— Eu… – Ami hesitou e então olhou na direção de onde Usagi estava lutando, e perdendo, contra o monstro.

Por que iria aceitar aquela proposta louca? Mal conhecia Usagi, e ela não tinha vocação alguma para ser super-heroína. Era apenas uma menina do colegial e que queria ser médica no futuro. Mas algo dentro dela, bem lá no fundo, começava a se fazer conhecer. Algo que ela ainda não sabia nomear.

— Repita: pelo poder de Mercúrio, transformação. – Ami olhou de Luna para a caneta em suas mãos e saiu de entre os arbustos com uma estranha determinação borbulhando dentro de si.

— Pelo poder de Mercúrio, transformação!

Uma luz em tom azulado saiu do símbolo no topo da caneta e a envolveu por completo. O processo durou apenas um segundo e quando terminou, Ami viu-se vestindo uma roupa que era nada parecida com a de Usagi.

A saia azul clara de pregas ia até metade de suas coxas. A bota de mesma cor ia até abaixo dos joelhos. Luvas brancas até os cotovelos possuíam bordas em azul. Havia um laço em seu peito e na base de suas costas, um lenço de marinheiro sobre os seus ombros e uma tiara na sua testa com um joia azul redonda no seu meio, além de um colar de cetim justo ao seu pescoço.

— Luna… Eu pensei que o meu uniforme seria como o de Usagi. – Ami disse confusa enquanto segurava parte do body branco entre os dedos.

O tecido era algo que ela nunca tinha visto. Ele se assemelhava a lycra por causa de sua elasticidade, mas a sua textura parecia couro e era confortável como algodão.

— Na verdade esse é o uniforme padrão das sailor. O uniforme de Usagi que foi adaptado para ele.

Sinceramente? Ami preferia ter um uniforme como o de Usagi, se sentiria menos exposta assim.

Um grito a fez virar na direção de Usagi para ver que as cordas-chicote o envolviam por completo, o espremendo a ponto de Ami conseguir ouvir os ossos dele estalarem.

— Siga os seus instintos. – Luna aconselhou e Ami inspirou profundamente, fechou os olhos e se concentrou.

Enquanto isto, Usagi tentava se soltar das cordas que o prendiam, mas quanto mais ele se mexia, mais essas o apertavam. E embora o uniforme fosse ridículo, ainda sim era uma armadura disfarçada de fantasia de teatro, mas que no momento não estava sendo muito útil para aliviar a pressão que aquelas cordas estavam causando.

O youma cacarejou algo que assemelhou-se a uma risada e sacudiu os braços, começando a balançar Usagi como se ele fosse uma marionete mal criada.

Usagi foi ao chão com força e a dor do impacto fez lágrimas descerem pelos seus olhos. A realidade absurda de que ele estava prestes a ser morto por um instrumento musical o fazia querer chorar e rir ao mesmo tempo de desespero.

— Borbulhas congelantes de Mercúrio, explodam! – veio o grito seguido de uma chuva de bolhas que atingiu o youma e Usagi, congelando o monstro em algumas partes, principalmente as cordas que o prendiam. Com vários estalos elas foram se partindo, libertando Sailor Moon, e Usagi respirou aliviado e rolou sobre o chão, piscando repetidamente para o céu estrelado até que Luna gritou:

— Sailor Moon! – Usagi grunhiu. Queria ter ficado mais alguns minutos ali no chão, curtindo o fato de que ainda estava vivo, mas tinha trabalho para fazer.

Com dificuldade, ele pôs-se de pé, invocou os seus bumerangues, os unindo em uma peça só, e o arremessou sobre o youma que ainda se soltava do gelo. O monstro soltou um grito agudo quando o bumerangue o atingiu e desapareceu em luz e purpurina. Usagi soltou um suspiro aliviado e segurou o bumerangue com uma mão quando este voltou para ele e somente agora, com a tensão da morte eminente tendo ido embora, que ele percebeu que alguém o ajudou.

— Ami? – disse quando viu a garota de colant e saia pregueada aproximar-se dele. – Agora você acredita em mim? – disse petulante e com um enorme bico.

Ami piscou uma, duas, três vezes para Usagi e então riu.

Era esta a sensação que ela não conseguia dar nome.

A sensação de finalmente pertencer a algo importante.


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