A Herdeira do Lord das Trevas escrita por Triple Authors


Capítulo 7
Capítulo 7 - Natal




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O Natal se aproximava. Certa manhã em meados de dezembro, Hogwarts acordou coberta com mais de um metro de neve.  O lago congelou e os gêmeos Weasley receberam castigo por terem enfeitiçado várias bolas de neve fazendo-as seguir Quirrell aonde ele ia e quicarem na parte de trás do seu turbante. As poucas corujas que conseguiam se orientar no céu tempestuoso para entregar correspondência tinham de ser tratadas por Hagrid para recuperar a saúde antes de voltarem a voar.

Numa sexta-feira após as aulas tinham a tarde livre sentados próximos ao lago congelado Harry e Rony miravam o fogo azulado dentro do frasco de geleia, enquanto Hermione lia um livro ao lado deles, e Cali um pouco mais afastada deles sentada sob uma arvore olhava o lago se perguntando como as criaturas que viviam nele aguentavam o frio, até que sentiu seu corpo tremer se assustando com um impacto gelado quando lhe atingiu o pescoço. Logo os gêmeos Weasley sorrindo apareceram segurando bolas de neve.

Não deviam ter feito isso— ela falou passando a mão pelas vestes enquanto os dois se sentavam ao seu lado

Seu cabelo está cheio de neve— Fred riu passando a mão pelo cabelo dela o bagunçando seguido de Jorge que bagunçaram sua franja.

O que houve com você?— perguntou Jorge ficando serio assim como Fred que apontou em direção ao seu rosto.

Nada, não é nada— Cali falou sem graça puxando sua franja cobrindo a cicatriz — Eu apenas me machuquei quando era pequena.

Quando você era pequena? — riu Jorge

Quando eu era bem menor — concordou sorrindo

— Então o que vai fazer no natal?— perguntou Fred

Provavelmente nada, minha tia não vai estar em casa então vou passar o natal aqui mesmo

Aonde está sua tia?— perguntou Rony se aproximando com Harry e Hermione

Em algum lugar da Europa— falou com desdém, — Mas já estou acostumada com isso, sempre estive sozinha mesmo

Não devemos ficar sozinhos no natal— Jorge falou, — E a mesma que não ganhar presentes.

Todos concordaram somente Harry e Cali ficaram em silencio.

— Nunca ganhei presentes antes, somente uma vez quando ganhei esse colar pelo correio, mas não é a mesma coisa.— falou Cali puxando o colar

Também nunca ganhei presentes— disse Harry

Os gêmeos se entreolharam junto de Rony, certamente estavam tendo alguma ideia.

Enquanto o resto dos alunos mal aguentavam esperar as férias de Natal. E embora a sala comunal da Grifinória e o salão principal tivessem grandes fogos nas lareiras, os corredores varridos por correntes de ar tinham se tornado gélidos e um vento cortante sacudia as janelas das salas de aulas. As piores eram as aulas do Professor Snape nas masmorras, onde a respiração dos alunos virava uma névoa diante deles e eles procuravam ficar o mais próximo possível dos seus caldeirões.

Tenho tanta pena— disse Draco Malfoy, na aula de Poções. — dessas pessoas que têm que passar o Natal em Hogwarts porque a família não as querem casa.

Olhou para Harry ao dizer isso. Crabbe e Goyle miraram Harry, que estava medindo pó de espinha de peixe-leão, e não lhes deu atenção. Malfoy andava muito mais desagradável do que de costume desde a partida de Quadribol. Aborrecido porque Sonserina perdera, tentara fazer as pessoas rirem dizendo que um sapo iria substituir Harry como apanhador no próximo jogo. Então percebeu que ninguém achara graça, porque estavam todos muito impressionados com a maneira com que Harry conseguira se segurar na vassoura corcoveante. Por isso Draco, invejoso e zangado, voltara a aperrear Harry dizendo que não tinha família como os outros...

A Professora Minerva passara a semana anterior fazendo uma lista dos alunos que iam ficar em Hogwarts no Natal.

Não vai passar o natal com seus pais?— Cali após Harry e Rony assinou seu nome e ouviu uma voz feminina num tom debochado atrás de si. — Ah, é verdade eles te abandonaram.— completou Margo Travers rindo junto de Pansy Parkinson.

Ignore— falou Alice Tolipan ao seu lado a virando pelo ombro dando as costas para as garotas da Sonserina.

Mas como ela sabe sobre seus pais?— perguntou Fay Dunbar

— Malfoy deve ter contado, ele sabe que moro com minha tia desde que meus pais desapareceram— falou Cali sentindo seu queixo tremer não sabia se era de raiva ou vontade de chorar. 

Harry também assinou a lista quase que imediatamente seguido de Rony e os irmãos que também iam ficar, porque o Sr. e a Sra. Weasley iam à Romênia visitar Carlinhos.

Após a aula de poções deixaram as masmorras, encontraram um grande tronco de pinheiro bloqueando o corredor à frente. Dois pés enormes que apareciam por baixo do tronco e alguém bufando alto denunciou a todos que Hagrid estava por trás dele.

Oi, Rúbeo quer ajuda? — perguntou Rony, metendo a cabeça por entre os ramos.

Não, estou bem, obrigado, Rony.

Você se importaria de sair do caminho? - ouviu-se a voz arrastada e seca de Draco atrás deles. — Está tentando ganhar uns trocadinhos, Weasley? Vai ver quer virar guarda-caça quando terminar Hogwarts. A cabana de Rúbeo deve parecer um palácio comparada ao que sua família está acostumada.

Rony avançou para Draco justamente na hora em que Snape subia as escadas. Rony agarrou a frente das vestes de Draco.

WEASLEY - bradou Snape

Ele foi provocado, Professor Snape— explicou Hagrid, deixando aparecer por trás da árvore a cara peluda. — Draco ofendeu a família dele.

— Seja por que for, brigar é contra o regulamento de Hogwarts, Hagrid— disse Snape insinuante. — Cinco pontos a menos para Grifinória, Weasley, e dê graças a Deus por não ser mais. Agora, vamos andando, todos vocês.

Draco, Crabbe e Goyle passaram pela árvore com brutalidade, espalhando folhas para todo lado com sorrisos nos rostos.

Eu pego ele— prometeu Rony, rilhando os dentes as costas de Draco —, um dia desses, eu pego ele.

Odeio os dois— pensou Harry

Draco e Snape?— perguntou Cali se aproximando de Harry

Adivinhou meus pensamentos— disse Harry olhando Draco se afastar

Vamos, ânimo, o Natal está aí— disse Hagrid — Vou lhes dizer o que vamos fazer, venham comigo ver o salão principal, está lindo.

Então acompanharam Hagrid e sua árvore até o salão principal, onde a Professora Minerva e o Professor Flitwick estavam trabalhando na decoração para o Natal.

Ah, Hagrid, a última árvore, ponha naquele canto ali, por favor.

O salão estava espetacular. Festões de azevinho e visco pendurados a toda à volta das paredes e nada menos que doze enormes árvores de Natal estavam dispostas pelo salão, umas cintilando com cristais de neve, outras iluminadas por centenas de velas.

Quantos dias ainda faltam até as férias?— perguntou Hagrid.

— Um— respondeu Hermione — Ah, isso me lembra: falta meia hora para o almoço, devíamos estar na biblioteca.

— Ih, é mesmo— disse Rony, despregando os olhos do Professor Flitwick, que fazia sair bolhas azuis da ponta da varinha e as levava para cima dos galhos da árvore que acabara de chegar.

Biblioteca?— espantou-se Hagrid, acompanhando-os para fora da sala — Na véspera das férias? Não estão estudando demais?

Ah, não estão estudando— respondeu Cali, animada. — Desde que você mencionou o Nicolau Flamel estão tentando descobrir quem ele é.

— Vocês o quê?— Hagrid parecia chocado. — Ouçam aqui: já disse a vocês, parem com isso. Não é da sua conta o que o cachorro está guardando.

Só queremos saber quem é Nicolau Flamel, só isso— falou Hermione.

— A não ser que você queira nos dizer e nos poupar o trabalho?— acrescentou Harry. — Já devemos ter consultado uns cem livros e não o encontramos em lugar nenhum. Que tal nos dar uma pista? Sei que já li o nome dele em algum lugar.

— Não digo uma palavra— respondeu Hagrid decidido.

Então vamos ter que descobrir sozinhos - disse Rony, e saíram depressa para a biblioteca, deixando Hagrid desapontado.

Andavam realmente procurando o nome de Flamel nos livros desde que Hagrid deixara escapá-lo, porque de que outra maneira iam descobrir o que Snape estava tentando roubar? O problema é que era muito difícil saber por onde começar, sem saber o que Flamel poderia ter feito para aparecer em um livro. Não se encontrava em Grandes sábios do século, nem em Nomes notáveis da mágica do nosso tempo, não era encontrável tampouco em Importantes descobertas modernas da mata nem em Um estudo aos avanços recentes na magia. E, é claro, havia também o tamanho da biblioteca em si, dezenas de milhares de livros, milhares de prateleiras, centenas de corredores estreitos. Hermione puxou uma lista de assuntos e títulos que decidira pesquisar enquanto Rony se dirigiu a uma carreira de livros e começou a tirá-los da prateleira aleatoriamente. Cali seguida de Harry vagaram até a Seção Reservada. Harry vinha pensando há algum tempo se Flamel não estaria ali. Infelizmente, o estudante precisava de um bilhete assinado por um professor para consultar qualquer livro reservado e ele sabia que nenhum jamais lhe daria o bilhete. Eram livros que continham poderosa magia negra jamais ensinada em Hogwarts e somente lida por alunos mais velhos que estudavam no curso avançado de Defesa Contra a Magia Negra.

O que é que vocês dois estão procurando?

Cali tentou inventar alguma coisa, mas Harry a interrompeu — Nada

Madame Pince, a bibliotecária, apontou um espanador de penas.

Então saiam daqui. Vamos, fora!

Desejando não ter interrompido Cali, Harry saiu da biblioteca. Ele e os outros já tinham concordado que era melhor não perguntar a Madame Pince onde poderiam encontrar Flamel. Tinham certeza de que ela saberia informar, mas não podiam arriscar que Snape ouvisse o que andavam tramando.

Em companhia de Cali, Harry esperou do lado de fora no corredor para saber se os outros dois tinham encontrado alguma coisa, mas não alimentava muitas esperanças. Afinal estavam procurando havia quinze dias, mas como só tinham breves momentos entre as aulas não era surpresa que não tivessem achado nada. O que realmente precisavam era de uma longa busca sem Madame Pince bafejar o pescoço deles.

Cinco minutos depois, Rony e Hermione se reuniram a eles balançando negativamente a cabeça. E foram almoçar.

Vocês vão continuar procurando enquanto eu estiver fora, não vão?— recomendou Hermione. — E me mandem uma coruja se encontrarem alguma coisa.

E você poderia perguntar aos seus pais se sabem quem é Flamel— disse Rony. — Não haveria perigo em perguntar a eles.

Nenhum perigo, os dois são dentistas.

Dentistas? São os que cuidam dos dentes das pessoas?— perguntou Cali

Exato

— Queria poder entender melhor o mundo trouxa — completou Cali

Uma vez começadas as férias, Rony e Harry estavam se divertindo à beça para se lembrar de Flamel. Tinham o dormitório só para eles, junto de Cali que os fazia companhia. E a sala comunal estava muito mais vazia do que o normal, por isso podiam usar as poltronas confortáveis ao pé da lareira. Sentavam-se a toda hora para comer tudo que pudessem espetar em um garfo de assar: pão, bolinhos, marshmallows e tramavam maneiras de fazer Draco ser expulso, o que se divertiam em discutir mesmo que não fosse produzir resultados. Rony também começou a ensinar Harry a jogar xadrez de bruxo. Era exatamente igual a xadrez de trouxa exceto que as peças eram vivas, o que fazia parecer que a pessoa estava dirigindo tropas em uma batalha. O jogo de Rony era muito velho e gasto como tudo o mais que possuía, pertencera em tempos a alguém da família, no caso, ao seu avô. No entanto, a velhice das peças não era um empecilho. Rony as conhecia tão bem que nunca tinha dificuldade de manda-las fazer o que ele queria. Harry jogava com peças que Simas Finnigan lhe emprestara e estas não confiavam nada nele. Ainda não era um bom jogador e elas não paravam de gritar conselhos variados, o que o confundia: 

"Não me mande para lá, não está vendo o cavalo dele? Mande ele, podemos nos dar ao luxo de perder ele”.

Na noite de Natal, os três foram para a cama pensando com ansiedade na comida e na diversão do dia seguinte, mas diferente de Rony, Harry e Cali não esperavam ganhar nenhum presente.

Quando acordou cedo na manhã seguinte, porém, a primeira coisa que viu foi uma pequena pilha de embrulhos ao pé de sua cama.

—Feliz natal - disse Fay Dunbar que também ficou em Hogwarts pois os pais viajaram para a Irlanda.

Ganhei presentes? - disse chocada

O que você esperava? Hoje é natal— ela disse sorrindo pulando de sua cama indo em direção aos seus presentes

Pegou um primeiro embrulho era pequeno e de cor esverdeada com um bilhete colado com fita adesiva. No bilhete as escritas eram iguais às do bilhete que veio junto do colar.

“Lynn o ganhou quando tinha a sua idade, cuide bem dele sua mãe o adorava. Combina com o colar”

Desembrulhou o pacote de formato quadrado pela pequena caixa dourada,

— Olha, é bonita— disse Fay olhando a caixa enquanto comia uma varinha de alcaçuz

Ao abrir tirou um bracelete de prata adornado com rubis e safiras.

Você vai usá-lo não vai?— Fay perguntou admirada

Eu não sei se vou usá-lo, nem ao menos sei quem me mandou

— Seja lá quem for, deve ser alguém muito importante, pensa bem são joias de sua mãe – ao acabar de falar Fay pegou o bracelete o colocando no braço de Cali, — Olha combina mesmo com o colar - concluiu sorrindo

Convencida em usar o bracelete, pegou um segundo pacote embrulhado num papel amarelo com escritas em cima. “Gostaria de ser um novo amigo seu, se você deixar é claro”

— Que fofo, quem quer ser seu novo amigo - Fay brincou

No canto do cartão estava escrito Crydence Smith.

— Não acredito Crydence Smith? O artilheiro da Lufa-Lufa? O garoto do terceiro ano?

— Uma pergunta de cada vez Fay, e sim esse garoto mesmo.

Abriu o pacote amarelo cheio de doces, — Que um desses para você?— Cali a ofereceu um sapo de chocolate.

Pegou outro embrulho rasgou o papel e encontrou um suéter tricotado com linha grossa cor-de-rosa e uma grande caixa de barras de chocolate feito em casa.

Tinha ainda mais um embrulho era da Hermione tinha um livro desconhecido parecia ser um livro trouxa, Hermione sempre a explicava como funcionava o outro mundo.

Esse suéter ficou grande em você— disse Fay a olhando dobrar as longas mangas

Gostei dele, e bem quentinho e confortável

— Esse rosa é um pouco bonitinho sim, mas poderia ser um pouco menor não acha, quem lhe deu?

Pegou o bilhete cor de creme escrito “Espero que tenha um feliz natal, Sra. Weasley”

— Aonde você vai? - perguntou Fay

— Ver os garotos

Subiu as escadas nem precisou bater na porta do dormitório Rony a abriu

Eu posso entrar?

— Claro

— Já abriram seus presentes?

— Sim, Harry ganhou uma capa da invisibilidade e.... esse suéter? - se interrompeu

— Parece que a senhora Weasley também lhe deu um presente - disse Harry segurando um pano brilhoso e prateado. Tinha uma textura estranha, parecia tecida com fios de água.

O que o Rony disse? Capa da invisibilidade?

— Sim Harry ganhou uma, mas não sabe de quem - Rony parecia mais empolgado do que Harry

Antes que pudesse dizer ou pensar qualquer outra coisa, Fred e Jorge Weasley entraram aos pulos. Harry rapidamente deu um sumiço na capa.

Feliz Natal!

Ei, olhe só, o Harry e a Cali ganharam suéteres Weasley também!

Fred e Jorge estavam usando suéteres azuis, um com um grande F, o outro com um J.

Mas os deles é melhor do que o nosso — comentou Fred, erguendo o suéter de Harry — Ela com certeza capricha mais se a pessoa não é da família.

Por que você não está usando o seu?— perguntou Jorge — Vamos, vista logo, eles são ótimos e quentes.

Detesto cor de tijolo— lamentou-se Rony, desanimado enquanto vestia o suéter.

Pelo menos você não tem uma letra no seu— comentou Jorge. — Ela deve pensar que você não esquece o seu nome. Mas nós não somos burros, sabemos que nos chamamos Jorge e Fred.

Que barulheira é essa?

Percy Weasley meteu a cabeça para dentro da porta, com um olhar de censura. Era visível que já desembrulhara metade dos seus presentes porque trazia também um suéter grosso pendurado no braço, que Fred logo agarrou.

M de monitor! Vista logo, Percy, todos estamos usando os nossos, até Harry e Cali ganharam um.

— Mas por que Calista está no dormitório dos meninos?

Sem obter resposta Fred e Jorge forçaram o suéter a entrar por sua cabeça entortando seus óculos.

Eu... Não... Quero— disse Percy com a voz embargada.

— E você hoje não vai se sentar com os monitores— disse Jorge.

Natal é uma festa da família.

E os dois carregaram Percy para fora do quarto, com os braços presos dos lados pelo suéter.

Quando foram almoçar no salão principal. Cem perus gordos assados, montanhas de batatas assadas e cozidas, travessas de salsichas, terrinas de ervilhas passadas na manteiga, molheiras com uva-do-monte em molho espesso e bem temperado e, a pequenos intervalos sobre a mesa, pilhas de bombinhas de bruxo. Harry puxou a ponta de uma bombinha de bruxo com Fred e ela não deu apenas um estalinho, ela explodiu com o ruído de um canhão e envolveu-os em uma nuvem de fumaça azul, enquanto caiam de dentro um chapéu de almirante e vários camundongos brancos, vivos. Na mesa principal, Dumbledore tinha trocado o chapéu de bruxo por um toucado florido e ria alegremente da piada que o Professor Flitwick acabara de ler para ele. Pudins de Natal flamejantes seguiram-se ao peru. Percy quase quebrou os dentes em uma foice de prata que estava escondida em sua fatia. Enquanto Hagrid seu rosto ficava cada vez mais vermelho à medida que pedia mais vinho e acabou beijando a bochecha da Professora Minerva, e quase para espanto dos alunos, rira e corara, o chapéu de bruxa enviesado na cabeça.

Quando finalmente saíram da mesa estava levando uma montanha de brinquedos das bombinhas, inclusive uma embalagem de balões luminosos e não explosivos, um kit para cultivar capixingui, a planta símbolo de Hogwarts, e um jogo de xadrez de bruxo. Os camundongos brancos tinham desaparecido provavelmente Madame Nor-r-ra teria um jantar.

Cali junto de Harry e os Weasley passaram uma tarde muito alegre ocupados em uma furiosa guerra de bolas de neve. Depois, frios, molhados e ofegantes, voltaram para junto da lareira na sala comunal de Grifinória, onde Harry estreou o seu novo jogo de xadrez perdendo espetacularmente para Rony. Suspeitou que não teria levado uma surra tão grande se Percy não tivesse tentado ajudá-lo tanto.

Depois de lancharem sanduíches de peru, bolinhos, gelatina e bolo de frutas, todos se sentiram demasiado fartos e sonolentos para fazer outra coisa senão sentar e assistir a Percy correr atrás de Fred e Jorge por toda a torre de Grifinória porque eles tinham furtado seu crachá de monitor.

Cali foi para seu dormitório Fay já se encontrava adormecida, deitada em sua cama observava o bracelete que pertenceu a sua mãe, logo adormeceu sonhou que caminhava pelo castelo, o caminho estava escuro mal conseguia ver para onde estava indo só sabia que precisava chegar, precisava encontrar alguma coisa.

Você podia ter me acordado— falou Rony, aborrecido no café da manhã, Harry contou sobre o espelho que encontrou na noite anterior.

— Você pode vir hoje à noite. Vou voltar, quero lhe mostrar o espelho.

Eu gostaria de ver sua mãe e seu pai— disse Rony, animado.

— E eu quero ver toda a sua família, todos os Weasley, você vai poder me mostrar os seus outros irmãos e todo o mundo.

— Você e Cali podem vê-los a qualquer hora. E só virem à minha casa neste verão.

— Em todo o caso, talvez o espelho só mostre gente morta. Mas é uma pena você não ter achado o Flamel. Coma um pouco de bacon ou outra coisa qualquer, por que é que você não está comendo nada? - Cali perguntou a Harry

Você está bem?— perguntou Rony — Está com uma cara tão estranha.

— Harry agora só está pensando em encontrar o espelho outra vez, não se importa mais em saber quem é esse Flamel e se Snape deseja roubar seja lá o que. - disse Cali enquanto tomava seu mingau favorito.

Harry ficou visivelmente constrangido era exatamente isso que se passava por sua mente.

Eu entendo você Harry, também não conheci meus pais.

— Ora, então por que você não vem? - perguntou Harry

Harry pode ter razão Cali, se ele viu os seus pais talvez você também veja os seus. - concordou Rony

Quando a noite chegou, a sala comunal estava deserta com a exceção de três figuras cobertas por uma capa da invisibilidade. Eles tiveram de andar muito mais devagar tentaram refazer o caminho de Harry ao sair da biblioteca, andando a esmo pelos corredores escuros durante quase uma hora.

Estou falando— disse Rony, — Vamos esquecer tudo e voltar.

Não!— sibilou Harry — Sei que é em algum lugar por aqui.

Passaram pelo fantasma de uma bruxa alta que deslizava na direção oposta, mas não viram mais ninguém. Na hora em que Rony começou a reclamar que seus pés estavam dormentes de frio, Harry identificou a armadura.

— É aqui... Logo aqui... É.

Eles empurraram a porta. Harry deixou cair a capa dos ombros e correu para o espelho.

Estão vendo?— Harry cochichou.

Não consigo ver nada.— disse Rony

Olhe! Olhe eles todos... Ali, montes deles... Minha família inteira 

Só vejo você Harry— comentou Cali

Olhem direito, vamos, fiquem aqui onde eu estou.— falou Harry ficando de lado para Rony e Cali ficaram diante ao espelho.

Só vejo a gente— murmurou Cali depois de encarar o espelho e sair deixando Rony diante ao espelho. Rony, porém, estava mirando a própria imagem, petrificado.

Olhe só para mim!— exclamou.

Você está vendo toda a sua família à sua volta?

Não Harry, estou sozinho, mas estou diferente... Pareço mais velho, e sou chefe dos monitores.

O quê?

Estou... Estou usando um crachá igual ao do Gui... E estou segurando a taça das casas e a taça de Quadribol, sou capitão do time de Quadribol também!— Rony despregou os olhos dessa visão magnífica para olhar excitado para os outros ao seu lado que nada entendiam.

Você acha que esse espelho mostra o futuro?

Como pode mostrar? A minha família está toda morta. Deixe-me dar outra espiada.

Você teve o espelho só para você a noite passada, me deixa olhar mais um pouco.

— Você só está segurando a taça de Quadribol, que interesse tem isso? Eu quero ver os meus pais.

Parem com isso— disse Cali entrando entre os dois que se empurravam, — Eu vou olhar o espelho agora.

Somente quando os reflexos dos garotos desapareceram do espelho conseguiu ver.

O que você está vendo?— perguntou Harry

É uma mulher... ela é loira.

— Sua mãe?

— Eu não sei, e.... tem alguém... um homem, eu me pareço muito com ele.

— Devem ser os seus pais - disse Harry, — Eles estão sorrindo? se abraçaram ao verem você? Meus pais fizeram isso.

— Não, não estão sorrindo ele está muito sério, e ela apenas me olha. Acho que são sim meus pais, por isso não estão sorrindo. - disse virando as costas para o espelho

— Mas por que seus pais não ficariam felizes?

Eu nem os conheci, talvez ela tenha razão eles devem ter mesmo me abandonado

Quem teria razão ao dizer algo assim? - perguntou Rony indignado

Umas garotas da Sonserina, Draco disse a elas sobre meus pais.

A simples menção do nome Draco foi o suficiente para deixar os meninos furiosos.

— Meninos esquecem isso, por que não continuam olhando o espelho.— reclamou Cali quando os dois ameaçaram acabar com Draco

Saia Rony, eu quero ver os meus pais— disse Harry

Não me empurre...

Um ruído repentino do lado de fora no corredor pós-fim à discussão dos dois. Não tinham se dado conta do como estavam falando alto.

Depressa!

Rony atirou a capa de volta para cobri-los na hora que os olhos luminosos de Madame Nor-r-ra apareceram à porta. Deixando os três imóveis que pensaram a mesma coisa, será que a capa fazia efeito para os gatos? Passado um tempo que pareceu uma eternidade, ela se virou e foi embora.

Isto é perigoso. Ela pode ter ido buscar o Filch, aposto que nos ouviu. Vamos. – Cali puxou os dois para fora do quarto.

A neve ainda não derretera na manhã seguinte.

Quer jogar xadrez, Harry?— convidou Rony.

Não.

Por que não descemos para visitar Rúbeo?

— Não... Vai você...

— Sei o que é que você está pensando, Harry, naquele espelho. Não volte lá hoje à noite.

— Por que não?

Não sei, estou com uma intuição ruim, e de qualquer forma você já escapou por um triz muitas vezes, demais. Filch, Snape e Madame Nor-r-ra estão andando por lá. E daí se eles não conseguem ver você? E se esbarrarem em você? E se você derrubar alguma coisa?

— Você está falando igual a Hermione - comentou Cali

— Estou falando sério Cali. Harry, não vai não.

Rony não vai detê-lo não é?— perguntou Cali quando o ruivo se afastou

Está lendo meus pensamentos?— brincou Harry

Acho que sim— cochichou para si mesma de alguma forma estava sim ouvindo os pensamentos de Harry.

Então você não vai tentar me impedir de ir até o espelho como o Rony está fazendo não é?

Não vou impedi-lo de nada, mas Harry alguém pode acabar te vendo

Cali passou o resto do dia na sala comunal junto dos gêmeos Weasley que assavam marshmallows na lareira.

Como assim Dumbledore viu você lá? O que ele fez?— Harry contou a Cali sobre a noite anterior  

Nada, apenas conversamos.

— Eu disse que alguém ia acabar vendo você

— Ele disse para que eu não voltasse a procurar o espelho.

— Rony tinha razão.

Dumbledore convencera Harry a não tornar a procurar o Espelho de Ojesed, e durante o resto das férias de Natal a capa da invisibilidade permaneceu guardada no fundo do baú. Harry não era o único que desejava esquecer o que tinha visto no espelho, Cali começou a ter pesadelos. Sonhava repetidamente com a mulher loira do espelho que desaparecia com um relâmpago de luz verde enquanto uma voz esganiçada gargalhava.

Harry e Cali comentaram com Rony sobre os seus sonhos, acharam muita suspeito os dois sonharem com a luz verde.  

Estão vendo? Dumbledore tinha razão, aquele espelho podia deixar Harry maluco— disse Rony.

Hermione, que voltou um dia antes do período letivo começar, viu as coisas de outro modo. Estava dilacerada entre o horror de pensar em Harry fora da cama, perambulando pela escola três noites seguidas ("E se Filch tivesse te apanhado!") e o desapontamento que ele não tivesse ao menos descoberto quem era Nicolau Flamel.

Quase perdera as esperanças de encontrar Flamel em um livro da biblioteca, embora Harry tivesse certeza de que lera o nome em algum lugar. Quando o novo período letivo começou, eles voltaram a folhear os livros durante os dez minutos de intervalo entre as aulas. Harry tinha ainda menos tempo do que os outros, porque o treino de Quadribol recomeçara.

Na sala comunal Hermione perdia feio do xadrez para Rony, observados por Cali que ria junto de Rony quando Hermione se irritava por cada peça que perdia enquanto Harry treinava quadribol.

Não fale comigo agora— pediu Rony quando Harry se sentou ao seu lado. — Preciso me concentrar.

— Ai, viu a cara do Harry. - disse Cali chamando a atenção de Rony, — Que aconteceu com você? Está com uma cara horrível.

Falando baixinho para ninguém mais ouvir, Harry contou o desejo sinistro e súbito de Snape de ser juiz de Quadribol.

— Não jogue— disse Hermione na mesma hora.

— Diga que está doente— aconselhou Rony.

— Finja que quebrou a perna— sugeriu Hermione.

— Quebre a perna de verdade— insistiu Rony.

Não posso fazer isso— disse Harry

Por que? - Rony estava indignado

Não temos apanhador de reserva. Se Harry fugir, Grifinória não vai poder jogar. - Cali o defendeu

Naquele momento, Neville entrou aos tombos na sala comunal. Como conseguira passar pelo buraco do retrato ninguém sabia, porque tinha as pernas grudadas pelo que eles imediatamente reconheceram ser o Feitiço da Perna Presa. Devia ter precisado andar aos pulos como um coelho até a torre de Grifinória. Todo o mundo caiu na gargalhada menos Hermione, que ficou em pé de um salto e fez o contra-feitiço. As pernas de Neville se separaram e ele se endireitou, tremendo.

Que aconteceu?— perguntou Hermione, ela e Cali o ajudaram a se sentar com Harry e Rony.

Malfoy — disse Neville com a voz trêmula. — Encontrei-o na saída da biblioteca. Ele disse que estava procurando alguém em quem praticar o feitiço.

Vá procurar a Professora Minerva!— insistiu Hermione. — Dê parte dele!

Neville sacudiu a cabeça.

Você tem de enfrentá-lo, Neville!— disse Rony. — Ele está acostumado a pisar nas pessoas, mas não há razão para você se deitar aos pés dele para facilitar.

— Não precisa me dizer que não sou bastante corajoso para pertencer a Grifinória. Draco já fez isso — disse Neville engasgado.

Harry apalpou o bolso de suas vestes e tirou um sapo de chocolate, o último da caixa que Hermione lhe dera no Natal. Deu-o a Neville, que estava com cara de quem ia chorar.

Você vale doze Dracos— disse Harry. — O Chapéu Seletor escolheu você para Grifinória, não foi? E onde está Draco? Naquela Sonserina nojenta.

A boca de Neville se contraiu num sorrisinho enquanto desembrulhava o sapo.

Obrigado, Harry. Acho que vou para a cama... Você quer o cartão, você coleciona, não é?

Quando Neville se afastou, Harry olhou para o cartão de Bruxo Famoso.

Dumbledore outra vez. Ele foi o primeiro que...— E soltou uma exclamação. Olhou para o verso do cartão. Em seguida olhou para os amigos.

Encontrei!— murmurou — Encontrei Flamel! Eu disse a vocês que tinha lido o nome dele em algum lugar. Li-o no trem a caminho daqui. Escutem só isso:

O Professor Dumbledore é particularmente famoso por ter derrotado Grindelwald, o bruxo das Trevas, em 1945, e ter descoberto os doze usos do sangue de dragão, e por desenvolver um trabalho de alquimia em parceria com Nicolau Flamel.

Hermione ficou em pé de um salto. Não parecia tão animada desde que eles tinham recebido as notas do primeiro dever de casa.

— Parece que encontramos uma pista sobre Nicolau Flamel— comentou Rony


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