A Herdeira do Lord das Trevas escrita por Triple Authors


Capítulo 6
Capítulo 6 - Quadribol




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No dia seguinte Draco não consegui acreditar em seus olhos quando viu que Harry e Rony continuavam em Hogwarts parecendo cansados, mas absolutamente felizes. Começaram a achar que o encontro com o cachorro de três cabeças fora uma excelente aventura e estavam prontos para outra. Entrementes Harry contou sobre o pacotinho que parecia ter sido levado de Gringotes para Hogwarts, e passaram muito tempo pensando no que poderia precisar de tanta proteção.

Ou é uma coisa realmente valiosa ou realmente perigosa— falou Rony

Ou as duas— acrescentou Harry.

Mas como só o que sabiam com certeza sobre o misterioso objeto era que media uns cinco centímetros de comprimento, não tinham muita possibilidade de adivinhar o seu conteúdo sem outras pistas.

Nem Neville nem Hermione mostraram o menor interesse pelo que estava sob os pés do cachorro e do alçapão. Neville só estava interessado em quando iria chegar perto do cachorro outra vez.

Hermione agora se recusava a falar, mas era uma menina tão mandona e metida a saber de tudo que eles encararam sua atitude como um prêmio.

Agora só o que realmente queriam era descobrir um jeito de se vingar do Draco, e para sua grande satisfação, a oportunidade chegou pelo correio mais ou menos uma semana depois.

Quando as corujas invadiram o salão como de costume, a atenção de todos foi atraída por um longo pacote carregado por seis corujonas que desceram planando largando o pacote diante de Harry derrubando o seu bacon no chão. Mal tinham se afastado quando outra coruja deixou cair uma carta em cima do pacote.

— Uma Nimbus 2000!— Rony gemeu de inveja. — Eu nunca nem pus a mão em uma.

— Não podem abrir aqui - exclamou Cali vendo Harry e Rony ameaçando rasgar o embrulho.

Vamos sair daqui — chamou Harry

Saíram depressa do salão, querendo desembrulhar a vassoura sozinhos antes da primeira aula, mas no meio do saguão de entrada encontraram o caminho barrado por Crabbe e Goyle. Draco tirou o pacote de Harry e apalpou-o.

É uma vassoura— falou, atirando-o de volta a Harry com uma expressão de inveja e despeito no rosto. — Você vai se ferrar desta vez, Potter, alunos do primeiro ano não podem ter vassouras.

Rony não conseguiu resistir. — Não é uma vassoura velha qualquer, é uma Nimbus 2000. Que foi que você disse que tem em casa, Draco, uma Comet 260?— Rony riu — A Comet enche os olhos, mas não tem a mesma classe da Nimbus.

— Que é que você entende disso Weasley? Você não poderia comprar nem a metade do cabo. Vai ver você e seus irmãos têm que economizar para comprar palha por palha.

Antes que Rony pudesse responder, o professor Flitwick apareceu ao lado de Draco.

Não estão brigando, espero— falou com voz esganiçada.

Potter recebeu uma vassoura, professor— disse Draco, depressa.

Eu sei— respondeu o professor Flitwick, abrindo um grande sorriso para Harry. – A Professora Minerva me falou das circunstâncias especiais, Potter. E qual é o modelo?

— Uma Nimbus 2000, professor— informou Harry, lutando para não rir da expressão horrorizada no rosto de Draco.

E, para falar a verdade, foi graças ao Draco aqui que Harry ganhou a vassoura. Se ele não tivesse o desafiado na aula de voo. - acrescentou Cali rindo para os garotos que subiram as escadas sufocando o riso diante da raiva e confusões visíveis de Draco.

É verdade— disse Harry, caindo na gargalhada, quando chegaram ao alto da escadaria de mármore. — Se ele não tivesse roubado o Lembrol do Neville eu não estaria no time.

Então suponho que você ache que ganhou um prêmio por desobedecer ao regulamento?— Ouviu-se uma voz zangada logo atrás deles. Hermione subia com passos decididos a escadaria, olhando com desaprovação para o pacote nas mãos de Harry.

Pensei que você não estava falando com eles— comentou Cali

— E, continue a não falar— falou Rony — está fazendo tanto bem a gente.

Hermione se afastou com o nariz empinado.

O dia seguinte era sábado, enquanto almoçava o professora McGonagall se aproximou da mesa da Grifinória. — Riddle— chamou sua atenção, — Sinto em informar mas hoje o professor Dumbledore terá um compromisso, vai conversar com a senhorita em outra ocasião.

— Tudo bem - disse e a professora voltou para a mesa dos professores

Na verdade se sentia aliviada com isso, ainda não entendia o que o diretor e ela tinham para conversar.

Na manhã do Dia das Bruxas eles acordaram com um delicioso cheiro de abóbora assada que se espalhava pelos corredores. E, o que era ainda melhor, o Professor Flitwick anunciou na aula de Feitiços que, em sua opinião, os alunos estavam prontos para começar a fazer objetos voarem, uma coisa que andavam morrendo de vontade de experimentar desde que viram o professor fazer o sapo de Neville sair voando pela sala. O Professor Flitwick dividiu a turma em pares para praticar enquanto Harry praticava com Simas, Rony praticava com Hermione o que era difícil dizer qual dos dois estavam mais aborrecidos, e Neville se juntou a Cali que não estava muito contente com isso.

Agora, não se esqueçam daquele movimento com o pulso que praticamos!— falou esganiçado o Professor Flitwick, como sempre empoleirado no alto da pilha de livros. — Gira e sacode, lembrem-se, gira e sacode. E digam as palavras mágicas corretamente, é muito importante, também, lembrem-se do bruxo Barrufo, que disse "s" em vez de "f" e quando viu estava no chão com um búfalo em cima do peito.

Era muito difícil. Harry e Simas giraram e sacudiram o pulso, mas a pena que deviam mandar para o alto continuava parada em cima da mesa. Simas ficou tão impaciente que a empurrou com a varinha e tocou fogo nela. Harry teve que apagar o fogo com o chapéu.

Ao lado da mesa de Harry, Neville sacudiu a varinha com tanta força que escorregou de sua mão voando em direção a Cali.

Ai — gemeu de dor apertando o nariz ouvindo Neville se desculpando diversas vezes. 

Rony na mesa ao lado, não estava tendo muita sorte. — Vingardium lenviosa— ordenou, sacudindo os braços compridos como pás de moinho.

Você está dizendo o feitiço errado— corrigiu Hermione aborrecida — É ving-gar-dium levi-o-sa é bem pronunciado e longo.

Diz você então, que é tão sabichona— retrucou Rony. Hermione enrolou as mangas das vestes, bateu a varinha e disse: — Vingardium leviosa— A pena se ergueu da mesa e pairou a mais de um metro acima da cabeça deles.

— Ah, muito bem!— exclamou o professor Flitwich, batendo palmas. — Pessoal, olhe aqui, a Hermione Granger conseguiu!

Rony estava de muito mau humor na altura em que a aula terminou.

Cali continuava a massagear o nariz que ardia com um pequeno corte. Saiu ao lado de Hermione que abraçava o livro e ouviu Rony reclamar.

Não admira que ninguém suporte ela— disse a Harry quando procuravam chegar ao corredor. — Francamente, ela é um pesadelo.

Hermione esbarrou em Harry ao passar. Harry viu seu rosto de relance e ficou assustado ao ver que ela estava chorando.

Ela ouviu o que você disse.— disse Cali se aproximando deles

— E daí!— mas pareceu meio sem graça. — Ela já deve ter reparado que não tem amigos.

Hermione não apareceu na aula seguinte e ninguém a viu a tarde inteira.

Cali conversava com Parvati e Lilá quando Harry e Rony passaram por elas.

— Parvati disse que Hermione está chorando no banheiro das meninas e queria que a deixassem em paz. - disse reparando que Rony estava visivelmente sem graça

Mas no momento seguinte entraram no salão principal, onde as decorações do Dia das Bruxas os garotos diferente de Cali tiraram Hermione de suas cabeças.

Mil morcegos vivos esvoaçavam nas paredes e no teto e outros mil mergulhavam sobre as mesas em nuvens negras e baixas, fazendo dançarem as velas dentro das abóboras. A comida apareceu de repente nos pratos de ouro, como acontecera no banquete de abertura das aulas.

Estavam se servindo de uma batata assada em casca quando o Professor Quirrell entrou correndo no salão, o turbante torto na cabeça e o terror estampado no rosto. Todos olharam quando ele se aproximou da cadeira de Dumbledore, escorou-se na mesa e ofegou.

— Trasgo... Nas masmorras... Achei que devia lhe dizer.— Em seguida desabou no chão desmaiado. Houve um alvoroço. Foi preciso explodirem várias bombinhas da ponta da varinha do Professor Dumbledore para as pessoas fazerem silêncio.

— Monitores— disse ele com voz grave e retumbante —, levem os alunos de suas casas de volta aos dormitórios, imediatamente!

Era com Percy mesmo. — Me acompanhem! Fiquem juntos, alunos do primeiro ano! Não precisam ter medo do trasgo se seguirem as minhas ordens! Agora fiquem bem atrás de mim. Abram caminho para os alunos do primeiro ano passarem! Com licença, sou o monitor!

Como é que um trasgo pode entrar?— perguntou Harry enquanto subiam a escadaria.

Não me pergunte, dizem que eles são bem burros— respondeu Rony — Vai ver o Pirraça deixou ele entrar para pregar uma peça no Dia das Bruxas.

Eles passaram por diferentes grupos de pessoas que se apressavam em diferentes direções. Enquanto lutavam para passar por um bolinho de alunos de Lufa-Lufa, de repente agarraram o braço de Rony e Harry.

A Hermione— era Cali ofegante

O que tem ela?— Harry perguntou

Ela não sabe que tem um trasgo aqui.

Rony mordeu o lábio.

Ah, está bem— falou ríspido. — Mas é melhor Percy não ver a gente.

Abaixando-se, eles se misturaram aos alunos da Lufa-Lufa que iam à direção contrária, escapuliram por um lado deserto do corredor e correram para os banheiros das meninas. Tinham acabado de virar um canto quando ouviram passos apressados atrás deles.

Percy!— sibilou Rony, puxando os outros dois para trás de um enorme grifo de pedra.

Espiando para os lados, no entanto, viram não Percy, mas Snape. Ele atravessou o corredor e desapareceu de vista.

Que é que ele está fazendo?— cochichou Harry, — Por que não está lá embaixo com os outros professores?

Não pergunte. - disse Cali recomeçando a andar seguida dos garotos.

O mais silenciosamente possível, eles se esgueiraram pelo próximo corredor nas pegadas de Snape.

Ele está indo para o terceiro andar— disse Harry, mas Rony levantou a mão.

Você está sentindo um cheiro?

Um fedor horrível invadiu suas narinas, uma mistura de meias velhas e banheiro público que parece que nunca é limpo.

E em seguida ouviram um grunhido baixo e passadas de pés gigantescos. Rony apontou no fim do corredor, à esquerda, alguma coisa enorme estava vindo em sentido contrário. Eles se encolheram no escuro e procuraram ver o que era quando a coisa passou por um trecho iluminado pelo luar. Era uma visão medonha. Quase quatro metros de altura, a pele cinzenta e baça, o corpanzil cheio de calombos como um pedregulho e uma cabecinha no alto, que mais parecia um coco. Tinha pernas curtas, grossas como um tronco de árvore e pés chatos e calosos. Segurava um enorme bastão de madeira, que arrastava pelo chão, porque seus braços eram compridíssimos. O trasgo parou próximo a uma porta e espiou para dentro. Abanou as longas orelhas, tentando fazer a cabeça minúscula pensar, depois entrou devagar na sala.

A chave está na porta— murmurou Harry — Podíamos trancá-lo lá dentro.

Boa idéia— concordou Rony, nervoso.

Os meninos se esgueiraram até a porta aberta, as bocas secas, rezando para o trasgo não resolver sair naquele instante. Com um grande salto, Harry conseguiu agarrar a chave, bater à porta e trancá-la seguramente. Nem ouvindo Cali protestar — Pronto!

Não podem fazer isso— Cali disse os parando quando começaram a correr de volta pelo corredor.

Por que?— Rony parou rudemente

— Por que?— repetiu sarcástica, — Porque aquele é o banheiro feminino— bradou os vendo encolher.

Então ouviram uma coisa que fez seus corações pararem, um grito alto e enregelante, e vinha do lugar que tinham acabado de trancar.

Ah, não— exclamou Rony, pálido como o barão Sangrento.

— Vêm do banheiro das meninas.

Hermione!— disseram juntos

Era a última coisa que queriam fazer, mas que escolha tinham? Dando meia-volta, correram até a porta e giraram a chave, atrapalhados de tanto pânico. Harry escancarou aporta e entraram correndo. Hermione estava encolhida contra a parede oposta, parecendo prestes a desmaiar. O trasgo avançava para ela, derrubando as pias que estavam na parede em seu caminho.

Distraiam ele!— Harry pediu desesperado e agarrando uma torneira, atirou-a com toda a força contra a parede.

O trasgo parou a um metro de Hermione. Virou-se com lentidão, piscando sem entender, procurou ver que barulho era aquele. Seus olhinhos malvados viram Harry. Ele hesitou, em seguida partiu para cima de Harry, erguendo o bastão. Mas se distraiu quando Cali o acertou bem na testa com um pedaço quebrado da pia o irritando.

Oi cabeça de ervilha!— berrou Rony do outro lado do banheiro, e atirou contra ele um cano de metal. O trasgo nem pareceu sentir o cano bater no seu ombro, mas ouviu o berro e parou outra vez, virando o focinho feio para Rony, e dando a Harry tempo para correr em volta dele.

Vamos, corra, corra!— Harry gritou para Hermione, tentando puxá-la na direção da porta, mas ela não conseguia se mexer continuava achatada contra a parede, a boca aberta de terror.

Tentando atravessar o banheiro para ajudar Harry com Hermione, Cali outra vez o tampou um destroço daquilo que já foi a pia, um grande erro pois o deixou furioso erguendo o bastão de madeira em sua direção.

Ei — gritou Rony chamando atenção do trasgo de foi em sua direção puxando o bastão que apenas esbarrou em Cali mas a menor força foi o suficiente para jogá-la contra a parede. 

Os gritos e os ecos pareciam estar deixando o trasgo enlouquecido. Ele rugiu de novo e avançou para Rony que estava mais perto e não tinha jeito de escapar.

Harry então fez uma coisa que era ao mesmo tempo muito corajosa e muito idiota tomou impulso e deu um salto conseguindo abraçar o pescoço do trasgo pelas costas. O trasgo não sentiu Harry pendurar-se ali, mas até um trasgo percebe quando se espeta um pedaço comprido de pau dentro da narina, e a varinha de Harry ainda estava na mão quando ele saltou e entrou direto na narina do trasgo. Urrando de dor, o trasgo se virou e brandiu o bastão, enquanto Harry continuava agarrado nele tentando escapar da morte, a qualquer instante, o trasgo ia arrancá-lo do pescoço ou dar-lhe uma tremenda porretada. Hermione afundara no chão de tanto medo, Cali tentava se levantar ainda cambaleava pela pancada atordoante. Rony puxou a própria varinha sem saber o que ia fazer, ouviu-se gritando o primeiro feitiço que e veio à cabeça: Vingardium leviosa!

Na mesma hora o bastão voou da mão do trasgo, ergueu-se no ar, foi subindo, subindo, virou-se lentamente e caiu, com um barulho feio, na cabeça do seu dono. O trasgo cambaleou e, em seguida, caiu de cara no chão, com um baque que fez o banheiro todo sacudir. Harry se levantou. Tremia sem fôlego. Rony continuava parado com a varinha no ar, espantado como que fizera. Foi Hermione quem falou primeiro.

Ele está... Morto?

Acho que não— respondeu Harry. — Acho que só perdeu os sentidos.

Ele se abaixou e puxou a varinha da narina do trasgo. Estava suja de uma coisa que parecia uma cola grumosa.

Eca... Meleca de trasgo.

E limpou a varinha nas calças do trasgo. De repente o barulho de portas batendo e passos pesados os fizeram erguer as cabeças. Não haviam percebido a confusão que tinham aprontado, mas com certeza alguém lá embaixo ouvira a pancadaria e os urros do trasgo. Um instante depois a Professora Minerva adentrou o banheiro, seguida de perto por Filch e Quirrell, que fechava a fila. Quirrell deu uma espiada no trasgo, soltou um gemidinho e sentou-se depressa em um vaso sanitário, apertando o peito. Filch debruçou-se sobre o trasgo. A Professora Minerva ficou olhando para Rony e Harry. Então apertou os olhos ao ver Cali ao canto do banheiro.

— O que é que vocês estavam pensando?— perguntou a Professora Minerva, com uma fúria reprimida na voz, Harry olhou para Rony, que continuava parado com a varinha no ar. — Vocês tiveram sorte de não serem mortos. Por que é que não estão no dormitório?

Filch lançou a Harry um olhar rápido e penetrante. Então se ouviu uma vozinha que veio das sombras.

— Por favor, Professora, Minerva, eles vieram me procurar.

— Senhorita Granger!

Hermione conseguira finalmente se levantar. — Sai procurando o trasgo porque achei que podia enfrentá-lo sozinha. Sabe, já li tudo sobre trasgos.

Rony deixou a varinha cair. Hermione Granger, contando uma mentira deslavada a um professor? — Se eles não tivessem me encontrado eu estaria morta agora. Harry enfiou a varinha na narina do trasgo e Rony derrubou ele com o próprio bastão. Não tiveram tempo de chamar ninguém. O trasgo ia acabar comigo quando eles chegaram.

Tentaram fingir que a história não era novidade para eles.

Bem... Nesse caso...— disse a Professora Minerva os encarando —, senhorita Granger, que bobagem, como pôde pensar em enfrentar um trasgo montanhês sozinha?

Hermione baixou a cabeça. Era a última pessoa do mundo que desobedeceria ao regulamento e ali estava fingindo que desobedecera, para tirá-los de uma enrascada. Era o mesmo que o Snape começar a distribuir balinhas.

Hermione Granger, Grifinória vai perder cinco pontos por isso— disse a Professora Minerva. — Estou muito desapontada. Se não estiver machucada é melhor ir embora para a torre de Grifinória. Os alunos estão acabando de festejar o Dia das Bruxas em suas casas.

Hermione se retirou.

A Professora Minerva virou-se para os outros três, — Bem, eu continuo achando que vocês tiveram sorte, mas não há muitos alunos do primeiro ano que pudessem enfrentar um trasgo montanhês adulto. Cada um de vocês ganha cinco pontos para Grifinória. O Professor Dumbledore será informado. Podem ir.

Eles saíram depressa do banheiro e não falaram nada até subirem dois andares. Foi um alivio se afastarem do fedor do trasgo, para não falar do resto.

Devíamos ter ganho mais de quinze pontos — resmungou Rony.

Dez, você quer dizer, depois de descontar os pontos que Hermione perdeu.— disse Cali

Foi legal ela ter-nos tirado do aperto— admitiu Rony — Mas não se esqueça, salvamos a vida dela.

Talvez ela não precisasse ser salva se vocês não tivessem trancado a coisa com ela— lembrou Cali.

Tinham chegado ao retrato da Mulher Gorda. — Focinho de porco— disseram e entraram.

A sala comunal estava cheia e barulhenta. Todo o mundo estava comendo o jantar que fora mandado para lá. Hermione, porém, estava parada sozinha do lado da porta, esperando por eles. Houve um silêncio constrangido. Depois, sem se olharem, todos disseram "Obrigado" e correram para apanhar os pratos.

Mas daquele momento em diante, Hermione Granger tornou-se amiga. Há coisas que não se pode fazer junto sem acabar gostando um do outro, e derrubar um trasgo montanhês de quase quatro metros de altura é uma dessas coisas.

Quando entrou novembro o tempo esfriou muito. As serras em torno da escola viraram cinza-gelo e o lago parecia metal congelado. Toda a manhã o chão se cobria de geada. Hagrid era visto das janelas dos andares superiores do castelo degelando vassouras no campo de Quadribol enrolado num casacão de pele de toupeira, com luvas de coelho e enormes botas de castor. Começara a temporada de Quadribol. Grifinória contra Sonserina. Se Grifinória ganhasse, subiria para o segundo lugar no campeonato das casas.

Quase ninguém vira Harry jogar porque Olívio decidira que, sendo uma arma secreta, a participação de Harry deveria ser mantida em segredo. Mas de alguma forma a notícia de que jogaria como apanhador vazara e Harry não sabia o que era pior se as pessoas dizerem que ele seria brilhante ou dizerem que iriam ficar correndo embaixo dele com um colchão.

Era realmente uma sorte que Harry agora tivesse Hermione como amiga. Não sabia como poderia ter dado conta dos deveres de casa sem ela, diante dos treinos de Quadribol convocados por Olívio à última hora. Ela também lhe emprestara o livro Quadribol através dos séculos, que acabara rendendo uma leitura muito interessante. Harry aprendera que havia setecentas maneiras de cometer faltas no Quadribol e que todas haviam ocorrido durante a copa mundial de 1473, que os apanhadores eram em geral os jogadores menores e mais velozes e que a maioria dos acidentes graves no Quadribol parecia acontecer com eles, que embora a pessoas raramente morressem jogando Quadribol, havia juízes que tinham desaparecido e reaparecido meses depois no deserto do Saara. Hermione tornara-se menos tensa com relação às inflações ao regulamento desde que foi salva o trasgo montanhês e se tornara uma pessoa mais simpática.

Na véspera da primeira partida de Quadribol de Harry, foram até a quadra congelada durante o intervalo das aulas, e ela fizera aparecer para eles um fogo azulado muito vivo que podia ser levado para toda parte em um frasco de geléia. Achavam-se parados de costas para o fogo, se esquentando, quando Snape atravessou o pátio. Repararam logo que Snape estava mancando. Se aproximaram mais para esconder o fogo com o corpo, tinham certeza de que era proibido. Infelizmente alguma coisa em suas caras culpadas atraiu a atenção de Snape. Ele veio mancando até onde eles estavam. Não vira o fogo, mas parecia estar procurando uma razão para ralhar com eles.

Que é que você tem aí, Potter?

Era O Quadribol através dos séculos. Harry mostrou-o.

Os livros da biblioteca não podem ser levados para fora da escola - falou Snape. — Me dê aqui. Menos cinco pontos para Grifinória.

— Ele acabou de inventar essa regra— murmurou Harry com raiva, enquanto Snape se afastava

— Que será que houve com a perna dele? - Cali perguntou o olhando se afastar mancando

Não sei, mas espero que esteja realmente doendo— falou Rony com azedume.

A sala comunal da Grifinória estava muito barulhenta aquela noite. Se sentaram junto a uma janela. Hermione verificava os deveres de Harry e Rony. Ela nunca os deixava copiar ("Como é que vocês vão aprender?'), mas ao lhe pedirem para ler os trabalhos, eles recebiam as respostas certas do mesmo jeito. Harry levantou-se e disse que pediria o livro de volta a Snape.

Antes você do que eu— responderam eles juntos,

Acho que Snape vai sim recusar a lhe devolver mesmo se houvesse outros professores ouvindo.— falou Cali

— Como sabia o que eu estava pensando?— Harry perguntou confuso estava pensando que Snape não recusaria a lhe devolver com os outros professores por perto.

Você acabou de falar

— Cali, o Harry não disse nada disso - Hermione falou

Mesmo assim não acho que Snape vai devolver - Cali mudou de assunto

Talvez ele me devolva— Harry ainda estava esperançoso. — Por que não vem comigo?

Harry junto de Cali foram a sala dos professores e Harry bateu à porta. Não obteve resposta. Bateu outra vez. Nada.

— Não acho que Snape tenha deixado o livro na sala

Como faz isso?— Harry estava confuso outra vez, — Esta adivinhando os meus pensamentos.

— Eu ouvi você dizendo isso - sorriu pela confusão

Mas eu não disse nada

Querendo fugir da conversa Harry entreabriu a porta e espiou para dentro e deparou com uma cena horrível.

Snape e Filch estavam lá dentro sozinhos. Snape segurava as vestes acima do joelho. Uma das pernas sangrava, lacerada. Filch entregava ataduras a Snape.

Droga— dizia Snape. — Como é que se pode ficar de olho em três cabeças ao mesmo tempo?

Harry tentou fechar a porta sem fazer barulho, mas...

Potter!— O rosto de Snape contorceu-se de fúria ao mesmo tempo em que ele largava as vestes para esconder a perna. Harry engoliu em seco.

Eu vim saber se o senhor poderia devolver o meu livro...

SAIA! SAIA!

Cali o puxou fechando a porta antes que Snape pudesse descontar algum ponto de Grifinória. E voltaram correndo para baixo.

Conseguiu?— perguntou Rony quando se reuniram

Que aconteceu?— Num murmúrio, Harry lhes contou o que vira.

Sabe o que isso significa?— terminou sem fôlego. — Ele tentou passar pelo cachorro de três cabeças no Dia das Bruxas! Era para lá que estava indo quando o vimos. Ele quer a coisa que o cachorro está guardando! E aposto a minha vassoura como ele deixou aquele trasgo entrar, para distrair a atenção de todos!

Os olhos de Hermione estavam arregalados.

Não. Ele não faria isso. Sei que ele não é muito simpático, mas não tentaria roubar uma coisa que Dumbledore estivesse guardando a sete chaves.

Sinceramente, Hermione, você pensa que todos os professores são santos ou coisa parecida— disse-lhe Rony com rispidez. — Concordo com Harry, acho que Snape faria qualquer coisa. Mas o que é que ele está procurando? O que é que o cachorro está guardando?

Cali junto de Hermione foram para o dormitório, Hermione não parecia estar muito interessada pelo caso de Snape, mas igual a Cali foi se deitar com a cabeça zunindo com aquela pergunta.

O dia seguinte amanheceu muito claro e frio. O salão principal estava impregnado com o cheiro delicioso de salsichas e com a conversa animada de todos que aguardavam ansiosos uma boa partida de Quadribol.

Você tem que comer alguma coisa. - dizia Cali

Não quero nada.— Harry estava ansioso

Só um pedacinho de torrada— tentou persuadi-lo Hermione.

Não estou com fome.

Harry, você precisa de energia— disse Simas Finnigan — Os apanhadores são sempre os que acabam aleijados pelo outro time.

Obrigado Simas — respondeu Harry, observando Simas amontoar ketchup sobre as salsichas.

Aí pelas onze horas a escola inteira parecia estar nas arquibancadas que cercavam o campo de Quadribol. Muitos estudantes tinham levado binóculos. Os lugares ficavam no alto, mas às vezes, ainda assim era difícil ver o que acontecia. Cali, Rony e Hermione se reuniram a Neville, Simas e Dino, o fã do time de segunda divisão na fileira do alto. Como uma surpresa para Harry eles tinham pintado uma grande bandeira em um dos lençóis que Perebas roera. Dizia: “Potter para Presidente” e Dino, que era bom em desenho, tinha pintado o grande leão de Grifinória embaixo. Depois Hermione apelara para um feiticinho para fazer a tinta brilhar multicolorida.

Madame Hooch era a juíza. Estava parada no meio da quadra esperando os dois times, de vassoura na mão. — Quero ver um jogo limpo meninos — disse quando estavam todos reunidos à sua volta. Ela parecia estar falando particularmente para o capitão de Sonserina, Marcos Flint um aluno do quinto ano. — Montem nas vassouras, por favor - Madame Hooch puxou um silvo forte no seu apito de prata.

Quinze vassouras se ergueram no ar. Fora dada a partida.

E a goles foi de pronto rebatida por Angelina Johnson de Grifinória que ótima artilheira é essa menina, e bonita, também.

JORDAN!

— Desculpe professora.

O amigo dos gêmeos Weasley, Lino Jordan, estava irradiando a partida, vigiado de perto pela Professora Minerva.

Ela está realmente jogando com força total, um passe lindo para Alicia Spinnet, um bom achado de Olívio Wood, no ano passado ficou no time de reserva, de volta a Johnson e... Não, Sonserina tomou a goles, o capitão de Sonserina rouba a goles e sai correndo. Marcos está voando como uma águia lá no alto, ele vai mar.. Não, foi impedido por uma excelente intervenção do goleiro de Grifinória, Olívio, e Grifinória fica com a goles, no lance a artilheira Cátia Bell de Grifinória, dá um belo mergulho em volta de Marcos e sobe pelo campo e... AI, essa deve ter doído, ela levou um balaço na nuca, perdeu a goles para Sonserina. Agora Adriano Pucey corre na direção do gol, mas é bloqueado por um segundo balaço arremessado por Fred ou Jorge Weasley, é difícil dizer qual dos dois em todo o caso uma boa jogada do batedor de Grifinória, e Johnson tem outra vez aposse da goles, o caminho está livre à sua frente e lá vai ela, realmente voando, desvia-se de um balaço veloz, as balizas estão à sua frente... Vamos agora, Angelina... O goleiro Bletchley mergulha, não chega a tempo... PONTO PARA GRIFINÓRIA!

A torcida de Grifinória enche de berros o ar frio, e a torcida de Sonserina, de lamentos.

Cheguem para lá, vamos.

Rúbeo!— Rony e Hermione se apertaram para abrir espaço para Hagrid se sentar com eles.

Estive assistindo da minha casa— disse Hagrid, indicando um grande binóculo pendurado ao pescoço. — Mas não é a mesma coisa que assistir no meio da multidão. Nem sinal do pomo ainda, não é?

Não— respondeu Rony. — Harry ainda não teve muito que fazer.

Pelo menos não se machucou, já é alguma coisa— disse Hagrid, levantando o binóculo e espiando o pontinho que era Harry lá no céu.

Quando Angelina marcou, Harry tinha feito um loops para extravasar a emoção. Agora voltara a procurar o pomo. — Sonserina de posse da goles— Lino Jordan continua narrando. — O artilheiro Pucey se desvia de dois balaços, dos dois Weasley, da artilheira Bell e voa para, esperem aí, será o pomo?

Correu um murmúrio pelas torcidas quando viram Adriano Pucey deixar cair a goles, ocupado demais em espiar por cima do ombro o lampejo dourado que passara por sua orelha esquerda.

Harry a viu. Tomado de grande agitação, mergulhou em direção ao rastro dourado. O apanhador de Sonserina, Terêncio Higgs, vira o pomo também. Cabeça a cabeça, eles se precipitaram em direção ao pomo, todos os artilheiros pareciam ter esquecido o que deveriam fazer, pararam no ar, para observar. Harry foi mais rápido que Terêncio, estava vendo a bolinha redonda, as asas batendo, disparando para o alto, imprimiu mais velocidade...

Ohhh!— Um rugido de raiva saiu da torcida de Grifinória em baixo. Marcos Flint tinha bloqueado Harry de propósito e a vassoura de Harry perdeu o rumo, Harry segurou-se para não cair.

Falta!— gritou a torcida de Grifinória.

Madame Hooch dirigiu-se aborrecida a Marcos e em seguida deu a Grifinória um lance livre diante das balizas. Mas na confusão, é claro, o pomo de ouro desaparecera de vista outra vez. Nas arquibancadas, Dino Thomas berrava. — Fora com ele, juíza! Cartão vermelho!

Isto não é futebol, Dino— lembrou Rony — Você não pode expulsar jogador de campo no Quadribol, e o que é um cartão vermelho?

Mas Hagrid ficou do lado de Dino. — Deviam mudar as regras, Marcos podia ter derrubado Harry no ar

Lino Jordan estava achando difícil se manter neutro. — Então, depois dessa desonestidade óbvia e repugnante.

Jordan!— ralhou a Professora Minerva.

Quero dizer, depois dessa falta clara e revoltante.

Jordan, estou lhe avisando...

Muito bem, muito bem. Marcos quase matou o apanhador da Grifinória, o que pode acontecer com qualquer um, tenho certeza, portanto uma penalidade a favor de Grifinória, Spinnet bate, para fora, sem problema, e continuamos o jogo, Grifinória ainda com a posse da bola.

Foi quando Harry se desviou de mais um balaço, que passou com perigoso efeito ao lado de sua cabeça, que a coisa aconteceu. Sua vassoura deu uma perigosa e repentina guinada. Por uma fração de segundo ele achou que ia cair. Segurou a vassoura com firmeza com as duas mãos e os joelhos. Nunca sentira nada parecido antes. Aconteceu outra vez. Era como se a vassoura estivesse tentando derrubá- lo. Mas uma Nimbus 2000 não decidia de repente derrubar seu cavaleiro. Harry tentou voltar em direção às balizas de Grifinória, tencionava avisar Olívio para pedir tempo, e então percebeu que a vassoura se descontrolara. Não conseguia virá-la. Mas conseguia dirigi-la. Ela ziguezagueava pelo ar e de vez em quando fazia movimentos bruscos que quase o desequilibravam. Lino ainda comentava.

— Sonserina ainda com a posse, Marcos com a goles, passa por Spinnet, por Bell... Atingido no rosto com força por um balaço, espero que tenha quebrado o nariz, é brincadeira, professora, Sonserina marca. Ah, não!

A torcida da Sonserina vibrava. Ninguém parecia ter notado que a vassoura de Harry estava se comportando de maneira estranha. Carregava-o lentamente cada vez mais alto, afastando-se do jogo, dando guinadas e corcoveando pelo caminho.

Não sei o que Harry acha que está fazendo— resmungou Hagrid. E espiou pelo binóculo. — Se eu não entendesse da coisa, eu diria que perdeu o controle da vassoura... Mas não pode ser....

De repente, as pessoas em todas as arquibancadas estavam apontando para Harry no alto. Sua vassoura começara a jogar para um lado e para o outro, e ele mal conseguia se segurar. Então a multidão gritou. A vassoura dera uma guinada violenta e Harry desmontara. Estava agora pendurado, aguentando-se apenas com uma mão.

Será que aconteceu alguma coisa à vassoura quando Marcos o bloqueou?— cochichou Simas.

Não pode ser— respondeu Hagrid, a voz trêmula. — Nada pode interferir com uma vassoura a não ser uma magia negra muito poderosa, nenhum garoto poderia fazer isso com uma Nimbus 2000.

Ao ouvir isso, Hermione agarrou o binóculo de Hagrid, mas ao invés de olhar para Harry no alto, começou a espiar agitadíssima para a multidão.

Que é que você está fazendo?— gemeu Rony, o rosto branco.

Eu sabia!— exclamou Hermione. — Snape. Olhe.

Rony e Cali juntos agarraram o binóculo, Snape estava no centro das arquibancadas do lado oposto. Tinha os olhos fixos em Harry e movia os lábios sem parar.

— Ele está fazendo alguma coisa, ele está azarando a vassoura.— disse Hermione.

— Que vamos fazer? - perguntou Cali ainda olhando pelo binóculo

— Deixem comigo.

Antes que pudessem dizer mais nada, Hermione desapareceu. Rony se juntou com Cali no binóculo tornaram a apontar o binóculo para Harry. A vassoura vibrava com tanta força, que era quase impossível Harry se aguentar por muito mais tempo. A multidão se levantara, acompanhara com os olhos, aterrorizada, os gêmeos Weasley voaram para tentar transferir Harry a salvo para uma de suas vassouras, mas não adiantou, toda vez que se aproximavam dele, a vassoura subia mais alto. Mantiveram-se em um nível mais baixo fazendo círculos sob Harry, obviamente na esperança de apará-lo se caísse... Marcos Flint apoderou-se da goles e marcou cinco vezes sem ninguém reparar.

Anda logo, Hermione— murmurou Rony desesperado.

Hermione abrira caminho até a arquibancada onde estava Snape e agora corria pela fileira atrás dele, nem parou para pedir desculpas quando derrubou o Professor Quirrell de cabeça na fileira da frente Ao chegar perto de Snape, ela se agachou puxou a varinha e disse algumas palavras bem escolhidas. Chamas vivas e azuladas saíram de sua varinha para a barra das vestes de Snape. Levou talvez uns trinta segundos para Snape perceber que estava em chamas. Um grito súbito confirmou que Hermione conseguira o seu intento. Recolhendo o fogo num frasquinho que trazia no bolso ela retrocedeu depressa pela mesma fileira. Snape nunca saberia o que acontecera.

Foi o suficiente. No alto, Harry conseguiu de repente voltar a montar a vassoura.

Neville, pode olhar!— disse Rony. Neville passara os últimos cinco minutos soluçando no casaco de Hagrid.

Harry estava voando rápido de volta ao chão quando a multidão o viu levar a mão à boca como se fosse vomitar, ele pousou no campo de gatas, tossiu e uma coisa dourada caiu em sua mão.

— Apanhei o pomo!— gritou, mostrando-o no alto, e o jogo terminou na mais completa confusão.

Ele não agarrou o pomo, ele quase o engoliu— continuava a esbravejar Flint vinte minutos depois, mas não fez diferença, Harry não infringira nenhuma regra e Lino Jordan continuava a gritar alegremente o resultado, Grifinória ganhara por cento e setenta pontos a sessenta.

Após o jogo Hagrid lhe preparava no casebre uma xícara de chá forte, em companhia de Cali, Rony e Hermione.

Foi Snape— explicou Rony — as meninas e eu vimos. Ele estava azarando a sua vassoura, murmurando, não despregava os olhos de você.

Bobagens - disse Hagrid, que não ouvira uma única palavra do que se passara ao seu lado nas arquibancadas. — Por que Snape faria uma coisa dessas?

As crianças de entreolharam imaginando o que lhe contar Harry decidiu contar a verdade.

— Descobri uma coisa— falou a Hagrid. — Ele tentou passar pelo cachorro de três cabeças no Dia das Bruxas. Levou uma mordida. Achamos que estava tentando roubar o que o cachorro está guardando.

Hagrid deixou cair o bule de chá. — Como é que vocês sabem da existência do Fofo?

Fofo?— perguntou Cali depois de se esquivar do liquido que espirrou do bule quebrado

— É... É meu... Comprei-o de um grego que conheci num bar no ano passado. Emprestei-o a Dumbledore para guardar o...

— O quê?— perguntou Harry ansioso.

Não me pergunte mais nada— retrucou Hagrid com impaciência. — É segredo.

Mas Snape está tentando roubá-lo.

— Bobagens— repetiu Hagrid. — Snape é professor de Hogwarts, não faria uma coisa dessas.

Então por que ele tentou matar Harry?— perguntou Hermione. Os acontecimentos daquela tarde sem dúvida tinham mudado a opinião dela sobre Snape. — Eu conheço uma azaração quando vejo uma, Rúbeo, já li tudo sobre o assunto! A pessoa precisa manter contato visual e Snape nem ao menos piscava, eu vi!

Estou dizendo que vocês estão enganados!— falou Hagrid com veemência. — Não sei por que a vassoura de Harry estava agindo daquela forma, mas Snape não iria tentar matar um aluno! Agora, escutem bem os quatro: vocês estão se metendo em coisas que não são de sua conta. Isto é perigoso. Esqueçam aquele cachorro e esqueçam o que ele está guardando, isto é coisa do Professor Dumbledore com o Nicolau Flamel...

— Ah-ah!— exclamou Harry, — Então tem alguém chamado Nicolau Flamel metido na jogada, é?

Hagrid parecia furioso consigo mesmo. 

 


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