Três semanas depois, Canadá.

— Argh cansei! - a loira exclamou cravando a faca no tronco da árvore, ofegante. Os outros mais atrás aproveitaram para respirar fundo enquanto davam uma pausa. Os olhos azuis dela encararam o céu coberto pelas folhas, bufou fechando-os - Parece que nunca acaba. 

— Já estamos perto Ino. - Hinata bateu levemente no ombro dela, parando ao lado. 

— Você já está dizendo isso há um tempo...

— Então não me faça repetir, vamos. - empurrou-a com a mão nas costas dela, fazendo-a puxar a faca e continuar a subir pela inclinada trilha de terra. 

— Ser normal é mais horrível do que eu pensava. - Temari murmurou seguindo-as, o irmão a encarou. 

— Nós realmente deveríamos fazer mais treinamentos assim hein? - provocou-a o ruivo. Ela bufou o ignorando - Eu estou falando sério, esse tipo de treinamento fortalece bastante. 

— Eu ficaria mais forte jogando você na montanha vizinha com uma rajada de vento, mas seria difícil encontrar um substituto no seu nível a tempo. - ela suspirou fingindo decepção. 

— O seu sarcasmo me encanta minha amada irmã. - Gaara sorriu passando o braço pelo pescoço dela e a puxando para um desajeitado abraço lateral. 

— Cuidado por que pode não ser sarcasmo... - ela o abraçou de volta sorrindo - Meu querido e mais novo irmãozinho. - bagunçou os cabelos vermelhos dele, fazendo-o rir.

— Interessante o relacionamento bizarro e ameaçador de vocês, principalmente por causa do humor negro de Temari, mas vocês poderiam andar mais rápido? - Sai reclamou atrás deles. 

— Por que você não tenta desenhar um pássaro e passar voando por cima de nós? Ah não espere, não podemos usar os poderes aqui? - Gaara o olhou por cima do ombro irônico. 

— Só cale a boca Sai, estamos todos estressados para atura-lo agora. - Temari retrucou junto. 

— He? Eles não estão muito sensíveis? - Sai sussurrou para Shikamaru, que assentiu. 

— Em algo eles tinham que ser parecidos hun. 

— Parem de brigar ai atrás por que já estamos aqui. - Ino anunciou lá de cima, ao subir o pequeno lance degraus de pedra.

— Finalmente! - os dois irmãos disseram juntos ao avistar o templo de estilo japonês. 

— Eles são bem mais parecidos afinal. - Shikamaru acenou com a cabeça olhando-os, também parando em frente a construção. Ele puxou a carteira de cigarros do bolso e acendeu um, pondo-o na boca - Cansei... 

— Eles estão lá dentro? - Hinata questionou-se olhando ao redor. 

— Daquele lugar caindo aos pedaços? - Sai perguntou indicando o templo - Isso pode cair a qualquer momento.  

— Não julgue pelas aparências idiota. - Gaara disse ao estapeá-lo na nuca.

— Já fazia algum tempo que não ia a um lugar assim. - Ino retirou a mochila das costas, pondo-a no chão. 

— Não estou muito afim de entrar, vou ficar aqui fora. - Temari se sentou em uma das rochas. 

— Por quê? - Sai perguntou novamente, fazendo Gaara querer bater nele de novo, mas não podia já que ele ainda alisava o lugar atingido. 

— Como você não venho de uma família tradicional de Descendentes como os Hyuuga ou os Sabuko No, você não deve ter tido muito contato com a nossa historia certo? - Shikamaru tragou o cigarro ao vê-lo acenar positivamente. 

— Eu sei o por que se ser assim, ou seja, o mais importante. 

— Ignorante. - Hinata reclamou suspirando - Me deixe te explicar algo... - ela o puxou pelo braço, fazendo-o encarar o tempo - Um templo é algo sagrado, tanto para aqueles que não são descendentes, como para aqueles que são. Esse na sua frente, tem mais de quinhentos anos e nele está toda historia que aconteceu durante todo esse tempo. 

— Esse lugar? - ele questionou incrédulo. 

— Para nós Descendentes, eles são todo o nosso conhecimento e historia, tudo que sabemos até hoje é por causa deles. E o que ainda não descobrimos também é responsabilidade deles. - continuou Gaara. 

— Os templos são lugares envolvidos em antigas magias, construídos em terras abençoadas. Quando uma pessoa comum os encontra, só se é possível ver o que você está vendo agora, um lugar prestes a desabar. - Ino pousou a mão no ombro de Sai - Mas quando nós, os destinatários originais adentramos a barreira, podemos ver sua verdadeira forma. - ela o conduziu para mais a frente, fazendo-o passar pelos símbolos nas pedras. 

O vento soprou forte fazendo os longos cabelos loiros voarem. Era como se a construção em estilo japonês tradicional estivesse renovada, as árvores e plantas ao redor estavam mais verdes. Tudo tinha mudado drasticamente. 

— Quando se entra em um templo ele lhe mostra a sua historia e talvez o que você queria saber, ele lhe dirá o que achar melhor. - Hinata disse passando por eles - Agora você está em chão sagrado, tome cuidado com as palavras e perguntas, tudo aqui tem vida própria. 

— Tente não ser enxotado pelas árvores. - Gaara a seguiu para adentrar as portas que se abriram com a aproximação deles. 

Sai continuou a olhar ao redor, sentindo a energia do lugar completamente diferente. 

— Vamos, você deveria ver isso. - Ino o puxou seguindo os outros, deixando Temari e Shikamaru para trás. 

< Algumas horas antes > 

— Apesar de termos começado de forma semelhante, todos tivemos um caminho diferente a escolher. - Tsunade disse indicando a escadaria que se partia ao meio - Mas nós particularmente temos tendencia a optar pelo o que mais nós atrai. - ela continuou a descer os degraus, seguindo pela esquerda - Como outros dos Descendentes, os Senju são uma família tradicional, desde pequenos conhecemos e apreciamos nossa historia, repassando-a ao filhos e netos...

Sakura observou os vaga-lumes que iluminavam o lugar escurecido, acompanhando-a. Os cabelos rosas pareciam maiores do que antes, pendendo por seus ombros até a cintura.

— No entanto também existem aqueles que nasceram em famílias comuns, como você já sabe, estes são aqueles que... 

— Tem o sangue puro como de um Descendente de uma família tradicional, mas que não participaram da trajetória original, por isso são chamados de Descendentes fora da historia. - Sakura continuou a frase - Como sou um deles, é mais do que o meu dever saber. 

— Ótimo. - Tsunade acenou com a cabeça. Elas finalmente pararam de descer a escadaria e seguiram por um corredor, repleto de portas e passagens - Tenho que admitir, quando lhe vi pela primeira vez, realmente pensei que tinha uma parente que não conhecia. Uma filha desconhecida talvez. 

— Eu lembro. - Sakura sorriu se recordando. 

— Você realmente se parece comigo quando eu era mais nova garota! Podia não parecer, mas durante aqueles cindo dias fiquei seriamente assustada sobre ter tido uma filha de dezesseis anos sem nem saber. - Tsunade deu de ombros parando em frente a uma das portas duplas, que se abriram deixando-as entrar - Só que no fim das contas, felizmente, você é uma Haruno mesmo no fim das contas. 

— Felizmente? 

— Ainda sou muito nova. - Tsunade a encarou por cima do ombro, como se disse algo obvio. Sakura riu irônica, a loira só aparentava ser nova. 

— Onde estamos? - ela perguntou notando a paisagem da sala, completamente lotada de verde, flores e cores naturais. 

— Está é a sala onde as mais antigas e poderosas árvores e plantas renascem todos os anos. - a loira a guiou pelos caminhos de pedra até o centro da sala, onde uma grande Shidarezakura estava, os galhos caiam com as flores todas abertas e vividas - Durante um tempo até aqui, eu vim vagando por esse templo, só que somente recentemente eu consegui chegar até essa sala. 

Os olhos verdes de Sakura brilharam encarando a árvore, ela se aproximou, esticando uma das mãos, onde uma singela flor pousou. 

— Aqueles velhotes dos anciões nunca desceram para um andar tão baixo como esse que estamos agora, eles não conhecem todos acontecimentos, por isso eu a disse para não confiar nas palavras deles. Os anciões não conheciam a sua historia, por isso lhe contaram um antigo presságio. 

— Na época eles citaram algo sobre isso... 

— "Uma criança sem origem surgirá, ela carregará o nosso nome, mas não saberá o seu próprio. A criança crescerá em meio aos normais, porém morrerá cedo e com sua morte a guerra entre os guardiões será traga." - Tsunade citou as antigas palavras sorrindo levemente - Se o templo os contou isso, realmente acontecerá, mas essa não é você Sakura. - ela se afastou para um canto da sala, enquanto a outra ainda estava distraída com a árvore. 

— E com sua morte a guerra entre os guardiões será traga... - Sakura repetiu para si mesma.  

 - Quando descobri essa sala, isto me foi mostrado. - a loira estendeu o grande tecido enrolado. Sakura deixou a flor cair no pequeno lago que rodeava o Shidarezakura, voltando-se a ela, pegou o objeto e o abriu, revelando uma pintura. 

As íris verdes se encheram de lágrimas. Na tela uma mulher de pele branca e olhos fechados estava no topo, os longos fios rosados dela desciam transformando-se em uma árvore de Sakura. Em um puro misto de rosa das flores abertas. 

Ela nunca tinha visto algo como aquilo, entretanto desde o momento que havia adentrado a sala, algo a tomou. E sem nem saber por que, seus olhos alagaram-se ao ver a pintura. 

— Não tinha certeza de nada, contudo a reação do seu corpo já comprova tudo... 

— O que isso quer dizer? 

— Está é a sua origem. - Tsunade sorriu para ela, ao nota-la a encarar ansiosa - Você é Descendente da própria árvore de cerejeira, não é atoa que seus cabelos são tão rosas, você não nasceu no período do Hanami por acaso e seu nome tinha que ser esse desde o incio. Sua mãe não teve um sonho sobre o seu nascimento, ela recebeu um sinal sobre a sua vinda. 

— Eu finalmente descobri quem eu sou? - as lágrimas rolaram pelo rosto dela, que ainda não acreditava. 

Depois de descobrir que era uma Descendente seu mundo havia caído, e tudo de lá, até o momento, nunca tinha feito sentindo. Mas agora tudo parecia se encaixar, ela estava se encaixando. 

— Eu finalmente descobri quem eu sou. 

< Presente > 

— Por que não entrou? - Shikamaru perguntou se sentando no gramado, encostando-se no outro lado da pedra que a loira estava sentada. 

— A historia do clã Sabuko No é repleta de ódio e sentimentos intensos, nem sempre consigo lidar com o nosso sangue. - ela suspirou jogando a cabeça para trás, apreciando o barulho da natureza - Já Gaara é tão intenso quanto, por isso ele consegue absorver tudo sem ser influenciado... E você? 

— Durante meus descansos, eu aprendi que nem sempre devemos saber das coisas e no nosso mundo, tudo insiste em mostrar o que as vezes é melhor não ser mostrado. Os templos revelam algo da nossa historia quando os visitamos, da última vez eu não gostei nada do que me foi destinado... por isso não vou entrar por enquanto. 

Temari o encarou de escanteio, sabendo do que ele estava falando. 

— Algo só acontece quando realmente acreditamos nisso.

— Eu não acreditei, mas aparentemente, alguém acreditou mais do que deveria...

Ela passou a linguá pelos lábios ficando com raiva. 

— Eu também acreditava em outras coisa Shikamaru, e nessas coisas, eu não estava sozinha. 

Ele ergueu a cabeça retirando o cigarro da boca e a olhou debaixo, soprando a fumaça.

— Realmente odeio fumar. - murmurou. 

Ela bufou revirando os olhos verdes e olhou em outra direção, ignorando-o. Sempre que algo estava seguindo um caminho, ele dava um jeito de mudar a direção.

Hinata pegou a concha de madeira, enchendo-a na pequena fonte no centro do salão e bebeu da água, de uma vez só. Ela fechou os olhos respirando fundo e passou o objeto para Gaara, que estava atrás dela na fila, o ruivo repetiu o ato. 

— Então vocês finalmente chegaram. - Neji disse ao sair de dentre um dos corredores - Prima. 

— Primo. - Hinata juntou ambas as mãos as dele e os dois acenaram com a cabeça, em um cumprimento mais intimo - Como você está? E os outros? 

— Eu estou bem assim como os outros, mas todos estão com saudades. - ele sorriu levemente - Espero que tenha muito para contar quando retornar. 

— Os ursos do Alasca são adoráveis. 

— Hanabi amará suas mentiras da neve. 

— Tenho certeza. - os dois riram juntos, divertidos. 

— Por que vocês parecem ser de outro mundo? - Gaara se perguntou ao encara-los. 

— Você é o único com cabelos de fogo aqui ruivo. - Neji provocou se aproximando dele, os dois bateram as mãos sorrindo. 

— Ah quanto tempo hun? 

— Nem me fale. 

— Ele está cada dia mais parecido com a Hinata, daqui a pouco podem se tornar irmãs. - Ino se aproximou dando-o um abraço em seguida. 

— Só quando você parar de fingir ser boazinha loira. 

— Eu sou boazinha. 

— Nós todos fingimos que isso é verdade. - ele colocou as mãos nos ombros dela, a fazendo sorrir contra gosto - Quem é aquela cópia ali? - Neji indicou Sai, que franziu o senho. 

— Eles se parecem não é? - Ino riu anasalado - Este é Sai, um canadense conhecido, o novo membro da equipe.

— Ah sim, seja bem-vindo branquelo. - ele acenou para o outro, que respondeu com um balançar de cabeça.

— Onde está a Sakura? 

— Não tenho certeza, logo estará por aqui... vamos queimar algumas ervas antes de irmos? Acabei me distraindo quando cheguei, deveríamos fazer isso como agradecimento pelo templo ter nós permitido nos reencontrar aqui. 

— Isso será bom. - Gaara disse adentrando mais o lugar. 

— Como foi o treinamento? Conseguiu fazer alguma coisa de útil? - a loira de olhos azuis falou debochada jogando a lata. 

— Mais do que você faria em três anos. - ela respondeu pegando a bebida com uma das mãos. 

— Agora falando sério, seu corpo melhorou mesmo certo? - Ino disse se sentando ao lado dela, no banco. 

— Sim porca, durante essas três semanas Tsunade me ensinou a controlar minha nova força, e Ino, desculpe dizer, mas você perderia com um peteleco agora. 

— Não comesse a se achar demais testuda, depois vamos testar essas suas novas habilidades. - as duas abriram as latas provando-as.

— Uh, isso é bom. - Sakura arfou aliviada, apreciando o gosto da cerveja canadense. 

— Você é alcoólatra não importando a nacionalidade hein? - Ino a provocou estreitando os olhos azuis - Sério, pare com essa vida, você é médica.

— Eu deveria pôr fogo naquele diploma. - ela balançou a lata devagar para ouvir o som do liquido balançando - A faculdade de medicina foi um verdadeiro inferno. - um pequeno sorriso surgiu no rosto dela, Ino inclinou a cabeça a olhando desconfiada. 

— E por que está sorrindo então? 

— Apesar disso, temos ótimas memorias daquela época. - Ino arfou surpresa com a resposta. 

— Ela deve estar louca de vez. - murmurou não acreditando. Sakura nunca era tão bem humorada ou sorria por motivos como aquele.

— Ah, foi nesse tempo que você me traiu não foi? Que bela de uma amiga você é hein porquinha. - ela riu anasalado cutucando a loira com o cotovelo. 

— Pensei que você já tinha certa intolerância, mas não pode ser, você está bêbada? 

— Estou perfeitamente sóbria Ino. 

— Eu não acredito. - Ino puxou levemente o rosto dela, conferindo a coloração - Nem está vermelha como normalmente, então por que...

— Eu disse, estou sóbria porca. 

— Não está xingando, reclamando, murmurando, xingando, irritada, quebrando as coisas, ou xingando, então como você pode estar sóbria? 

— Você disse xingando três vezes. - Sakura a encarou tranquila. 

— É por que você realmente faz isso muitas vezes. - deu de ombros - O que houve Sakura? 

— Sabe, hoje eu descobri algumas coisas e isso me deixou incrivelmente mais leve. 

—  O quê? Por acaso os cabelos do Sasuke estão caindo e ele tá calvo? Ou ele quebrou algum dente e terá que usar dentadura? 

— Isso alegraria meu dia com certeza, mas dessa vez, não tem haver com ninguém. Só comigo mesma e estou ótima com isso. - Sakura acenou com a cabeça, apreciando a calmaria que estava sentindo. 

— Bom, eu não sei o que foi, mas estou adorando, você deveria fumar essa erva mais vezes. - Sakura riu aceitando o brinde de Ino, as duas beberam de uma vez, terminando as cervejas. 

— Aproposito, por que chegaram mais cedo? Vocês não viriam só daqui uma semana? 

— Eh, sim. - Ino desviou os olhos azuis para a vista a frente, mordendo o lábio inferior - Recebi algumas informações e achei que você deveria ficar sabendo logo. 

Sakura se manteve em silêncio, esperando-a continuar. 

— Hun, algo deu errado nos Estados Unidos. 

— Em Estados Unidos? - ela franziu o senho para a outra, analisando o que ela havia dito - Aquele assunto? 

— Sim, acho que estão precisando de reforços.

— Não Ino, eu deixei isso nas mãos de Naruto. - Sakura amaçou a latinha com as duas mãos, de uma ponta a outra - Não vou me envolver. 

— Achei que você diria isso, mas por que você mandou reunir toda a equipe se nem mesmo quer se envolver nisso? 

— Eu vou alertar a todos sobre o que eu sei e talvez se no fim dessa outra confusão, que inclusive já tem quem cuide, ficarmos sabendo de algo que deveríamos nos envolver, nós iremos. - Sakura disse séria, ajeitando o cabelo em um coque - Foi por isso que reuni a equipe. 

— Sakura por que você está tão relutante? 

— Não estou relutante, eu só confio no Naruto, ele é mais do que capaz. 

— É isso, ou você não quer encarar um certo alguém? 

— Sinceramente? Talvez seja! - ela exclamou ficando irritada - Foi uma merda ter que estar no mesmo ambiente que ele de novo, não sei se conseguiria continuar isso por mais tempo. - se levantou querendo sair dali. 

— Fuja o quanto quiser, mas não se esqueça que isso não depende só da gente! Outros estão envolvidos nisso, inocentes! 

— Desde quando você se importa tanto assim com os outros? - Sakura disse sem olha-la, parando de andar. 

— Eu não sei de mim, entretanto sei o quando você está se mordendo para fazer alguma coisa, sei o quanto está querendo ir até lá quebrar tudo e que também está com medo! 

— Medo de que merda Ino? - gritou completamente irritada. Ela voltou até a mesa onde a loira estava sentada, bateu ambas as mãos na pedra e a encarou de perto. 

— Você não precisa mais se controlar Sakura, você já fez isso durante tempo demais. - Ino também ficou de pé, ainda perto - Eles estão na Flórida, o problema está mais perto de nós, não deles. Chegaremos mais rápido e nós prepararemos melhor.

Sakura bufou fechando os olhos com força e bateu mais uma vez na mesa de pedra, rachando-a. 

— Parabéns, conseguiu tirar todo o meu bom humor porca. 

— Ótimo, por que isso já estava estranho demais até pra mim.  

3 dias depois, EUA.

— Não sei se vou conseguir ir até o fim sem matar alguém. - Naruto disse irritado antes de cuspir o gelo para o copo novamente - Não sei como ela consegue comer isso. - fez uma careta deixando o copo sobre a bandeja. 

— Como alguém vai te levar a sério quando você diz uma coisa e faz outra? - Suigetsu murmurou encarando-o enjoado. 

— Ah sobre isso? - o loiro indicou o copo - Estava tentando imitar uma amiga, mas ela tem com certeza péssimos hábitos. 

— Continuo sem conseguir te levar a sério Uzumaki. - ele negou, massageando a cabeça - Argh, realmente odeio aviões... aquele remédio não serviu de porra nenhuma. 

— Seu corpo não te cura desses mal estares? - Naruto questionou, já que quase nunca sentia enjoos. 

— É algo mais psicológico, é bizarro demais estar num negocio enorme desses que consegue voar. - Suigetsu murmurou preparando a sacola, para caso precisasse - Aliás, por que ele está assim? Parece mais mau humorado que o normal. - indicou Sasuke sentando sozinho na outra extremidade do jato, em silêncio e concentrado no livro que lia. 

— Ele tá muito puto. - Naruto assentiu também o observando - Antes tínhamos recebido a pista que as crianças estavam divididas em dois laboratórios, um em Houston e outro na Flórida, então nós dividimos e cada um cuidou de um deles, e ai nós fomos enganados.

— Me deixe adivinhar, foi o laboratório dele que eles conseguiram fugir com metade das crianças? 

— Tudo já estava planejado, no de Houston todas estavam inconscientes, lá eles deixavam as que já estavam "descartadas" para os exames. - Naruto fechou a expressão, tentando manter-se calmo ao lembrar de quando foi até lá - E na Flórida, eles estavam esperando o Sasuke chegar, para então prende-las em uma sala em chamas e fugir com as que "estavam mostrando algum resultado" para o Alasca.    

— Então foi inevitável certo? Ele tinha que salvar as que estavam em perigo. 

— Antes de invadirmos, alguém nós alertou sobre o plano deles e Sasuke por algum motivo insistiu que não deveríamos confiar naquilo, mas foram assim que as coisas acabaram no fim.

— Por isso ele está assim hun. 

— Acho que ele soube quem tinha nós avisado, por isso não quis confiar. - Naruto suspirou dando de ombros - Porém hoje resolveremos de uma vez tudo isso. 

— E sobre os documentos nos laboratórios? - Suigetsu engoliu outros três comprimidos da cartela, respirando fundo. 

— Nada que revela-se algo importante, eles levaram tudo. 

— Esses bostin- ele colocou rapidamente o saco em frente a boca, vomitando. 

— Ah não cara! Isso fede! - Naruto berrou desesperado para abrir a janelinha - Por que essa merda não abre?! 

— Isso não abre idiota! - Suigetsu exclamou de volta, respirando fundo.

— Porra! Sasuke faz alguma coisa! 

O Uchiha os ignorou do outro lado, continuando a ler o livro. 

— Calma seu bundão, vou dar descarga nisso aqui. - Suigetsu disse se levantando, ainda meio zonzo. 

— Mais que merda Suigetsu, por que você venho de avião então?!

— Até parece que eu ia gastar dinheiro com outro transporte tendo esse de graça!