Sem Limites escrita por Débora Ribeiro


Capítulo 17
capítulo 17




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/745072/chapter/17

Capítulo 17

Ryan

 

Quando Bianca me beijou desta vez, foi diferente de uma forma que nunca tínhamos nos beijado antes, e eu soube no momento que ela sorriu, que ela havia aceitado o que nós dois sabíamos que era inevitável.

Pertencíamos um ao outro desde o momento em que ela dançou comigo naquela boate. Ela era minha para amar e cuidar.

— Isto é um sim? – Pergunto sorrindo feito idiota.

— Definitivamente. – Ela responde beijando meu maxilar e depois meu pescoço. – Mas se você foder comigo e me deixar de coração partido, eu vou cortar esse pau maravilhoso que você tem fora. Estou sendo clara?

— Como cristal, amor. – Respondo rindo.

Quando estou prestes a levá-la para a cama mais uma vez, outra batida soa na porta e nós dois gememos frustrados.

— Temos que descer ou elas vão arrombar a porta. – Bianca resmunga, mas o sorriso em seu rosto a entrega.

— Então vamos descer, acho que temos muito o que fazer. – Digo beijando a ponta do seu nariz.

— Você está pronto para colocar a mão na massa, peão? – Ela me pergunta claramente com segundas intenções.

— Pronto para qualquer coisa desde que seja com você.

Observo suas bochechas corarem e sorrio. Bianca não lidava muito bem com elogios tão clichês, mas era melhor ela se acostumar, porque eu podia foder duro, mas eu também sou um cara de romance.

Nós vestimos nossas roupas e saímos do quarto. Bianca parecia nervosa enquanto descia a escada, e eu queria muito poder ler sua mente naquele momento. Tinha consciência que estar em um relacionamento era um grande passo para ela depois de tudo que aconteceu com seu ex. Eu nem mesmo sabia como seria, desde que ela era selvagem assim como eu, mas eu estava disposto a ficar com ela e queria muito que ela pensasse o mesmo com relação a mim. Nossos corações podiam correr sem limites, mas agora eles correriam juntos.

Chris riria até cair se me visse nesse momento, eu havia virado um camisolão e não negaria se ele perguntasse, mesmo que ele fosse tirar sarro para o resto de nossas vidas.

— A famosa caminhada da vergonha! – Maria fala quando chegamos na sala. – Eu nunca pensei que iria presenciar isto com você.

— Não é uma caminha da vergonha se ela está basicamente em sua casa. – Ben defende, mas a loira ao lado dele não deixa por isso.

— A casa é de seus pais, então é a caminhada da vergonha para os dois. – Ela diz rindo.

— Jules, Jules, acho que você será minha melhor amiga agora. – Maria diz e ambas dão um high five.

— Que Deus nos proteja... – Bianca resmunga e olha para cada um dos seus amigos. – Mas alguma coisa que queiram acrescentar?

Eu aperto meus lábios e fico próximo a ela, tentando não rir de sua expressão irritada e ao mesmo tempo me questionando se deveria ou não, abraça-la, para mostrar a todos eles que estávamos, sim, juntos.

— No momento eu estou cortando qualquer laço que criamos. – Beth fala e aponta um dedo para Bianca. – Como você mentiu tão na cara dura para nós?

— Ah, Beth, qual é! – Alice exclama tomando partido de Bianca. – Ela não poderia apenas chegar e dizer: “Olá pessoal, só para vocês saberem estou fodendo nosso chefe, é isto!”

— Quando ela coloca assim... – Lavínia concorda. – Se fosse comigo eu também não contaria.

Beth bufa e Bianca exala, frustrada.

— Eu e Ryan não queríamos que todos soubessem porque até hoje não era algo... – Bianca me olha nervosamente em busca de ajuda.

— Vocês só estavam fodendo sem compromisso. – Jules, sua amiga, completa.

— Sim. – Bianca concorda. – Era para ser algo casual.

— Era? – Ben cutuca com um sorriso e eu tomo isto como uma brecha para abraçar a cintura de Bianca.

— Eu a pedi em namoro. – Falo pela primeira vez desde que descemos.

— Vou desmaiar! – Ben grita e as meninas sorriem, até mesmo Beth.

— Sinto muito que não contei para nenhuma de vocês, ok? – Bianca fala deitando sua cabeça em meu peito. – Não era algo que eu estava confortável em compartilhar, e foi um acordo entre mim e Ryan.

— Está tudo bem, vadia. – Maria fala piscando um olho. – Estou feliz que você tirou as teias da caverna.

— E eu estou mentalmente planejando o seu futuro casamento com o gostosão aí, até mesmo escolhi o nome dos seus filhos. – Jules fala e quando Bianca estremece e perde toda a cor de seu rosto, nós rimos.

— Sem casamente. Sem filhos. – Ela afirma.

— Por enquanto. – Sussurro em seu ouvido e ela revira os olhos.

— Não me fode, fuck face. – Ela diz me olhando. – Não assim e não com esses assuntos.

— Ok, ok, agora que estamos todos entendidos, será que podemos começar os preparativos para a festa? – Jules fala batendo palmas. – Nós temos algumas horas, e eu ainda quero brincar a noite.

— Oh meu Deus... – Bianca geme enquanto suas amigas pulam e começam a planejar uma noite de pijama.

— Tão ruim? – Questiono, rindo do seu sofrimento.

— Muito ruim. – Ela responde e beija suavemente meu queixo. – Você vai se arrepender de ser o único homem heterossexual aqui.

— Ele não vai ser o único. – Lavínia fala e suas bochechas coram. – Jules chamou alguns dos seus primos.

— Oh merda... – Bianca murmura e se afasta para entrelaçar nossas mãos. – Retiro o que eu disse, vai ser muito, muito ruim.

Balançando a cabeça e sorrindo, eu a sego para a cozinha, aonde todos nós começamos a preparar os alimentos para a festa do dia seguinte de boas-vindas para o pai de Bianca.

Parei de descascar as batatas por um momento para mandar uma mensagem para Chris, disposto a irritar o meu primo.

No meio de muitas mulheres lindas, quão sortudo eu sou?

 

Quando sua resposta chega eu gargalho alto.

Se eu mostrar essa mensagem para Bianca você será um sortudo sem bolas, pau no cu.

Guardo o celular ainda sorrindo, quando ergo o olhar, encontro Bianca me observando com um sorriso lindo, e eu queria mais do que tudo poder tirar suas roupas novamente e mostrar ela o quanto eu estava feliz, pelo seu olhar ela sabia exatamente o que eu estava pensando, pois sussurra, apenas movendo seus lábios sensuais:

— Depois...

Então eu volto a descascar as batatas ainda sorrindo e pensando no nosso ‘’depois’’.

                               Bianca

Ok, eu estava namorando o meu chefe ao que tudo indicava, e estava agindo como uma adolescente enquanto pensava nisso, porque estou sorrindo e suspirando sem parar.

Poderia não ser uma grande mudança para Ryan, mas para mim era algo gigante, que estava tomando toda a minha mente. Eu estava confusa e perdida, não sabia como seriam as coisas agora, quer dizer, eu tinha uma ideia, mas saber e achar eram algo de grande diferença.

Pensar que ele era nacionalmente reconhecido por sua revista não ajudava. Não podia deixar de me preocupar com o que as pessoas pensariam, nunca fui alguém que se importa com a opinião alheia, mas agora era diferente. Tudo com Ryan era diferente.

— Você está pensando demais. – Jules fala para mim quando entramos na cozinha dos meus pais para pegar alguns salgadinhos e bebidas.

— Eu tenho motivo para estar. – Digo. – Eu estou com ele, Ju, mas não sei o que estou fazendo.

— BiBi, você está vivendo. – Minha melhor amiga me olha com solidariedade. – Estou feliz por você, eu ficava muito tempo me perguntando quando você voltaria a ter um relacionamento.

— Não estava em meus planos. – Falo com honestidade. – Mas tudo com Ryan é diferente. Ele é tão...intenso.

— E isto é ruim? – Jules pergunta.

— Não, eu acho que não. – Mordo meu lábio e respiro fundo pelo nariz. – Ele é muito bom para mim, mesmo quando sou uma cadela com ele.

— Isso prova que ele realmente quer que isso entre vocês aconteça.

— Espero que sim. Não quero foder isso, não mais uma vez. – Murmuro e ela afaga meu braço.

Nós pegamos toda a droga comestível e as bebidas – que eram muitas, tenho que acrescentar – e voltamos para a sala, aonde um batalhão de pessoas nos aguardava.

Meus três primos haviam chegados, e todos meus amigos estavam entretidos com eles, o que me fez revirar os olhos. Seria uma grande noite.

— Bebam e comam à vontade, mas não se esqueçam que temos que deixar a casa limpa e que vamos acordar todos muito cedo. – Digo seriamente.

— Relaxa, vadia, nós temos isto em ordem. – Beth afirma.

Me sento perto de Ryan, mas me surpreendo quando ele me puxa para seu colo, em seguida beija meu pescoço.

— Isso é tão quente! – Ben diz nos olhando e abanando seu rosto. – É como ver uma versão da Megan Fox com uma versão mais jovem do David Beckham ainda mais lindo, se pegando ao vivo.

— Como um pornô para famosos. – Maria conclui e Jules acena concordando.

Reviro os olhos e Ryan ri baixinho.

— Quantos anos vocês têm mesmo? – Questiono a ninguém específico.

— Certo, não começam. – Alice, a sensata, interfere. – Vocês não iam jogar ou algo assim?

— Vocês, não. Nós. – Lavínia diz passando seu braço no de Alice.

— Qual o jogo? – Meu primo Arthur pergunta animadamente.

— “Eu nunca.’’ – Beth responde já enchendo os copos de shot de vodca.

— Explique com funciona, por favor. – Abel, o mais educado dos três, pede.

— Cada um de nós temos que afirmar algo que nunca fizemos, por exemplo, se for minha vez eu tenho que dizer ‘’Eu nunca fiz...” e completar com algo que nunca fiz, e quem já fez, bebe um shot. – Beth explica e Maria, Ben e Jules vibram de antecipação, mas Alice aperta seus lábios, contrariada com a brincadeira.

Eu sabia que ela odiava fazer as coisas sem Gabriel, então para conforta-la, digo:

— Você não precisa brincar, Alice. – Ela me olha com gratidão, mas Maria se intromete.

— Ah, qual é! Você não pode um dia sequer, beber sem seu macho grudado em seu pé?

— Não é isso, eu apenas não acho certo. – Alice se defende.

— Besteira. – Beth diz. – Você vai brincar, Gabriel provavelmente está no bar com os meninos, a um passo de ficar bêbado.

— Ele não faria isso. – Alice fala cética. – Gabriel nem mesmo gosta de beber.

— Certo, se você não quer brincar, tudo bem. – Jules fala. – Ninguém vai te obrigar, nem mesmo esses bundões aqui.

Com isso, Alice respira aliviada e diz que vai facilitar para nós, servindo os shot enquanto brincamos. Eu a admiro pela a lealdade que ela tinha com Gabriel. Era de certa forma, bonito, apesar de eu achar que nunca conseguiria deixar de fazer algo que queria apenas para agradar alguém.

— Espero que saiba que eu não sou assim. – Digo para Ryan, que estava acariciando meu braço.

— Eu não quero que você seja. – Ryan fala. – Quero apenas que você seja você. Sempre.

Com isso, eu me viro em seu colo e capturo seus lábios para um beijo suave e terno. E merda, como eu gostei disso.

Eu estava tão na merda...


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Obrigado por lerem!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Sem Limites" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.