Titanium escrita por Diane Cooper


Capítulo 2
Capítulo 1: Engrenagem


Notas iniciais do capítulo

Olar abigos. Os primeiros capítulos serão curtinhos mesmo, mas logo as coisas começam a acontecer de verdade por aqui.

Espero que gostem ♥



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18 de março de 3032, 12:06

Lisboa, Portugal

O sol brilhante começava a anunciar o final do inverno europeu, lembrando-me de que eu não gostaria de permanecer em Portugal quando o verão chegasse — não era meu ideal passar o verão no país mais quente da Europa. Mas, por outro lado, permanecer ali até o verão significaria que eu teria ficado seis meses em um país, sem necessidade de fugir de ninguém. Isso sim seria ideal.

Mais que ideal, seria praticamente um sonho.

Há quase seis meses eu havia cortado contato com o grupo de rebeldes e, durante esse tempo, havia me deparado com a CHAOS apenas uma vez. A verdade é que eu me tornava um alvo extremamente difícil de ser caçado quando estava sozinha; mas os holofotes recaíam sobre mim sempre que eu ajudava Joe em algo. Afinal, eles estavam sempre fazendo coisas que chamavam muita atenção e, por isso, a CHAOS sempre estava atrás deles. Quando eles estão por perto eu não posso comprar crepe num food truck em uma praça qualquer como agora.

— Tess.

Ok, eu não estava totalmente sozinha. Mas não estar em meio ao grupo que invadia prisões e hackeava bancos de dados era o suficiente.

Virei e vi David se aproximar, bebendo um copo de café e trazendo um chá gelado na outra. O melhor amigo do mundo é aquele que compra sua bebida preferida para você, os outros são apenas tentativas.

— Onde está Ally? — perguntei. Ele deu de ombros, afastando o copo dos lábios para responder.

— Disse que ia atender uma ligação. — David respondeu, entregando-me meu chá.

Ah não.

Da primeira vez que Ally recebeu uma ligação repentina no meio do dia, Joe nos pediu ajuda para libertar alguns prisioneiros em Veneza; o que fez eu entrar para a lista de procurados da CHAOS. Da última vez, foi para libertar outros prisioneiros em Belarus — que, por acaso, foi onde conhecemos David e ele se uniu a mim e Allyssa. Longe de toda confusão dos rebeldes.

 

Ou ao menos deveria ser.

— Espero que não seja o Joe. — murmurei, mordendo um pedaço do crepe.

— Não gosta dele? — questionou David, me encarando. Neguei com a cabeça enquanto mastigava.

— Eu gosto dele. — respondi, dando um gole no chá — Mas sempre que ele liga é para pedir ajuda em alguma missão. Não é como se eu não compreendesse toda essa luta dele e dos rebeldes contra as organizações — expliquei, baixando o tom de voz — Mas eu não quero fazer parte disso.

— Mas você sempre os ajuda. — David falou, arqueando uma sobrancelha.

— Algumas vezes eu acho necessário… outras eles apenas me convencem. — admiti, comendo outro pedaço do crepe.

— Você se arrepende? — Ele me questionou. Respirei fundo antes de responder.

— Eu não diria que é arrependimento… — pausei, ponderando antes de continuar — Eu sei que minha ajuda é necessária e que posso salvar muita gente. Mas, ao mesmo tempo, minha vida se torna uma bagunça sempre que eu escolho ajudá-los. — tentei explicar — Pode parecer muito egoísta dizer isso, mas eu só queria… ficar em paz.

— Não é egoísmo, acho. — Ele falou, roubando um pedaço do meu crepe e rindo quando o olhei de cara feia — Assim como você, eu entendo os rebeldes, mas… — David pausou, pendendo a cabeça para o lado levemente — As vezes eu me pergunto se certas atitudes deles são necessárias.

— Por exemplo? — insinuei.

— Muito violentos. — expôs. Assenti, mordendo outro pedaço do crepe.

— Até concordo, — comecei, terminando de engolir — mas acho que não existem muitas maneiras pacíficas de bater de frente com a CHAOS. — pontuei.

— Talvez você esteja certa. — David encolheu os ombros, dando um meio sorriso. Caminhamos de volta a pequena pousada em que estávamos acomodados, nos deparando com Ally na sala de estar que antecedia o salão onde os outros hóspedes almoçavam.

— Estava esperando vocês — A ruiva disse, levantando-se. Seu olhar e a forma que falou ratificaram a minha hipótese.

— Joe. — falei, suspirando. Ela pareceu surpresa, mas assentiu. Fiz um sinal com a cabeça indicando o elevador, tomando a frente em direção ao mesmo. Quando entramos e as portas se fecharam, Allyssa disparou a falar.

— Sabe a fundação Forerman, aquela que faz medicamentos? Joe tem informações de que está desenvolvendo uma nova droga para a CHAOS, uma droga que pode nos afetar. Agora ele está montando uma equipe para invadir a sede e roubar informações sobre a fórmula. — soltou tudo de uma vez, dando uma pausa quando as portas do elevador se abriram em nosso andar. Saí andando, indo em direção ao quarto que dividia com Ally.

— Invadir a fundação Forerman? — David questionou no momento em que entramos no quarto — Se vocês pensam que isso será uma brincadeira de criança, estão muito enganados. De verdade. — avisou, cruzando os braços enquanto se apoiava na parede.

— Sabemos disso. — Allyssa falou, olhando para ele por um momento antes de voltar os olhos para mim. — Tess, por favor.

— Ally, não. — falei, caminhando em direção a minha cama.

— Precisamos de você.

— Eu disse que não queria mais me envolver nisso, e você disse que também queria se afastar quando veio comigo. — falei, olhando para ela — Se veio apenas para manter uma ponte de contato, faça o favor de voltar. — ralhei.

— Eu não vim para isso — Ela prontamente respondeu, sendo enfática no “não” — Eu realmente pretendia me afastar. Mas essa situação é completamente diferente, Tessa. Pense em todas as pessoas ao redor do mundo que estão a mercê da CHAOS, que não podem apenas escapar de suas rédeas como a gente. E no que essa medicação pode fazer com todos nós. — Ally falava num tom que parecia me acusar, e a constatação de que eu estava sendo egoísta voltou à minha mente. Olhei para David, que mantinha os olhos em mim.

— Quando? — perguntei, voltando a olhar para Ally.

— Em um mês. — Ela respondeu, olhando para seu relógio e dando um clique sobre a tela dele, abrindo um calendário holográfico — Entre 20 de abril e 02 de maio. — falou, olhando para as datas. Respirei fundo.

— Respondo em uma semana.  — falei, Ally abriu a boca para falar algo, porém o som de seu celular interrompeu. Ela pegou o pequeno smartphone em seu bolso, caminhando em direção à porta.

— Já volto. — disse, abrindo a porta enquanto atendia. Quando a porta se fechou, joguei o corpo para trás, ficando deitada na cama com as pernas para fora.

— Você vai? — David questionou, sem sair do lugar em que estava.

— Creio que sim. — respondi — Acha que não deveria?

— Acho sim. — Ele respondeu, ouvi-o suspirar — Mas se for, eu vou com você.

— Invadir a Forerman vai ser perigoso. — avisei, ouvi sua risada.

— Eu ajudei vocês a despistar um esquadrão da Gaia, meu rosto já está na lista da CHAOS mesmo. — sentei-me, vendo David me encarar de braços cruzados e um sorriso no rosto.

— Acho que vamos subir algumas linhas nessa lista.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado ♥

Próximo capítulo em 15 dias. E desculpem o tempo, mas não vou arriscar postar por semana porque posso não conseguir seguir o ritmo D:



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