Titanium escrita por Diane Cooper


Capítulo 3
Capítulo 2: A paz que desconheço


Notas iniciais do capítulo

Perdão pela demora, espero que gostem e por favor, leiam as notas finais! ♥



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23 de março de 3032, 16:57

Lisboa, Portugal

A tranquilidade do ambiente ao meu redor não condizia muito com os meus pensamentos naquela tarde. Já havia decidido ajudar Joe e os outros, mas ainda era difícil pensar no que aquilo poderia acarretar para mim; era possível, de alguma forma, eu apenas ficar em paz? Eu não sabia responder essa pergunta, e ela não era a única sem resposta em minha lista. Na verdade, há muito tempo meus questionamentos já eram superiores ao que eu realmente podia responder.

— Tess? — ouvi a voz de David atrás de mim, mas não me virei. Ele se aproximou, sentando-se ao meu lado no degrau que havia na pequena escada que ligava as duas partes da praça. — O que houve?

— Nada. — respondi, ainda encarando o chão — Apenas pensando no rumo que minha vida está tomando.

— Esse tipo de reflexão não combina com você — implicou, empurrando meu ombro com o dele — Você fica melhor quando está refletindo sobre recheios de crepe — completou, sorrindo. Ri.

— Vá à merda, David. — falei, rindo. Eu pensava em uma resposta melhor para ele quando ouvi o pequeno aparelho em meu ouvido apitar. Olhei no visor em meu pulso — É a Ally.

— Atenda. — Dave falou, olhando a tela.

— É o que estou fazendo… — Eu disse, tocando o aparelho em meu ouvido. Não tive sequer tempo de atender apropriadamente.

— Dois soldados da Gaia acabaram de sair da pousada em que estamos. Fomos encontrados, saiam da cidade. — Ela disparou. Olhei ao redor, fazendo David se alarmar.

— Onde você está? — questionei.

— Na rua de trás da pousada, não tenho como passar pela praça. Vou sair da cidade, depois marcamos como nos encontrar. — respondeu-me quase sussurrando.

— Certo. — falei, encerrando a ligação. — David, nós precisamos sair da cidade avisei, começando a levantar. David me puxou para baixo rapidamente.

— Eu já sei disso, olhe para a nossa esquerda. — Ele disse, mexendo no meu cabelo. Virei levemente o rosto para a esquerda, vendo dois soldados da Gaia entrando em uma sorveteria. — Vamos. — falou, puxando-me rapidamente quando o segundo soldado virou as costas.

Andamos em passos rápidos pela praça, evitando olhar para trás. Mas, vez ou outra, um de nós olhava por cima do ombro apenas para garantir que não estávamos sendo seguidos. Atravessamos a praça, vendo as pessoas caminhando tranquilamente no final de tarde, levando seus cachorros para passear e seus filhos para tomar sorvete numa tranquilidade invejável.

Uma paz que eu desconhecia.

— Vamos pegar um ônibus. — sugeri, vendo um ônibus para o distrito vizinho se aproximar do ponto.

— Não, já temos um destino. — David respondeu, me puxando para correr e atravessar a rua. Ele olhou para trás novamente, soltando um muxoxo. — Tess, eles vão ligar um radar ι [iota]. — avisou. Assenti, aproximando-me dele em um passo.

— Sem problemas, já fora de alcance. — falei, olhando por cima do ombro e vendo o soldado erguer a mão com o pequeno dispositivo. Se eles realmente estavam ali atrás de mim, não faziam ideia de que era impossível me localizar com aquilo. No momento em que ia voltar a olhar para o meu caminho, os olhos do soldado se voltaram para meu rosto e ele abaixou a mão, chamando o outro.

Parece que eu era o alvo sim.

— David… — alertei. Ele segurou meu pulso.

— Espere um pouco, continue andando — disse em voz baixa, andando em passos rápidos. Os soldados começaram a andar rápido, como se estivessem a ponto de começar a corrida. Quando nos aproximamos da estrada, David me puxou e começamos a correr, atravessando a pista poucos momentos antes do semáforo mudar para a luz verde; o que nos deu alguns segundos. Entramos na primeira rua que vimos, ziguezagueando entre alguns carros e entrando num túnel de pedestres que daria do outro lado do distrito.

— Vamos pegar um barco. — David propôs enquanto nos mesclávamos entre as pessoas no túnel, desviando das câmeras que já conhecíamos. Soltei meu cabelo, que até então estava trançado, e o agitei com as mãos para que cobrissem minhas costas. Ele pegou uma pulseira em seu bolso, colocando no pulso esquerdo antes de coçar a nuca discretamente, mostrando-me o visor no relógio em seu pulso direito. No início do túnel, um soldado da Gaia observava as pessoas, parecendo falar com alguém ao telefone.

— Câmera útil… — murmurei, puxando David para a direita.

— Vamos sair por aqui, tem um atalho para o porto. — Ele falou. Entramos em uma das várias saídas do túnel, que dava numa rua pequena e menos movimentada que as outras. Olhei ao redor, constatando que não havia perigo.

— Eles devem cercar o porto logo, vamos. — apressei. Ele confirmou com a cabeça, apontando o caminho.

— Chegamos lá em menos de cinco minutos. — disse, tomando a frente para virar em uma das ruelas dali.

Como dito, levamos menos de cinco minutos até chegar ao porto, e levou pouco tempo a mais que isso para que David conseguisse lugar em um barco que sairia logo — aquele tipo de coisa que dinheiro e um pouco de lábia são capazes de proporcionar. Na verdade, David seria uma ajuda e tanto se resolvesse se unir de fato ao grupo de Joe. Ele tinha uma quantia considerável de dinheiro guardada por causa de sua família e era muito inteligente. Eu ainda não sabia o que exatamente ele tinha feito em Belarus para acabar no meio de um monte de fugitivos, mas ele não era qualquer idiota que se encontra por aí.

David sinalizou para que eu me aproximasse, e o homem com quem ele conversava tomou a dianteira em direção a um dos navios.

— Este é o gerente dessa viagem. Ficaremos com cabines em andares altos, assim não seremos incomodados — falou, checando uma transferência bancária no visor em seu pulso direito. Fechou o banking, abrindo novamente a câmera e passando a mão pelo cabelo — Já tem três soldados aqui, não olhe para trás — alertou, passando o braço por meus ombros e colocando o pulso perto do meu rosto. Vi os três soldados olhando o porto, que estava muito movimentado, enquanto conversavam entre si.

Entramos no navio antes que chegassem mais soldados. O gerente nos guiou rapidamente até a cabine, que era realmente no último andar; dessa forma, menos pessoas passariam pelo corredor do nosso quarto, o que era ótimo. Entrei na cabine enquanto David conversava algo com o homem, me aproximando da pequena janela e abrindo uma fresta da cortina. Já havia cerca de cinco soldados da Gaia no porto, passando entre as pessoas e observando a entrada dos navios.

— Conseguimos passar antes de eles interceptarem o porto. — David falou depois que o gerente se foi — Esse navio já estava teoricamente fechado antes de entrarmos, então só vão passar a lista de passageiros aos soldados e vão sair.

— Você já tinha esse esquema organizado, não tinha? — perguntei, Dave sorriu.

— Por que você acha que eu sugeri que viéssemos a essa cidade? Óbvio que porque eu tinha uma maneira de sair daqui rápido. — falou, jogando-se na espaçosa cama. — Mas temos sorte da Gaia europeia não estar tão acostumadas a perseguições. Se estivéssemos na América ou na Ásia, a história seria outra. — riu — E ainda poderemos dormir até chegarmos a nosso destino.

— Só você conseguiria dormir tão fácil depois disso. — falei, revirando os olhos. Voltei a observar o porto, vendo um soldado falar com alguém perto do navio em que estávamos. Logo o gerente chegou perto dele, mostrando-lhe um arquivo no ipad que carregava; provavelmente a lista de passageiros.

 — E Allyssa? — Dave perguntou. Movi a mão em sinal de “deixe para lá” enquanto me afastava da janela.

 — Ela não está no banco de dados da CHAOS nem outra organização, pode sair da cidade facilmente. — disse, despreocupada. — Ela ajuda apenas no interno, então nunca se expôs diretamente.

 — Entendi… — Ele murmurou, sentando-se — O que está fazendo? — perguntou ao ver que eu mexia no visor preso em minha pulseira, abrindo uma lista holográfica na altura de meu rosto.

 — Ligando para o Joe. — respondi, selecionando um contato na lista e ouvindo o bip em meu ouvido — Vou marcar um ponto de encontro. Para onde esse navio vai? — perguntei. David me observou por alguns momentos antes de responder.

 — Espanha.


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Notas finais do capítulo

Olá, querido leitor.

Ultimamente eu não tenho recebido um bom feedback das minhas histórias originais no Nyah, e um dos principais motivos de eu postar é exatamente esse feedback. Eu não dependo de comentários para escrever, longe disso, mas eu acabo deixando de ver motivos para postar aqui sem ele. E quando falo em feedback, não falo apenas de elogios, falo de críticas também.

Eu tenho uma conta no wattpad e lá a história está sendo atualizada no ritmo certo, já que estou mais ativa lá. Se quiser acompanhar por lá, será bem-vindo. Meu user é @diane-cooper

Bem, é isto. Se você leu até aqui, gostaria que aparecesse pelos comentários, nem que seja para dizer que leu ♥

Obrigada por ler até aqui, bye ♥



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