Minha Guerreira
É difícil escrever esta carta.
Saber que as mãos que deveriam recebê-la, já não se aquecem e não serão capazes de estar entre as minhas outra vez.
Os dias plúmbeos seguem, intermináveis e sinto-me presa no momento exato em que a encontrei. Ai de mim que em algum momento no passado tomei como falso teu sentimento, sem saber que teu último suspiro seria dirigido a mim, bem como teu último olhar e aquele voto de amor, sussurrado silenciosamente por sob o vento tempestuoso que soprava no instante de tua morte.
A habena* da dor açoita-me a cada segundo e no instante em que te escrevo essas linhas, teus assassinos são vingados.
Tu surgiste em minha vida como o sol brilha no horizonte todas as manhãs e agora, quando a eterna noite recaiu sobre teus olhos, não sei como prosseguir. A certeza de que não a verei outra vez, amarga minha alma tal como o fel. Dilacera minha alma, a falta de teu sorriso, a falta de você.
Ei de unir-me a ti, minha guerreira valente, dona de meu coração. Algum dia estaremos unidas outra vez, onde ninguém, nenhum inimigo irá nos encontrar.
Com amor, eterno amor, da tua Rainha.