I Can Treat You Better escrita por Le Cangane


Capítulo 2
In My Dreams You're With Me


Notas iniciais do capítulo

Oi gente! Leiam esse ouvindo Imagination, do Shawn Mendes.
Boa leitura, espero que gostem!



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No dia seguinte, Teddy Lupin achou que tinha se tornado um lobisomem pela noite sem saber, de tanto que seu corpo doía. E ainda sim, não se comparava com sua cabeça. E muito menos com seu coração. Ele tinha medo de ter magoado Vic. Não devia ter sido daquele jeito, mas a bebida retirou os filtros do garoto e ele colocou tudo para fora. Bem, tinha sido sua cartada final. Era tudo ou nada agora.

Teddy achou que Vic estaria péssima. E ninguém é capaz de dizer o tamanho da surpresa do garoto ao ver a jovem, na manhã seguinte, adentrando o salão principal sorridente e inacreditavelmente linda. Ela quase flutuava sob o chão. E sua surpresa foi maior ainda quando viu que ela vinha em direção à mesa vermelha, e não à azul.

—Bom dia, Teddy. - disse a loira, sentando entre o Lupin e James Potter.

—Bom... dia, Vic?

A garota só sorriu para ele e abaixou seus olhos para a refeição. Meia hora mais tarde, ela falou novamente:

—Ok, desejem-me sorte.

—Porque? Boa sorte. - o garoto de cabelos azuis olhou, inquisidor, e seguiu a Weasley com os olhos.

Victoire parou bem ao lado de Liam Goldstein na mesa corvina, e o chamou com um cutucão. Teddy estava longe demais para ouvir, mas viu que sua melhor amiga permanecia em pé e falava com o energúmeno. Passados alguns instantes, a conversa se tornou alta o suficiente para atravessar o salão e chegar até ele.

—Como assim terminar? Ninguém vai terminar nada, Weasley.

Teddy não conseguiu conter o sorriso.

—É tão difícil de entender, Liam? Eu não quero mais você, e vim comunicar você disso.

—Comunicar? E você pensa que é assim? - ele riu irônico. - Você é minha.

—Ah, não sou mesmo.

—Acho bom você parar por aqui, garota estúpida.

—E ainda acha que vou ficar com você me tratando assim?

—Eu já pedi desculpas e comprei uma merda de buquê!

—Mas continua fazendo a mesma coisa. Eu cansei de você. Dessa enrolação, dessa falsidade! Eu não sou um troféu, Liam. E nem gosto de rosas! Gosto de margaridas.

—De que merda você tá falando, garota?

—Ok, vou desenhar: eu confiava em você porque achava que te amava. Pois é, não amava. E agora eu sei disso. Você gosta de vermelho, não é? "Acho muito sexy", foi o que você disse. Certifique-se de quem você pega, da próxima vez. Meu estoque de polissuco é pequeno, não posso desperdiçar com idiotas como você.

—Vic, eu...

—Chega, sério, tá ficando feio. Ah, e Emily, - disse, virando para a garota - toma cuidado com ele. Me passar por você foi tão fácil que acho que ele nem percebeu a diferença.

E então, Victoire Weasley jogou o cabelo para o lado e saiu. Na metade do caminho para a porta, com todos os olhos virados para ela, a garota parou e se virou.

—Esqueci de uma coisa: azul é bem mais sexy. - ela apontou a varinha para a cabeça dele e acenou. Em um instante, o cabelo dele estava todo azul. Quase como o meu. Ela olhou para mim tão rápido que fiquei na dúvida se imaginei, e então saiu, sob os xingamentos de Liam Goldstein e sua gangue.

Teddy achou que a omelete de Hogwarts nunca tinha sido tão saborosa. Era quase doce.

Mais tarde, quando as aulas tinham acabado, Teddy estava jogando xadrez com Domi quando ela se aproximou.

—Teddy, posso falar com você?

—Claro, Vic.

—Domi?

—O que?

—Dá licença.

—Estou jogando!

—Dane-se. - deu seu mais doce sorriso, e a irmã revirou os olhos.

—Já entendi, sobrei. Vou procurar o Rob.

—O Rob? Rob Spinnet? - perguntou Vic.

—Que outro Rob, Victoire? Ficou retardada pelo contato com a saliva do Liam Goldstein?

—O que você quer com o Rob?

—Ele é o capitão do time em que eu sou batedora, esqueceu?

—Não tem treino hoje, Teddy está aqui.

—É um treino... particular.

—Dominique Weasley! - a ruiva revirou os olhos.

—Eu pego quem eu quiser, ok? Você devia fazer o mesmo.

—Mas ele...

—Ah, Vic, por Merlim! Teddy, dá um jeito, faz ela calar a boca.

—Como se eu pudesse.

—Você pode manter a boca dela bem ocupada, sabe? Quem sabe ela parasse de pegar no meu pé sobre quem eu beijo se ela beijasse a pessoa certa.

E saiu. Vic só não estava mais vermelha que Teddy.

—Então... posso sentar? - perguntou a garota, quebrando o silêncio. Teddy concordou com a cabeça e Vic ocupou o lugar onde Domi estava antes. - Bem, acho que precisamos conversar.

—Ah é?

—Eu tinha bebido, Teddie, mas ainda me lembro do que você disse. "Eu posso fazer melhor". E ouvi o final também. - o jovem engoliu em seco e desviou os olhos. - Teddy, por favor. - ela revirou os olhos - Nunca tivemos segredos. Para com isso.

—A culpa é só minha Vic. Você não merecia isso. Sou mais velho, seu melhor amigo e ainda parte da família. - ela observava atentamente. O garoto passou as mãos no rosto. - Eu só não pude evitar. Não depois do quinto ano, daquela tarde de domingo. Não com aquele cara sendo o pior possível. Eu não pude evitar, Vic. Nem sentir o que eu sinto, nem pensar que eu posso fazer tão melhor...

Ela se levantou da cadeira e foi para o lado de Teddy na poltrona deles. Encostou nele e deixou que o mesmo continuasse.

—Foi naquele dia, sabe. Quero dizer, nunca fui cego, sempre soube que era linda, e incrível, e até tinha ciúme, lembra? Não queria saber sobre meninos. - ela deu uma risadinha abafada. - Era coisa de amigo. Mas aí eu te beijei, e, juro, nada mais fazia sentido. Você tem noção de quantas garotas em beijei procurando um beijo como o seu? Eu nem sabia o que estava procurando, só sabia que nenhuma delas beijava do jeito... certo. Sei lá. Faltava alguma coisa. Demorei mais de um ano para perceber que eu procurava você.

—Então você me... Gosta de mim desde aquele dia no lago?

—Acho que você não tem noção do poder do seu beijo, Vic.

—Foi o meu primeiro.

—Eu sei. - Teddy não sabia como ou porque, mas era tão bom ouvir aquilo.

—Eu nem beijei você direito aquele dia. Você me beijou. Eu só acompanhei.

—Então não posso nem imaginar como seria um beijo de verdade.

Eles riram, e depois ficaram em silêncio. Mas não era constrangedor. Eram Vic e Teddy, afinal.

—Mas você namorou uma garota, Teddy. Você não amou ela? Isso foi bem depois do nosso beijo.

—Até hoje não sei como você não percebeu naquele momento. Até seu pai percebeu, e a Lily. E ela só tinha 6 anos.

—Como assim?

—Eu demorei para compreender, confesso. Mas naquele natal, tudo fez sentido. Eu levei ela n'A Toca, lembra? - a garota concordou. - Então. No momento que eu passei pela porta com ela, todo mundo parou pra olhar. E eu falei: "O nome dela é Vivian".

—E dai?

—Vic, ela era loira. O cabelo longo e brilhante, os olhos azuis, a pele clara, o sorriso fácil. Ela até chamava Vivian. Quando eu vi ela do seu lado, eu quase caí para trás. Ela era tão parecida com você! Só que, claro, faltava alguma coisa. Quando voltamos para Hogwarts, terminei com ela. E até ela comentou. Foi aí que eu decidi que ia parar de procurar você nas outras. Eu não ia encontrar, de qualquer forma. Desde então, estou desesperadamente esperando essa coisa no meu peito passar para eu poder seguir em frente. Mas adivinha?

—Não passa?

—Não mesmo.

Vic se aconchegou mais ainda nele, e o abraçou.

—Você é meu melhor amigo, Teddy. Não quero perder isso.

—Nem eu.

—E não sei se... consigo. Mudar o jeito como te vejo.

—Tudo bem. Eu só quero você feliz, Vic. E por perto enquanto puder. Em dois meses acabou tudo, e eu tenho que seguir em frente e arrumar um emprego, longe de Hogwarts e de você.

—Não quero você longe.

—Também não.

—Você é a pessoa mais importante, Teddy, de todas. Quero que seja feliz.

—Eu vou ser.

Então, Dominique voltou no colo de Rob, rindo e com a perna sangrando, com um corte enorme. Dizendo que não podia ir na enfermaria senão iria se encrencar, Vic subiu com ela para lavar e passar ditamno. Teddy nunca saberia o que o último olhar que a loira lhe lançou queria dizer.

No dia seguinte, e nos outros após esse, Teddy e Vic agiram naturalmente um com o outro, mas não conversaram sobre nada realmente importante, muito menos sobre aquele assunto. Dominique, por outro lado, resolveu assumir o namoro com Rob, o que deixou a vida deles e de seus amigos mais agitada do que antes, principalmente associando isso à proximidade da formatura dos setimanistas – entre eles, Teddy Lupin. Além disso, o novo casal formava uma barreira de segurança entre os amigos, não deixando eles se afastarem mas também nunca os deixando sozinhos.

A formatura, como sempre, teria um baile, onde os alunos tradicionalmente iam em pares para dançar a valsa, logo após a entrega dos diplomas. Rob e Domi iam aproveitar a oportunidade para contar para a tropa Weasley sobre o relacionamento deles, já que todos estariam presentes como família do Teddy. O Spinett estava com tanto medo de Gui Weasley que seu melhor amigo não conseguia parar de rir.

— Cara, relaxa! – disse Teddy, após Rob recitar o seu discurso de elogio ao trabalho no Gringotes e ao estilo de cabelos longos, e como ele mesmo estava pensando em deixar o dele crescer. – Gui é um cara super legal, e se você ficar falando do cabelo dele, aí sim ele vai te achar estranho.

—Ah, Teddy! Eu vou desmaiar, juro.

— Para de ser mole, Robert. – disse Domi, chegando de mansinho em seu ouvido e assustando o garoto. – Desse jeito vou pensar que escolhi o namorado errado, por Merlim, não quero que minha família ache que namoro um retardado.

—Delicada como sempre e ajudando muito mesmo a me acalmar, obrigado, meu amor. – repondeu Rob, puxando a ruiva para seu colo.

—Obrigado, chuchu, sou muito boa no que faço. Acabei de comprar meu vestido para a formatura, por sinal. É dourado.

—Que bom, tenho certeza que você vai estar maravilhosa.

—É, eu também. Mas, indo ao que interessa, Teddynho lindo do meu coração, quando você vai chamar a Vic para ir com você para a formatura?

Domi, como sempre, exercendo sua função social de perguntas inconvenientes.

—Eu não vou chamar ela, Domi.

—COMO ASSIM, TEDDY LUPIN?!

— Acho que é melhor assim, é tudo tão... complicado.

Dominique revirou os olhos, do mesmo jeito que sua irmã faz. A sua irmã. Que droga, Lupin.

—Você vai com quem, então?

— Com a Leigh Manneck, que é minha amiga desde o primeiro ano, e o namorado dela mora na Alemanha, não vai poder vir.
— Você é um bobão, Teddy Lupin.

Teddy suspirou.

— É, eu sei.

O garoto subiu ao seu dormitório e deitou na cama, pegando o livro de transfiguração para estudar, já que os NIEMs estavam chegando, independente da confusão que era seu coração.

Aí lembrou que era metamorfomago, e transfiguração era a sua matéria favorita e ele não tinha nenhuma dificuldade nela. Devolveu o livro, sentou e passou as mãos pelo cabelo. Só queria que o dia acabasse logo.


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Notas finais do capítulo

O que acharam?
Beijos :)



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