I Can Treat You Better escrita por Le Cangane


Capítulo 1
I Can Treat You Better


Notas iniciais do capítulo

Oi gente! Espero que gostem da história tanto quanto eu.
Leiam ouvindo Treat you better, do Shawn Mendes.

Boa leitura! Beijos :)



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Teddy Lupin estava, nesse momento, carregando sua maior e melhor cara de derrota. Aliás, ele era a própria representação da derrota. Jogado na poltrona da sua Sala Comunal, em frente à lareira e com um saco tamanho extra grande de varinhas de alcaçuz. O saco é grande porque é para dois. Está escrito nele. E eu nunca comia sozinho, de qualquer forma. Ele não pôde evitar o pequeno sorriso irônico em sua face. Agora ele estava sozinho. Com o doce favorito dela, sentado na poltrona dela. Só faltava...ela. Suspirou. 

O jovem Lupin sabia que era tolo. E que era tudo, inegavelmente, culpa dele, e só dele. Afinal, Teddy nunca devia ter se apaixonado por ela. Céus, ela era sua melhor amiga, dois anos mais nova e ainda quase da sua família. Bem, quase. Era ela, a droga da esperança em seu inconsciente que adorava lembrá-lo disso. Quase. 

Mas ele não podia evitar. Não quando ela estava namorando aquela criatura deplorável do Liam Goldstein, um cara da sua idade que pertencia à Corvinal e já tinha pegado metade de Hogwarts. O modo como ele usava ela como um troféu, exibindo para os amigos e agarrando ela no meio de todo mundo só para mostrar que eles estavam juntos... tudo isso deixava Teddy louco. 

O garoto ainda se lembrava daquele dia no quinto ano como se tivesse acabado de acontecer, mesmo que já fizesse dois anos. Eles estavam nos jardins, perto do lago negro, e era uma tarde de domingo. Todos os alunos estavam em Hogsmead aproveitando o dia ensolarado, mas o Teddy de 15 anos, sorridente e com os cabelos azuis bagunçados, tinha ficado para fazer companhia à loira, que havia torcido o pé numa das mudanças repentinas das escadas e ainda estava se recuperando. 

Teddy ajudou a amiga a ir até os jardins logo após o almoço e lá ficaram, sentindo o vento agitar os cabelos e comendo tortinhas de abóbora que contrabandearam do castelo. Estavam rindo de alguma coisa a toa, ela deitada com a cabeça apoiada nas pernas dele e ele encostado numa árvore grande, quando o assunto surgiu. 

—Teddie, como foi seu primeiro beijo? Eu não lembro de você ter me contado nada sobre isso, mas sei que você já beijou a Brianna Lee. Somos melhores amigos, por favor! - a garota fez um biquinho, quase implorando pela resposta. 

—Eu não te contei exatamente por isso. Você é minha melhor amiga, e nada pode afetar isso, então esse é tipo um assunto a ser evitado. 

—Mas eu quero saber, Teddie! - impaciente, ela até começou a levantar para olhá-lo nos olhos e mostrar que era sério. 

—Hey, mocinha, não precisa levantar, ok? Eu conto! Merlin, quando você encrenca com uma coisa, não há nada que a tire dessa cabeça dura de Weasley... - a garota voltou a se deitar e olhar ansiosamente para Teddy, sorrindo vitoriosa e aguardando a história. - Foi no meu terceiro ano, com uma menina da Lufa Lufa. O nome dela é Mary, ela é bonitinha e fazíamos herbologia juntos. Sabe que a aula é em grupos, e ela dividia bancada comigo. Acabei chamando ela para ir a Hogsmead comigo, e, quando voltamos ao castelo, na hora de se despedir, eu beijei ela. Foi só um selinho, na verdade. Mas meu primeiro beijo de verdade também foi com ela, uns três passeios mais tarde. É só isso mesmo. 

—Mary, hum? Não conheço. Você estava apaixonado? 

—Ah, não, não mesmo. Ela era uma garota legal e bonita, mas nada de mais também. Você achou que eu estava? 

—Não. – ela sorriu de lado, como se soubesse de algo que o garoto tinha perdido -Nenhuma das minhas amigas estava quando aconteceu com elas. Ou foi combinado, ou foi aposta, ou foi ao acaso. Muitas vezes foi ruim. O seu foi? 

—Ruim não, só normal. Nada muito empolgante, foi meio morno, na verdade. Acho que ela não sabia beijar também, e era meio tímida. - ele lhe lançou um sorrisinho, e viu que ela estava meio corada. - É por isso que eu acho melhor não falar sobre essas coisas com você, loirinha. Quero dizer, eu sei que é constrangedor, e eu não gostaria de saber sobre os seus beijos, então...

—Não que eu tivesse algum para contar, de qualquer forma. Quero dizer, não aconteceu comigo ainda.

—Você nunca beijou ninguém? - perguntou Teddy, levemente surpreso. 

—Não. Eu tenho medo de me arrepender como as minhas amigas. De ser com um babaca, ou alguma coisa assim. Quero que seja bom, e talvez eu nem saiba o que fazer. 

—Você vai saber, fica tranquila, é tipo instinto. Na hora, você sabe. Todo mundo sabe. 

—Mas você disse que a Mary...

—A Mary estava tímida e nervosa demais. Ela meio que paralisou, provavelmente ficou imaginando muito e na hora travou. 

—E se isso acontecer comigo, Teddy? Não quero estragar tudo! Tenho medo de escolher errado, alguém errado, sabe, que nem goste de mim, mas ao mesmo tempo, queria tanto saber a sensação de ser beijada por alguém. 

Teddy não sabe o que aconteceu com ele, mas ele falou: 

—Talvez... talvez eu possa resolver isso. Você precisa estar apaixonada? Aquela coisa trouxa de príncipes e tudo mais?

—Por favor, Teddy, olha pra mim. - ela disse, revirando os olhos. 

—Ok então, mas não se assuste. 

—Assustar? 

E então, ele fez. Abaixou a cabeça rapidamente, se aproximando da menina. Uniu seus lábios aos dela antes que qualquer um dos dois pensasse a respeito. Assim que fez isso, soube que estava perdido. Ele começou com calma, como um beijo deve ser. Aos poucos, foi entreabrindo a boca e a fechando sobre o lábio inferior da menina, se movimentando lentamente. A garota, então, abriu um pouco seus próprios lábios, dando uma permissão silenciosa para intensificar o beijo. A boca da loira era macia, e Teddy quase se sentia levitando. Ele percebia que ela estava tranquila e gostando da sensação tanto quanto ele somente por sua respiração, e pelo modo com que ela segurava sua mão. Ficaram por algum tempo só fazendo isso, até que ela passou a mão aos cabelos do Lupin e acariciou-os. Isso meio que despertou Teddy, que resolveu que já era hora de intensificar o beijo e mostrar à garota as sensações de ser beijada como se deve. O garoto abriu mais os lábios e ajeitou a cabeça de lado, colocando, aos poucos, a língua no beijo. Talvez um pouco surpresa, Teddy a ouviu suspirando pouco antes de retribuir o carinho. Era muito suave e ao mesmo tempo intenso. Teddy podia sentir tudo, cada pedacinho daquela pequena bolha que os envolvia. Quando o ar já era uma necessidade inadiável, o garoto descolou sua boca da dela, mas manteve as testas unidas. 

—Um beijo... é assim. - disse o garoto, enquanto ela ainda abria os olhos. Olhos incrivelmente azuis e cheios de um brilho encantador e brincalhão que somente ela possuía. 

—Uau. - ela riu. E quando abriu os olhos, riu mais.

—O que foi? 

—Seu cabelo. 

Quando Teddy puxou uma mecha, percebeu que ele mudava de cor rapidamente, antes mesmo que ele pudesse registrar cada uma. O garoto corou intensamente, mas deu uma risadinha enquanto controlava sua metamorfose e retornava o familiar tom azul às madeixas. Ele corou porque sabia que aquilo só acontecia quando suas emoções estavam borbulhando, e ela também sabia disso. Afinal, ela sabia tudo sobre Teddy Lupin. 

—Obrigado, Teddie. 

—Você não pode se arrepender de beijar seu melhor amigo. - Enquanto dizia, já discordava internamente, pensando no raio da confusão que tudo tinha se tornado dentro de si. 

Ela sorriu e se levantou, sentando. 

—Estão voltando. - ela indicou com a cabeça o fluxo de alunos que retornava de Hogsmead.

—Vamos entrar? 

—Aham. - concordou a garota, se levantando e o seguindo com a sua ajuda, por causa do pé machucado. 

Chegaram no salão comunal da Grifinória em silêncio, e automaticamente seguiram para a grande e velha poltrona em frente à lareira, onde sentaram lado a lado, como costumavam. 

—Teddy? As coisas não vão ficar estranhas porque nos beijamos, não é? 

—Claro que não, loirinha. Ainda somos você e eu contra o mundo, melhores amigos para sempre. - Ele sorriu para ela e levantou a mão para um hi-5, que retribuiu. 

Mal sabia Victoire Weasley que Ted Lupin beijaria muitas bocas em Hogwarts tentando encontrar algo que só encontrou na sua. 

—Hey, Teddie! 

A garota loira e esguia o empurrando e sentando ao seu lado o acordou de seus devaneios. Mas ele quase riu de sua falta de sorte. Beirava o ridículo o modo como seu coração acelerava apenas com a aproximação da Weasley.

—Hey, Vic. Quer uma? - ofereceu o saco de doces.

—Claro que quero. - ela revirou os olhos - É o meu doce favorito.

—Eu sei, por isso comprei o tamanho extra grande. 

—E porque não me chamou para dividir, Lupin? - levantou uma sobrancelha. 

—Achei que estava com o Goldstein. 

—Não, ele está estudando para os N.I.E.M.s. Você não devia estar fazendo o mesmo? Eu só vou prestar N.O.M. e já estou pirando. 

Sei bem o estudo do Goldstein. Pena que Vic não acreditaria. Parece que está cega. 

—O Goldstein, estudando. Ok. - ela o encarou em desafio e ele revirou os olhos - Eu vou. 

—Ok. Desculpa, Teddie, mas eu acabei de estudar agorinha e preciso ver o Liam. É o único tempo que temos. 

—Tudo bem. Juízo. - disse enquanto a garota ia embora com cinco docinhos na mão. 

—Eu sempre tenho. - ela virou e piscou pra ele. 

Teddy suspirou mais uma vez. Eu posso fazer muito melhor que ele. 

                         

O garoto estava sentado na mesa da Grifinória para o café da manhã com sua agora tão frequente cara de poucos amigos. O coitado do pão em sua mão estava sendo massacrado. 

—Teddy, será que você pode, por favor, parar de tentar matar o Goldstein com o olhar? Por Merlim, todo mundo já percebeu e eu não aguento mais meu melhor amigo monossilábico. - disse Robert Spinnet, encarando o Lupin seriamente.

—Olha como ele ignora ela, Rob. Ele está sorrindo descaradamente para aquela Edgecombie, está flertando com ela, Rob! Na frente da Vic! 

 

—É, eu tô vendo. E isso não é mais da sua conta, Teddy. Você já fez seu papel de melhor amigo e tentou abrir os olhos dela, não pode fazer mais que isso. 

—Eu juro, se encontrasse esse cara num corredor vazio... 

—Você não ia fazer nada porque: 1) ela ia culpar você, porque está completamente cega; 2) porque ele é grande e forte e 3) porque você não pode se meter em encrencas às vésperas dos N.I.E.M.s, então sossega, cara! 

—Eu também sou grande e forte, não é porque não sou o “José monstro de academia” que sou menos que ele. 

—Tá bom, Teddy, agora, por favor, para de matar seu pão

—Eu faria tudo tão diferente dele, eu trataria ela tão bem...

—É, todos sabemos, Teddy, vocês são um casal perfeito e você é um idiota apaixonado que baba pela Vic, e você fez questão de esclarecer as nossas poucas dúvidas quando namorou a Vivian Miller. 

—Já deu, Rob. 

—Eu digo o mesmo, meu amigo. 

Teddy Lupin olhou para seu amigo pela primeira vez e suspirou, cansado, voltando o olhar para baixo com aquela expressão triste. Quando olhou de novo em direção à mesa da Corvinal, na qual sua loirinha comia com o namorado e o irmão desde que o relacionamento começou, sentiu vontade de chorar. O idiota maioral do Liam tinha finalmente se voltado para Vic, e sorria sedutoramente. Quando ele falou algo no seu ouvido, a garota deu uma risadinha, e Teddy bem viu que os olhos do garoto se viravam para Emily Edgecombie enquanto se dirigia à namorada. O estúpido segurou os cabelos de Vic e a beijou ali no meio, o que a garota retribuiu imediatamente. Mas Teddy também viu que ele manteve os olhos abertos, e bem voltados para Emily, que disfarçava um sorrisinho. 

Teddy odiava isso. Quando ele usava ela na frente de todos e ainda flertava com as outras bem debaixo do seu nariz sem que ela percebesse. 

Victoire nunca foi boba, pelo contrário. Era extremamente gentil e simpática, mas tão espirituosa e divertida quanto. Ela sabia exatamente o comentário certo para cada momento. Teddy definitivamente não sabia o que acontecia com a garota. Quando tocou no assunto pela primeira vez,  ela foi determinada e incisiva. 

—Eu sou bonita, Teddy? 

—Claro que é. 

—Sou legal? 

—Aham.

—Divertida? Inteligente? 

—Você sabe que sim. 

—Então por que ele ia querer outra garota? Ele tem a mim, e, modéstia à parte, sou bem segura. - ela sorriu de lado. Aquele sorrisinho. - Liam não precisa de mais nada, e sabe disso. 

Só faltava uma coisa para Vic estar certa: ele era Liam o canalha Goldstein, e não estava apaixonado por ela. 

Ainda sentado na mesa do café da manhã, Liam puxou Vic para o seu colo com alguma estúpida desculpinha romântica falsa. E ainda teve a maior cara de pau do mundo. O bastardo de Merlim com Morgana virou a cabeça, olhou para Teddy e sorriu. 

—Agora chega. - disse Rob, se levantando. Teddy desviou seu olhar para o melhor amigo e o seguiu até a mesa da Corvinal, onde ele cutucou Vic e lhe disse algo, no que ela assentiu, deu um beijinho no namorado e levantou, vindo até mim. 

—Precisa de ajuda com a TPM, Teddie? Ainda tenho aquelas balinhas no meu quarto, vamos lá buscar. - o garoto não estava na "TPM", mas aproveitou a deixa. Esse era o código deles para o probleminha peludo de Teddy, que, como filho de um lobisomem, ficava às vezes irritadiço e com dores no corpo durante a Lua Cheia. Não acontecia sempre, era umas três ou quatro vezes por ano, mas Vic soube desde pequena e Rob desde o primeiro ano, e os dois sempre o ajudavam com algumas poções para melhorar. 

Agradecendo o amigo com o olhar, saiu do salão com a garota, mas não sem dar tempo de ouvir as risadas do grupinho em torno do Goldstein e ver sua cara convencida. 

Aquilo tinha que parar. Já eram dois meses dos dois juntos - um absurdo! - e Teddy jurou para si mesmo que seria o último. Porque ele podia tratar ela melhor. 

                           

Louis e Lucy Weasley reviravam os olhos perante a agarração de Victoire e Liam, e Teddy os amava por isso. O garoto estava perto o suficiente deles para ouvir a conversa quando eles - finalmente - resolveram respirar. 

—Liam, você vai comigo na comemoração da Grifinória depois do jogo, não é? - perguntou a garota, olhando seu inútil namorado. 

—Isso se houver uma comemoração, não é, Toire? 

Hm. Toire

—Já está tudo certo, eu te coloco lá dentro. 

—Eu quis dizer que a Sonserina vai acabar com o time do seu priminho com certeza. - priminho. Não somos da mesma família. Somos quase. - E mesmo assim, não tô afim. 

—Por que não? Eu fui na sua.

—E dai? Não quero e pronto. Não enche, Weasley. 

—Olha como fala comigo, Goldstein. Tá louco? 

—Que? Para de ser ridícula, garota. 

—Ridículo é você. Não sou trouxa não para você me tratar assim. 

As pessoas em volta começaram a olhar. 

—Cala a boca, Weasley! 

—O que? Quem é você para falar isso? 

—Seu namorado. 

—Exatamente. Não meu dono. Meu namorado tem que me tratar melhor do que qualquer outro. 

—Se não está satisfeita, termina comigo e arrume um que te trate melhor, então. - sorriu com escárnio para a loira, que já estava vermelha de raiva. 

—Talvez eu faça isso! 

—Está esperando alguma coisa? 

—Você é um idiota, Liam Goldstein. - e saiu. Teddy não sabia se sentia mais raiva do ridículo ou orgulho da sua garota. Sua garota. Teddy sorriu e a seguiu pela porta, mas não a encontrou em lugar nenhum. 

                           

Teddy não podia estar mais decepcionado do que naquele momento. Depois da discussão que presenciou no dia anterior, tinha certeza que o namoro de Vic e Liam Goldstein tinha acabado. O leão grifinório rugia alto em seu peito. Mas então ele soube, por uma saltitante Victoire, que eles continuavam juntos. 

—Ele me pediu desculpa, sabe. Na frente de todo mundo. E admitiu que foi um idiota grosso e isso nunca mais vai acontecer, porque ele me ama. Liam me garantiu. E ainda me deu isso! - ela mostrou um buquê de rosas vermelhas com um horrível cupido enfeitiçado voando em cima, que dizia "eu te amo" a cada três segundos. 

Teddy forçou o melhor sorriso que pôde. Ela nem gosta de rosas, gosta de margaridas. Mas é claro que Liam não sabia. Ele não sabia nada sobre ela. 

—Que bom, Vic. Mas espero que isso realmente não aconteça mais, senão é comigo que ele vai ter que se acertar. 

Victoire Weasley sorriu para ele, daquele jeito que ele amava, e sentou em seu colo na poltrona deles. Deu um beijo apertado na sua bochecha. 

—Obrigado, Teddie. Você é o melhor amigo que alguém podia ter. Eu amo você. 

E dito isso, lançou um último sorriso, se levantou e subiu saltitante as escadas do dormitório.

—Eu também te amo, Vic. 

                         

No final, a Grifinória venceu o jogo contra a Sonserina, e Teddy estava radiante. Vic passou o jogo todo gritando para o melhor amigo com um leão vermelho e dourado pintado no rosto, e foi para ela que ele correu quando a pequena Wood capturou o pomo e encerrou o jogo, em 330x110 para a casa dos leões. Robert não sabia onde colocar tanta alegria, afinal, em seu último ano como capitão venceu o maior clássico de Hogwarts. 

Na festa de comemoração, Liam Goldstein apareceu, para o desgosto do Lupin. Mas foi embora tão rápido quanto chegou, então pôde ter a Vic só para ele por muito tempo. Acabaram se empolgando na cerveja amanteigada, e, quando deu por si, Teddy estava dançando em cima da mesa de centro com Vic, Rob, Domi e Lena Wood enquanto cantavam Salazar, o Bárbaro. 

Vic estava linda como nunca esteve, com uma regata branca com a estampa "Hear me roar - Griffyndor Quiddich" em dourado e a bandeira vermelha amarrada como uma capa em seu pescoço. O cabelo estava preso em um rabo de cavalo alto e frouxo, e a pintura em seu rosto se resumia a uma bolinha colorida na ponta de seu nariz. O sorriso dela era tão lindo que Teddy podia agarra-la ali mesmo, mas não o fez. Apenas sorriu. 

Quando estavam cansados - ou alterados - demais para parar em pé, Vic e Teddy foram para a poltrona deles e se jogaram. Falavam sobre o jogo e ainda riam do majestal tombo de Irvin, o batedor sonserino, de sua vassoura, provocado por uma orgulhosa Dominique Weasley, que reclamava para si toda a glória do incidente.

—Ah, o Liam é um chato de não ter ficado... 

—Victoire, para! Por Merlim, será que você pode passar dez minutos sem citar aquele idiota?! 

—Teddie, eu sei que você ficou ressentido com o jeito que ele me tratou, e agradeço, mas a gente já se resolveu, está tudo tranquilo! 

—Ah, sério, Victoire? Ressentido? Aquele cara é um babaca! Ele não merece nem a sua sombra, você é linda, inteligente e... e... maravilhosa! E ele é o pior tipo de cara que pode existir! Eu odeio ele com todas as minhas forças, e sei que é recíproco porque ele também me odeia, e morre de ciúmes de mim. 

—Teddy, não exagera! A gente se ama, e eu não vou deixar de ser sua melhor amiga por causa dele e...

—Melhor amiga, Vic? Sério? E ele te ama? Olha o jeito como ele te trata! Ele pega todo mundo, não está nem aí... você merece mais que isso! 

—Já falamos sobre isso, Teddy, e...

—ELE NÃO TE AMA, VICTOIRE! SABE ONDE ELE ESTÁ AGORA, QUANDO DEVIA ESTAR COM VOCÊ? EM ALGUM CORREDOR ESCURO SE AGARRANDO COM A EMILY EDGECOMBIE PORQUE SABE QUE VOCÊ ESTÁ AQUI! ACORDA! – as pessoas em volta começaram a olhar na direção deles.

—Teddy, você... - ele viu lágrimas nos olhos da garota que ele tanto amava e seu coração se partiu. - está errado. 

—Eu queria mesmo estar, loirinha. - Teddy suspirou e olhou para seus pés enquanto a garota continuava imóvel. - Eu podia fazer bem melhor que ele, Vic. Eu podia te tratar melhor, e te amar melhor. - terminou, quase sussurrando, e só teve tempo de ver a garota sair pelo buraco do retrato antes de se virar e subir para seu dormitório. 


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Notas finais do capítulo

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