Come Together escrita por lamericana


Capítulo 3
Capítulo 3


Notas iniciais do capítulo

Queria ter postado esse capítulo ontem, mas fiquei longe do computador o dia todo e só fui encostar nele agora. Espero que gostem



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Quando cheguei em casa depois de ajudar Matthew com a questão do carro dele na oficina, chequei a secretária eletrônica, só por hábito. Não esperava que teríamos algum tipo de recado estando há um pouco mais de uma semana na cidade. Para a minha surpresa, meu pai deixou recado.

“Filha, assim que ouvir esse recado, me ligue. Quero saber se está tudo bem.”

Joguei minha mochila no sofá e disquei o número do trabalho dele que estava preso na geladeira. Enquanto esperava ele atender, enchi um copo d’água.

— Stuart construções, boa tarde. Edmund Shine falando. – meu pai atendeu

— Oi, pai, sou eu.

— Oi, filha. Como foi seu dia na escola?

— O de sempre. Tendo que me apresentar pros professores e tal. Uma menina, Stella, me chamou pra sair com o pessoal na sexta que vem.

— Você está me pedindo permissão pra isso? Vá. Você não precisa me pedir pra sair, só me avisar antes tá bom.

— Não, não era pra pedir permissão. Só queria avisar. E Matthew me chamou pra sair hoje à noite.

— À noite? Mas amanhã você tem aula.

— Não é como se eu nunca tivesse tirado uma nota boa, né? E você mesmo tinha me dito ontem que eu tinha que fazer amigos aqui, já que vamos ficar mais tempo.

Ouvi ele suspirar do outro lado. Sabia que eu tinha desarmado o argumento que tava se formando na cabeça dele.

— Só tome cuidado, ok? Você vai sair com Matthew que horas?

— Ele disse que viria me buscar umas 8 horas.

— Tá certo, então. Te vejo mais tarde.

— Até mais.

Botei o telefone de volta no gancho e fui pegar o cesto de roupas sujas. Não tinha muita coisa pra fazer, já que nenhum professor quis passar dever de casa logo de cara, então decidi que lavar as roupas seria uma boa ideia para passar o tempo. Coloquei música para tocar.

Assim que terminei de tirar a última peça da máquina de secar e separei na pilha que precisaria passar quando ouvi um barulho vindo da parte da frente da casa.

— Pru? – meu pai chamou por mim por cima da música

— Na lavanderia!

Ele entrou e pareceu impressionado com as duas pilhas de roupa.

— Vai querer comer agora ou vai comer com o Matthew? – ele ofereceu

— Acho que com o Matthew.

— Mas se você deixar pra passar essas roupas amanhã eu te entrego uma surpresa hoje mesmo.

— Que tipo de surpresa?

Ele simplesmente negou com a cabeça. Isso era tão normal no meu pai... Sempre que ele queria fazer surpresa e me deixava adivinhando, acabava ele mesmo estragando a surpresa. Com os anos, ele meio que me proibiu de tentar adivinhar o que é que seria a surpresa. Por isso, o segui até a porta da frente.

— Abra a porta. O amarelo é seu. – ele disse

Quando abri a porta, vi um fusca amarelo parado na frente de casa. Mesmo depois de o meu pai ter dito que o carro era meu, eu fiquei meio que sem entender. Cheguei perto do bendito e dei uma volta. Era claramente um carro bem velho e muito usado, mas era um carro e não tinha nenhum arranhão aparente. E, aparentemente, andava sem fazer muito barulho.

— É meu mesmo? – perguntei ao meu pai, que estava na porta

— Tenho certeza que não é dos vizinhos nem meu. – ele deu de ombros

— Você não tirou muito dinheiro da poupança não, né? – eu tinha que perguntar. Aquela poupança é absolutamente sagrada. Se acontecer de eu ter um ataque mais grave de asma e tiver que ser internada, é esse dinheiro que vai pagar os custos extras do hospital. Ou se a gente tiver que se mudar. De novo.

— Sua poupança está praticamente intocada, Prudence. – ele revirou os olhos e balançou as chaves antes de jogar em minha direção – Acho que você tem tempo de dar uma volta antes de se arrumar para sair.

Andei um pouquinho mais rápido – mas devagar o suficiente para não ter um ataque – e abracei meu pai.

— Muito obrigada. – dei um sorriso antes de voltar pro carro

Dei uma volta pela vizinhança. O carro não era barulhento, principalmente considerando que é um fusca. Minha vontade era de passar o começo da noite todo dirigindo, mas me forcei a voltar pra casa por conta do encontro com Matthew.

Consegui estacionar o carro no mesmo lugar que meu pai tinha deixado antes de me dar. Entrei em casa e fui direto pro sótão. Procurei uma roupa que parecesse que eu não estou me esforçando, mas que não parecesse que eu era algum tipo de mendiga. Tomei um banho rápido e, quando eu estava terminando de me vestir, meu pai gritou me chamando.

Desci as escadas, parando para terminar de enfiar o sapato no pé. Quando cheguei na sala, vi Matthew parado no arco da porta e meu pai no pé da escada.

— Oi. Acho que cheguei um pouco cedo.  – Matthew se desculpou

— Não, tudo bem. Eu que comecei a me arrumar um pouco tarde. – comentei

— Tá pronta?

— Ainda não. Entra. Vou terminar de me ajeitar e a gente já pode ir.

Matthew entrou. Tanto ele quanto meu pai pareciam um pouco sem graça, mas meu pai quebrou o gelo com ele.

— Quer água?

Não esperei pela resposta. Subi a escada o mais rápido que conseguia e busquei pela bombinha. Peguei a minha bolsa e parei na frente do espelho do banheiro do primeiro andar. Prendi meu cabelo, com medo de que ele virasse uma nuvem na umidade. Nem me dei ao trabalho de botar nenhum tipo de maquiagem, já que minha asma estava com cara de que ia atacar com qualquer esforço mínimo que eu fizesse. Estiquei a camisa e desci.

— Pai, to indo. Qualquer coisa, me liga, tá? – eu disse enquanto abria a porta

— Vai precisar de dinheiro, filha? – perguntou

— Não, não. Ainda tenho dinheiro do trabalho que fiz em Riverside.

— Só não volte tarde. E me avise qualquer mudança de planos. Não esqueça de levar a bombinha! – ele lembrou enquanto eu passava na porta.

Matthew me olhou com um olhar questionador enquanto passava pela porta e só me dei ao trabalho de acenar negativamente.

— To levando. Te amo.

Tranquei a porta atrás de mim e segui Matthew até o carro dele.

— Asmática a esse ponto?

— Prefiro o termo portadora de pulmões de merda, mas asmática também resolve o problema. Além disso, você mesmo disse hoje de manhã que era pra eu trazer a bombinha.

— Interessante. Não sei como ainda não teve um treco com a poeira do sótão.

— O sótão não estava sujo, na verdade. Tava limpo, se quer saber. E como sabe que eu estava no sótão? Eu não falei nada sobre isso.

— Seu pai.

Ah, claro. Às vezes esqueço que Edmund Shine tem uma boca grande demais.

— Pra onde vamos? – perguntei, querendo evitar o assunto “meu pai” e “mudança”

— Não gosta de surpresas?

Revirei os olhos. Entrei no carro e Matthew começou a dirigir numa velocidade alta demais para uma cidade que mais parecia um bairro grande. Ficamos em silêncio por um tempo. Tirando as aulas de hoje, não tivemos nenhuma interação positiva.

— Sempre morou em Springfield? – ele perguntou

— Não. Mas foi onde passei mais tempo na minha vida.

— Quanto tempo por lá? Dez anos?

Soltei uma gargalhada que foi interrompida pela falta de ar, me obrigando a usar a bombinha.

— Dez anos. Queria eu. Ficamos só quatro anos. Minha mãe morreu entre o meu aniversário e o dela de câncer de ovário. Desde então eu fico nessa de me mudar de cidade em cidade.

Ele ficou em silêncio com a minha resposta, como se esperasse que eu continuasse.

— E é isso. Minha vida é basicamente me mudar de cidade em cidade, todo ano. Tirando Springfield, a cidade em que passamos mais tempo foi Riverside, que é de onde a gente veio.

— Gosta de se mudar?

— Mais ou menos. Não gosto muito do fato de ser a garota nova nos lugares que chego. Mas gosto de conhecer de verdade os lugares, sabe?

— Legal.

Matthew encostou o carro perto de uma árvore no que parecia ser um parque. Ele baixou um pouco os vidros e desligou o motor do carro.

— Gosto daqui porque quase ninguém vem. É mais tranquilo.

Olhei em volta. Realmente, era um lugar tranquilo e bonito. Tirando nós dois, tinha só mais um casal andando com um cachorro mais adiante. Com o chuvisco que caía, o casal se apressou para voltar para casa, provavelmente prevendo que a chuva iria engrossar. Me ajeitei no banco para encarar Matthew.

— De onde seus pais tiraram seu nome? – parecia que as perguntas dele não acabavam nunca

— Da música dos Beatles. Gostavam da música e me deram o nome. A outra opção era Aoife.

— É, gostei mais de Prudence.

— Não se iluda. Meus pais foram espertinhos demais pra me deixar só com um nome.

Ele abriu um sorriso. O primeiro sorriso de verdade dele e, por incrível que pareça, era o sorriso mais bonito que já vi.

— Então como é seu nome completo?

— Prudence Aoife Shine. Aoife significa beleza em irlandês. Minha mãe era irlandesa.

— Qual era o nome dela?

— Wilhelmina Shine. Ela tirou o sobrenome do pai dela e o nome do meio logo que casou, mas meu pai conta que era uma coisa que ela se arrependeu.

— Pelo visto ela ainda é muito importante pra você.

— É. Meu pai não me deixa esquecer que eu pareço muito com ela.

— Então os pais de Prudence Aoife Shine são Edmund e Wilhelmina Shine?

Concordei com a cabeça e ele soltou ar pelo nariz, como numa risada reprimida.

— E os seus pais? – rebati

— O que tem os meus pais? – ele deu uma pausa – Ah, sim. Os Stuart não são realmente meus pais, como você já deve ter percebido. Eles me adotaram há uns três anos. Cheguei a conhecer meus pais biológicos, mas hoje sei que eu estou muito melhor com os Stuart.

— Sinto muito.

Isso explicava a cara de poucos amigos desde que nos conhecemos. Os Stuart devem ter tido a ideia do jantar de boas-vindas pra compensar a cara feia do dia da entrega das chaves e Matthew deve ter ouvido um sermão por não ter interagido nem comigo nem com meu pai durante o jantar.

— Por sinal, também sou irlandês. Os Stuart me deixaram manter o meu nome de batismo. Matthew Alexander Cooper.

— Isso foi legal da parte deles, deixar você ficar com seu nome de batismo. – assim que terminei de falar, percebi que tinha sido uma burrice dizer isso a ele – Foi mal. Eu não devia ter dito isso.

— Vamos dizer que você não é a primeira a me dizer isso nem vai ser a última. Já me acostumei.

— Então, você está em Farnsworth há muito tempo?

— Digamos que desde que os Stuart me adotaram. Antes disso, saí de orfanato em orfanato. Mais ou menos como você, só que sem família.

As contas pareciam não bater. Matthew tinha dito que conheceu os pais. E, mais cedo, falou que tinha morado um tempo com a irmã antes de ir parar num orfanato. Ou é só impressão minha?

— Com fome? – ele perguntou, ligando o carro

— Um pouco.

Ele fechou os vidros do carro e me levou para uma lanchonete que poderia facilmente servir de locação para um filme sobre os anos 60. As mesas eram de tampo branco e cercadas por sofás redondos de vinil vermelho. Perto do balcão do caixa, tinha um jukebox que devia funcionar a base de moedas.

Assim que o sinal da porta indicou a nossa entrada, a mulher que estava atrás do balcão levantou o rosto e lançou um sorriso para Matthew. Os dentes dela eram perfeitos. A pele dela era pálida como a dele, mas as semelhanças entre os dois pareciam parar aí. O cabelo dela era preto e cacheado, preso em um coque perfeitamente redondo.

— Matt, meu querido, já estava começando a pensar que não teria mais o prazer da sua companhia esse mês. – ela comentou, fazendo charminho – Mas veio acompanhado. – Matthew deu de ombros e ela se virou pros colegas que estavam com ela atrás do balcão – Eu fico com a mesa deles.

Matthew me levou até uma mesa, onde a moça nos atendeu. Quando ela se aproximou, pude ver o crachá dela. Emelie. Ela me entregou o cardápio e, quando fez o movimento de entregar um para Matthew, parou.

— Vai querer o de sempre, né? – ele concordou com um aceno de cabeça e um sorriso amarelo

Ela parecia conhecer Matthew há um tempo. Talvez mais do que só três anos.

— Como se eu tivesse mudado meu pedido alguma vez, Em.

Emelie soltou uma risadinha antes de se virar pra mim.

— Primeira vez aqui? – acenei com a cabeça – Então, eu sugiro a especialidade da casa pra você – ela disse enquanto pegava uma caneta e um bloquinho do bolso do avental – O hambúrguer com queijo cheddar e molho da casa. – Emelie usou a caneta pra indicar onde ele estava no cardápio – No combo, vem com batata frita e o refrigerante a sua escolha. Vai querer?

— Pode ser. – dei de ombros. Não conhecia o restaurante e a garota parecia gosta do Matthew o suficiente pra não indicar aos amigos dele alguma comida ruim.

Emelie anotou o pedido no bloquinho, pegou o cardápio que estava na minha mão e voltou para o balcão. Matthew pareceu relaxar um pouco com a saída de Emelie da nossa mesa.

— Frequentador assíduo? – perguntei

— Acho que podemos chamar assim. Porque?

— Ela pareceu saber exatamente o que você gosta.

— Digamos que não sou muito difícil de agradar nesse quesito.

— E qual é o seu pedido de sempre?

— É tipo uma vitamina que só tem aqui. O que você pretende fazer depois da escola?

— Amanhã? Talvez o dever de casa. – dei de ombros

— Não amanhã. Mas depois que se formar. Vai querer fazer faculdade, alguma coisa do tipo?

— Faculdade, de certeza. Mas não sei exatamente de que ainda. E você?

— Acho que vou fazer um mochilão antes de voltar e continuar com a empresa dos Stuart.

Ficamos com esse tipo de conversa até Emelie chegar com os nossos pedidos. Pelo jeito que ela se mexia, quase como se ignorasse a nossa presença, percebi que ela parecia ser a única pessoa que não olhava para Matthew como se ele fosse inatingível. Era como se ele fosse bem comum pra ela, na verdade.

— Bom apetite. – Emelie desejou antes de se afastar

De novo, pareceu que eu era uma ogra que nunca tinha visto comida na vida em comparação a Matthew. Na frente dele, tinha um copo, que estava mais para uma taça grande de milk-shake, com um líquido vermelho pastoso. O hambúrguer na minha frente parecia apetitoso e, assim que dei a primeira mordida, percebi o quanto eu realmente estava com fome.

— Vai ficar só com isso? – perguntei entre uma mordida e outra, pronta pra oferecer um pouco da batata

— Vou. Pode ficar tranquila. Eu não vou morrer de fome por causa disso. – ele abriu um sorriso – Digamos que essa vitamina equivale a esse hambúrguer. Talvez a um maior. Mas coma, você parece estar com bastante fome.

Terminei de comer o hambúrguer e parti para a batata.

— Quer alguma música do jukebox? – Matthew perguntou

— Não precisa, se não quiser. Já passei a tarde toda ouvindo música enquanto botei as roupas pra lavar.

— Tem certeza?

— Tenho.

— E se eu escolher uma música, você dança comigo?

— Considerando que minha grande experiência com dança se resumiu a um único baile há dois anos, eu prefiro que você responda à sua pergunta.

Matthew pareceu tomar o que eu disse como um desafio e foi até o jukebox, onde colocou algumas moedas e escolheu uma música. Quando os primeiros acordes tocaram no sistema de som, reconheci Light My Fire, do The Doors. Parecia uma música apropriada para o lugar, mas não para se dançar. Matthew pareceu não se importar com isso e me puxou da mesa. Ele passou um braço pela minha cintura e com a mão livre colocou meu braço por cima do ombro dele.

— Lembro a primeira vez que ouvi essa música – Matthew comentou. Ele parecia escolher um pouco mais as palavras – Eu tinha... Deixa pra lá.

— Não, pode falar.

Ele revirou os olhos.

— Não, não. Não é que seja uma coisa vergonhosa. É só... Chato.

— Uma história chata envolvendo Light My Fire? Tem cara de mentira, isso. Nem eu, que tenho uma vida bem mais ou menos tenho uma história chata envolvendo a música.

— Então me conte uma delas.

— Ano retrasado, uma das minhas amigas em Riverside, Alexa, achou que era triste o fato de eu nunca ter ido a um baile e que provavelmente não ficaria tanto tempo numa cidade pra ter essa oportunidade de novo. Aí ela pediu para que o irmão gêmeo dela, Ashton, me convidasse pro baile dele. Ao mesmo tempo, ela tentou fazer uma campanha para que eu fosse eleita rainha do baile. Não preciso dizer que o coordenador da escola disse que não podia, já que eu não era uma formanda e, por isso, não poderia ser uma candidata.

“Mas ela acabou concorrendo e, quando ganhou, pediu pra que tocasse Light My Fire pra ela dançar com o namorado. Na metade da música, o irmão dela me puxou pra dançar com ele na frente da escola toda, mesmo eu sendo só uma caloura.”

— Você só me provou que dá pra ter uma história chata com The Doors. Baile de escola é um tédio.

— Como você pode dizer isso? Já foi a algum?

— Ano passado. Becca, a garota do anuário que James falou hoje, me convidou pro Sadie Hawkins que teve. Foi um tédio colossal. Eu não podia beber, a música era chata e Becca aproveitou o baile pra ficar tirando fotos pro anuário do ano passado.

— Pelo visto o anuário é levado a sério aqui.

— Nisso você pode apostar. E como os outros alunos aqui têm meio que uma obsessão por alunos novos, é muito capaz de você ter uma página só sua no anuário.

— Você teve?

Ele fez uma careta que disse tudo. Nisso, ele me levou de volta à mesa. Ficamos mais um tempo conversando até que Matthew pediu a conta. Assim como no almoço, ele não deixou que eu pagasse a minha parte.

Assim que ele me deixou na porta de casa, percebi que meu pai ficou esperando na sala. Provavelmente não tinha jantado.

— Pai? Cheguei. – anunciei assim que abri a porta

— Como foi? – ele perguntou, tirando os olhos do jogo que passava na televisão

— Foi bom. A gente foi no parque e depois numa lanchonete.

— Então você já comeu.

— Já. Não precisava ter me esperado, pai.

— Tudo bem. Vai querer alguma coisa antes de dormir?

— Não, obrigada. Até amanhã, pai.


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